Marcos Alexandre Damazio
“Há apenas um
Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e destruir. Mas quem és tu, que
julgas o teu próximo?” - Tiago 4:12
O
conceito de julgamento, que é a junção de “julgar” (do latim iudicare) e
“mento”, abrange várias acepções. Trata-se, por exemplo, do ato de emitir um
juízo, isto é, a faculdade de discernimento, de formular um parecer ou uma
sentença, seja favorável ou não.
Em
termos mais gerais, também se entende por julgamento qualquer apreciação ou
avaliação.
Aqui
trataremos o julgamento no que diz respeito à reta justiça, tratando da
controvérsia cristã se um crente pode ou não emitir uma “sentença” se portando
como juiz sobre outrem.
O
julgamento deve ocorrer sempre dentro do cumprimento da lei em vigor na Bíblia.
Todo
julgamento requer um tribunal ou uma autoridade judicante que forma um juízo, e
expõe este juízo em forma de sentença. Ou seja, a sentença absolvitória ou
condenatória de um juiz.
QUEM RECEBEU
AUTORIDADE DE DEUS PARA JULGAR
Nos
últimos anos surgiu no meio evangélico uma heresia que afirma que cada crente é
igreja. Digo que é uma heresia porque faz com que o crente individualmente
usurpe a autoridade e atribuições que pertencem à Igreja como assembleia,
representante de Cristo, a quem Ele entregou as chaves do Reino dos Céus para
ligar e desligar.
“Pois também eu
te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela; E eu te darei as chaves do reino
dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que
desligares na terra será desligado nos céus.” - Mateus 16:18,19.
Nesse
versículo, Jesus está falando diretamente ao Apóstolo Pedro e indiretamente aos
outros Apóstolos como representantes da Igreja, e pela primeira vez Jesus cita
a palavra Igreja. As palavras de Jesus significam que a Igreja teria o direito
de entrar no reino e teria autoridade geral aqui simbolizada pela posse de
chaves. As expressões "ligar" e "desligar" eram comuns à
fraseologia judaica e significam declarar proibido ou declarar permitido.
O CRENTE PODE JULGAR
O SEU IRMÃO?
A
resposta é sim, e em apenas uma situação. O crente SOMENTE pode julgar seu
irmão se este proferir ou cometer ofensa diretamente contra ele. Não há outra
condição em que o crente possa individualmente julgar o seu irmão.
“Ora, se teu
irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir,
ganhaste a teu irmão;Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para
que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. E, se
não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o
como um gentio e publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na
terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no
céu. Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de
qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos
céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no
meio deles.” - Mateus 18:15-20.
O
contexto refere-se a instruções de Jesus sobre como proceder em relação a quem
nos tem ofendido. Jesus ensina como o ofendido deve repreender o ofensor. A
primeira coisa a fazer é ir procurar o ofensor em particular, sem esperar que
este lhe peça perdão. Se o ofensor mostrar-se arrependido, a comunhão com o
ofendido será restaurada.
Se
o ofensor não se arrepender, numa segunda repreensão o ofendido deve levar
consigo um ou dois irmãos, para que por duas ou três testemunhas toda a estória
seja confirmada como previsto em Deuteronômio 19:15.
Se
o ofensor ainda assim não se mostrar arrependido, o caso deve ser levado à
igreja local para exame do assunto.
Se
o ofensor não se arrepender diante da igreja, ele não deve mais ser considerado
um cristão, mas sim como ímpio impenitente. É claro que tal tratamento deve
envolver todos os esforços para leva-lo ao arrependimento.
A
decisão da igreja local será ratificada no céu. Tudo o que ligardes na terra
neste contexto refere-se apenas ao perdão do pecador. Já tudo o que desligardes
refere-se à exclusão do pecador impenitente. Por isso, quando Jesus soprou o
Espírito Santo aos apóstolos disse-lhes: “Àqueles
a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes
lhes são retidos.” João 20:23.
