A MENTIRA DOS APÓSTATAS – A CEIA NÃO DEVE SER PRATICADA


A APOSTASIA DOS ÚLTIMOS TEMPOS


Paulo nos alerta que o dia de Cristo, o dia da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com Ele, não chegará antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, que se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. (2 Tessalonicenses 2:2-4).

A apostasia já está presente no mundo, onde vemos pessoas abandonando a comunhão dos santos, e negando a congregação dos irmãos.

Mas essas pessoas não apenas se negam a congregar com os irmãos, elas negam também a comungar com os irmãos, negando assim a fé comum.

Ao negarem a fé comum, os apóstatas se opõe e se levantam contra tudo o que se chama Deus, ou que se adora proferindo mentiras e enganado os incautos. Vejamos:

Se opõem contra a Ceia do Senhor dizendo que ela não é santa e não precisa mais ser praticada porque Jesus está vivo e não precisamos fazer algo em memória dele como se ele estivesse morto.

A VERDADE DA BÍBLIA
Uma característica marcante da primeira carta de Paulo aos Coríntios é a ênfase na resolução de tensões entre a doutrina e a prática cristã. Existe uma abundância de exemplos sobre comportamentos e doutrinas que Paulo precisou corrigir através desta carta. Além de problemas morais, relacionais e doutrinários, a comunidade cristã em Corinto também pecava ao reunir-se em torno da Ceia do Senhor de forma indigna. Por isso, Paulo dirigiu uma exortação à igreja de Corinto, a fim de corrigir os erros praticados diante da Mesa do Senhor.

A CEIA É UM MEMORIAL ATÉ QUE CRISTO VOLTE
Os apóstatas afirmam que a Ceia não precisa mais ser praticada porque Jesus está vivo e não precisamos fazer algo em memória dele como se ele estivesse morto. Mas isso é uma mentira. Vejamos:

Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. (João 6:54)

Em memória não tem nada ver com o fato de Jesus estar vivo. A lembrança é de Cristo em sua morte. Ou melhor, na obra realizada por Cristo em sua morte.

Os apóstatas argumentam que Cristo estava vivo quando instituiu a Ceia, e não faria sentido fazer algo em memória de alguém vivo.

Estes apóstatas são hereges moderninhos que pregam contra a ordenança do Senhor, a qual o próprio Senhor Jesus instituiu quando ainda não tinha morrido, portanto em vida, e depois quando Paulo recebeu a revelação e doutrinou os discípulos a celebrarem a Ceia, o Senhor Jesus também estava vivo.

Foi o próprio Senhor Jesus quem revelou a Ceia a Paulo quando o Senhor já havia ressuscitado.

Então o argumento cai por terra porque em ambas as ocasiões, tanto quando Jesus instituiu como quando Paulo recebeu a revelação, o Senhor estava vivo. Até porque um morto não pode instituir e nem revelar nada.

Os apóstatas usam desse argumento de que a Ceia não deve mais ser celebrada porque Jesus ressuscitou, mas tal argumento é no mínimo simplista e no máximo blasfemo. Porque na cabeça dos apóstatas a ordenança da Ceia só poderia ser celebrada no breve período de três dias em que Jesus esteve morto no sepulcro.

Contudo, Cristo morreu e esteve morto, sim, na carne, mas sempre esteve vivificado no espírito (1 Pedro 3:18).

Paulo diz que toda vez que participamos da Ceia anunciamos a morte de Cristo até que Ele venha. Portanto, o fato a ser trazido a memória é a morte de Cristo.

Tanto é verdade que Jesus disse, em Lucas 20:19: "Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim". Se Jesus fala sobre fazer algo "em memória", significa, claro, relembrar de algo. Portanto, a Santa Ceia é para lembrar de algo que está no passado - a morte de Cristo. Até porque ninguém pode se lembrar de coisas futuras ou presentes, certo? Jesus instituiu um memorial, e não um ritual fúnebre.

Após repreender os erros dos coríntios diante da Mesa do Senhor, o apóstolo Paulo trouxe novamente à memória da igreja as palavras de Jesus na última Ceia com os seus discípulos. 

A doutrina que o apóstolo Paulo reafirmou aos coríntios, encontra-se nas falas de Jesus (Mateus 26.26-29, Marcos 14.22-25 e Lucas 22.15-20).

A diversidade e a unidade das passagens nos evangelhos sinóticos, comparadas com o relato de Paulo demonstram grande harmonia, revelando assim que a igreja primitiva possuía um norte seguro para reunir-se da maneira correta diante da Mesa do Senhor.

O fato de Paulo trazer a última Ceia de Jesus com seus discípulos para corrigir o desvio doutrinário dos coríntios, revela que o apóstolo apoiou sua repreensão no ensino doutrinário do Evangelho, conforme revelação do próprio Cristo.

Paulo enfatizou a celebração da Ceia dentro da ordenança estabelecida por Cristo. Paulo teve todo o cuidado para ensinar apenas o que Cristo ordenou. Por isso, assim como recebeu de Cristo, ele retransmitiu o ensino sobre a Ceia do Senhor com fidelidade.

Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei (1 Coríntios 11.23).

A Ceia do Senhor é uma ordenança, uma doutrina, um mandamento estabelecido pelo próprio Jesus Cristo. Apesar de Paulo afirmar claramente que recebeu do Senhor a doutrina da Ceia, os apóstatas afirmam que a Ceia não deve ser celebrada. Mas, a fragilidade desta posição fica evidente diante da clareza da afirmação de Paulo, que não deixa dúvidas que ele recebeu do Senhor a doutrina sobre a Ceia.

Portanto, ao trazer o relato da última Ceia de Jesus, o apóstolo Paulo resgatou a origem da doutrina para definir o correto entendimento da Ceia. A Mesa do Senhor é regida pelas instruções do próprio Cristo. O problema dos coríntios tinha a ver com a adoção de atitudes que não mais refletiam o significado do ensino doutrinário sobre a Ceia. Ao afirmar que a doutrina foi transmitida aos coríntios, Paulo deixa claro que os coríntios conheciam a doutrina estabelecida pelo próprio Senhor.

"Porque, SEMPRE que comerem DESTE pão e beberem DESTE cálice, vocês anunciam A MORTE do Senhor até que ele venha." (1 Coríntios 11:26)

Paulo diz: "sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice" - ou seja, é algo constante e rotineiro que deve ser feito sempre. Não se trata simplesmente de uma lembrança subjetiva, mas da manifestação ativa da continuidade e do significado presente da morte de Cristo. O termo ‘anunciais’ tem, desde modo, um significado profético e declarativo.

Mas, não é qualquer pão ou qualquer vinho e nem um banquete ou uma refeição. Paulo diz que transmitiu a Igreja algo que recebera diretamente do Senhor Jesus. E Paulo remete o assunto à última Ceia na noite em que Jesus foi traído (1 Coríntios 11:23). A seguir Paulo fala acerca da revelação que recebera do Senhor, e passa a mostrar qual é ESTE PÃO E ESTE VINHO que SEMPRE devemos comer e beber anunciando A MORTE do Senhor ATÉ que Ele venha.

Isto significa que todas as vezes que Igreja se reúne para celebrar a Ceia do Senhor ela deve testemunhar o caráter vicário da morte do Senhor. Assim como Israel, nos termos da velha aliança, no banquete pascal, testemunhava a ação salvífica de Deus na história, o povo da nova aliança tem que proclamar o significado da morte de Jesus.

Pois recebi do Senhor o que também lhes entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, o Senhor tomou o pão e, tendo dado graças, partiu-o e disse: "ISTO É O MEU CORPO, que é dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim".
Da mesma forma, depois da Ceia Ele tomou o cálice e disse: "ESTE CÁLICE É A NOVA ALIANÇA NO MEU SANGUE; façam isto, sempre que o beberem, em memória de mim". PORQUE, sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor ATÉ que ele venha. (1 Coríntios 11:23-26).

Anunciamos a morte do Senhor ATÉ que ele venha. A preposição “ATÉ” expressa um limite posterior de tempo. O termo “ATÉ” é inadequado para se referir a um marco temporal situado no presente, mas serve apenas para determinar um limite no futuro, que neste caso é ATÉ que ele venha.

Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes do meu sofrimento. Pois vos digo que nunca mais a comerei, até que ela se cumpra no reino de Deus. E, tomando um cálice, havendo dado graças, disse: Recebei e reparti entre vós; pois vos digo que, de agora em diante, não mais beberei do fruto da videira, até que venha o reino de Deus. (Lucas 22:15-18).

Foi numa véspera da Páscoa que Jesus instituiu a Ceia. E Jesus promete que não comerá o pão e nem beberá do fruto da videira até que a páscoa (livramento) se cumpra no reino de Deus.

De que livramento Jesus está falando que se cumprirá no Reino de Deus?

Jesus está falando do Reino de Deus como o cumprimento do propósito de Deus na redenção, quando Cristo houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. E o último inimigo a ser destruído é a morte (1 Coríntios 15:24-26).

Jesus está falando que somente participará da Ceia novamente nas Bodas do Cordeiro.

Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as BODAS DO CORDEIRO, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à CEIA DAS BODAS DO CORDEIRO. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus. (Apocalipse 19:7-9).

Portanto, Jesus instituiu a Santa Ceia para a Igreja praticar até a Sua volta para buscar a Sua noiva. A promessa de Cristo de não comer ou beber novamente até que Ele volte quando o reino vier, significa que Ele não estará comemorando as Suas bodas no céu antes de que desça na Sua segunda vinda até pisar a terra com a Sua noiva.

A ideia declarada acima é reforçada no final da passagem de Lucas 22:29,30, quando Cristo diz o seguinte: “E eu vos destino o reino, como meu Pai me destinou, para que comais e bebais à minha mesa no meu reino, e vos assenteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel.
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Mais uma vez, Jesus fala de comer e beber durante o reino. Este é o momento em que terá início a comunhão pessoal nossa, já com corpos glorificados, já como Noiva desposada, com o nosso Salvador. Assim, se segue que este será o tempo da Ceia das bodas do Cordeiro celebrada com os vários redimidos dos séculos em que Cristo buscou a sua noiva.

Mateus 26:29 é uma passagem paralela de Lucas 22 e diz: "E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai”. Ou seja, Jesus somente comerá do pão e beberá do fruto da videira novamente quando vier o fim, quando Ele entregar o reino ao Deus e Pai (1 Coríntios 15:24).

A CEIA NÃO É UMA REFEIÇÃO
Os apóstatas afirmam que Paulo não estaria doutrinando a Igreja, mas repreendendo os cristãos de Corinto por estarem celebrando algo que não devia ser celebrado. Mas, isso é só mais uma mentira. Vejamos: 

Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a Ceia do Senhor que comeis (1 Coríntios 11:20).

Os apóstatas ensinam que quando Paulo fala da Mesa do Senhor, ele pensava em uma refeição apenas. Desta forma, a prática que ele reprova é o abuso na refeição e o menosprezo dos ricos com os mais pobres.

Para o apóstolo, uma comunidade dividida podia até banquetear-se, mas não se alimentaria do Senhor. Essa era a situação da igreja de corinto. Eles se reuniam para comer e beber, mas a Ceia do Senhor não era servida, porque a doutrina apostólica não foi seguida. Na perspectiva de Paulo, qualquer celebração da Ceia do Senhor que contradiga a doutrina apostólica é falsa e ilusória. Por isso, não é de admirar que Paulo tenha afirmado que aquilo que eles comiam não era a Ceia do Senhor. Eles não tinham consciência da presença do Senhor na Ceia, e nem se recordava da morte do Senhor. Uma reunião assim não poderia ser chamada de Ceia do Senhor.

Os apóstatas estão na Internet tentando anular uma ordenança que o Senhor deixou, que é a celebração da Ceia do Senhor. 

Quando Paulo recebeu a revelação e doutrinou os coríntios do modo correto de celebrar a Ceia, ele não estava escrevendo para judeus, mas para gregos convertidos do paganismo. Ou seja, pessoas que não tinham nenhuma conexão com a páscoa dos judeus.

Paulo precisou corrigir os coríntios porque eles tinham transformado a Ceia numa refeição sem discernir o que a Ceia significava. Isso eles provavelmente tinham trazido dos costumes cerimoniais dos pagãos gregos com seus banquetes descontrolados.

Essa transformação da Ceia em uma refeição qualquer é vista hoje nos apóstatas que se afastaram das denominações, e nessa refeição recebem até incrédulos, com o argumento de que a Ceia significaria repartir alimento com os menos favorecidos.

O diabo tem conseguido usar alguns de seus "ministros de justiça" (2 Coríntios 11:15) para influenciar cristãos a se recusarem a fazer aquilo que o Senhor instituiu, e usam para isso de raciocínios falazes.

Durante séculos cristãos relembraram o Senhor e anunciaram sua morte, e agora aparecem alguns apóstatas enviados por um "anjo de luz", travestidos de "ministros de justiça", para argumentar e promover desobediência à mais preciosa das duas únicas ordenanças que o Senhor nos legou (a outra é o batismo, que os apóstatas também renegam). Esses ímpios se acham com maior autoridade do que o próprio apóstolo Paulo para dizer que não é para fazer aquilo de que Jesus disse: "Fazei em memória de mim".

Geralmente os apóstatas criticam as denominações, ganhando assim a simpatia dos que estão cansados dos abusos de falsas denominações e falsos pastores. Mas não se engane: Satanás sabe muito bem como cativar pessoas de diferentes gostos, e como existe hoje uma tendência de se criticar o que fazem os mercadores da fé, então o diabo ataca também nessa seara.

Não siga os ventos de doutrina seguindo esses que negam a Verdade, ou que ensinam que quando Paulo revelou as palavras do Senhor para ele ("fazei isto em memória de mim"), estivesse querendo dizer "não fazei isto em memória de mim". A esses bem cabe a advertência de Isaías: "Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e prudentes diante de si mesmos!" (Isaías 5:20-21).

Mas o que encontramos na prática dos primeiros cristãos?

"E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." (Atos 2:42).

"E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e prolongou a prática até à meia-noite." (Atos 20:7).

"Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha." (1 Coríntios 11:23-26).

Portanto, quando celebramos a Ceia do Senhor partimos o pão no sentido de quebrar o pão, mas quando fazemos caridade repartimos alimentos e bens com os menos favorecidos, mas isso nada tem a ver com a Ceia do Senhor ou então estaríamos dizendo que até pagãos e ateus "partem o pão".

Não tendes, porventura, casas onde comer e beber? Ou menosprezais a igreja de Deus e envergonhais os que nada têm? (1 Coríntios 11.22).

Paulo faz perguntas retóricas para confrontar os coríntios que estavam deturpando o significado da Mesa do Senhor, questionando se eles não tinham suas próprias casas para comer e beber suas refeições.

Essa argumentação retórica aponta para um fato que não pode ser ignorado na interpretação da passagem. O fato é o seguinte: os coríntios não podiam colocar a Mesa do Senhor no mesmo pé de igualdade com as refeições que eles realizavam em seus lares.

Considerando que na conclusão da exortação, Paulo desenvolve o argumento de que eles devem comer nos seus próprios lares (1 Coríntios 11.33,34), fica evidente que o apóstolo tinha em mente que a Ceia do Senhor não podia ser tratada como uma refeição.

O erro dos coríntios era exatamente tratar a Mesa do Senhor no mesmo pé de igualdade com suas refeições. Ou seja, a Ceia do Senhor requer conformidade com a doutrina estabelecida. Não guardar a doutrina é o mesmo que transformar a Ceia numa mesa de juízo de Deus.

Da mesma forma que Paulo reprovou os cristãos da igreja de Corinto que não seguiam a doutrina sobre a Ceia do Senhor, a mesma reprovação alcança a todos cristãos que hoje negligenciam a doutrina da Ceia do Senhor ordenada por Cristo.

NÃO PODEMOS PARTICIPAR DA CEIA INDIGNAMENTE
Os apóstatas afirmam que não é pecado não participar da Ceia, mas isso é só mais uma mentira. Vejamos: 

Não participar da Ceia significa falta de discernimento do corpo e do sangue de Cristo, por ignorar o verdadeiro significado do pão e do cálice, e por supor que o memorial seja um ritual morto, menosprezando assim o tremendo preço que nosso Salvador pagou por nossa salvação.

O pão é o corpo de Cristo. O vinho é o seu sangue. O corpo e o sangue de Cristo. E todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpado de PECAR CONTRA O CORPO E O SANGUE DO SENHOR. (1 Coríntios 11:27).

