“Mas o Altíssimo não habita em
templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: O céu é o meu trono, e a
terra o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis? diz o Senhor, Ou qual é
o lugar do meu repouso?” (Atos 7:48,49).
Com base no versículo acima,
muitos lobos (o lobo arrebata e dispersa as ovelhas - João 10:12) têm dito
que o crente não deve ir a templos de igrejas, porque são construções humanas, e
Deus não habita em construções humanas.
Bem, há diversos erros nesta
afirmação:
1- DEUS NÃO HABITA EM TEMPLOS FEITOS POR MÃOS
HUMANAS.
O grande problema dos pseudos cristãos é a leitura
superficial do texto. O versículo diz que o Altíssimo não habita em templos
construídos por homens. Mas afinal quem é o Altíssimo? Vejamos:
Havia uma profecia do anjo
Gabriel à Maria dizendo que Jesus seria chamado de filho do Altíssimo
(Lucas 1:32). Assim ficamos sabendo que Jesus era Filho do Altíssimo. Porém,
estes falsos crentes não sabem quem é o Altíssimo, mas até os demônios sabem
quem é o Altíssimo, pois uma legião disse a Jesus com grande voz: “Que tenho eu
contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço-te que não me atormentes.”
(Lucas 8:28). Logo, concluímos que quando a Bíblia cita o Altíssimo está referindo-se ao Pai.
2- ONDE HABITA O ALTÍSSIMO?
Sabemos que Deus habita nas alturas (Salmos 113:5), e do alto do seu santuário,
desde os céus, o Senhor contempla a terra (Salmos 102:19). Porém, o Senhor fez
uma pergunta a Davi: Edificar-me-ás tu uma casa para minha habitação?
E o Senhor mesmo respondeu dizendo que desde o dia em que fez subir os filhos
de Israel do Egito havia andado em tendas e tabernáculos, mas
levantaria um dos filhos de Davi para que este edificasse uma casa ao Seu
nome (2 Samuel 7:5,6,13).
“Atenta desde os céus, e olha desde a tua santa e gloriosa habitação.
Mas tu és nosso Pai.” (Isaías 63:15,16).
Assim, a habitação do Altíssimo está nos céus, mas sua glória enche os
céus, a terra e todas as coisas.
Coloquei essa introdução para mostrar que o Altíssimo não pode ser
limitado a estruturas construídas pelo homem, porque Ele enche o mundo inteiro,
e não existe um tipo de casa que possa contê-lo. Santuário, casa, habitação,
moradas, templos, tendas e tabernáculos são simbologias apenas. Deus não tem um
lugar físico ou um trono físico para chamar de sua habitação. Deus enche e
preenche tudo com sua glória.
“E para levares a prata e o ouro que o rei e os seus conselheiros
voluntariamente deram ao Deus de Israel, cuja habitação está em Jerusalém
(Esdras 7:15).”
Um leitor apressado ao ler o texto acima concluirá que Deus habita em
Jerusalém. Mas, não é isso que o texto diz, senão que a habitação de Deus ESTÁ
em Jerusalém.
"Ouve, pois, a súplica do teu
servo, e do teu povo Israel, quando orarem neste lugar; também ouve tu no lugar
da tua habitação nos céus." (1 Reis 8:30).
3- A HABITAÇÃO DE DEUS É O LUGAR ONDE A SUA GLÓRIA
SE FAZ PRESENTE
“Senhor, eu tenho amado a habitação da
tua casa e o lugar onde permanece a tua glória” (Salmos 26:8).
Deus prometeu que o povo de Israel Lhe faria um santuário, o Senhor
habitaria no meio deles. (Êxodo 25:8). Mas muitos dirão que hoje nós somos o
santuário, e que Deus habita em nós. Todavia, o Senhor Deus não muda. Houve
mudança de pacto, mudança de sacerdócio, mas não há em Deus mudança e nem mesmo
sombra de variação. O fato de Deus habitar em nós representativamente pelo seu
Espírito Santo não anula o fato de que Deus habita no meio de nós, no meio de
nossos louvores e de que sua glória encha todas as coisas, até mesmo o templo
feito por mãos humanas na visitação (não habitação) do Altíssimo. Por isso a
Bíblia afirma que o Deus imutável tem um único santuário para as moradas do
Altíssimo (Salmos 46:4). Sim, Deus tem muitas moradas, como teve tendas e
tabernáculos, mas tem um só santuário, que é a cidade de Deus.