JULGAR SEGUNDO A
RETA JUSTIÇA
“Não julgueis
segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.” - João 7:24.
Notem
que Jesus não critica os Judeus porque estavam julgando, mas porque estavam
julgando apenas pelas aparências. Contra esta atitude, de julgar pelas
aparências, Jesus ordena que julguem segundo a reta justiça.
Ressalto
que Jesus ordena aos judeus dos seus dias que não julgassem segundo as
aparências e sim que julgassem segundo a reta justiça. Notem mais uma vez que
Jesus não os condena por julgar e sim por julgar superficialmente pelas
aparências.
O
que estava sendo julgado neste contexto? O que Jesus ordena que seja julgado
segundo a reta justiça?
O
que estava sendo julgado era a interpretação da Lei, e Jesus exigiu que a
interpretação da Lei fosse feita com justiça. Portanto, o julgamento aqui neste
contexto significa discernimento, e não uma sentença.
Jesus
acusou os judeus de fracasso no cumprimento da Lei, expondo que suas intenções
homicidas para com Ele eram por si mesmas uma violação do sexto mandamento.
Neste
contexto, Jesus havia curado um homem deficiente num sábado, que apesar de
deixar a todos maravilhados, estava sendo interpretado como uma violação do
sábado. Jesus então aplica a reta justiça na interpretação da Lei sem emitir
sentença ou juízo, lembrando que o próprio Moisés, que os judeus respeitavam
tanto, regulamentou a circuncisão (embora a prática viesse desde os
patriarcas), de modo que ela tinha de ser realizada no oitavo dia (Levítico
12:3), mesmo se o oitavo dia caísse no sábado. Por isso Jesus disse:
“Ora, se um
menino pode ser circuncidado no sábado para que a lei de Moisés não seja
quebrada, por que vocês ficam cheios de ira contra mim por ter curado
completamente um homem no sábado? Não julguem apenas pela aparência, mas façam
julgamentos justos.” - João 7:23,24
Portanto,
julgar segundo a reta justiça nada mais é do que ser honesto nas suas
proposições, mantendo a coerência em situações semelhantes no que tange à vida
e a piedade, interpretando e aplicando a Lei e as doutrinas com coerência e
honestidade para medir com a mesma medida.
Os
judeus interpretavam desonestamente a Lei, pois aceitavam a prática da
circuncisão no sábado, mas não aceitavam que um homem fosse curado no sábado.
De fato, aparentemente Jesus violara o sábado, mas se os judeus fossem justos
na interpretação da lei aceitariam ambas as situações.
Assim,
a ordem de Jesus para não julgar segundo a aparência, mas sim segundo a reta
justiça não autoriza um irmão a ser juiz sobre outrem.
O QUE JESUS
CRISTO, APÓSTOLO DA NOSSA CONFISSÃO, ORDENOU SOBRE JULGAMENTO DE IRMÃOS.
“Não julgueis,
para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis
julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por
que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que
está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu
olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e
então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.” - Mateus 7:1-5.
Jesus
começa dizendo: “Não julgueis.” O verbo no imperativo presente sugere que o
hábito de julgar os outros é que está sendo condenado. Ainda que a palavra
julgai seja neutra quanto ao julgamento, o sentido aqui indica um julgamento
com sentença condenatória. Aqueles que condenam os outros irmãos devem parar,
tendo em vista o juízo final, pois os homens não podem julgar os motivos como
Deus pode.
Jesus
apresenta uma razão pela qual não devemos julgar a outrem: “Para que não sejais
julgados.” O subjuntivo aoristo entende-se melhor quando aplicado ao julgamento
de Deus e não ao dos homens porque Jesus afirmou que se perdoarmos aos homens
as suas ofensas, também nosso Pai celestial nos perdoará a nós; se, porém, não
perdoarmos aos homens as suas ofensas, também nosso Pai não nos perdoará as
nossas ofensas. (Mateus 6:14,15).