Se fosse só uma refeição, uma comida qualquer, pouco importaria a forma como comemos. Mas é pecado comer o corpo de Cristo e beber o seu sangue INDIGNAMENTE.

É importante ressaltar que somos por natureza indignos de participar da Mesa do Senhor, e não é disso que o texto trata. Mas, da forma indigna de participar da Ceia sem discernir o corpo e o sangue de Cristo. Se dignidade meritória fosse requerida, ninguém poderia participar da Mesa do Senhor.

Paulo exorta a igreja de Corinto a não participar da Ceia do Senhor indignamente. Muitas pessoas interpretam este texto como sendo uma exortação a respeito de pecados ocasionais ou ocultos, mas na verdade a exortação de Paulo é em relação à perda de significância da Santa Ceia do Senhor para algumas pessoas.

O corpo de Cristo é o templo de Deus. Jesus afirmou que os judeus derrubariam o templo de Deus, e em três dias Ele o levantaria. Quando Jesus disse isso Ele falava do templo do seu próprio corpo que fora derrubado e reerguido em favor de muitos (João 2:19-21).

O sangue de Cristo é a tinta usada na firma da Nova Aliança, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados (Mateus 26:28).

Encarar essa exortação de Paulo como sendo especificamente acerca de um pecado ocasional ou não confessado, por exemplo, traz alguns problemas. Quem pensa assim geralmente entende que esse pecado afasta a pessoa apenas da participação da Santa Ceia do Senhor. Mas na verdade, participar da Ceia sem discernir o corpo é pecado grave. Não participar da Ceia também é não discernir o corpo que foi entregue em favor de muitos, e também não discernir as Escrituras e a fé que diz seguir.

Portanto, participar da Ceia do Senhor esquecendo-se do seu real significado, é participar indignamente. Por banalizar o sacrifício de Cristo em favor de muitos, e profanar a comunhão com Cristo, tal pessoa acaba trazendo sobre si mesma condenação e morte.

Antes de participar da santa Ceia, devemos nos examinar para ver se estamos de fato discernindo que o pão e o vinho são o corpo de Cristo e o sangue da Nova Aliança em favor de muitos. Caso contrário traremos julgamento contra nós mesmos.

Por isso muitos estão fracos e doentes e alguns até morreram (1 Coríntios 11:28-30).

Portanto, comer e beber a Ceia como se fosse uma simples refeição, uma coisa comum ou sem fazer um juízo próprio, é comer e beber "indignamente". É ser culpado, não apenas de desonrar a Pessoa ali representada, como seu corpo e seu sangue, cujas figuras, pão e vinho, estão sendo tratadas com tamanha indiferença.

Devemos ter em mente nossa extrema culpa, que demandava o juízo divino, o qual foi satisfeito pelo valor infinito do sofrimento de Cristo atingido pelo juízo contra o nosso pecado lançado sobre Ele, e pela graça que assim nos alcançou. Para o cristão não deveria existir um momento mais importante e solene do que este em que ele relembra, sob a ordem do Senhor, a causa primeira de sua salvação eterna.

Porque, ao comerdes, cada um toma, antecipadamente, a sua própria Ceia; e há quem tenha fome, ao passo que há também quem se embriague (1 Coríntios 11.21).

Os apóstatas afirmam que a indignidade diante da Ceia tem relação direta com a demonstração de egoísmo que os coríntios manifestaram com outros membros na questão alimentar. Assim, a indignidade era a atitude egoísta dos ricos, e não uma desobediência doutrinária.

Os apóstatas afirmam também que Paulo queria resolver um problema social na igreja de Corinto, e não estabelecer uma doutrina sobre a celebração da Ceia do Senhor. Para eles, indignidade estava relacionada com a postura dos ricos humilhando os pobres.

Porém a verdade bíblica é que Paulo descreve a origem do problema, que era a divisão. Os coríntios divididos na igreja estavam tomando a Ceia uns antes dos outros. De fato, havia uma tensão entre ricos e pobres na igreja de Corinto.

Ao ordenar que eles esperassem uns pelos outros, Paulo estava lembrando aos cristãos da comunidade que eles deviam celebrar a Ceia juntos, pois a unidade é uma das implicações da Mesa do Senhor (1 Coríntios 10:17).

Se alguém tem fome, coma em casa, a fim de não vos reunirdes para juízo (1 Coríntios 11:34).

Paulo se dirige aos mais pobres que em algumas situações tiveram fome, por causa do egoísmo de alguns coríntios ricos. A ordem de Paulo foi para que eles fizessem suas refeições em suas próprias casas. Da mesma forma, embora houvesse pobres na igreja, eles não eram miseráveis que não tinham o que comer. No contexto da passagem, eles poderiam comer em suas casas.

De acordo com a instrução de Paulo, os mais pobres deveriam comer em casa, isto porque a Mesa do Senhor não era para matar a fome física. Antes, quando eles se reuniam para participar da Ceia do Senhor, eles deveriam alimentar-se de Jesus Cristo. Os coríntios precisavam entender que Jesus é o alimento. Isto não quer dizer que as necessidades dos pobres não devam ser assistidas. Quer dizer que a Mesa do Senhor não deve ser confundida com uma refeição.

Em termos de princípio, pode-se deduzir que de acordo com o testemunho de Paulo a Ceia do Senhor não deveria ser equiparada a uma refeição. Essa clara distinção que Paulo faz entre a refeição e a Mesa do Senhor mostra que é impossível sustentar, sem muitas dificuldades, a noção estabelecida em círculos liberais, e sobretudo pelos apóstatas contemporâneos, que a Ceia do Senhor deve ser vista como uma refeição.

Quando a Igreja se reúne para comer o pão e beber o vinho, eles não estão simplesmente matando a fome de pão, mas celebrando a nova aliança com base no sacrifício de Jesus e alimentando-se do próprio Cristo.

Havia uma doutrina sobre a Ceia do Senhor como um princípio geral que os coríntios estavam violando. Não se trata, nem de longe, de negar o problema de desigualdade social.

Porém, não podemos reduzir a questão do conflito entre pobres e ricos como uma indignidade passível de morte, ainda mais diante do ensino geral da doutrina cristã sobre a Ceia do Senhor.

Paulo resgata o relato da última Ceia para definir a postura correta diante da Ceia, e relembrar o sentido da Ceia ordenado por Jesus Cristo.

A CEIA É SANTA
Os apóstatas se opõem contra a Ceia dizendo que ela não é santa. Mas, isso é apenas mais uma mentira. Vejamos o contexto para ver como Paulo enxergava a Santa Ceia:

A Ceia sempre teve apenas dois elementos: o vinho e o pão. Estes elementos são os mesmos com que o Sacerdote Melquisedeque abençoou a Abraão, o qual é pai de todos nós (Genesis 14:18).

"Não é verdade que o CÁLICE da bênção que ABENÇOAMOS é a PARTICIPAÇÃO no sangue de Cristo e que o pão que PARTIMOS é a PARTICIPAÇÃO no corpo de Cristo?" (1 Coríntios 10:16).

Paulo afirma que a Santa Ceia é a participação do crente no sangue imaculado de Cristo. Ora, se a Ceia envolve o corpo e o sangue de Cristo, então ela é santa. E vou mostrar o motivo:

O cálice é abençoado. Mas, Paulo afirmou que PARTICIPAR da mesa envolve a comunhão com o ser ao qual a adoração está sendo dirigida. Portanto, um cristão ao participar da Mesa do Senhor está em comunhão com o Senhor. Participar é tomar parte do corpo e do sangue, de acordo com Paulo. O apóstolo explica que participar significa ter uma parte, ou união com a divindade.

Partir o pão é ter parte com o Senhor através da comunhão com nossos irmãos.

"Vocês não podem beber do cálice do Senhor e do cálice dos demônios; não podem participar da Mesa do Senhor e da mesa dos demônios. (1 Coríntios 10:21).

Paulo usa a santa Mesa do Senhor, e a contrasta com a profana mesa dos demônios. Ou seja, a Ceia é santa porque é a Mesa do Senhor.

A CEIA NÃO É A PÁSCOA JUDAICA
Os apóstatas se opõem contra a Ceia dizendo que ela é a Páscoa judaica. Mas, isso é apenas mais uma mentira. Vejamos:

Claramente podemos traçar um paralelo entre a Ceia do Senhor e a Páscoa. Porém não devemos cometer o erro de confundir a Santa Ceia com a Páscoa judaica.