Por isso o salmista já dizia: “Quão amáveis são os teus tabernáculos,
SENHOR dos Exércitos! Porque vale mais um dia nos teus átrios do que mil.
Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas dos ímpios.”
(Salmos 84:1,10). Sim, o Altíssimo sempre teve muitas moradas, tabernáculos e
tendas, mas um único Santuário onde Cristo ofereceu o seu sangue imaculado
prefigurado pelo Santo dos Santos, onde o Senhor nos introduzirá, no lugar da
Sua habitação, no santuário, ó Senhor, que as tuas mãos estabeleceram. (Êxodo
15:17) .
Hoje, nós somos os tabernáculos, não somos os templos de Deus. Somos O
TEMPLO de Deus, e o Espírito de Deus habita em NÓS. (1 Coríntios 3:16).
O corpo de cada um de nós é um tabernáculo, algo frágil, temporário e
finito. Por isso Paulo disse que se a nossa casa terrestre deste tabernáculo
se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos
humanas, eterna, nos céus. E por isso também gememos, desejando ser
revestidos da nossa habitação, que é do céu. (2 Coríntios 5:1,2).
Por isso, embora tenhamos o penhor do Espírito Santo, enquanto
estivermos no corpo (tabernáculo), vivemos ausentes do Senhor. Mas se desejamos
deixar este corpo, para habitar com o Senhor, como pode este corpo ser
individualmente seu templo? Individualmente este corpo é um tabernáculo, e não
um templo. (2 Coríntios 5:5,6,8).
Contudo, coletivamente nossos corpos são O TEMPLO. Vejam a diferença:
"Não sabeis vós que os vossos corpos (plural) são membros (plural) de
Cristo?" (1 Coríntios 6:15).
"Ou não sabeis que o vosso corpo (singular) é o templo (singular) do
Espírito Santo?" (1 Coríntios 6:19).
“Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o
edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual
também vós JUNTAMENTE sois edificados para morada de Deus em
Espírito.” (Efésios 2:20-22).
4- SE DEUS NÃO HABITA EM NADA FEITO PELAS MÃOS DOS
HOMENS, ONDE NOS CONGREGAREMOS?
Há um ensinamento bíblico que nos ordena
a não deixarmos de nos congregar. Contudo, há um erro por parte dos
desigrejados em julgar que o motivo de nos reunirmos é por causa de Deus. O
templo ou qualquer outra construção onde os irmãos possam se reunir são locais
construídos por mãos humanas.
ENTÃO NÃO É NECESSÁRIO IR AO TEMPLO?
"E todos os que criam estavam
juntos, e tinham tudo em comum." (Atos 2:44).
Na verdade, temos várias razões para
irmos ao templo. Mas, nenhuma delas por causa de Deus. Vejamos:
1- Devemos ir ao templo para comungar com os nossos irmãos;
2- Devemos ir ao templo para ajudar os irmãos mais necessitados;
3- Devemos ir ao templo para interceder por nossos irmãos;
4- Devemos ir ao templo compartilhar dons espirituais;
5- Devemos ir ao templo dar testemunhos;
6- Devemos ir ao templo ouvir a palavra de Deus;
7- Devemos ir ao templo estudar a palavra de Deus;
8- Devemos ir ao templo participar da ceia;
9- Devemos ir ao templo fortalecer os irmãos fracos na fé.
"E perseveravam na doutrina dos
apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." (Atos 2:42).
Resumindo, vamos ao templo apenas para
ter comunhão com nossos irmãos em Cristo.
5- ONDE OS APÓSTOLOS E A IGREJA PRIMITIVA SE
REUNIAM?
A- NAS CASAS
O escritor Bob Fitts defende o desenvolvimento de igrejas em casas.
"E, considerando ele nisto, foi à casa de Maria, mãe de João, que
tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam." (Atos
12:12).
