Marcos Alexandre Damazio
Se o crente
cometer apostasia
perderá a salvação? Tratar-se de um assunto controvertido. De um
lado o Calvinismo que considera a salvação imperdível. Do outro o
Arminianismo que considera plenamente possível o crente perder a
salvação.
O
cerne da questão está na condição do homem após aceitar Jesus
como seu único Salvador e Senhor. O crente, usando o seu
livre-arbítrio, pode voltar-se para o pecado, apostatar da fé,
decair da graça de Deus e, assim, perder a salvação?
A
palavra de Deus nos mostra algumas pessoas que estavam na Igreja, e
apostataram, foram levadas por seus pecados e se perderam sem a
comunhão com Deus: Judas Iscariotes (Mt 27:4,5); Ananias e Safira
(At 5:1-9); Himeneu e Alexandre (1ª Tm 1:19,20), e vários outros no
Novo Testamento. Assim também, com certeza já ouvimos alguém dizer
que já foi crente ou que é um ex-crente batizado e tudo mais.
Na
verdade há pessoas que se intitulam crentes só por terem levantado
a mão dentro de uma igreja evangélica na hora do ‘apelo’. Dizem
que foram batizados somente por terem tomado um banho em um rio ou no
batistério de alguma igreja evangélica.
Muitas
pessoas são batizadas, se tornam membros de uma igreja evangélica,
acreditando que no Dia do Juízo suas boas ações serão comparadas
às suas más ações e, de alguma maneira, esperam que as boas ações
superem em valor e quantidade às más ações.
Infelizmente
o que muitos não entendem é que para ser um crente, um cristão de
verdade, é necessário confessar a Jesus como Senhor, crer, se
arrepender e passar pela experiência do novo nascimento, como Jesus
explicou a Nicodemos: “Em
verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não
pode ver o reino de Deus”.
(Jo
3:3).
Não
existe ex-crente. Ou a pessoa é crente, ou nunca foi crente
verdadeiramente. Paulo nos mostra essa situação quando escreve:
“Pelo
que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas
já passaram; eis que tudo se fez novo”. (2ª
Co 5:17).
Os
que foram regenerados se tornam novas criaturas, lavadas e resgatadas
pelo sangue que Jesus derramou na cruz. E os que não experimentaram
o novo nascimento, ainda que estejam na igreja, continuam perdidos em
seus pecados gerados pela incredulidade.
Atualmente
existem muitas pessoas que falam em nome de Jesus, profetizam,
expulsam demônios, realizam curas e até operam milagres em nome de
Jesus, mas, infelizmente, nunca experimentaram o novo nascimento.
“Nem
todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas
aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me
dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu
nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não
fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos
conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade”.
(Mt
7:21-23).
Existem
muitas pessoas que são membros de igrejas evangélicas, mas que, na
verdade, estão somente praticando rituais religiosos e observando
regras. Tais pessoas apenas praticam a religião protestante, e nada
além disso. Deixaram de fumar, beber, xingar palavrão. Abandonaram
as coisas que achavam erradas, e passaram a freqüentar a igreja, ler
a Bíblia, dar o dízimo, jejuar, subir monte e fazer aquilo que
julgam ser o certo. Algumas pessoas já foram ‘batizadas’, e
estão nas classes da escola dominical, mas ainda não entenderam que
a salvação é mais do que fazer rituais e seguir preceitos. Essas
pessoas não sabem que ser salvo significa ter a vida de Cristo em
si. Tais pessoas têm tudo, menos a nova vida em Cristo Jesus nosso
Senhor. O resultado dessa situação é uma fé morta, pois nunca se
tornaram novas criaturas em Cristo, pois estas pessoas não têm
raiz, apenas crêem por algum tempo, mas na hora da tribulação se
desviam, ou são pessoas que no caminho são sufocadas pelos
cuidados, riquezas, e deleites desta vida ou são pessoas que não
dão fruto (Lc 8:13,14). Tais pessoas acham que serão justificadas
por praticarem o cristianismo, ou por serem protestantes, ou por
serem membros de alguma igreja evangélica, ou por participarem
rituais religiosos e por seguirem preceitos religiosos de decência.
Para
alcançarem a salvação, essas pessoas têm de crer em Cristo. Mas
antes disso, eles precisam entender que carecem da salvação; que
estão perdidos em seus pecados e incredulidade, condenados a uma
eternidade no inferno se Cristo não se tornar, para elas, o Salvador
pessoal. Elas devem ser informados de que Deus lhes oferece a
salvação em Cristo e têm de saber o que esta salvação fará por
elas, pois devem testemunhar sobre esta salvação.