O paralelo que podemos estabelecer é principalmente pelo fato de que Cristo é a nossa Páscoa. Ele foi sacrificado por nós como um cordeiro pascal (1 Coríntios 5:7). Por isto Ele é o verdadeiro Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Seu corpo moído na cruz e partido na Ceia, e seu sangue derramado na cruz e abençoado na Ceia, proveram a redenção de seu povo.

A Nova Aliança foi evidenciada na Ceia antes da morte de Jesus Cristo. Ali Jesus celebrou a última Páscoa, e instituiu a Ceia. Ele também deu as recomendações necessárias para que seu povo observasse essa ordenança até o dia de sua volta.

Enquanto os judeus comemoram a Páscoa esperando um novo livramento como o Êxodo, os cristãos participam da Santa Ceia do Senhor lembrando do seu sacrifício. O Salvador que deu sua vida em resgate de seu povo, em breve voltará e juntos cearemos com Ele.

Na Páscoa o cordeiro assado era o símbolo do Cristo que seria sacrificado, mas na Ceia que celebramos e que foi revelada a Paulo, havendo Cristo já sido morto e ressuscitado, o símbolo é o pão, não o cordeiro assado. O pão partido representa morte e o vinho separado em um cálice é figura do sangue da Nova Aliança, o que também tem sua vigência por meio da morte do testador.

A Páscoa judaica era uma figura do sacrifício de Cristo; a Ceia do Senhor é um memorial do sacrifício de Cristo e um anúncio de sua morte. Na Páscoa no Egito o sangue do cordeiro foi passado nas ombreiras das portas das casas dos hebreus; na Ceia do Senhor o vinho, figura do sangue do real Cordeiro que é Cristo, é bebido.

O SIGNIFICADO DA CEIA
A natureza da Ceia de Jesus com seus discípulos nos evangelhos sinóticos tinha o caráter de uma celebração sacrificial. Pode-se chegar a essa conclusão observando a introdução à narrativa da última Ceia do Evangelho de Lucas, bem como a linguagem vicária e sacrificial, que é comum em todos os evangelhos sinóticos e também no texto paulino.

Que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim (1 Coríntios 11.23-35).

O Evangelho de Lucas não deixa dúvida que o contexto da última Ceia de Jesus com seus discípulos transcorreu numa cerimônia pascal:

Chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa, e com ele os apóstolos. E disse-lhes: Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes do meu sofrimento. Pois vos digo que nunca mais a comerei, até que ela se cumpra no reino de Deus. (Lucas 22.14-16).

Além da evidência de Lucas acerca do contexto pascal da última Ceia de Cristo com os seus discípulos, todos os evangelhos sinóticos, bem como o texto paulino, registram a linguagem vicária da entrega que Jesus fez de si mesmo. Todas as narrativas concordam que Jesus entregou a si mesmo de maneira vicária em favor de muitos.

Assim, na última Ceia de Jesus com os seus discípulos, ele se referiu a sua morte na cruz como uma morte sacrificial, ou seja, uma morte vicária para a remissão dos pecados de muitos. 

O entendimento que os cristãos primitivos tiveram, inclusive Paulo, era que a Ceia do Senhor significava uma celebração da nova aliança fundamentada na morte de Jesus em lugar do seu povo. Pode-se chegar a essa conclusão considerando que, Paulo já havia feito alusão ao pão asmo, referindo-se a Jesus como ‘nosso cordeiro da páscoa’ que foi sacrificado, e isso mostra que, para Paulo, as palavras ditas na Última Ceia significam que Jesus estava cumprindo o papel sacrificial do cordeiro no estabelecimento da nova aliança.

Este contexto sacrificial é evidenciado na repreensão que Paulo faz aos coríntios. Jesus Cristo estabeleceu a Ceia para que os seus discípulos pudessem alegrar-se no perdão de Deus, com base no sacrifício que ele fez de si mesmo, de uma vez por todas.

A base da Ceia sacrificial encontra-se no próprio sacrifício: por causa de seu caráter expiatório, o sacrifício abre caminho para o comer o pão e beber o vinho com um coração que se alegra no favor de Deus.

O SIGNIFICADO DO PÃO E DO VINHO
Na última Ceia com os seus discípulos, Jesus Cristo deu significado ao pão e ao vinho e os relacionou com o seu corpo e o seu sangue. Portanto, a relação do pão e do vinho com o corpo e o sangue de Cristo é incontestável.

Para entendermos o sentido do pão e do vinho temos que continuar mantendo o foco no contexto sacrificial da última Ceia de Jesus com os seus discípulos, onde Jesus e os seus discípulos não estavam realizando o sacrifício da Páscoa requerido pela lei.

Dentro do contexto sacrificial, o Senhor Jesus, inaugurou a nova aliança, onde o seu sangue representa a base e a inauguração de um novo relacionamento dos discípulos para com Deus.

Assim, dentro do contexto sacrificial da Ceia de Jesus com os seus discípulos, tanto o pão quanto o vinho são os símbolos do seu sacrifício. Da mesma forma que a refeição pascal pressupunha o sacrifício de um cordeiro, os discípulos todas as vezes que comessem o pão e tomassem o cálice, deviam lembrar que o pão e o vinho, daquele momento em diante, simbolicamente representariam o sacrifício do próprio Cristo. Jesus não estava se sacrificando na Ceia, mas instituindo os elementos visíveis que serviram como sinais do sacrifício absoluto que ele realizaria na cruz do calvário.

Entretanto, apenas a elucidação da comparação simbólica do corpo e do sangue de Cristo com o pão e o vinho, por si mesma, não faz justiça ao texto sagrado em sua totalidade. Além do uso específico que Cristo fez, é preciso considerar a promessa de que seu corpo seria uma comida e seu sangue seria uma bebida (João 6:50-56). 

Neste ponto é importante considerar a visão de Paulo, com base na explicação que ele fez sobre a Mesa do Senhor em 1 Coríntios 10.16-21. Para o apóstolo, o alimento do povo de Deus é Cristo (1 Coríntios 10.4). Desta maneira, quando o povo de Deus se reúne para a Ceia do Senhor deve ter a consciência que comer do pão e beber do vinho implica em receber o Cristo para ter comunhão com ele. 

Para Paulo, ser participante da Mesa do Senhor, estabelece uma comunhão, dá acesso a uma realidade representada pelo pão, pelo vinho, por uma mesa, um alimento. Assim como participar da mesa dos demônios também dá acesso a uma realidade.

No dizer de Paulo, a Mesa do Senhor também apontava para a unidade do povo de Deus (1 Coríntios 10.17). Mesmo sendo a igreja do Senhor composta por muitos irmãos e irmãs, quando todos se reúnem para a comunhão com Cristo, o pão único representa que o povo de Deus é um só corpo. Comer pão junto na Ceia une os participantes e forma um vínculo de unidade, assim a Ceia instituída por Cristo comunica uma realidade de comunhão tanto vertical como horizontal. 

EM MEMÓRIA DE MIM
Ao trazer o relato da última Ceia, Paulo reafirmou aos coríntios que a Mesa do Senhor deve ser celebrada em memória de Jesus Cristo.

A Ceia do Senhor, através do pão e do vinho, simboliza e representa Cristo. Ao participarmos da Mesa do Senhor, de alguma forma, mantemos comunhão com Ele. Assim, a noção de simples memorial não contempla o ensino de Jesus e de Paulo sobre a Ceia do Senhor.

É necessário voltar ao contexto pascal da última Ceia de Jesus com os seus discípulos, pois o sentido da Mesa do Senhor está ligado ao contexto sacrificial da última Ceia. Cristo é o cordeiro pascal (1 Coríntios 5:9) que entregou sua vida como sacrifício vicário para a remissão dos pecados do seu povo. A morte de Cristo é o único caminho para a redenção. Desta forma, lembrar de Cristo na Ceia é recordar do valor infinito de seu sacrifício. É trazer à memória que a única forma de estar diante de Deus é através do sangue de Cristo derramado para remissão dos pecados. 

Na Páscoa judaica, o líder de cada família reconta a história dos eventos nacionais do passado para lembrar a cada participante de que ele tem uma continuidade com esses eventos. Algo semelhante pode estar em mente na ordenança cristã, obrigando aqueles que participam dela a se lembrarem da morte de Cristo não somente como um ato passado, mas como uma realidade presente.