“Saudai Priscila e Áquila, meus
cooperadores em Cristo Jesus... saudai igualmente a igreja que se reúne
na casa deles” (Romanos 16.3-5).
“Saudai os irmãos de Laodicéia, e Ninfa,
e à igreja que ela hospeda em sua casa” (Colossenses 4,15).
“Ao amado Filemom e à igreja que está
em tua casa” (Filemom 1,2).
Com base nos versículos acima, é óbvio
que a Igreja Primitiva reunia-se em casas. Essas casas não eram o que
poderíamos chamar de um prédio característico e específico de uma igreja. Eram
casas em que as pessoas moravam, e eram abertas como um local de reunião para a
igreja. Contudo, Bob Fitts defende as igrejas em casas alegando que o Altíssimo
não habita em templo feito por mãos humanas, esquecendo-se que as casas também
são construções de mãos humanas. Neste caso, também não poderíamos nos reunir
em casas, e os apóstolos e a igreja primitiva teriam errado ao se reunirem nas
casas.
B- NO TEMPLO
A igreja primitiva e os apóstolos se reuniam no templo.
"E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar,
e de anunciar a Jesus Cristo." (Atos 5:42).
“E Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a
nona.” (Atos 3:1) – (2 ou 3 reunidos).
“E aconteceu que, tornando eu para Jerusalém, quando orava no
templo, fui arrebatado para fora de mim.” (Atos 22:17)
Com base nos versículos acima, é óbvio que a Igreja Primitiva também se
reunia no templo. O texto bíblico também mostra que é possível louvar a Deus
mesmo estando dentro de um templo feitos por mãos humanas:
“E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no
templo, andando, e saltando, e louvando a Deus.” (Atos 3:8).
Mas, o texto bíblico também nos mostra que era possível pecar contra
um templo consagrado a Deus:
“Mas ele, em sua defesa, disse: Eu não pequei em coisa alguma contra a
lei dos judeus, nem contra o templo, nem contra César.” (Atos 25:8).
C- NO ALPENDRE DE SALOMÃO
A igreja primitiva também se reunia no alpendre de Salomão, que era um
pórtico apoiado em grandes colunas e construído no pátio do Templo.
“Os apóstolos realizavam muitos sinais e maravilhas entre o povo.
Todos os que creram costumavam reunir-se no Pórtico de Salomão.” (Atos
5:12).
Mais uma vez fica evidente que a igreja se reunia até mesmo na varanda
do templo, pois o que importava era a comunhão entre os irmãos.
D- NO CENÁCULO
A palavra cenáculo não aparece originalmente na Bíblia. Na verdade
essa palavra vem do latim cenaculum, e é utilizada nos textos bíblicos para
traduzir algumas palavras hebraicas e gregas. Basicamente, a palavra cenáculo
significa algo como “sala de refeições”, ou, de modo mais genérico, “quarto no
andar superior de uma casa”. Essa palavra é derivada do termo latino cena, que
significa “jantar” ou “ceia”.
Já no livro de Atos dos Apóstolos, cenáculo traduz a palavra grega
huperoon e indica o lugar onde os discípulos se reuniram após a ascensão
de Cristo ao céu:
“E, entrando, subiram ao cenáculo, onde permaneciam Pedro e
João, Tiago e André, Felipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago, filho de Alfeu,
Simão o Zelote, e Judas, filho de Tiago.” (Atos 1:13)
Foi no cenáculo onde ocorreu a escolha de Matias para ocupar o lugar
de Judas Iscariotes (Atos 1:26) e onde o Espírito Santo foi derramado sobre
eles no dia de Pentecostes (Atos 2).
Foi no cenáculo onde Dorcas foi ressuscitada (Atos 9:39), e também foi
no cenáculo que Paulo pregava quando um Jovem, por nome de Êutico, caiu de uma
janela (Atos 20:8,9).
Mais uma vez fica evidente que a igreja primitiva primeiramente se
reunia no cenáculo.
Concluímos que tanto o cenáculo, quanto o templo, o alpendre de
Salomão e as casas são criações de mãos humanas, e nem por isso a Igreja deixou
de se reunir nestes locais.
