Marcos Alexandre Damazio
“Semelhantemente,
depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo
pacto em meu sangue, que é derramado por vós”.
(Lc 22:20).
Uma
aliança condicional é uma promessa feita por uma parte, e que só
será honrada se a outra parte cumprir certas condições. “Eu
farei isto, se
você fizer aquilo”.
“Se
ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de
guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor teu
Deus te exaltará sobre todas as nações da terra”. (Dt
28:1).
Uma
aliança incondicional é uma promessa feita por uma parte sem impor
condições à outra parte. “Eu farei isto, não importa o que você
faça, ou deixe de fazer”.
“Este
é o pacto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor:
Porei as minhas leis em seus corações, e as escreverei em seu
entendimento; acrescenta: E não me lembrarei mais de seus pecados e
de suas iniqüidades”. (Hb
10:16,17).
O
ANTIGO PACTO
“Disse
mais o Senhor a Moisés: Escreve estas palavras; porque conforme o
teor destas palavras tenho feito pacto contigo e com Israel”. (Ex
34:27).
Deus
tinha servos fiéis que o adoravam isoladamente como Enos, Enoque,
Noé, Jó, etc. Porém, Deus não tinha um povo exclusivamente seu,
um povo para o adorar como Deus. Em Abraão Deus formou um povo para
si, o povo de Israel. O Senhor Deus viu que precisava fazer um pacto
(testamento) com seu povo, e levantou o seu servo Moisés para
através dele estabelecer um pacto com Israel. E a lei é este pacto
(aliança). Deus fez este pacto somente com o povo de Israel, e não
com os outros povos existentes na época, que obviamente não eram
obrigados a guardar a lei, que era um pacto entre Deus e Israel
somente (Ex 6:4; Ex 19:5), e a lei não justificou ninguém (Gl
3:11).
Deus
prometeu fazer de Israel um reino de sacerdotes, uma nação santa e
um povo especial, se Israel guardasse as suas leis e obedecessem aos
seus mandamentos. Então por que Deus estabeleceu a lei em Israel?
A
lei veio para mostrar ao homem o quanto ele é pecador e o quanto
Deus é santo. O homem adulterava e “não sabia” que estava
pecando, pois não havia lei que dissesse: “Não adulterarás”.
Porém, todo homem tem consciência para discernir entre o bem e o
mal. Deus firmou o pacto da lei para evidenciar que o pecado é uma
ofensa a sua santa pessoa (Rm 5:20).
Sendo
a lei um pacto condicional entre Deus e Israel deveria ser cumprido
por ambas as partes. Deus sempre foi fiel ao pacto da lei cumprindo a
sua parte na integra, abençoando, guardando, alimentando, curando e
estando o tempo todo com o povo de Israel. Este povo nunca foi fiel
ao pacto da lei e jamais cumpriu a sua parte, que era guardar as
ordenanças da lei do Senhor (Dt 28:1,2).
O
povo de Israel tinha um grande obstáculo para cumprir o severíssimo
pacto da lei: “Porque
qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto,
tornou-se culpado de todos”.
(Tg
2:10,11).
O PROPÓSITO DA ANTIGA ALIANÇA – Êxodo 20:1-26
“Depois
disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e espera ali; e
dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho
escrito, para lhes ensinares”. (Ex
24:12).
Aqueles que
buscam a justificação pelas obras da lei logo descobrem que estão
tentando realizar um feito impossível. Nunca foi dito que a benção
viria por meio da lei, mas sim pela fé em graça. A lei é oposta à
fé (Hc 2:4).
O homem não
pode ser justificado diante de Deus pelo que faz, mas somente pela
fé.
A lei foi
dada a Israel, através dos mandamentos, expressando a vontade justa
de Deus. Os juízos e as ordenanças para governar a vida social e
religiosa de Israel formavam um todo completo e inseparável. A lei
também é a dispensação que foi do Sinai até o Calvário.
Podemos
classificar os preceitos da lei de Israel em:
- Lei Moral – Regulamentos estabelecidos para um santo viver.
- Lei Civil – Leis para a nação israelita quanto à vida social e jurídica.
- Lei Cerimonial – Leis que abordavam as cerimônias e os ritos que deviam ser praticados na adoração a Jeová.
O
Antigo Testamento não está em contradição com o Novo, pois tanto
no Antigo como no Novo Testamento a vida eterna é oferecida à
humanidade por Cristo, que é o único mediador entre Deus e os
homens, sendo ele mesmo Deus e Homem; portanto, não se deve dar
ouvidos àqueles que dizem que os patriarcas tinham em vista somente
promessas transitórias. Embora a lei dada por Deus a Moisés, quanto
às cerimônias e ritos, não se aplique aos cristãos, e nem tão
pouco os seus preceitos civis devam ser necessariamente aceitos por
qualquer governo. No entanto, nenhum cristão está isento de
obedecer aos mandamentos morais do Antigo Testamento que são
ratificados na graça.
Todos os
preceitos da lei mosaica foram revogados. Mas é evidente que muitos
preceitos morais e civis da lei são repetidos na graça. Entretanto,
tais preceitos não são mais da lei, e sim da graça, pois, o fim da
lei é Cristo (Rm 10:4).
A lei não
tornou os homens santos. Ela era uma lista de “faça isto e não
faça aquilo”.
Na
verdade o propósito da lei não era fazer os homens santos, mas sim
revelar o quanto são pecadores.
A santidade da lei não tem a ver com sua capacidade salvífica,
visto que não a possui. O lado positivo da lei é que ela nos ajuda
a ver o quanto somos pecadores e o quanto necessitamos da graça de
Deus.
A
lei foi dada para regulamentar os critérios estabelecidos por Deus,
provando que nenhum ser humano é capaz de cumprir tais critérios,
estando todos em perdição (Rm 3:23). A lei nunca justificou a
ninguém, pois em todos os tempos o Salvador é Jesus, o Cristo (Rm
3:20; Gl 2:16).
A
lei deu ao pecado o caráter de transgressão e de culpa pessoal. A
lei foi o aio que nos conduziu a Cristo para que fossemos
justificados pela fé. O aio era um escravo especialmente escolhido,
cuja função era tomar a criança romana pela mão e conduzi-la até
à escola em sua menoridade. Ao terminar a fase escolar daquela
criança, ela não precisava mais de seu “tutor” (Gl 3:24,25).
O
NOVO PACTO
Próximo de
terminar seu ministério terreno Jesus disse: “Isto
é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que por muitos é
derramado”.
(Mc
14:24).
O
pacto da lei (Antigo Testamento) era um pacto entre Deus e Israel
somente, por este motivo Jesus
veio para salvar:
- Povo de Israel – Mt 1:21; Mt 2:6
- As ovelhas perdidas da Casa de Israel – Mt 10:6
- Povo que já era seu povo – Jo 1:11
Deus
planejou um pacto melhor, mais abrangente, que fosse perfeito, e
então estabeleceu o pacto da graça, que é glorioso (2ª Co
3:7-11). Deus fez com que o povo de Israel rejeitasse o seu Filho, e
então Deus deu as costas para Israel e se voltou para os gentios (Rm
11:11), ou seja, as demais pessoas da Terra (Jo 1:11,12). Assim Deus
formou para si um novo povo, a Igreja.