Os coríntios descartavam a memória da obra de sacrificial de Jesus. Ao invés de participar da Ceia do Senhor em seu contexto sacrificial, não era a Ceia do Senhor que eles comiam negligenciando os termos da ordenança de Jesus.

Em nossos dias, mais do que nunca, precisamos reafirmar que a doutrina da Palavra de Deus precede, define e orienta a prática da igreja. Dito isto, nosso grande desafio é a reafirmar novamente o conteúdo doutrinário que Jesus instituiu na Ceia com seus discípulos, que é o mesmo que Paulo aplicou à igreja de Corinto. 

CONCLUSÃO
Reunir-se em torno da Mesa do Senhor é reconhecer que a ministração correta da Mesa do Senhor exige proclamação da cruz, esperança pelo retorno do Rei, cuidado para não comer indignamente o pão e o vinho. A Mesa do Senhor requer autoexame, discernimento e julgamento de si mesmo a fim de viver de maneira santa diante de Deus. 

Diante de tudo que a Mesa do Senhor sinaliza e representa, a única atitude plausível que os coríntios podiam tomar era celebrar a Ceia juntos. Por isso, eles precisavam esperar uns pelos outros, pois a unidade é uma das implicações da Mesa do Senhor (1 Coríntios 10:17).

Ainda que as questões sociais sejam importantes, deve-se ter cuidado para não usar o contexto da Ceia do Senhor de maneira imprópria. É importante fazer justiça ao pobre, mas também é importante fazer justiça ao texto bíblico, do contrário jamais se fará justiça nem ao pobre e nem a qualquer outro assunto tido por relevante. 

O Evangelho nos leva a uma vida de amor ao próximo, e seu cuidado. Mas, o cuidado do pobre não é o Evangelho. Jesus é cordeiro que derramou seu sangue pelos nossos pecados. 

Diante da Mesa do Senhor, todas as vezes que partimos o pão e bebemos o cálice do Senhor até que ele venha, anunciamos e recordamos que o sangue do cordeiro de Deus concede a passagem para a aliança com Deus. Nesse sentido, a Mesa do Senhor, é uma festa que celebra os feitos de Deus. Nela, não há espaço para que nossos atos de bondade sejam contados. Se tomarmos a Mesa do Senhor e o seu discernimento como ajuda ao pobre, ainda não entendemos o Evangelho.

Dito isto, é importante reafirmar que a mensagem de Paulo sobre a santa Ceia considera os seguintes pontos básicos: 

1- A Mesa do Senhor não é uma refeição; 

2- A Mesa do Senhor é uma ordenança de Cristo, para que o seu povo reunido em culto, olhe para trás e celebre os benefícios da nova aliança no presente, mantendo os olhos no dia do retorno do Senhor; 

3- A mesa da Ceia não é aberta a todos e todas indistintamente. Somente podem tomar parte nela aqueles aptos a praticar o autoexame, discernir o corpo e o sangue de Cristo e a julgar a si mesmo, com base nos princípios objetivos da Palavra de Deus.

Portanto, quando se analisa a luz das Escrituras, o ensino de Paulo sobre a Mesa do Senhor direciona corretamente a compreensão e prática da igreja diante da Mesa do Senhor. 

A mensagem de Paulo sobre a Ceia do Senhor desafia a interpretação dos apóstatas contemporâneos que reduz a mesa de Cristo a uma mera refeição contra as injustiças sociais.

O exame verdadeiro da Mesa do Senhor por meio das Escrituras exige que novamente possa ser ouvida a doutrina da igreja primitiva, dos pais da Igreja, dos reformadores, e a própria teologia bíblica. 




A MENTIRA DOS APÓSTATAS – O BATISMO NAS ÁGUAS NÃO DEVE SER PRATICADO



A APOSTASIA DOS ÚLTIMOS TEMPOS

Paulo nos alerta que o dia de Cristo, o dia da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com Ele, não chegará antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, que se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. (2 Tessalonicenses 2:2-4).

A apostasia já está presente no mundo, onde vemos pessoas abandonando a comunhão dos santos, e negando a congregação dos irmãos.

Mas essas pessoas não apenas se negam a congregar com os irmãos, elas negam também a comungar com os irmãos, negando assim a fé comum.

Ao negarem a fé comum, os apóstatas se opõe e se levantam contra tudo o que se chama Deus, ou que se adora proferindo mentiras e enganado os incautos. Vejamos:

A MENTIRA DOS APÓSTATAS – O BATISMO NAS ÁGUAS NÃO DEVE SER PRATICADO
Se opõem contra o batismo nas águas dizendo que é um rudimento que não deve ser mais praticado porque Paulo disse que não batizava e não foi enviado para batizar.

A VERDADE DA BÍBLIA

PAULO BATIZOU ATÉ O FIM DO SEU MINISTÉRIO
Os apóstatas afirmam que Paulo não batizava nas águas. Mas isso é mais uma mentira. 

Paulo já tendo sido arrebatado ao terceiro céu e tendo já recebido, por revelação, o Evangelho que pregou por todo o seu ministério, foi a Jerusalém ver os apóstolos em duas ocasiões. Vejamos:

A partir de Gálatas 1:11 Paulo afirmou que o evangelho que ele anunciava não é segundo os homens, mas ele o recebeu por revelação de Jesus Cristo. Após TRÊS ANOS de convertido, Paulo foi a Jerusalém e passou 15 dias com Pedro e Tiago.

Em Gálatas 2:1,2 Paulo diz que passados CATORZE ANOS desse primeiro encontro com Pedro e Tiago, ele foi a Jerusalém novamente, e expôs aos apóstolos Pedro, Tiago e João o Evangelho que pregava aos gentios. (Gálatas 1:11,12).

Assim, quando Paulo foi a Corinto onde batizou Crispo, Gaio e a família de Estéfanas, ele já estava no fim de sua segunda viagem missionária, e já era convertido há 20 anos.

Depois Paulo inicia a sua última viagem missionária, e chega em Éfeso onde permaneceu por três anos, e batizou pelo menos 12 pessoas. Nesta época Paulo já tinha mais de 20 anos de convertido, e já estava próximo de ser preso e levado para Roma para ser julgado.

Paulo afirmou que não batizou nenhum membro da Igreja de Corinto, exceto Crispo, Gaio e a família de Estéfanas. Fora estes, Paulo afirmou que não se lembrava de ter batizado mais ninguém de Corinto. 

Paulo permaneceu um ano e meio em Corinto (Atos 18:11). E, embora afirmasse não se lembrar, a Bíblia relata que junto com Crispo, o líder judeu, houve muitos outros batismos em Corinto enquanto Paulo estava por lá. Vejamos:

E Crispo, principal da sinagoga, creu no Senhor com toda a sua casa; e muitos dos coríntios, ouvindo-o, creram e foram batizados (Atos 18:8).

Paulo não disse que não batizou. Ele disse AOS CORÍNTIOS: a nenhum de VÓS batizei, senão a Crispo e a Gaio. Paulo está falando somente da Igreja de Corinto. Pois, permanece o fato de que quando Paulo batizou Crispo, Gaio, a família de Estéfanas e muitos outros, ele já tinha mais de 20 anos de convertido.

E complementou dizendo que não fora chamado por Cristo para batizar, mas sim para anunciar as boas-novas (1 Coríntios 1:14-17).

Paulo estava falando que a ele pessoalmente importava mais pregar o Evangelho. Já na primeira carta aos Coríntios, Paulo esclarece que cada um faz o trabalho do qual o Senhor o encarregou. Paulo explica: Eu plantei e Apolo regou, mas quem fez crescer foi Deus. (1 Coríntios 3:5,6).

O fato de Paulo batizar a poucos em Corinto e dizer que não foi chamado para batizar não significa que o batismo nas águas deva ser banido da fé cristã, mas sim que isso é um ministério de outros cristãos. Isso fica evidente, pois logo após Paulo sair de Corinto (Atos 18:18,19) ele foi para Éfeso onde batizou os novos convertidos (Atos 19:1-5).

Os apóstatas não conhecem os tempos bíblicos. O texto de Atos 19 retrata a última viagem missionária de Paulo. Ele já havia deixado Corinto quando chegou em Éfeso e batizou 12 pessoas. Ocorre que nesta época Paulo já tinha mais de 20 anos de convertido.