Jesus afirmou que estaria até mesmo onde 2 ou 3 estivessem reunidos em seu nome.
E, se esses 2 ou 3 se reunirem no templo o Senhor estará no meio deles, pois
ali está aquele que é maior do que o templo (Mateus 12:6).
6- JESUS CUROU NO TEMPLO?
Muitos desigrejados na dureza de seus corações afirmam que Jesus
jamais operou curas ou milagres no templo. De fato, Jesus ia pouco ao templo,
dando preferência às sinagogas, onde Jesus operou maravilhas:
“E outra vez entrou na sinagoga, e estava ali um homem que
tinha uma das mãos mirrada. E estavam observando-o se curaria no sábado, para o
acusarem. E disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e vem para o
meio. E perguntou-lhes: É lícito no sábado fazer bem, ou fazer mal? salvar a
vida, ou matar? E eles calaram-se. E, olhando para eles em redor com
indignação, condoendo-se da dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a
tua mão. E ele a estendeu, e foi-lhe restituída a sua mão, sã como a outra.”
(Marcos 3:1-5).
Portanto, Jesus curou o homem da mão mirrada numa sinagoga, que eram
locais de adoração, oração e aprendizado da palavra de Deus.
As sinagogas eram uma espécie de casa que recebia as pessoas para
cultuar a Deus. Provavelmente após o cativeiro elas se multiplicaram ainda
mais, por causa de seu modelo simples e funcional, e evoluíram em estrutura,
tornando-se muito populares.
As sinagogas são citadas em vários trechos da Bíblia:
“Indo (Jesus) para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na
sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.” (Lucas 4:16).
“Depois da leitura da lei e dos profetas, os chefes da sinagoga
mandaram dizer-lhes: Irmãos, se tendes alguma palavra de exortação para o povo,
dizei-a.” (Atos 13:15).
“E, navegando de Pafos, Paulo e seus companheiros dirigiram-se a Perge
da Panfília. João, porém, apartando-se deles, voltou para Jerusalém. Mas eles,
atravessando de Perge para a Antioquia da Pisídia, indo num sábado à sinagoga,
assentaram-se.” (Atos 13:13,14).
Note que as sinagogas, no tempo citado nos versículos, eram parte do
culto normal do povo. E, no início do cristianismo, as sinagogas serviram como
locais de propagação da Palavra de Jesus.
7- ONDE O ANTICRISTO SE ASSENTARÁ?
O apóstolo Paulo nos advertiu para que não sejamos enganados por
ninguém quanto à volta de Cristo.
Paulo ensinou que a volta de Cristo será precedida de grande
apostasia, e também da manifestação do anticristo, o homem do pecado, o filho
da perdição (2 Tessalonicenses 2:3).
“O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se
adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo
parecer Deus.” (2 Tessalonicenses 2:4).
Paulo esclarece que o anticristo se oporá e se levantará contra tudo o
que fizer referência a Deus e ao seu culto. E até pretenderá mesmo tomar o
lugar de Deus assentando-se no próprio templo de Deus, fazendo-se passar por
Deus mesmo. Porém, os desigrejados afirmam que não existe templo de Deus, e por
isso jamais saberão explicar em qual templo de Deus o anticristo se assentará.
8- DESASTEANDO AS BANDEIRAS DOS DESIGREJADOS
"Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo
comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias
concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas." (2
Timóteo 4:3,4).
Os desigrejados, destemplados, desprotocolados, os sem igreja, etc.
negam a igreja como instituição, não reconhecem a autoridade do pastor sobre a
igreja, pregam a proibição de reunir-se em templos, negam a aliança da santa
ceia que é o sacerdócio da graça, e muitas outras tolices. Falando contra tudo
e todos, contra igrejas e pastores, chamando os pastores de cães gulosos por
causa de pedirem dízimos e receberem um ordenado.
Os desigrejados não lutam somente contra a reunião dos irmãos num
templo. Na verdade os desigrejados não odeiam o templo, eles também não odeiam
a instituição que requer líderes (pastores, presbíteros ou bispos). Por sua
vez, a presença de líderes requer governo que requer sujeição e obediência, e é
isto que os desigrejados odeiam. Vejamos algumas heresias pregadas pelos
desigrejados:
A – NÃO HÁ LÍDERES NA IGREJA DE DEUS
“Lembrem-se dos seus líderes, que lhes falaram a palavra de Deus.