Neste
pacto da graça tudo é novo, até o povo de Deus. Nós não éramos
povo de Deus (Rm 9:25,26) e nem buscávamos a Deus, mas seu Filho
Jesus nos conduziu ao Pai (Rm 10:20), e nos fez o povo de propriedade
exclusiva de Deus Pai (1ª Pe 2:9,10).
Qual
a posição de Israel no pacto da graça?
O
pacto da graça é universal, isto é, firmado entre Deus e toda a
humanidade, de todos os povos, raças, línguas, tribos e nações
(Ap 7:9).
Deus
endureceu o povo de Israel para que não vissem a superioridade da
graça sobre a lei (Jo 12:37-40). Para entrar neste Testamento da
graça Israel precisa crer que Jesus é o Cristo.
Deus
endureceu todo o povo de Israel para sempre?
Não,
o endurecimento foi parcial (Rm 11:5-8) e permanecerá até que o
ultimo gentio seja salvo (Rm 11:25,26).
Este
pacto foi firmado entre Deus e todos os homens, tendo Jesus Cristo
como mediador (1ª Tm 2:4,5), não escrito em tábuas de pedras, mas
de carne, isto é, em nossos corações (2ª Co 3:3).
Coube
a Deus todas as tarefas do pacto da lei, e mais: nos tornar o seu
templo; habitar em nossos corpos através do seu Espírito; dar
gratuitamente a salvação àquele que crê; etc.
Coube
ao homem: crer que Cristo nos livrou da lei; crer que estamos debaixo
da graça; crer em Jesus como diz as Escrituras (Jo 7:38); etc.
Coube
a Cristo como fiador deixar sua glória; tornar-se homem; morrer em
nosso lugar, levar nossos pecados, doenças e maldições sobre si;
vencer todos os nossos inimigos; nos dar livre acesso ao Pai; nos
comprar para Deus; nos libertar de prisões; nos dar vida eterna; nos
tornar filhos de Deus; etc.
Coube
ao Espírito Santo como penhor convencer mundo do pecado, da justiça
e do juízo; regenerar e santificar o crente, selar os salvos, etc.
Por
que Cristo firmou um Novo Testamento, o pacto da graça?
Na
Antiga Aliança
estávamos debaixo de
maldição, pois ninguém jamais conseguiu cumprir a lei na íntegra.
“...Maldito
é todo aquele que não permanece em todas as coisas que estão
escritas no livro da lei, para fazê-las”. (Gl
3:10).
Gênesis
|
A
primeira lei implantada
|
Gn
2:16,17
|
Êxodo
|
A
formação do pacto da lei
|
Ex
20:1-17
|
Levítico
|
Os
mandamentos gerais
|
Lv
27:34
|
Números
|
Os
mandamentos e os juízos
|
Nm
36:13
|
Deuteronômio
|
O
livro da lei
|
Dt
31:24-26
|
O
livro da lei é o Pentateuco. Na lei não havia comunhão direta com
Deus, tudo era feito através dos sacerdotes (Hb 10:19,20); na graça
temos livre acesso ao Pai (Ef 2:18), e nós mesmos somos sacerdotes
(1ª Pe 2:9).
A
graça é um pacto de superiores promessas, sem defeitos. A lei era
defeituosa (Hb 8:6-9), estava doente e não venceu o pecado (Rm 8:3),
mas Cristo venceu. O fim da lei é Cristo (Rm 10:4), pois quando o
Senhor Jesus Cristo disse Nova Aliança (Mc 14:24), ele anulou a
Velha Aliança (Hb 8:13). Pois, a lei não passa de ordenanças da
carne, baseadas somente em comidas, bebidas e diversas abluções,
impostas até ao tempo oportuno de reforma (Hb 9:10-12; Hb 7:16).
Lembre-se, o fim da lei é Cristo. Na lei, ano após ano o povo
oferecia sacrifícios a Deus com sangue de animais, mas é impossível
que o sangue de animais remova pecado. Cristo com um só sacrifício
nos aperfeiçoou para sempre. Deus não se agrada de sacrifícios de
animais, e é por isso que Cristo diz: “Remova
o primeiro (pacto da lei) para estabelecer o segundo (pacto da
graça)”. (Hb
10:9).
Deus
escreveu os mandamentos da lei em tábuas de pedra. A lei era santa
(Rm 7:12), mas fria, difícil e pesada para suportar. Ela estava
sempre no exterior de cada israelita, fazendo exigências que o homem
interior não podia cumprir.
A
graça, ao contrário da lei, é uma obra do Espírito Santo que
escreve a sua vontade em nossos corações e mentes.
O PROPÓSITO DA NOVA ALIANÇA
“Sendo
justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que
há em Cristo Jesus”. (Rm
3:24).
A graça é a
essência da salvação. A graça é a maneira de Deus tratar com o
homem independente deste merecer ou não. Na Cruz Cristo pagou toda a
pena do pecado, pois levou consigo os certificados contendo todos os
pecados de toda a humanidade (Cl 2:14), e de uma vez por todas
resolveu o problema do pecado, eliminando a barreira por ele
levantada nas relações entre o homem e Deus (Cl 1:20). E o Pai diz:
“E
não me lembrarei mais de seus pecados e de suas iniqüidades.”
(Hb
10:17). O
profeta Isaías registrou estas palavras do Senhor, que têm o mesmo
significado: “Eu,
eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e
dos teus pecados não me lembro”. (Is
43:25). Esta
verdade é o sólido alicerce sobre o qual o crente constrói sua
vida espiritual, de modo a experimentar a realidade da justificação
e do perdão de Deus em sua vida diária. Pois, nenhum homem foi, e
jamais será, condenado a morte eterna por causa do pecado (1ª Jo
2:2).
A lei era uma
manifestação externa, uma ordenança que vem de fora. Porém, a lei
não pôde dar-nos o poder para cumprirmos seus mandamentos. A lei
nos dissera o que devíamos realizar, mas não nos deu nenhum poder
para fazê-lo. Ela nos mostrou o quanto somos fracos e pecadores, mas
não nos proveu de nenhum talento para obedecermos os seus
mandamentos.
Na graça,
Deus diz ao seu povo: “Eu farei por vocês o que vocês não podem
fazer por si mesmos. Eu cumprirei a lei, que tem sido externa, e a
escreverei em seu interior, em seus corações e suas mentes”.
Na graça,
Deus nos leva a cumprir fielmente a sua vontade e a andar nos seus
caminhos. Além disso, a graça não impõe nenhuma condição senão
a fé. A única coisa que é preciso é crer e receber o evangelho da
graça. Este é o presente de Deus.
O
NOVO PACTO SUBSTITUI O ANTIGO PACTO
Para
entender a salvação é preciso compreender a grande diferença que
existe entre a antiga aliança e a nova aliança.
Davi
foi um dos primeiros homens a compreender a diferença entre a lei e
a graça: “Cria
em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito
inabalável”. (Sl
51:10).