Paulo batizou Crispo, Gaio e a família de Estéfanas em Corinto, E foi em Corinto que ele escreveu as duas cartas aos Tessalonicenses no mesmo período em batizava. Depois foi a Éfeso e batizou também lá.

Na verdade, o que os apóstatas afirmam é que Jesus deu a ordem do batismo aos seus discípulos, e depois revogou esta ordem em Paulo.

Acontece que temos a ordem, mas não a revogação na Bíblia, e o próprio Paulo batizou em Corinto, e prosseguiu batizando depois de passar em Corinto. A Bíblia mostra que Paulo batizou em Éfeso. Paulo deixa claro: “Batizei também a família de Estéfanas”.

Paulo batizou poucas pessoas na Igreja de Corinto porque havia grupinhos naquela igreja. Por isso Paulo afirmou que não batizou muitos EM CORINTO para que ninguém dissesse que foi batizado em seu nome" (1 Coríntios 1:15), porque os crentes são batizados em nome de Jesus.

Vejamos o contexto:

Fiel é Deus, pelo qual fostes CHAMADOS PARA A COMUNHÃO de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor. Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, E QUE NÃO HAJA ENTRE VÓS DISSENSÕES; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer. Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloé que HÁ CONTENDAS ENTRE VÓS.

Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou FOSTES VÓS BATIZADOS EM NOME DE PAULO?


Dou graças a Deus, porque A NENHUM DE VÓS batizei, SENÃO a Crispo e a Gaio, PARA QUE ninguém diga que fostes BATIZADOS EM MEU NOME.


E batizei também a família de Estéfanas; além destes, não sei se batizei algum outro. Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã. (1 Coríntios 1:9-17)


A primeira e principal finalidade da primeira carta de Paulo aos coríntios é tratar a dissensão, a contenda entre eles. E Paulo de cara já aborda este assunto.

Paulo afirma que os cristãos de Corinto foram chamados para viverem em comunhão. Mas havia contendas entre eles porque alguns diziam eu sou adepto de Paulo; e outros afirmavam ser seguidores de Apolo, e outros ainda de Pedro; e outra parte também dizia que apenas eles eram os verdadeiros seguidores de Cristo.

Paulo então pergunta se algum deles foi batizado em nome de Paulo. E diz que dá graças a Deus por não ter batizado ninguém de Corinto, com exceção de Crispo e Gaio.

Paulo explica que dá graças a Deus porque assim poderá refutar aqueles que dizem ser seguidores de Paulo porque nenhum deles foi batizado em nome de Paulo, e nem sequer foi batizado por ele.

Por fim Paulo esclarece que lembrava de ter batizado toda a família de Estéfanas. E finaliza o contexto dizendo que o seu chamado não é para fazer batismos, mas pregar o evangelho. Sua tarefa primária foi a de pregar as boas novas, assim como todo cristão.

No contexto Paulo dá graças a Deus pela providência divina que o levou a batizar tão poucos em Corinto. Está claro que aqui ele não pretende depreciar o batismo; ele apenas o coloca em seu devido lugar, como ato simbólico, que aponta o fato real da identificação com Cristo pela fé.

Está claro também que Paulo batizava.

Qual a conclusão:

1- Paulo sabia que o seu chamado primário era para pregar e não para batizar.
2- Mesmo assim, Paulo batizou em Corinto Crispo, Gaio e toda a família de Estéfanas.
3- Após deixar Corinto (Atos 18:18,19), Paulo batizou 12 pessoas em Éfeso (Atos 19:1-5).
4- Por 2 mil anos todas as igrejas dos santos têm praticado o batismo nas águas

A PRÁTICA DO BATISMO NÃO É RUDIMENTO
Os apóstatas afirmam que rudimento é aquilo que não deve ser mais praticado. Mas, isso é mais uma mentira.

Rudimento não tem nada a ver com a prática, mas é uma noção elementar do conhecimento doutrinário. Por isso, em Hebreus é ensinado que os crentes devem deixar os rudimentos da doutrina de Cristo, e prosseguir até à perfeição. Vejamos todo o contexto:

Temos muito que dizer, coisas de difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir. De fato, embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite, e não de alimento sólido! Quem se alimenta de leite ainda é menino, e não tem experiência no ensino da justiça.

Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal. Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno. (Hebreus 5:11-14 - Hebreus 6:1,2)


Observem que o autor não fala de prática, mas sim de aprendizado acerca dos ensinamentos mais básicos da doutrina de Cristo. O autor então exemplifica quais seriam estes conceitos mais básicos da doutrina de Cristo, os quais os hebreus convertidos já deveriam ter aprendido:

- Arrependimento de obras mortas e de fé em Deus – A própria conversão;
- Doutrina dos batismos – Não fala de prática, mas sim dá doutrina de batismos (no plural engloba o batismo nas aguas e o batismo com o Espírito Santo);
- A imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno. – O beabá da doutrina de Cristo.

Fica muito claro que o autor afirma que os hebreus pelo longo tempo que tinham de convertidos já deveriam ser mestres e estarem ensinando aos novos convertidos. Mas, eles ainda eram meninos no conhecimento da doutrina de Cristo, e precisavam que alguém ainda lhes ensinasse os princípios básicos da doutrina de Cristo.

Observe que se fosse para abandonar a prática como afirmam os apóstatas, teríamos que abandonar não somente o batismo nas águas, mas até mesmo a fé em Deus.

Assim, sabemos que o autor apenas afirmou que os hebreus deveriam estar num nível mais avançado acerca do conhecimento da doutrina de Cristo.

O batismo nas águas não é uma recomendação de Jesus, mas sim uma ordem. O verbo está no imperativo. Não deveria nem ser questionado.

JESUS BATIZAVA
Os apóstatas também costumam dizer que Jesus nunca batizou ninguém no seu ministério terreno. Mas isso também é mais uma mentira dos apóstatas.

Jesus batizava sim, mas 'por procuração':

"Depois disto foi Jesus com os seus discípulos para a terra da Judeia; e estava ali com eles, e batizava" (João 3:22).

Outra passagem no evangelho de João esclarece que era através de seus discípulos que o batismo era ministrado, e não pessoalmente por Jesus.

"E quando o Senhor entendeu que os fariseus tinham ouvido que Jesus fazia e batizava mais discípulos do que João (ainda que Jesus mesmo não batizava, mas os seus discípulos), deixou a Judeia, e foi outra vez para a Galileia" (João 4:1-3).

Além disso, o fato dos discípulos estarem fazendo algo na presença do Mestre significa concordância do Mestre. É por isso que em Lucas 6:1-3, os discípulos de Jesus recolhiam milho num sábado na presença de Jesus, e os fariseus acusaram ao Senhor, e não os seus discípulos, de violar o sábado.

O fato de Jesus não batizar pessoalmente as pessoas não fazia grande diferença para aqueles que eram batizados, pois o batismo era válido mesmo assim. Quando você dá a alguém uma procuração tudo o que essa pessoa fizer em seu nome, dentro dos poderes especificados na procuração, será legalmente reconhecido. E Jesus passou essa procuração quando disse aos discípulos: "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mateus 28:19).

O BATISMO DE JOÃO NÃO É O MESMO BATISMO CRISTÃO
Os apóstatas afirmam que o batismo que João Batista praticava é o mesmo batismo cristão. Se fosse, os discípulos de João não teriam sido rebatizados a Jesus em Atos 19:1-5.

O batismo de João Batista era um batismo de arrependimento e por isso os judeus que eram batizados por João Batista confessavam seus pecados. Porém, Jesus não confessou coisa alguma porque não tinha pecados; ao ser batizado ele apenas orava. Jesus quis se identificar com aquele remanescente de judeus que reconheciam a ruína de Israel e aguardavam a restauração do reino, e até surpreendeu a João Batista.

"E toda a província da Judeia e os de Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por ele no rio Jordão, CONFESSANDO OS SEUS PECADOS... E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado também Jesus, ORANDO ELE, o céu se abriu" (Marcos 1:5; Lucas 3:21).

O batismo de João Batista era um batismo de arrependimento, onde os batizados confessavam os seus pecados.

O batismo cristão nunca teve confissão de pecados, nem na Bíblia e nem nas igrejas dos santos.  

Ninguém na Bíblia e na Igreja JAMAIS associou a ordenança de Jesus em batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo com o batismo de arrependimento de João Batista.