A
trave no olho daquele que julga o seu irmão representa o espírito reprovador. A
ilustração do cisco e da trave foi intencionalmente exagerada para mostrar a
posição absurda daquele que se coloca como juiz dos outros. Essa pessoa é
chamada de hipócrita, pois pretende agir como médico, quando ela mesma está
doente. Esta ordem de Cristo não impede os crentes de fazerem distinções
morais, pois o crente sempre deve julgar no sentido de discernir.
Jesus
ressalta outra característica que o crente deve apresentar em sua vida como
prova de sua regeneração:
“Bem-aventurados
os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.” -Mateus 5:7
Aqueles
que põem em ação a compaixão podem esperar a mesma misericórdia tanto da parte
dos homens como de Deus. O primeiro intento do crente deve ser a misericórdia,
e não o juízo. É comum os crentes confundirem justiça com juízo.
Ter
fome e sede de justiça significa o desejo e a esperança de que Deus, o único
Juiz, julgue e faça justiça. Mas, o crente hodierno quer ele mesmo fazer a
justiça por meio do seu próprio juízo. No céu as almas dos que foram mortos por
amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram, clamam com grande
voz, dizendo: “Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas
o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” - Apocalipse 6:10.
Toda
vez que Jesus falou acerca de julgamento, Ele usou verbos no imperativo
denotando ordem. Portanto, sede misericordiosos, como também vosso Pai é
misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não
sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. - Lucas 6:36,37
O QUE O APÓSTOLO
PAULO ORDENOU SOBRE JULGAMENTO DE IRMÃOS
Paulo
fala muito acerca de vários tipos de julgamentos. Paulo fala sobre julgamento
de irmãos, julgamento como discernimento, e julgamento da Igreja tanto na terra
como no juízo final.
Portanto, és
inescusável, ó homem, qualquer que sejas, quando julgas, porque te condenas a
ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu que julgas, praticas o mesmo. E
bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade, contra os que tais coisas
praticam. E tu, ó homem, que julgas os que praticam tais coisas, cuidas que,
fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? - Romanos 2:1-3
Somente
o crente arrogante que não olha para si mesmo pode ver neste texto uma
permissão para julgar a outrem. Paulo, na verdade, retrata o fracasso do crente
que julga a outrem em contraste com o justo juízo de Deus (Romanos 2:1-16).
Como
pode o crente que experimentou a bondade e a paciência de Deus que o levou ao
arrependimento agir de maneira a querer condenar a outro que pratica as mesmas
coisas que ele.
A
palavra julgas (do grego krinon) tem aqui o significado de fazer juízo
condenatório. O crente que é indesculpável é aquele que tem grande capacidade
de crítica, mas não autocrítica. Por isso, o juízo de Deus é contra os que
julgam e praticam atos idênticos aos que condenam. Paulo então apela para a
consciência do julgador: Pensas que te livrarás do juízo de Deus?
Mas
muitos dirão: Eu julgo o pecado do meu irmão, mas não cometo o mesmo pecado que
ele.
“Pois quem
obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas um ponto, torna-se culpado de
quebrá-la inteiramente.” - Tiago 2:10
A
mesma Lei que nos ordena a não mentir e a não cobiçar, também ordena a não
matar e a não adulterar. Portanto, o homem que mente é culpado também de matar
e adulterar, e vice-versa.
“Quem é você para
julgar o servo alheio? É para o seu senhor que ele está de pé ou cai. E ficará
de pé, pois o Senhor é capaz de sustentá-lo. Portanto, você, por que julga seu
irmão? E por que despreza seu irmão? Pois todos compareceremos diante do
tribunal de Deus. Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus. Portanto,
deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não
colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão.” - Romanos
14:4,10,12,13
Paulo
apresenta os motivos pelo qual um crente não deve julgar o outro:
-
Julgar um servo de Deus é prerrogativa do Senhor.
-
E somente o Senhor tem a capacidade de fazê-lo firmar-se.
-
Todos compareceremos perante o tribunal de Cristo em juízo.