Observem bem o resultado da vida que tiveram e imitem a sua fé.” (Hebreus
13:7).
A fé cristã não é uma anarquia, portanto tem que existir liderança e
líderes. O próprio Cristo determinou a Pedro, e somente a ele, o pastoreio de
suas ovelhas. O que não há na igreja de Deus é tirania.
A fé em Cristo não vem pelo estudar a Bíblia, mas pelo ouvir a palavra pela boca do homem de Deus: "Pois, quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros PELOS QUAIS CRESTES ..." (1 Coríntios 3:5).
B – PASTORADO É UM DOM, E NÃO UM OFÍCIO.
“E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho
de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que
te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros.” (João 21:15)
Mas um engano maligno dos desigrejados. O pastorado (episcopado ou
bispado) não é um dom, mas sim um ministério.
“Mas a cada um de nós foi dada a graça conforme a medida do dom de
Cristo. Por isso diz: Quando ele subiu ao alto, levou cativo o cativeiro, deu
dons aos homens. Ele deu uns como apóstolos, outros como profetas, outros como
evangelistas, outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento
dos santos para o trabalho do ministério, para a edificação do corpo de
Cristo.” (Efésios 4:7,8,11,12)
Observem que a nós foi dada a graça a cada um, mas aos homens (do
mundo e da igreja) Cristo deu dons. Estes dons dados a todos os homens são as
pessoas que exercem os ministérios de liderança de sua igreja. Assim, apóstolos,
profetas, evangelistas, pastores e mestres são dons de Cristo a humanidade. O
pastorado é um ministério, mas o pastor é um dom de Cristo aos homens (à
humanidade) cujo objetivo é preparar os santos para a obra do ministério, para
que o corpo de Cristo seja edificado (Efésios 4:12). Não há edificação do corpo
sem esses aos quais foi conferida a graça de preparar os santos até que todos
alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à
maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo. O propósito é que não
sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem
jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza
de homens que induzem ao erro (Efésios 4:13,14).
E Paulo ainda explica que o pastorado é uma obra, um ministério, e não
um dom: “Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra
deseja.” (1 Timóteo 3:1).
Mas ao contrário dos desigrejados que lutam para desgarrar as ovelhas
da comunhão de suas igrejas locais e da liderança de seus pastores, Cristo tem
grande compaixão de ovelhas desgarradas.
“E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas
e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor. Então, disse aos
seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai,
pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara.” (Mateus
9:36-38).
C – PASTOR DEVE TRABALHAR DE GRAÇA.
Os desigrejados afirmam que o pastorado é um dom, e por isso o pastor
não deve receber salário, uma vez que o dom foi recebido de graça, e deve ser
exercido de graça. Ora, tudo que um homem possui é dom de Deus. A vida é dom de
Deus. Mas, eu nem vou me alongar nisto porque a Bíblia é clara demais quanto a
este assunto:
“Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de
duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina;
Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o
obreiro do seu salário. Não aceites acusação contra o presbítero, senão com
duas ou três testemunhas.” (1 Timóteo 5:17-19).
Paulo reafirma o direito que o pastor tem de receber salário da
Igreja, e ainda dá a entender que os outros apóstolos recebiam salários. No
entanto, Paulo alega um satisfação pessoal em pregar sem receber salários.
“Só Barnabé e eu é que devemos trabalhar para ganhar o nosso sustento?
Qual é o soldado no exército que paga as suas próprias despesas? Alguma vez já
ouviram de um agricultor que depois da colheita não tenha o direito de comer
dela? Qual o pastor que não tenha direito de beber do leite do seu rebanho? Nem
o que eu estou aqui a dizer são meras considerações humanas. Trata-se daquilo
que diz a própria lei de Deus. Porque na lei que Deus deu a Moisés está
escrito: Não ponhas uma mordaça na boca de um boi para impedir que coma do
trigo que está a trilhar. Acham vocês que Deus estava a pensar apenas nos bois
quando disse isto? Não se referia também a nós? Com certeza que sim. Tal como
aqueles que lavram a terra, e que debulham o trigo devem contar em receber
parte da colheita, os obreiros cristãos devem ser pagos pelos crentes a quem
servem. Nós plantamos a semente espiritual nas vossas almas. Será pois muito
esperar em troca apoio material? Se já o fizeram a outros que têm pregado no
vosso meio, não deveríamos nós também ter esse direito, ainda mais do que eles?