O batismo de João Batista não está mais em vigor. O livro de Atos mostra que o batismo de João não é o batismo cristão nas águas realizado nas igrejas. Isso fica evidente quando Paulo, já no fim de seu ministério, encontrou e rebatizou 12 discípulos em Éfeso (Atos 19:1-5).

Paulo pergunta se eles receberam o Espírito Santo quando creram. Eles responderam que nem sabiam o que era o Espírito Santo.

Paulo então pergunta em qual batismo eles foram batizados quando creram. E eles disseram que foram batizados no batismo de João.

Paulo explicou-lhes então que o batismo de João servia para manifestar o desejo de arrependimento, mas que os que recebiam esse batismo tinham de dar um passo adiante. E logo que souberam disto, foram batizados no nome do Senhor Jesus - Batismo nas águas (Atos 19:1,3,4).

Aqui Paulo esclarece que o batismo de João não é o batismo praticado pela igreja de Cristo. Paulo rebatizou aqueles que haviam recebido o batismo de João. E o mais importante é que Paulo já tinha mais de 20 anos de convertido.

O BATISMO NAS ÁGUAS NÃO É DA LEI
Os apóstatas também afirmam que o batismo nas águas é da Lei e apenas para os judeus. Contudo, não há nenhuma passagem no Antigo Testamento onde alguém tenha recebido de Deus o mandamento de “ir e batizar” outras pessoas ou grupos de pessoas. Tal mandamento só aparece no Novo Testamento após a ressurreição de Jesus Cristo.

Jesus ordenou a pregação, o batismo e o discipulado a TODA CRIATURA por TODO O MUNDO. Ele também ordenou: ide, fazei discípulos de TODAS AS NAÇÕES, BATIZANDO-OS em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. (Mateus 28:19).

Nem mesmo o batismo de João Batista é da Lei. E isto fica evidente quando Jesus perguntou aos líderes judaicos:

O batismo de João era do céu, ou dos homens?
Eles discutiam entre si, dizendo: "Se dissermos: ‘do céu’, ele perguntará: ‘Então por que vocês não creram nele? ’
Mas se dissermos: ‘dos homens’, todo o povo nos apedrejará, porque convencidos estão de que João era um profeta".
Assim, responderam: "Não sabemos de onde era". (Lucas 20:4-7).

Observem que Jesus, após a morte de João Batista, se refere ao batismo de João no tempo passado (o batismo de João ERA).

Mas, o batismo de Jesus por João Batista mostrou a aprovação do Senhor Jesus ao batismo de João Batista, sendo um testemunho que esse batismo era do céu e aprovado por Deus.

O mais importante é que o batismo público de Jesus registrou para todas as gerações futuras a personificação perfeita do Deus trino revelado na glória do céu. Foi um testemunho diretamente do céu do prazer do Pai com o Filho e da descida do Espírito Santo sobre Jesus (Mateus 3:16,17).

Portanto, as Igrejas dos santos não praticam o batismo de arrependimento de João Batista, mas cumprem a ordem dada pelo Senhor Jesus de ir, batizar e fazer discípulos de TODAS AS NAÇÕES. Esta ordem foi dada após Jesus afirmar que TODO PODER Lhe fora dado nos céus e na terra, e foi obedecida pelos apóstolos, inclusive Paulo até o fim de seu ministério.

É muita presunção dos apóstatas julgarem que apenas eles, os falsos teólogos da Internet, conhecem a verdade, a despeito de todos os crentes que há dois mil anos professam e praticam o batismo, incluindo Paulo.

Clemente de Roma escreveu sobre o batismo. Ele era companheiro e colaborador do apóstolo Paulo. O apóstolo fala deste colaborador na carta aos Filipenses (cap.4.3), escrita quando Paulo estava preso: “pois juntas (a Evódia e a Sintique) se esforçaram comigo no Evangelho, também com Clemente e os demais cooperadores meus, cujos nomes se encontram no livro da vida”.

Desde de Clemente de Roma, cooperador de Paulo, passando por todas as confissões de fé desde a Reforma, até aos nossos dias, todos os crentes professaram e praticaram o batismo nas águas.

Agora, dois mil anos depois, vêm estes apóstatas, “os iluminados”, arrogantemente negar o batismo praticado pela IGREJA desde o Pentecostes.

Eles não compreendem o que Paulo disse:

Anulamos então a lei pela fé? De maneira nenhuma! Pelo contrário, confirmamos a lei. (Romanos 3:31).

Pois bem, então se somos salvos pela fé, quer isso dizer que já não precisamos de obedecer às ordenanças de Deus? É justamente o contrário! Com efeito, somente quando temos fé estamos a confirmar o valor das ordenanças.

PAULO FOI BATIZADO
Os apóstatas também costumam dizer que Paulo não foi batizado nas águas. Contudo, Atos 9:18 mostra que Paulo foi batizado nas águas. E a Bíblia mostra que o batismo praticado pela Igreja Primitiva era o batismo nas águas, como quando Felipe batizou o eunuco em Atos 8 com a aprovação do Espírito Santo.

E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado?
E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou. E, quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu caminho. (Atos 8:36-39).

Não basta mostrar que Felipe batizou o eunuco nas águas. Para os apóstatas, Felipe era da circuncisão. Porém, a Bíblia mostra que Felipe foi guiado pelo Espírito Santo. Ou será que o Espírito Santo também é da circuncisão?

O batismo nas águas é uma de duas ordenanças que Jesus instituiu para a igreja. Pouco antes da Sua ascensão, Jesus disse: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século" (Mateus 28:19-20). 

Estas instruções especificam que a igreja tem a responsabilidade de ensinar a palavra de Jesus, de fazer discípulos e de batizá-los. Essas coisas devem ser feitas em todos os lugares ("todas as nações") até "à consumação do século." Então, ainda que não tivéssemos outra razão, o batismo deve ser praticado porque Jesus o ordenou.

O BATISMO FOI ENSINADO NAS CARTAS DOS APÓSTOLOS
Os apóstatas afirmam que nenhum apóstolo ensinou o batismo nas águas em suas cartas às igrejas. Mas isso também é só mais uma mentira.

A menção ao batismo nas águas é encontrada nas cartas dos apóstolos, já que Paulo disse que a família de Deus se sustenta sobre o ensinamento dos apóstolos, e não somente de Paulo.

Devemos sempre ter em mente que ainda que certas coisas não tenham sido ensinadas pelos apóstolos em suas epístolas, as ações deles confirmam aquilo que aprenderam diretamente do Senhor principalmente nos 40 dias que passou com eles, já ressuscitado e antes de subir ao céu. (Atos 1:3).

Atos dos Apóstolos registra cerca de 30 anos da vida dos apóstolos. Não podemos nos fundamentar apenas no que os apóstolos escreveram em suas cartas, mas também no que fizeram. Por isso Paulo disse: ‘Sede meus imitadores”. Apenas podemos imitá-los considerando o que eles fizeram.

Eles escreveram pouco sobre o batismo porque consideravam a doutrina dos batismos como parte do beabá, da doutrina de Cristo. Ou seja, é uma doutrina básica demais para ser ensinada em uma carta, que custava tempo e muito dinheiro para ser produzida. Além disso, era algo atestado pela prática cotidiana.

Mas, Pedro nos diz em sua primeira carta:

Quando a longanimidade de Deus esperava, nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas, isto é, oito almas se salvaram ATRAVÉS DA ÁGUA, que também AGORA vos salva por uma verdadeira figura, O BATISMO, o qual não é o despojamento da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo. (1 Pedro 3:20,21)

Portanto é bom lembrar que o batismo nas águas não salva no sentido eterno. Mas, o batismo nas águas, como uma figura, nos salva, não pela remoção da sujeira do corpo, mas porque no batismo os crentes declaram ter uma boa consciência diante de Deus por meio da ressurreição de Jesus Cristo.

O batismo da água simboliza a purificação espiritual relacionada com a participação na morte de Cristo e no poder de Sua ressurreição para que o crente batizado possa ter o coração verdadeiro, purificado da má consciência, e o corpo lavado com água limpa do batismo. (Hebreus 10:22).

Quando perguntado sobre o que fazer para receber a salvação, Pedro assim respondeu:

“Vocês devem se arrepender, para o perdão de seus pecados (no sentido de justificação, e não de expiação), e cada um deve ser batizado em nome de Jesus Cristo. E então receberão o dom do Espírito Santo (Atos 2:38).