Davi
entendeu que a lei era boa; mas seu coração, mau. Ele não podia
estabelecer uma coexistência pacífica entre os dois. O apóstolo
Paulo também entendeu este problema: “Miserável
homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm
7:24).
Com
relação a este problema, nunca encontramos alivio nas tabuas de
pedra da lei. Na verdade, a lei é santa, justa e boa (Rm 7:12),
contudo nossa carne é pecaminosa.
Há
aproximadamente 400 anos depois de Davi, o profeta Jeremias abordou o
mesmo tema: “Eis
que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto novo com a casa
de Israel e com a casa de Judá, não conforme o pacto que fiz com
seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra
do Egito, esse meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu os haver
desposado, diz o Senhor. Mas este é o pacto que farei com a casa de
Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu
interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e
eles serão o meu povo. E não ensinarão mais cada um a seu próximo,
nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos
me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o Senhor; pois
lhes perdoarei a sua iniqüidade, e não me lembrarei mais dos seus
pecados”.
(Jr 31:31-34).
Deus
disse através de Jeremias que quando trouxe o povo de Israel do
Egito para o monte Sinai, ele fez uma aliança (a lei) com Israel.
Deus disse que faria um Novo Pacto com a casa de Israel e com a casa
de Judá, não conforme o pacto que ele fez com seus pais quando os
tirou da terra do Egito.
“Também
vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito
novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um
coração de carne. Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e
farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças,
e as observeis”.
(Ez 36:26,27).
Esta
promessa do Senhor através do profeta Ezequiel, vai de encontro com
a oração de Davi, que pediu a Deus coração e espírito novos.
Assim, Deus tirou da nossa carne o coração de pedra, ou seja, as
tábuas de pedra da lei, e nos deu um coração de carne. Assim Deus
nos deu um coração novo, e colocou dentro de nós o seu Espírito
Santo para nos fazer andar nos seus estatutos, e guardar as suas
ordenanças.
Durante
séculos a lei tinha estado gravada em pedra. Agora, pela primeira
vez, Deus prometera escrever a lei no coração do homem, através de
uma nova aliança.
Em
suma, a graça liberta enquanto a lei escraviza. A graça provém do
âmago do coração de Deus. A lei apesar de ser boa, é algo que
Deus instituiu para nós reconhecermos a nossa necessidade da graça
devido a nossa condição de pecador perdido.
JESUS
CUMPRIU A LEI
Sabendo
Deus que o povo de Israel jamais cumpriria toda a lei, enviou seu
Filho, que se tornou homem e judeu, para cumpri-la pelo povo. Jesus
ao iniciar seu ministério terreno disse: “Não
cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim revogar, mas
cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra
passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja
cumprido”. (Mt
5:17,18).
Jesus
disse que não veio revogar ou destruir a lei, mas sim cumprir a
parte que o povo de Israel jamais conseguiu cumprir, e que por este
motivo já havia se tornado uma maldição para os judeus (Gl 3:13).
Se Jesus veio para cumprir a lei, então devemos crer que Cristo já
cumpriu a lei. Pensar diferente é dizer que Cristo falhou na sua
missão, pois ele mesmo disse:
“Eu
não vim para revogar, vim para cumprir”.
(Mt
5:17).
Jesus disse
que o pacto da lei não seria revogado sem que fosse cumprido, sendo
Jesus o único capacitado e encarregado para esta missão impossível
ao homem: cumprir a lei.
Após
ser cumprida, a lei foi revogada por causa de sua fraqueza e
inutilidade (Hb 7:18,19). Jesus é vencedor, levou até ao fim sua
missão, cumpriu a lei, revogou-a e ainda estabeleceu um Novo
Testamento, ou seja, o pacto da graça. O fim da lei é Cristo (Rm
10:4).
A
LEI AINDA VIGORA?
“A
lei e os profetas vigoraram até João; desde então é anunciado o
evangelho do reino de Deus, e todo homem forceja por entrar nele.”
(Lc
16:16).
Não, de
maneira alguma, pois Cristo já aboliu a lei e já firmou outro pacto
com a raça humana (2ª Co 3:14). Quando Jesus morreu na cruz, o véu
do templo se rasgou de alto a baixo. Isto significou o fim da lei,
pois a partir daquele momento o templo de Deus passou a ser os nossos
corpos, onde Deus habita através do seu Espírito. O véu que foi
rasgado é a lei que terminava (Rm 10:4), pois quando alguém se
converte ao Senhor, o véu lhe é retirado (2ª Co 3:13-17). Vejamos
porque lei na graça é inaceitável pelo Senhor:
Estamos
em novidade de espírito, e não na caducidade da letra.
|
Romanos
7:6
|
Nós
somos guiados pelo Espírito, logo, somos filhos de Deus.
|
Romanos
8:14
|
Somos
guiados pelo Espírito, e não estamos debaixo da lei.
|
Gálatas
5:18
|
O
fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê
|
Romanos
10:4
|
Cristo
já foi condenado pelas nossas transgressões
|
Gálatas
3:19
|
A
lei não pode vivificar e nem justificar
|
Gálatas
3:21
|
Nós
não estamos no pacto da lei.
|
Romanos
6:14
|
Nós
estamos mortos para a lei
|
Romanos
7:4
|
A
lei forma homens débeis
|
Hebreus
7:28
|
Cristo
é Senhor do Sábado
|
João
5:18
|
Nós
não estamos na carne
|
Romanos
7:5
|
Cristo
já cumpriu a lei
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Mateus
5:17-20
|
Estamos
livres da lei
|
Romanos
7:6
|
A
lei mata
|
Romanos
7:9
|
A
lei mata
|
2ªCoríntios
3:6
|
Diante de a
lei todo ser humano é culpado, sendo a lei um ministério de
condenação, morte e maldição (2ª Co 3:7,9;Gl 3:10).
“...
Tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz; para que
toda a boca esteja fechada e todo mundo seja condenável diante de
Deus”.
(Rm
3:19).
A lei não
justifica o pecador, nem santifica o crente (Gl 3:11,12). A lei
condena o melhor homem, e a graça justifica o pior homem. Não há
um justo que possa ficar de pé diante da lei. Aquilo que deveria
servir como o caminho da salvação do homem veio a ser uma maldição:
“E
o mandamento que era para vida achei eu que era para morte”.
(Rm
7:10). A graça
é mais excelente, é superior e tem melhores promessas: “Porque
se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira
alguma estaria sendo buscado lugar para a segunda (graça)”. (Hb
8:7).
“Quando
ele (Jesus) diz Nova (graça), torna antiquada a primeira (lei). Ora,
aquilo que se torna antiquado e envelhecido, está prestes a
desaparecer”. (Hb
8:13).
Muitas
vezes o povo de Deus confundimos costumes tradicionais com doutrinas
bíblicas; misturamos a lei e a graça; e muitas vezes vemos em nosso
Pai um grande ditador. O primeiro pecado do homem foi a transgressão
de Adão. E o que Adão transgrediu?
Uma
lei que dizia: “Não
comerás da arvore do conhecimento do bem e do mal”.