E no entanto nunca o reclamamos, mas sempre suprimos nós próprios às nossas
necessidades. E isto para não levantar qualquer obstáculo à ação do evangelho
de Cristo no vosso meio. Vocês bem sabem, que Deus mandou que os que servissem
no seu templo tomassem para seu próprio sustento parte dos produtos alimentares
que eram trazidos como oferta? Igualmente os que se ocupavam do altar de Deus
recebiam para si uma porção dos alimentos que ali eram oferecidos. Da mesma
forma, o Senhor manda que aqueles que pregam as boas novas sejam mantidos pelos
que o aceitam. E contudo nunca vos pedi fosse o que fosse. Nem tão pouco estou
a escrever estas coisas para dar a entender que gostaria que se começasse agora
a fazer assim comigo. A verdade é que preferiria morrer de fome do que perder a
satisfação que me dá o fato de vos ter pregado sem nunca ter recebido nada
vosso. Por pregar boas novas não me posso por isso vangloriar. É Deus quem me
obriga a pregar. Ai de mim se não o fizer! Se eu estivesse a fazer isso de
minha livre vontade, então receberia um salário. Mas é que foi Deus quem me
impôs este dever. Sendo assim, qual será a minha paga? É o sentimento de
profunda satisfação em anunciar as boas novas, sem encargos seja para quem for,
sem reclamar aquilo que seria o meu direito.” (1 Coríntios 9:6-18).
D – PASTOR NÃO É AUTORIDADE
“Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito
Santo os colocou como bispos, para pastorearem a igreja de Deus, que ele
comprou com o seu próprio sangue.” (Atos 20:28).
Foi o Espírito Santo quem constituiu pastores (bispos) SOBRE TODO O
REBANHO para pastorearem a igreja de Deus. Logo, se rebelar ou não aceitar a
liderança dos ministros constituídos por Espírito Santo é um pecado contra
Deus.
Paulo afirma que um dos requisitos para ser um pastor é saber governar
bem a sua casa, tendo seus filhos em sujeição com todo o respeito. Paulo coloca
este requisito porque é função do pastor apascentar a igreja de Deus, tendo as
ovelhas em sujeição com todo o respeito. E Paulo conclui: “Se um homem não sabe
governar a sua casa, como cuidará da igreja de Deus?” (1 Timóteo 3:4,5).
Se pastor não é autoridade como afirmam os desigrejados, então porque
razão a Bíblia nos admoesta a obedecê-los e a nos sujeitar a eles?
“Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por
vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com
alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.” (Hebreus 13:17).
De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo
Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas
esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos
homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente
até à morte, e morte de cruz. (Filipenses 2:5-8).
Falta aos desigrejados este mesmo sentimento que houve em Jesus Cristo
que mesmo sendo Deus não se apegou aos seus atributos divinos abrindo mão
deles, e sendo reconhecido como servo, e como humano ficou menor do que os anjos.
Este sentimento de humildade, de ser servo obediente e sujeito a Deus.
E – SÓ EXISTE UM PASTOR VERDADEIRO: JESUS CRISTO –
TODOS OS OUTROS SÃO FALSOS PASTORES
Esta é mais uma rebeldia dos desigrejados contra o próprio Senhor que
ordenou a Pedro que apascentasse as suas ovelhas.
O próprio Senhor deu pastores como dons aos homens. A Bíblia nos
ordena não só a obedecer, mas também a ser submissos aos nossos pastores que sobre
todo o rebanho o Espírito Santo os constituiu bispos, para apascentardes a
igreja de Deus (Atos 20:28).