- Cada um prestará contas apenas de si mesmo a Deus.
Paulo
ainda ratifica que a prerrogativa de julgar foi delegada à Igreja como
assembleia: “Não devem vocês julgar os
que estão dentro? Deus julgará os de fora. "Expulsem esse perverso do meio
de vocês". - 1 Coríntios 5:12,13.
Apesar
de não estar presente fisicamente, Paulo confere sua autoridade apostólica à
Igreja para a o julgamento e exclusão do crente pecador, como um pastor que
deve prestar contas das ovelhas a Deus (Hebreus 13:17).
Paulo
esclarece que a Igreja deve julgar quando os membros estiverem reunidos como
assembleia em nome de nosso Senhor Jesus, estando presente também o poder de
nosso Senhor Jesus Cristo. (1 Coríntios 5:3-5).
Em
outras palavras Paulo diz:
“Vocês devem
convocar a assembleia da igreja - o poder do Senhor Jesus será convosco nessa
reunião, e eu mesmo, em espírito, também estarei junto de vocês - e então
expulsem essa pessoa do seio da igreja.” - 1 Coríntios 5:3.
Observem
que o contexto está se referindo a alguém que aparentemente abusou sexualmente
da sua madrasta. Não devemos julgar, porém isto não significa que as questões
que são claramente afrontas contra a conduta da vida moral deverão ser aceitas
com naturalidade dentro da igreja.
Este
tipo de julgamento não tem nada a ver com julgar alguém pela sua aparência,
nível social, e sim pela sua conduta moral claramente reprovável diante de toda
uma comunidade.
Paulo
também nos diz que os santos hão de julgar o mundo. Ora, se o mundo deve ser
julgado por nós, somos, porventura, indignos de julgar as coisas mínimas? Não
sabeis que nós havemos de julgar os anjos? Quanto mais às coisas pertencentes a
esta vida?
Aqui
não há licença para julgar nossos irmãos. Paulo fala de julgamentos futuros.
"Vão julgar", não é "estão julgando". Vão, é futuro. Não
está acontecendo. Irá um dia acontecer.
É
certo que Paulo diz que julgaremos as coisas mínimas e as coisas pertencentes a
esta vida. Contudo, Paulo fala acerca de situações e coisas, mas não diz que
podemos julgar nossos irmãos.
Os
santos hão de julgar o mundo, por causa de sua união com o Cristo, a quem todo
o julgamento foi confiado (João 5:22).
Também
julgaremos os próprios anjos, e também as doze tribos de Israel, mas tudo isso
ocorrerá depois da volta de Cristo.
Jesus
lhes disse: "Digo-lhes a verdade:
Por ocasião da regeneração de todas as coisas, quando o Filho do homem se
assentar em seu trono glorioso, vocês que me seguiram também se assentarão em
doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. - Mateus 19:28
O QUE O APÓSTOLO
TIAGO ORDENOU SOBRE JULGAMENTO DE IRMÃOS
Tiago
condena a maledicência e o julgamento contra o irmão, afirmando que quem fala
contra o seu irmão ou julga o seu irmão, fala contra a Lei e a julga, usurpando
uma prerrogativa de Deus. Portanto, Tiago afirma que quem julga a seu irmão se
coloca como juiz da Lei. Ou seja, quem julga a seu irmão se coloca acima da
Lei.
Mas,
somente Deus está acima da Lei, podendo ordenar o “não matarás”, e também
afirmar “Eu mato e faço viver”.
Somente
Deus é Legislador e Juiz, e nas mãos dEle estão as questões da vida e morte. À
vista disto, Tiago pergunta, quem és, que julgas ao próximo?
“Irmãos, não
falem mal uns dos outros. Quem fala contra o seu irmão ou julga o seu irmão,
fala contra a Lei e a julga. Quando você julga a Lei, não a está cumprindo, mas
está se colocando como juiz. Há apenas um Legislador e Juiz, aquele que pode
salvar e destruir. Mas quem é você para julgar o seu próximo?” - Tiago 4:11,12
Mas
uma vez a Bíblia torna evidente que um crente não pode julgar a seu irmão.