(Gn
2:17).
Pare e pense: e se não houvesse essa lei. Adão não teria nada para
transgredir, e assim não teria cometido aquele pecado. Pense
novamente: se sem lei não há transgressão, então porque Deus
criou aquela lei para Adão?
Deus quando
cria uma lei ou nos dá uma ordem, ele não está pensando em si
mesmo, pois não é um ditador. Quando Deus criou aquela lei para
Adão para provar o livre-arbítrio de Adão, ele estava pensando em
proteger Adão de algo terrível: “...
porque no dia em que daquela árvore comeres, certamente morrerás”.
(Gn
2:17).
Esta
lei foi promulgada somente para Adão, pois Eva ainda não havia sido
criada por Deus. Eva comeu o fruto primeiro e depois deu a Adão e
este comeu (Gn 3:6). Eva, porém, não pecou, pois a lei foi dada a
Adão e não a Eva. Contudo, Eva era conhecedora da lei e se deixou
enganar por satanás (1ª Tm 2:14).
“Porque
antes da lei já estava o pecado no mundo, mas onde não há lei o
pecado não é levado em conta. No entanto a morte reinou desde Adão
até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da
transgressão de Adão o qual é figura daquele que havia de vir”.
(Rm
5:13,14).
Depois
de ter dado uma lei a Adão, Deus só voltou a dar leis a Moisés.
Neste longo período entre Adão e Moisés o povo viveu sem lei,
portanto, não havia transgressão, pois não havia lei para ser
transgredida (Rm 5:13,14).
Pode
haver pecado sem lei que antes o defina como pecado?
Neste
longo período de Adão até Moisés as pessoas que roubavam não
transgrediam nenhuma lei, pois não havia lei que dissesse: “Não
roubarás” (Rm
7:7).
Como
Deus julgará as pessoas que viveram de Adão a Moisés?
Estas
pessoas pecaram, porém não transgrediram nenhuma lei, e o pecado
não é levado em conta quando não há lei que o defina
anteriormente como pecado. Deus julgará tais pessoas pelos pecados
que cometeram, pois, apesar de não haver lei, tais pessoas foram
dotadas de consciência
que as acusa ou as
defende (Rm 2:14,15).
As
pessoas que viveram no mundo no período que vai de Adão até
Moisés, serão julgadas por terem transgredido suas próprias
consciências (Rm 2:12), e por isso receberam o salário do pecado: a
morte física (Rm 6:23).
Quanto
as demais pessoas, os que já ouviram o Evangelho são responsáveis
por todos os seus pecados, inclusive o de rejeitar a Cristo; os que
nunca ouviram o Evangelho são livres do pecado de rejeitar a Cristo,
apesar de serem responsáveis pelos outros pecados pelos quais serão
considerados culpados. Os gentios que nunca ouviram o Evangelho serão
julgados de acordo de suas consciências diante da luz natural e da
graça comum.
Muitas
vezes ouvimos em nossas igrejas preletores dizerem que é necessário
guardar pontos da lei para sermos justificados. A Bíblia nos diz que
não há um justo sequer sobre a terra, porém nós fomos e somos
justificados pelo sangue de Jesus. Sabedores que somos justificados,
mediante a fé, pelo sangue de Jesus (Rm 5:1,9), cremos então que
nunca poderemos ser justificados pela lei, pois esta não justifica a
ninguém (Gl 2:16; Gl 3:11). O que muitas vezes os pregadores ignoram
é que quem olha para a lei dá as costas para Cristo e está
desligado de Cristo
(Gl 5:4). A lei era
inútil e nunca aperfeiçoou coisa alguma, mas pela graça chegamos a
Deus (Hb 7:18,19).
“Pela
graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom
de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”.
(Ef
2:8).
Devemos crer
que somos justificados inteiramente pela graça do Senhor Jesus, pois
a graça não é apenas uma dispensação, mas principalmente, um
favor imerecido de Deus por nós, pois fomos salvos quando éramos
ainda ímpios (Rm 5:6-8).
- “Tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para os transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros, e para tudo o que se opõe à sã doutrina”. (1ª Tm 1:9,10).
- Nós éramos tudo isso, porém nós fomos lavados, purificados, santificados e justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus (1ª Co 6:9-11).
A
LEI NA GRAÇA
Infelizmente,
muitos cristãos sinceros são tentados a voltar para o domínio da
lei. Mas veja o que o apóstolo Paulo disse sobre isto:
“Ou
ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem
domínio sobre o homem por todo o tempo que ele vive? Porque a mulher
casada está ligada pela lei a seu marido enquanto ele viver; mas, se
ele morrer, ela está livre da lei do marido. De sorte que, enquanto
viver o marido, será chamada adúltera, se for de outro homem; mas,
se ele morrer, ela está livre da lei, e assim não será adúltera
se for de outro marido. Assim também vós, meus irmãos, fostes
mortos quanto à lei mediante o corpo de Cristo, para pertencerdes a
outro, àquele que ressurgiu dentre os mortos a fim de que demos
fruto para Deus. Pois, quando estávamos na carne, as paixões dos
pecados, suscitadas pela lei, operavam em nossos membros para darem
fruto para a morte. Mas agora fomos libertos da lei, havendo morrido
para aquilo em que estávamos retidos, para servirmos em novidade de
espírito, e não na velhice da letra”.
(1ª
Co 7:1-6).
O
apóstolo Paulo usa as leis matrimoniais para ilustrar o nosso
relacionamento com Cristo sob o Novo Testamento (Nova Aliança).
Como
pecadores, éramos “casados” com a lei e presos às suas
exigências. Quando recebemos a Cristo como Salvador, fomos colocados
em seu Corpo (1ª Co 12:13). Assim fomos identificados com ele na sua
morte e ressurreição.2
Quando
Cristo morreu na cruz, nós estávamos potencialmente “nele”.
Quando ele ascendeu aos céus nós também ascendemos potencialmente
“nele” e estamos assentados com ele nos céus (Ef 2:1-6).
O
apóstolo Paulo afirma que fomos libertos da lei, pois, quando Cristo
ressuscitou, nós também revivemos “nele”. Quando Jesus
ressurgiu, ele se tornou o nosso marido divino, e nós nos tornamos a
noiva de Cristo. Portanto, nós não estamos mais debaixo das
exigências da lei, o nosso antigo e falecido esposo.
Muitos
cristãos sinceros são tentados a voltar para o domínio da lei.
Eles ainda parecem atraídos a voltar a ter um relacionamento
amigável com o ex-marido (a lei). Sem perceberem o que estão
fazendo, esses cristãos estão de paquera com a lei, e isso pode
conduzi-los ao adultério espiritual.
Eles
não estão confiando totalmente na consumação da obra de Cristo na
cruz, e nem estão crendo que Cristo cumpriu a lei por nós. Então,
sentem que precisam acrescentar algo para satisfazer completamente as
exigências da lei. Tais cristãos não entendem que, quando olham
para a lei, eles estão sendo infiéis ao novo marido, o Senhor Jesus
Cristo. Nós não podemos confiar na lei e na graça ao mesmo tempo.