Certa vez
ministrei um curso para formação de discipuladores e conselheiros
de novos convertidos numa igreja, e tive a oportunidade de aplicar um
teste que consistia numa redação na qual os alunos do curso teriam
que descrever como eram antes da conversão, o que ocasionou e em
quais circunstâncias ocorreu a conversão, e por ultimo quais
transformações ocorreram com a conversão.
O resultado
do teste revelou que antes da conversão todos fumavam e/ou bebiam,
falavam palavrão, alguns praticavam outras religiões. Nenhum aluno
citou o arrependimento e a fé como causa de sua conversão, que na
maioria dos casos ocorreu devido a problemas de saúde na família,
problemas financeiros ou conjugais. Ninguém se converteu porque
percebeu que vivia uma vida pecaminosa, e que por causa disto
precisava se arrepender e mudar de vida para com Deus e para com os
homens.
O resultado
do teste revelou que as mudanças nas vidas destas pessoas se
restringiam a deixar de fumar, beber e xingar palavrão. Também
abandonaram as coisas que achavam erradas, e se batizaram, passaram a
ir a igreja, ler a Bíblia, dar o dízimo, jejuar, orar, subir monte
e fazer aquilo que julgam ser o certo.
Ou seja, passaram apenas a obedecer a preceitos e a praticar rituais
religiosos.
Em todas as
religiões as pessoas têm de obedecer a preceitos e praticar rituais
religiosos. Viver em novidade de vida não é praticar rituais
religiosos (Rm 6:4), assim como viver em novidade de espírito não é
obedecer preceitos da velhice da letra da religiosidade (Rm 7:6).
Durante este
mesmo curso para formação de discipuladores e conselheiros de novos
convertidos, eu tive a oportunidade de pedir para que cada aluno do
curso expusesse as suas dificuldades, e muitos daqueles que desejavam
se tornar discipuladores e conselheiros de novos convertidos,
revelaram que diante das tribulações estavam pensando largar o
curso, a igreja e a Jesus.
Fé é a
certeza de que o que nós esperamos está nos aguardando. Então a fé
do crente é a certeza de que Jesus vai voltar, certeza da vida
eterna, a certeza do céu, a certeza de que Jesus morreu por nós e
ressuscitou. Certeza é algo em que não há erro; certeza é
exatidão; Certeza é algo infalível. Então, se eu tenho certeza
que minha filha existe, como posso voltar atrás se certeza é algo
em que não há erro, que exclui a dúvida. Como posso ter certeza da
vida eterna hoje, e amanhã apresentar dúvida ou até mesmo
incredulidade?
Quero
enfatizar um fato que baseia-se na própria natureza da verdade.
Aquilo que é verdadeiro não pode ser algo mais que verdadeiro.
Quando conhecemos o que é verdadeiro, não há mais razão de termos
dúvida sobre aquele fato que já é estabelecido.
“Ele,
porém, lhes disse: Por que estais perturbados? E por que surgem
dúvidas em vossos corações?”
(Lc 24:38).
Estas
perguntas de Jesus continuam atuais, pois as pessoas olham as
circunstâncias e se guiam por aquilo que vêem. Podemos constatar
isto no diálogo entre Jesus e Tomé:
“... não mais sejas incrédulo, mas crente. Respondeu-lhe Tomé:
Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste?
Bem-aventurados os que não viram e creram”. (Lc
20:27-29).
A dúvida é
sinônima de pouca fé (Mt 14:31), e é em si mesma um pecado (Rm
14:23). Na verdade a dúvida é um passaporte para a incredulidade.
Portanto, a fé verdadeira exclui totalmente a dúvida (Mt 21:21), e
assim muitos naufragam na fé, mas na verdade naufragam na pouca fé,
na fé com dúvida (Mt 28:17), pois são filhos do diabo, e como os
tais nunca se firmaram na verdade (Jo 8:44), e nem acolheram o amor
da verdade para serem salvos (2ª Ts 2:10).
Não adianta
uma pessoa dizer que tem fé, mas duvidar em seu coração (Mc
11:23). E por isso o apostolo Paulo diz:
“... tudo o que não provém da fé é pecado”. (Rm
14:23)
O apostolo
Tiago explica porque muitas pessoas que se dizem evangélicas, diante
das dificuldades e tribulações deixam a igreja e apostatam da fé
que diziam ter em Jesus:
“pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, que é
sublevada e agitada pelo vento. Não pense tal homem que receberá do
Senhor alguma coisa, homem vacilante que é, e inconstante em todos
os seus caminhos”. (Tg
1:6-8).