A igreja de Deus não é uma anarquia. Jesus não veio para estabelecer
um conceito sobre igreja a partir de um modelo anárquico, ou seja, algo que
acontece a revelia de todos os padrões mínimos que caracterizam a formação e o
estabelecimento de grupos sociais com objetivos comuns.
Pedro diz que Jesus é o SUMO PASTOR. Ora, o que seria o SUMO PASTOR
senão o maioral dos pastores. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a
incorruptível coroa da glória (1 Pedro 5:4). Ou somente porque há um sumo
sacerdote em Israel, os demais sacerdotes tornaram-se falsos sacerdotes?
“Por isso, irmãos santos, participantes da vocação celestial,
considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo- sacerdote da nossa confissão.” (Hebreus
3:1).
Se Cristo é o único pastor, também é o único apóstolo e único
sacerdote. No entanto, a Bíblia cita 16 apóstolos e afirma que todos nós somos
sacerdotes.
“Ora, o Deus de paz, que pelo sangue da aliança eterna tornou a trazer
dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande pastor das ovelhas.” (Hebreus
13:20).
Jesus é o grande pastor das ovelhas que confiou suas ovelhas aos
pequenos pastores, aos quais Ele prometeu que jamais estariam sós.
F – SÓ EXISTE UMA IGREJA SEM PLACA DENOMINACIONAL, SEM CNPJ E SEM DÍZIMO.
“Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as
igrejas dos santos.” (1 Coríntios 14:33).
Quanto ao dízimo não quero me alongar porque é algo anterior à Lei
como a circuncisão, não há condenação neotestamentária como há com a
circuncisão, e está no âmbito da livre administração da igreja local. Usando o
poder de ligar e desligar, a Igreja ligou o diaconato e tomou algumas decisões
em Atos 15, e decidiu estabelecer como oferta um percentual da renda dos seus
membros.
Um grupo de pessoas pode se associar para cultuar a Deus nas casas.
Mas, qualquer reunião de cristãos tem que ter por objetivo a salvação do
perdido através da pregação do Evangelho. Assim, Deus dará o crescimento, e a
partir daí este grupo precisará de um lugar maior para se reunir. Precisará
também OBRIGATORIAMENTE de CNPJ, razão social (placa denominacional) e alvará
dos bombeiros e da Prefeitura e de todos os documentos contábeis que a Lei
exige. Dai a César o que é de César, e dai a Deus o que é de Deus.
O Código Civil em seu inciso IV artigo 44, estabelece que as
organizações religiosas são pessoas jurídicas de direito privado, necessitando
assim, obrigatoriamente seu registro no Cartório de Pessoa Jurídica. Ou seja,
obrigatoriamente tem que ter CNPJ e razão social (placa denominacional).
Mas os desigrejados não possuem o mínimo entendimento do que é igreja. Pois, se espiritualmente pudessem discernir o que é a Igreja do Senhor, saberiam que todo o corpo de Cristo, para efetuar o crescimento dado por Deus, precisa obrigatoriamente ser provido e organizado pelas juntas e ligaduras (Colossenses 2:19). Mas, os desigrejados não aceitam a organização do corpo de Cristo e também negam as juntas e ligaduras que organizam e alimentam o corpo. Portanto, mostrarei que igreja é um ajuntamento regular, localizável e organizado:
Deus não habita nem em prédios de tijolo nem em corações de pedra.
Então, cabe perguntar, o que é uma igreja? Bem, igreja, conforme a doutrina cristã é um ajuntamento regular, localizável e organizado. O próprio nome
grego Eclésia (Assembleia) já demanda, por si só, estas características.
Assim, não é possível estabelecer um conceito sobre igreja a partir de
um modelo anárquico, ou seja, algo que acontece a revelia de todos os padrões
mínimos que caracterizam a formação e o estabelecimento de grupos sociais com
objetivos comuns.
É impossível pensar em igreja sem regularidade, pois, se não há um
propósito para o ajuntamento, o que existe é a informalidade do encontro e tal
característica, dificilmente, viabiliza a perenidade de um grupo humano. O que
faz com que laços se constituam e se mantenham é a regularidade do convívio,
pois, como é possível a comunidade de fé ser um Corpo se cada membro tem sua
própria agenda e, sendo assim, não prioriza o encontro que atende a objetivos
comuns?