Pela
nossa morte na cruz (em Cristo), nós não apenas fomos feitos livres
do domínio do pecado, mas também livres de nossa “escravidão
matrimonial” para com a lei. Agora somos livres para casarmos com
“outro”, a saber, Jesus Cristo.
O
apóstolo Paulo teve grandes problemas ao ver duas igrejas se
desviarem da verdade e seguirem “heresias bíblicas”3:
A
igreja de Jerusalém
– Atos 15:1-35
Nessa
igreja, como em muitas de nossos dias, havia pessoas que achavam que
deveríamos crer em Jesus e guardar a lei, sem terem ciência de que
quem crê em Jesus não pode guardar a lei, e quem guarda a lei está
desligado de Jesus (Gl 5:4). Houve grande contenda de Paulo e Barnabé
contra os hereges que afirmavam ser necessário guardar a lei. Os
apóstolos e presbíteros convocaram um concílio para examinar a
questão (At 15:1-5). Durante o concílio houve grande debate, então
o apóstolo Pedro que era um dos pastores daquela igreja, saiu em
defesa da verdade dizendo: “Porque
tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo (lei)
que nem nossos pais puderam suportar, nem nós? Mas cremos que fomos
salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram”.
(At
15:10,11).
Podemos
ver que guardar a lei na graça é tentar a Deus. Pedro vai além ao
dizer que todos os que foram salvos no regime da lei foram salvos
pela graça, pois a lei não justifica ninguém (Gl 4:4,5), pois
Cristo em graça resgatou também os que viveram na lei antes que
viesse a graça. Se Cristo descesse da cruz, Moisés, Enoque, Elias e
todos os profetas do Antigo Testamento desceriam do Céu direto para
o Inferno. Tiago, o principal pastor da igreja de Jerusalém toma a
palavra e diz: “Pelo
que julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os gentios
se convertem a Deus”.
(At
15:19,24).
Tiago diz que
a lei de Moisés é pregada até hoje nas sinagogas dos judeus e não
nas igrejas do Senhor Jesus Cristo, pois a lei na graça não passa
de perturbação (At 15:21).
O concílio
de Jerusalém chegou a seguinte conclusão: “Pois
pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo
além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas
sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais
sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis
bem se vos guardardes”.
(At
15:28,29).
As
igrejas da Galácia
– Toda a carta aos
Gálatas
O
apóstolo Paulo pregou o evangelho genuíno na Galácia, porém os
hereges se infiltraram na igreja pregando que a igreja deveria
guardar a lei de Moisés. Paulo diz aos Gálatas que qualquer pessoa,
e até mesmo um anjo do céu que fosse pregar outro evangelho
diferente do que ele (Paulo) havia pregado, que tal pessoa fosse
anátema (Gl 1:6-9).
Paulo
diz que a lei na graça é segundo os homens, mas ele foi chamado
pela graça (Gl 1:10-12). Pois, a lei espreita a liberdade e conduz a
escravidão, e quem prega a lei na graça são os falsos irmãos (Gl
2:4; Gl 4:9-11). Introduzir a lei na graça é nos obrigar a viver
como os judeus, e nós não somos judeus (Rm 2:17; Gl 2:14). Além
disso, a lei não justifica o crente, pois nós estamos mortos para a
lei, portanto não podemos anular a graça de Deus; pois se a justiça
é mediante a lei, segue-se que Cristo morreu em vão (Gl 2:11-21).
Qualquer pessoa que crê que devemos guardar uma letra da lei, está
crendo que Cristo morreu em vão. Tudo o que Jesus conquistou na cruz
nós recebemos pela graça, mediante a fé e não pela lei (Gl
3:1-5). A lei é uma maldição e todos os que guardam os seus
preceitos estão debaixo de maldição. No pacto da lei, Israel tinha
que guardar todos os preceitos da lei, e se um só preceito fosse
quebrado, todos os outros também seriam quebrados (Tg 2:10,11).
Dessa forma ninguém nunca poderia cumprir a lei, e esta nunca pôde
justificar ninguém, e não havia nem um justo sequer. Na graça
somos justificados mediante a fé (Rm 3:10-12; Rm 5:1) e Cristo nos
resgatou da maldição da lei e nos colocou na sua maravilhosa graça
(Gl 3:10-13) que é anterior a lei, pois Deus prometeu a graça a
Abraão e ao seu descendente (Jesus) 430 anos antes de dar a lei a
Moisés. A lei não pode anular a graça, pois esta é anterior
àquela (Gl 3:15-17).
- De Adão até Cristo o povo de Deus foi justificado pela fé na promessa de que Deus enviaria o Salvador.
- De Cristo até hoje o povo de Deus é justificado pela fé no cumprimento dessa promessa.
O
pacto da lei foi o nosso tutor antes que se cumprisse a promessa da
graça em Cristo Jesus, nosso Senhor (Gl 3:23-25; Gl 4:1-5).
Paulo
pergunta aos gálatas se eles querem estar sob a lei, pois os que
estão sob a lei não são guiados pelo Espírito Santo (Rm 8:14), e
também não são filhos de Deus (Gl 5:18). Por este motivo devemos
lançar fora a lei e ficarmos na graça somente (Gl 4:21-31). Paulo
nos diz que as pessoas que pregam a lei na graça adulteram a palavra
de Deus, pois o verdadeiro evangelho está encoberto para os que se
perdem, pois o deus deste século cegou os entendimentos dos
incrédulos (2ª Co 4:2-4).
OU
A LEI OU CRISTO – Gálatas 5:1-12
Muitas
de nossas igrejas crêem que devemos guardar preceitos doutrinários
da lei mesmo estando na graça. Crêem que devemos guardar o sábado
ou guardar preceitos da lei que falam sobre vestes (Dt 22:5). Mas a
Bíblia nos diz:
“Para
a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e
não vos submetais de
novo
a jugo de escravidão”. (Gl
5:1).
Devemos
permanecer na graça onde nós somos livres e não devemos nos
colocar debaixo da lei (Gl 4:21-31).
“Eu,
Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos
aproveitará”.
(Gl
5:2).
Vemos aqui
que Cristo só salva os que estão debaixo da graça, e que qualquer
pessoa que cumpre qualquer preceito da lei (a circuncisão é um
preceito da lei) está fora da salvação de Cristo.
“De
novo testifico a todo homem que se deixa circuncidar, que está
obrigado a guardar toda a lei”.
(Gl
5:3).
Este
texto deixa claro a todo homem que pensa em guardar o sábado, que
para guardar um preceito tem que guardar todos os demais preceitos da
lei, ou seja, milhares de preceitos que não podem salvar ninguém.
“De
Cristo vos desligastes vós que procurais justificar-vos na lei, da
graça decaístes”.
(Gl
5:4).
O cristão
sincero, que não entende a base de sua salvação, pode ser
facilmente enganado. Ele quer verdadeiramente agradar a Deus e ter a
sua aprovação. Tentar cumprir as exigências da lei parece-lhe um
bom caminho. Pode parecer certo, mas está errado!