As palavras de Pedro estão em concordância com as palavras de Paulo no Areópago de Atenas: 

"Mas Deus não tendo levado em conta os tempos da ignorância, agora ele ordena a todas as pessoas, em todos os lugares, que se arrependam." (Atos 17:30).

Mas, as palavras de Pedro também estão em concordância a prática de Paulo em Éfeso: 

"Eles, tendo ouvido isto, foram batizados no nome do Senhor Jesus. E, quando Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo veio sobre eles, e tanto falavam em línguas como profetizavam." (Atos 19:5,6).

O BATISMO FOI PRATICADO PELOS APÓSTOLOS

"Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois TODOS NÓS FOMOS BATIZADOS EM UM ESPÍRITO, FORMANDO UM CORPO, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito." (1 Coríntios 12:12-13).

Paulo batizou os 12 pessoas nas águas, e então eles receberam o dom do Espírito Santo conforme as palavras de Pedro. Porém, o dom do Espírito Santo era recebido por pessoas que também eram batizados nas águas. 

É importante notar que as pessoas batizadas nas águas também receberam o dom do Espírito Santo. Mas nem sempre na mesma ordem. Vejamos:

JUDEUS - Atos 2:38: os judeus são introduzidos seguindo este processo:
1º - Arrependimento (os judeus eram primariamente culpados da rejeição e morte de seu Messias, portanto tinham muito de que se arrepender).
2º - Batismo nas águas
3º - Recebimento do dom do Espírito Santo

SAMARITANOS - Atos 8:14-17: os samaritanos eram gentios convertidos ao judaísmo:
1º - Fé (crer)
2º - Batismo nas águas
3º - Recebimento do dom do Espírito pela oração e imposição de mãos dos apóstolos.

GENTIOS - Atos 10:44-48: todos aqueles que não eram judeus ou samaritanos:
1º - Fé (crer)
2º - Recebimento do dom do Espírito Santo
3º - Batismo nas águas

DISCÍPULOS DE JOÃO BATISTA - Atos 19:1-7, um sub-grupo de judeus que eram os discípulos de João, que já haviam se apartado dos judeus e suas culpas:
1º - Fé (crer)
2º - Rebatismo nas águas (tinham sido antes batizados no João Batista).
3º - Recebimento do dom do Espírito Santo pela imposição das mãos do apóstolo.

Quando perguntado sobre o que fazer para receber a salvação, Pedro assim respondeu:

“Vocês devem se arrepender, para o perdão de seus pecados (no sentido de justificação, e não de expiação), e cada um deve ser batizado em nome de Jesus Cristo. E então receberão O DOM do Espírito Santo (Atos 2:38).

Fica comprovado que os apóstolos batizavam nas águas. 

HÁ UM SÓ BATISMO 
Se opõem contra o batismo nas águas dizendo é um rudimento que não deve ser mais praticado porque Paulo disse que há um só batismo, o do Espírito Santo.

Paulo realmente disse que há um só batismo, mas não disse qual era. Mas sabemos que o batismo nas águas é a primeira ordem direta de Cristo após sua vitória na cruz.

Não basta repetir textos como um papagaio que ouviu alguém dizer. Além de texto e contexto, precisamos conhecer os conceitos bíblicos utilizados nas Escrituras. Por que Efésios 4:4 Paulo usou a palavra corpo para se referir ao povo de Deus? Por que em outros textos usou a palavra noiva? Por que em outros textos usou Igreja? Por que em outros textos usou rebanho? Por que em outros textos usou aprisco?

São conceitos distintos que se referem ao povo de Deus. Por que Paulo usa somente a palavra igreja no plural, igrejas? Por que Jesus afirmou ter ovelhas de mais de um aprisco? A Bíblia jamais usou o termo rebanho, noiva ou corpo no plural para se referir ao povo de Deus.

Enquanto o Corpo de Cristo é formado pelo próprio Cristo como cabeça, membros, juntas e ligaduras, a Igreja é um ajuntamento de igrejas locais formado por crentes evangelizados e discipulados por pastores, evangelistas, mestres e diáconos, ou seja, ministros por meio dos quais os crentes vieram a crer (1 Coríntios 3:5).

O Corpo é místico porque sua função primordial é atar os membros uns aos outros e uni-los à Cristo. Já a função primária da Igreja é terrena e voltada ao homem perdido, isto é, pregar o Evangelho e fazer discípulos através do ensino da doutrina cristã.

O conceito de corpo e noiva são referentes à totalidade do povo salvo pela graça, mediante a fé em Jesus, e por isso não aparecem no plural, pois trata-se de uma unidade composta. Já rebanho abrange a noiva e os amigos do Noivo, os convidados para as bodas do Cordeiro.

Já igreja e aprisco têm o conceito de células ou partes do povo de Deus. Cristo afirmou que tinha ovelhas de outros apriscos, e enviou mensagens às sete igrejas da Ásia. Paulo enviou cartas à várias Igrejas, e por diversas vezes referiu-se às igrejas no plural.

Dito isto, o contexto de Efésios 4 é de unidade (e não de unicidade) como o próprio Paulo deixa claro logo nos primeiros versículos quando diz:

Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando guardar a UNIDADE do Espírito pelo vínculo da paz. (Efésios 4:2,3). 

E esta unidade é que forma um corpo. Logo o contexto não referenda a unicidade, mas sim a unidade realizada pelo batismo com o Espírito Santo.

Em 1 Coríntios 12:12 Paulo usa a figura do Corpo para explicar a unidade na diversidade dos crentes no Corpo.

“Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um Corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos bebemos de um Espírito”. (1 Coríntios 12:13).

O batismo do Espírito forma o Corpo que expressa a esfera da unidade efetuada pelo Pai, conforme pediu o nosso Senhor na oração sacerdotal (João 17:11). Um só Corpo é o objetivo do batismo do Espírito Santo a todos os crentes (1 Coríntios 3:1-3).

Em Efésios 4 a unidade de um só corpo contrasta com a diversidade geográfica (judeus e gregos) e de posição ou estado (escravos e livres).

Um só e o mesmo Espírito opera essa unidade que ocorre necessariamente pela habitação do Espírito Santo. Ou não sabeis que aquele que SE UNE ao Senhor é um só espírito com ele? (1 Coríntios 6:17). Unir-se ao Senhor através do corpo é o batismo com o Espírito Santo.

Falta aos apóstatas a devida atenção à fala de João Batista:

E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ELE VOS BATIZARÁ com o Espírito Santo, e com fogo. (Mateus 3:11).

João Batista afirmou que Jesus Cristo é quem batizaria com o Espírito Santo e com fogo. Mas, Jesus ordenou aos seus discípulos para que batizassem nas águas.

O batismo com o Espírito Santo e com fogo é realizado pelo PRÓPRIO CRISTO. É ELE MESMO QUEM OPERA ESTE BATISMO.

Portanto, quem batiza com o Espírito Santo é Jesus. Isso é fato. Porém, Jesus ordenou aos seus discípulos que batizassem nas águas. E até Paulo batizou em Corinto e em Éfeso já com mais de 20 anos de Ministério, em sua última viagem missionária.

Assim, no batismo nas águas quem batiza são homens, discípulos de Jesus, que pregam o Evangelho. No batismo com o Espírito Santo quem batiza é Jesus.

O batismo nas águas, desde o Pentecostes, sempre foi operado pela igreja que vai, prega, discípula e batiza.

O batismo nas águas é o batismo das Igrejas voltado como marco inicial para a inserção numa igreja local. Assim também o batismo nas águas serve como confirmação de que o batizado é membro de uma comunidade local. É pelo batismo nas águas que o crente passa a ser considerado como um doméstico da fé, ou seja, um membro da comunidade local. Já o batismo no Espírito Santo une o crente a Cristo inserindo-o no Corpo.

Jesus e Paulo afirmaram que o membro pode ser excluído de uma Igreja, mas não há como excluir um membro do corpo porque cada membro do corpo é um só espírito com o Senhor através do batismo com o Espírito Santo.

Assim, se os apóstatas entendessem os conceitos bíblicos saberiam interpretar a verdade bíblica, e compreenderiam que existe o batismo das águas nas igrejas, e o batismo no Espírito Santo no corpo, que batismo nenhum salva, nem mesmo o batismo com o Espírito Santo, que é apenas o selo que atesta a salvação pela fé em Jesus.