Também não é possível ser igreja sem que haja um lugar para o culto, o
partir do pão, a adoração, a coleta para os necessitados, o serviço solidário,
o exercício dos dons, as missões, o ensino e tantas outras características que
vemos no livro dos Atos e nas epístolas.
A igreja é Universal, no sentido de sua constituição atemporal, não
espacial e mística, como Corpo de Cristo e Família de Deus, mas ela também é
local, no sentido de seu ajuntamento geográfico formal! Todas as comunidades
neotestamentárias possuíam um lugar próprio de encontro e culto, mesmo que ele
fosse uma casa, um salão, ou até mesmo o cemitério! As cartas do Apocalipse,
enviadas pelo próprio Senhor, bem como as cartas de Paulo, foram endereçadas a
igrejas localizáveis e não apenas aos errantes espalhados pelo mundo anunciando
a Salvação.
A existência de um lugar promove não só o acolhimento, mas até mesmo o
desenvolvimento das pessoas, com estruturas adequadas para as ministrações,
para a comunhão e o serviço. Desconstruir isso é investir na impessoalização da
fé, num mundo onde tudo já está impregnado pelo virtual e pelo individual.
Por último, a igreja é organizada, uma vez que existem pessoas
exercendo funções específicas e serviços sendo ministrados: assistência aos
pobres, ensino das Escrituras, preparação e envio de missionários, atendimentos
pastorais, atividades ligadas à oração, a adoração, dentre outros tantos. Sem
uma organização, mínima que seja, não é possível uma estrutura funcionar. Não
há pecado em formalizar as coisas, o pecado está no culto que se faz à forma!
Portanto, você pode ser de Deus e ser discípulo de Jesus mesmo escolhendo
não se ajuntar, mas é impossível imaginar que uma igreja se estabeleça como
algo casual, que acontece a qualquer hora, em qualquer lugar, ou informal, que
promove encontros descompromissados. Não devemos confundir a vida dos que estão
na igreja com a igreja em si.
No encontro de dois ou três, sem agenda, espaço ou propósito fixo,
Jesus se faz presente, se ele for buscado e, como sabemos, Deus não se prende a
templos e aboliu toda a geografia que diz respeito ao sagrado, por isso nos
reunimos para ter comunhão com os irmãos. Contudo, o encontro ocasional e
fortuito, de maneira nenhuma, se constitui igreja e isso conforme o que nos
está dito no livro dos Atos dos Apóstolos, nas Epístolas e no Apocalipse de
João.
Assim, “Desigrejado”, para mim, não é o sujeito sem igreja, mas o que
escolheu não ser igreja!
“Mas se alguém quiser fazer polêmica a esse respeito, nós não temos
esse costume, nem as igrejas de Deus.” (1 Coríntios 11:16).
9- AS RAZÕES DE ESTEVÃO
Estêvão declarou enfaticamente que o Altíssimo não pode ser limitado a
estruturas construídas pelo homem, porque Ele enche o mundo inteiro, e não
existe um tipo de casa que possa contê-lo.
Estêvão fôra acusado de blasfemar contra Deus por rejeitar o Templo.
Sua resposta foi que a história de Israel provou por si mesma que o Templo era
apenas uma instituição temporária e não era essencial para a verdadeira
adoração a Deus. No entanto, nem Estevão e nem nenhum apóstolo ensinou que os
cristãos não devam erguer construções onde os crentes possam estar juntos e ter
tudo em comum, e onde possam perseverar na doutrina dos apóstolos, e manter comunhão
com os irmãos no partir do pão, e nas orações (Atos 2:42,44).
“Olhemos uns pelos outros para estímulo à caridade e às boas obras. Não
abandonemos a nossa assembleia, como é costume de alguns, mas admoestemo-nos
mutuamente, e tanto mais quando vedes aproximar-se o Grande Dia. Depois de
termos recebido e conhecido a verdade, se a abandonarmos voluntariamente, já
não haverá sacrifício para expiar este pecado. Só teremos que esperar um juízo
tremendo e o fogo ardente que há de devorar os rebeldes.” (Hebreus 10:24-27).
Oséias Graça Tavares