Qualquer
pessoa que crê que a lei ainda vigora na graça está totalmente
desligada de Cristo, já decaiu da graça, e não tem a menor noção
de quem é Jesus Cristo e o que ele fez por nós, qual a posição do
cristão na graça de Deus, desconhece por completo o que é ser
filho de Deus, desconhece o Deus vivo e as bases do seu pacto com a
Igreja e não tem nem uma vaga noção do que é justificação pela
fé em Cristo Jesus nosso Senhor.
O
PESO DA GRAÇA
A
graça de Jesus se caracteriza pela grande liberdade dos cristãos
(Gl 5:1), todavia esta liberdade, não é libertinagem como querem
alguns (Jd 1:4), pois a liberdade em Cristo não é licença para
continuar pecando. Jesus disse que o pacto da graça tinha em seu
fiador um jugo suave e um fardo leve
(Mt 11:30). Ao
contrário da graça, a lei tem um jugo insuportável que nem o povo
de Israel conseguiu levar e nunca ninguém suportará este fardo na
integra sobre seus ombros (At 15:10). Hoje vemos em muitas de nossas
igrejas homens falando de si mesmos e atando fardos pesados da lei
sobre os seus membros, e dizendo que temos que pagar o preço da
salvação, e dessa maneira eles não entram no reino e nem deixam
entrar aqueles que de coração, mais sem conhecimento, querem se
achegar a Deus através de Cristo (Mt 23:4,13). O povo de Israel nega
que Jesus é o Cristo, e assim negam a graça e a verdade que são
por Jesus e preferem ficar com a lei de Moisés sobre suas costas
encurvadas pelo peso insuportável do pacto da lei (Jo 1:17; Rm
11:10).
O
pacto da lei consistia de muitas ordenanças que não podiam
justificar ninguém, e eram prejudiciais ao homem ao passo que este
nunca poderia cumpri-las plenamente, porém Cristo cancelou a nossa
dívida pagando o preço de sangue e de morte, e se fazendo maldito
em nosso lugar, removeu por completo a maldição da lei (Cl 2:14; Gl
3:13).
A
LEI DE CRISTO -
1ª
Coríntios 9:21
“Levai
as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de cristo”.
(Gl
6:2).
Jesus cumpriu a lei mosaica por
nós e levou o jugo insuportável e fardo pesado da lei mosaica em
nosso lugar, e nos deixou o seu jugo suave e o seu fardo leve. Este
jugo suave e este fardo leve formam a lei de Cristo que é o
fundamento da liberdade do cristão. A lei de Cristo é conhecida
como lei da liberdade (Tg 2:12,13) e lei perfeita (Tg 1:25). A lei de
Moisés é conhecida como lei da condenação e da morte (2ª Co
3:7,9). Vejamos porque:
Na
lei de Moisés
|
Não
é licito trabalhar no sábado
|
Lucas
6:2
|
Na
lei de Cristo
|
Todas
as coisas me são lícitas
|
1ª
Coríntios 10:23
|
Na
lei de Moisés
|
Não
toqueis em coisas impuras
|
Levítico
5:2
|
Na
lei de Cristo
|
Todas
as coisas são puras
|
Romanos
14:14
|
Por
ser uma aliança superior à lei, a graça é mais severa exatamente
por ter o testador morrido pela humanidade para confirmar o
Testamento (Hb 9:16,17), sendo assim quem profanar a graça não
levando o seu fardo leve e o seu jugo suave por querer levar o pesado
fardo que Cristo já levou por nós, o Senhor punirá rigidamente.
Querer introduzir os ritos e o fardo pesado da lei na graça é uma
profanação do sangue da graça derramado por Cristo na Cruz, e é
também um ultraje ao Espírito Santo (Hb 10:26-31).
Na lei os filhos
rebeldes e as pessoas adúlteras eram apedrejados até a morte por
homens pecadores (Lv 20:10; Dt 21:18-21). Na graça não há
distinção de pecados, pois todos ofendem a Deus (Rm 5:17), é por
isso que Jesus diz aos homens pecadores que queriam condenar uma
mulher adúltera: “Quem
não tiver pecado seja o primeiro a atirar a pedra”.
E ninguém atirou, pois todos eram pecadores também e não podiam
condená-la, embora todos quisessem, mas todos são iguais perante o
Senhor. E Jesus diz a mulher adúltera: “Nem
eu tão pouco te condeno; vai, e não peques mais”.
(Jo
8:1-11). Esta
é a lei de Cristo, onde a misericórdia triunfa sobre o juízo, ou
seja, a graça triunfa sobre a lei, o perdão triunfa sobre a
condenação. E é por esta lei da liberdade que os homens são
julgados (Tg 2:12,13). A lei de Cristo é a lei da fé e do amor e da
liberdade (Rm 3:27,28; Gl 6:1-5), e não visa o interesse próprio, e
sim o interesse de outrem (1ª Co 10:23), por isso a lei régia é:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Tg 2:8).
“A
ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos
ameis uns aos outros: pois quem ama ao próximo, tem cumprido a lei.
Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não
cobiçarás, e se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra
se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não
pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é
o amor”. (Rm
13:8-10).
A
LEI E O PECADO
–
Romanos 7:7-9
“...
Porque sem lei está morto o pecado”. (Rm
7:8).
A
Bíblia nos mostra que a lei é santa, boa, justa e espiritual se for
cumprida total e legitimamente (1ª Tm 1:8; Rm 7:12). Todavia, como
cumprir toda a lei é impossível aos homens, a lei se tornou
enferma, maldição, inútil e carnal (Rm 8:3; Hb 7:16). As nossas
igrejas que têm costumes mais rígidos fundamentados sobre a lei de
Moisés, se consideram mais santas do que as igrejas mais liberais
(não libertinas) que têm seus costumes baseados na graça. Vejamos
o que a Bíblia nos diz da relação da lei com o pecado:
“Porque
a lei suscita ira; mas onde não há lei, também não há
transgressão”. (Rm
4:15).
Quanto
mais a lei invade a graça por nossas igrejas legalistas, o pecado a
acompanha. Sendo assim, as igrejas mais rígidas têm mais ira e mais
transgressões, pois há muitos preceitos para serem quebrados.
Portanto, quanto mais rígidos forem os costumes, mais pecadora a
igreja será.
Mas afinal, de que Jesus nos
salvou?
Dentre
muitas coisas Jesus nos livrou do pecado (transgressão da lei), da
maldição e da ira da lei (Gl 3:13; Rm 5:9). Deus sempre pensa em
tudo. Sabedor de que a lei suscita ira, Deus fez um plano para nos
salvar da ira da lei, pois éramos filhos da ira (Ef 2:3).
Como
sem a lei está morto o pecado, alguns acham que podem pecar a
vontade por estarem debaixo da graça. O pecado é senhor de todo
aquele que o pratica. E o cristão não pode servir a dois senhores
(Rm 6:15,16).
A
lei veio para avultar o pecado, mas onde abundou o pecado,
superabundou a graça (Rm 5:20,21). Nós morremos para a lei para
pertencermos a Cristo, o Senhor, pelo qual obtemos a salvação (Rm
7:4).