O CRENTE NÃO DEVE
CONDENAR O PECADO DOS OUTROS?
“O fruto da luz
consiste em toda bondade, justiça e verdade; e aprendam a discernir o que é
agradável ao Senhor. Não tenhais cumplicidade nas obras infrutíferas das
trevas; pelo contrário, condenai-as abertamente expondo-as à luz.” - Efésios
5:9-11.
Os
crentes devem saber que estamos na graça, pois, morremos para a lei, por meio
do corpo de Cristo, para pertencermos a outro, àquele que ressuscitou dos
mortos, a fim de que venhamos a dar fruto para Deus, e sem a Lei o pecado está
morto (Romanos 7:4,8).
O
crente não foi chamado para condenar o pecado, mas sim para pregar o Evangelho.
Somos a Luz do mundo, e só precisamos iluminar o mundo que se encontra em
trevas.
Devemos
reprovar e condenar as obras infrutíferas das trevas, e isto se faz sendo luz
sobe as trevas, não mantendo cumplicidade com as obras infrutíferas das trevas,
pois fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade. O fruto das
trevas é maldade, injustiça e mentira.
E
sabemos que devemos julgar (no sentido de discernir) o fruto que a pessoa
produz, pois é pelo fruto que saberemos quem é cumplice das trevas e quem é da
luz. Porque outrora erámos das trevas, mas agora somos da luz no Senhor. Portanto,
devemos viver como filhos da luz, dando fruto da luz em toda bondade, justiça
(e não juízo) e verdade.
Não
pode alguém se dizer crente em Cristo, e não reprovar obras das trevas como o
aborto, o adultério, o casamento gay, a doutrinação sexual de crianças, a
corrupção, a desigualdade social, etc. Se um cristão aprova tais obras das
trevas ele se torna cumplice delas.
João
Batista condenava as obras das trevas reprovando o adultério do rei. Devemos
condenar o aborto, o casamento gay, os milhares de assassinatos anuais no
Brasil, a corrupção, o charlatanismo religioso. Devemos condenar publicamente
estas e outras obras das trevas, e não os nossos irmãos.
Podemos
e devemos defender a sã doutrina. O que a Bíblia nos manda é que não tenhamos
cumplicidade nas obras infrutíferas das trevas.
A
Igreja do Deus Vivo continua sendo coluna e fundamento da verdade (1 Timóteo
3:15). Portanto, somos a luz do mundo para jogar luz sobre o mundo. É errado
colocar a candeia debaixo da cama (Marcos 4:21). Hoje muitos querem colocar a
candeia para iluminar a Igreja, quando devemos ser a luz do mundo inteiro.
Se
um cristão está em comunhão com o seu Senhor, sua própria vida será uma censura
ao mundo.
CONCLUSÃO
“Por isso te digo
que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a
quem pouco é perdoado pouco ama.” - Lucas 7:47
A
defesa eloquente que muitos fazem da permissão para julgar a outrem mostra o
que falta em muitos cristãos. Só por estarmos em Cristo, nós teríamos que
apresentar entranháveis afetos e compaixões uns para com os outros.
Se
com humildade considerássemos uns aos outros como superiores a nós mesmos, então jamais julgaríamos um irmão,
visto que não podemos julgar alguém que nos é superior.
Se
tivéssemos o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, não
desejaríamos tão ferrenhamente ter por usurpação a prerrogativa julgar, que é
exclusiva de Deus (Filipenses 2:1,3,5,6).
Que
o Senhor tenha misericórdia de nós, e nos faça compreender quão insondáveis são
os seus juízos (Romanos 11:33).
“Porque o juízo
será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia
triunfa do juízo.” Tiago 2:13
Um comentário:
Ser Cristão também é pregar a justiça de Deus, e avizar o nosso próximo do seu caminho de morte!
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