Hoje
vemos em nossas igrejas pessoas querendo ressuscitar-nos para o
pecado ao impor a lei na graça, pois o pecado tem domínio sobre os
que estão na lei (Rm 6:14). Vejamos o que o Espírito Santo diz
através do apóstolo Paulo:
O pecado é realçado pela
lei
|
Romanos
7:5
|
Não
estamos subordinados a lei
|
Gálatas
3:23-26
|
Nós
estamos libertos da lei
|
Romanos
7:6
|
Nós
estamos mortos para o pecado
|
Romanos
6:11
|
O
pecado vem por meio da lei
|
Romanos
7:7
|
O
pecado está morto sem a lei
|
Romanos
7:8
|
A
lei traz a morte através do pecado
|
Romanos
7:9-11
|
Pela
lei vem o pleno conhecimento do pecado
|
Romanos
3:20
|
“...
eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois
não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não
cobiçarás”. (Rm
7:7).
A
LIBERDADE NO ESPÍRITO SANTO
“E
não somos como Moisés, que trazia um véu sobre o rosto, para que
os filhos de Israel não atentassem na terminação do que se
desvanecia; mas o entendimento lhes ficou endurecido. Pois até o dia
de hoje, à leitura do velho pacto, permanece o mesmo véu, não lhes
sendo revelado que em Cristo é ele abolido; sim, até o dia de hoje,
sempre que Moisés é lido, um véu está posto sobre o coração
deles. Contudo, convertendo-se um deles ao Senhor, é-lhe tirado o
véu”. (2ª
Co 3:13-16).
O
Espírito Santo nos liberta das exigências da lei para que possamos
viver com liberdade. Ele nos fez livres da lei escrita em pedras,
para obedecermos à lei escrita em nosso coração.
Esta
liberdade não nos autoriza a seguir os nossos desejos carnais. Se
assim agirmos, seremos convencidos e disciplinados pelo Espírito
Santo.
Após
sujeitarmos o nosso espírito ao Espírito Santo, e a nossa mente à
Palavra de Deus, com certeza, não precisamos ter medo. Cometemos
alguns erros, mas Deus é fiel em operar junto a eles para o nosso
bem e para a sua glória. O Espírito de Deus nos ensinará com amor
e mansidão, e nos disciplinará no nosso cotidiano.
O
Espírito Santo não veio substituir a Bíblia como ensinam algumas
pessoas. Ele veio explicar a Bíblia e aplica-la em nossa vida.
Portanto, a obra do Espírito Santo em nossa vida sempre estará de
acordo com a Palavra de Deus. Ele transforma a Palavra escrita em
Palavra viva em nosso coração.
Ora,
o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há
liberdade. Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um
espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória
na mesma imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. (2ª
Co 3:17,18).
O
TESTADOR
“Pois
onde há testamento, necessário é que intervenha a morte do
testador. Porque um testamento não tem força senão pela morte,
visto que nunca tem valor enquanto o testador vive”. (Hb
9:16,17).
Para
que uma aliança tenha efeito, ela deve ser ratificada. Somente a
morte do testador poderia ratificar a nova aliança.
Quando
um homem faz um testamento, registrando sua ultima vontade, as leis
da maioria dos países determinam que este testamento só pode ser
executado quando este homem morrer.
Deus
também estabeleceu a sua vontade em forma de um Novo Testamento
(Aliança ou Pacto). Este Novo Testamento não poderia entrar em
vigor até que aquele que o estabelecera tivesse morrido.
Por
isso Deus, o Filho, veio a esta Terra como homem. Cristo, o testador,
veio morrer para que o seu Novo Testamento tivesse efeito.
“Semelhantemente,
depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo
pacto em meu sangue, que é derramado por vós”. (Lc
22:20).
O
TESTAMENTEIRO
“E
eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique
convosco para sempre”.
(Jo 14:16).
Quando
o testador morre é necessário que alguém tome as medidas
relacionadas ao testamento para cumprir a vontade do testador. A
pessoa nomeada para tal atividade é o testamenteiro.
Cristo
poderia se tornar, legalmente no céu, o testamenteiro de seu próprio
testamento, pois morreu, porém, ressuscitou.
Uma
vez que o sacrifício de Cristo foi aceito pelo Pai no céu, a nova
aliança estava estabelecida no céu. Agora faltava coloca-la em
vigor aqui na Terra. Por isso, do céu, Deus enviou o Espírito Santo
no dia de Pentecostes para ser o testamenteiro do testamento de
Cristo. Assim, fica mais fácil compreendermos as palavras de Cristo
acerca do ministério terreno do Espírito Santo:
“Quando
vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda
a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver
ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras. Ele me glorificará,
porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará. Tudo quanto o Pai
tem é meu; por isso eu vos disse que ele, recebendo do que é meu,
vo-lo anunciará”.
(Jo 16:13-15).
Jesus
disse que o Espírito Santo receberia algo que lhe pertencia, e nos
anunciaria. Jesus estava se referindo ao Novo Testamento que o
Espírito Santo como testamenteiro iria nos anunciar toda vontade do
testador.
“E
eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique
convosco para sempre”.
(Jo 14:16).
O
termo ‘outro’, no grego allos
(allos),
significa outro da mesma classe, similar. Já o termo ‘Consolador’,
no grego parakletos
(parakletos),
tem um significado mais amplo do que consolador ou ajudador. Esta
palavra vem da combinação de duas palavras gregas: para,
que significa “ao lado de”, e kaleo,
cujo sentido é “chamar”. Juntas essas palavras querem dizer
“chamado para o lado da pessoa”. Esta palavra, parakletos,
significa muitas coisas no Novo Testamento. É traduzida como
intercessor, consolador, ajudante, defensor, conselheiro. Ela
conceitua um advogado que representa um dos lados num tribunal: “Meus
filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se
alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o
justo”.
(1ª Jo 2:1).
Um
advogado é um conselheiro legal ou um defensor. Ele pleiteia a causa
de seu cliente no tribunal de justiça. Portanto, o advogado fica ao
lado de seu
cliente,
providenciando-lhe acesso a todos os benefícios da lei.
Nós
temos dois advogados. Um deles está à mão direita de Deus Pai, e é
o próprio Senhor Jesus. Desta forma, se nós pecarmos temos um
advogado que atua no céu para pleitear a nossa causa. Embora Deus, o
justo juiz, está totalmente ao nosso lado. Deus é por nós (Rm
8:31). No entanto, Deus tem de satisfazer sua perfeita justiça,
exigindo a penalidade pelo pecado cometido. Mas Deus satisfez a sua
justiça quando nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o
entregou por todos nós (Rm 8:32).
O
outro advogado está dentro de nós, e é o Espírito Santo, desta
forma, temos um advogado que atua na Terra para pleitear a nossa
causa, ou seja, nos fazer andar nos estatutos do Senhor
(Ez 36:27).
Deus
colocou a sua lei em nossos corações através da presença4
do Espírito Santo que habita em nós. Assim, o Espírito Santo nos
ensinará todas as coisas (Jo 14:26) e nos guiará a toda a verdade
(Jo 16:13).
O
Espírito santo não só nos revelará a vontade do testador, mas
também nos capacitará a cumpri-la.
Na
verdade, a lei do Espírito da vida, gravada no coração de carne, é
mais exigente até do que a lei de Moisés, gravada nas tábuas de
pedra. Porém, a lei do Espírito Santo não exige nenhuma sujeição
severa, mas sim, uma obediência amorosa.
Na
antiga aliança, a lei estava fora de nós, escritas em tábuas de
pedra. Na nova aliança, a lei está dentro de nós, escrita em nosso
coração e mente.
Na
antiga aliança, a lei poderia forçar uma conformidade externa que
teria duração temporária. Na nova aliança, o Espírito Santo que
habita em nós pode transformar o nosso interior permanentemente.
O
Espírito Santo é o testamenteiro, o executor da vontade de Cristo e
do seu testamento. Ele é quem executa a nova aliança com suas
bênçãos e benefícios.
Diante
desta revelação se cumpre a profecia de Deus: “Porei
dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus
estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as observeis”.
(Ez 36:27).
A ALIANÇA ETERNA
“Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá.” (Jr 31:31).
A graça é chamada nova aliança. Isso contrasta com a aliança anterior que o Senhor fez com Israel quando o trouxe para fora do Egito. É nova no que diz respeito ao principio em que se norteia. o Senhor tinha dito aos seus que se guardassem as seus mandamentos e andassem nos seus estatutos, Ele os abençoaria. Ele colocou diante deles uma lista de ricas bênçãos; todas elas seriam suas se obedecessem à lei do Senhor. Mas nos dias presentes o Senhor, em Cristo Jesus, tem feito uma nova aliança com a verdadeira descendência de Abraão, com todos os crentes verdadeiros, não segundo o teor da antiga, nem condicional e finita como aquela.
Muitos não atentam para a verdadeira natureza da aliança da graça. Falam sobre da graça, mas pensam que ela depende de mérito humano. Falam sobre a misericórdia de Deus, porém a condicionam, fazendo com que seja mais justiça do que graça. Se a salvação é por graça, não é por obras, senão, a graça já não seria graça. (Rm 11:6).
“Farei com eles aliança eterna segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.” (Jr 32:40).
No entanto, a nova aliança é uma aliança eterna. A velha aliança foi de duração finita; mas esta é uma aliança eterna. Ao contrário de alguns eruditos modernos da teologia processual, eu creio que a palavra eterna significa que dura para sempre.
Creio que o primeiro motivo pelo qual a graça é uma aliança eterna é que foi feita conosco em Jesus Cristo. O primeiro Adão era falho, e fracassou; ele não conseguiu suportar a tensão da sua responsabilidade. Mas o fiador da nova aliança é Jesus Cristo, e ele não tem falhas, é perfeito. Creio que o segundo motivo pelo qual a nova aliança não pode falhar é devido o lado humano dela ter sido cumprido. O lado humano poderia ser considerado o lado fraco; no entanto quando Jesus se tornou homem, esse lado ficou firme até este momento Ele tem cumprido integralmente a nova aliança da qual Ele é o Fiador. Visto, portanto, que foi cumprida aquela parte da aliança que pertence ao homem, só falta ser cumprida a parte de Deus, que consiste em promessas ncondicionais. Porventura Deus não cumprirá o que prometeu? Sim, certamente.
“Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias, e de todos os vossos ídolos, vos purificarei. Também vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as observeis.” (Ez 36:25-27).
Além disso, a nova aliança é eterna, porque é fundamentada na livre graça de Deus. A primeira aliança dependia da condição da obediência dos homens. Se guardassem a lei, Deus os abençoaria; mas fracassaram pela desobediência, e herdaram a maldição.
A ALIANÇA ETERNA
“Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá.” (Jr 31:31).
A graça é chamada nova aliança. Isso contrasta com a aliança anterior que o Senhor fez com Israel quando o trouxe para fora do Egito. É nova no que diz respeito ao principio em que se norteia. o Senhor tinha dito aos seus que se guardassem as seus mandamentos e andassem nos seus estatutos, Ele os abençoaria. Ele colocou diante deles uma lista de ricas bênçãos; todas elas seriam suas se obedecessem à lei do Senhor. Mas nos dias presentes o Senhor, em Cristo Jesus, tem feito uma nova aliança com a verdadeira descendência de Abraão, com todos os crentes verdadeiros, não segundo o teor da antiga, nem condicional e finita como aquela.
Muitos não atentam para a verdadeira natureza da aliança da graça. Falam sobre da graça, mas pensam que ela depende de mérito humano. Falam sobre a misericórdia de Deus, porém a condicionam, fazendo com que seja mais justiça do que graça. Se a salvação é por graça, não é por obras, senão, a graça já não seria graça. (Rm 11:6).
“Farei com eles aliança eterna segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.” (Jr 32:40).
No entanto, a nova aliança é uma aliança eterna. A velha aliança foi de duração finita; mas esta é uma aliança eterna. Ao contrário de alguns eruditos modernos da teologia processual, eu creio que a palavra eterna significa que dura para sempre.
Creio que o primeiro motivo pelo qual a graça é uma aliança eterna é que foi feita conosco em Jesus Cristo. O primeiro Adão era falho, e fracassou; ele não conseguiu suportar a tensão da sua responsabilidade. Mas o fiador da nova aliança é Jesus Cristo, e ele não tem falhas, é perfeito. Creio que o segundo motivo pelo qual a nova aliança não pode falhar é devido o lado humano dela ter sido cumprido. O lado humano poderia ser considerado o lado fraco; no entanto quando Jesus se tornou homem, esse lado ficou firme até este momento Ele tem cumprido integralmente a nova aliança da qual Ele é o Fiador. Visto, portanto, que foi cumprida aquela parte da aliança que pertence ao homem, só falta ser cumprida a parte de Deus, que consiste em promessas ncondicionais. Porventura Deus não cumprirá o que prometeu? Sim, certamente.
“Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias, e de todos os vossos ídolos, vos purificarei. Também vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as observeis.” (Ez 36:25-27).
Além disso, a nova aliança é eterna, porque é fundamentada na livre graça de Deus. A primeira aliança dependia da condição da obediência dos homens. Se guardassem a lei, Deus os abençoaria; mas fracassaram pela desobediência, e herdaram a maldição.
1Aliança
é sinônimo de pacto, acordo, concerto, e em certo sentido é
sinônimo de testamento.
2Leia
o capítulo 6 da carta de Paulo aos Romanos.
3Toda
doutrina antibíblica ou extrabíblica é uma heresia. E toda
doutrina, conceito ou princípio baseado na Bíblia, porém
interpretado erroneamente, ou interpretado forçosamente a
bel-prazer, ou interpretação de um texto fora de seu contexto
literário, geográfico e histórico, ou ainda a interpretação de
um texto isolado criando um pretexto doutrinário, é uma heresia
bíblica.
4A
presença do Espírito Santo não substitui a Palavra de Deus. O
Espírito Santo veio para explicar a Palavra de Deus e aplica-la em
nossas vidas.