Contudo,
Judas nos diz para nos compadecer daqueles que estão na dúvida,
salvando-os,
arrebatando-os do fogo (Jd 1:22).
Há
crentes teólogos que amam doutrinas denominacionais, confundindo-as
com Deus. Amam mais a denominação do que a Jesus.
Muitas
pessoas acham que podem alcançar a salvação por serem teólogos ou
profundos conhecedores das Escrituras. Os escribas e fariseus também
eram profundos conhecedores das Escrituras, e nem por isso alcançaram
a vida eterna.
O
teólogo Wayne A. Meeks, professor de estudos bíblicos da
Universidade de Yale nos Estados Unidos, disse o seguinte absurdo
teológico: “Os
caminhos, embora diversos, visam a levar a um mesmo destino”.
É
lamentável que um professor de estudos bíblicos da Universidade de
Yale ensine a seus alunos que todos caminhos levam a um mesmo
destino. Observem quão distante este teólogo está da verdade do
evangelho de Jesus. Será que uma pessoa que faz uma declaração
dessa teve um encontro com o Senhor Jesus?
Jesus
é o único caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vai ao Pai,
senão por Jesus (Jo 14:6).
O mais
conhecido representante da chamada Teologia Moderna é o teólogo
Rudolf Otto, autor do livro ‘O Sagrado’, termo este que ele
escolheu para substituir a palavra ‘Deus’. Rudolf Otto viveu na
Alemanha no início do século passado, e não cria que Deus pudesse
habitar no homem.
Se
o mais conhecido teólogo da chamada Teologia Moderna se recusa a
dizer a palavra ‘Deus’, e em substituição a esta palavra usa o
termo ‘o Sagrado’. E para piorar, tal teólogo afirma que Deus
não habita no homem.
O
que eu posso afirmar é que Deus nunca habitou neste teólogo chamado
Rudolf Otto, porque eu sou templo do Espírito Santo que habita em
mim, e em todo crente verdadeiro que ama ao Senhor Jesus.
Em 13 de novembro de 1933, o líder dos Cristãos Alemães, Dr. Reinhold Krause, fez um discurso em Berlim, pelo qual propusera desjudaizar o cristianismo, eliminando o Antigo Testamento, a moral judaica e a teologia do rabino Paulo.
Se
o líder
dos Cristãos Alemães
quis tomar uma atitude desta, é porque não crê que o Antigo
Testamento e as cartas paulinas não são a palavra de Deus.
O
teólogo Antonio Maria, cantor e padre católico, disse o seguinte
absurdo teológico: “Maria
não é invenção dos padres, mas de Deus. Ela é o caminho mais
seguro para chegarmos a ele”.
Este
padre está afirmando que Jesus é mentiroso, pois o Filho de Deus
disse que só há um caminho para chegarmos a Deus.: “Eu
sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por
mim”. (Jo
14:6). Quando
este padre diz que Maria é o caminho mais seguro para chegarmos a
Deus, ele deixa implícito que há outros caminhos que também levam
a Deus, só que com menos segurança. Maria nunca foi e nunca será
um caminho para chegarmos a Deus. Jesus não é um caminho seguro,
mas sim o caminho certo.
Outro
teólogo católico, o frei Beto, disse a seguinte asneira teológica:
“Concordo
com Jesus. As prostitutas serão as primeiras a entrar no céu”.
Baseadas
neste absurdo, muitas mulheres vão querer ser prostitutas para ter o
privilégio de serem as primeiras a entrar no céu. O seu colega de
celibato, o padre Antonio Maria, poderia afirmar que este sim é o
caminho mais seguro para o céu.
O
pior é que o frei Beto deu a entender que este absurdo está
alinhado com os ensinamentos de Jesus. Vejamos o Jesus disse: “Em
verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de
vós no reino de Deus”. (Mt
21:31).
O
frei parece estar certo, mas está errado. Vejamos porque:
Jesus
disse que as meretrizes entram. Logo o verbo está no presente do
indicativo, sem nenhuma relação com o futuro.
Jesus
disse que as meretrizes entram adiante dos principais sacerdotes e
os anciãos do povo, que eram as pessoas que estavam dialogando com
ele (Mt 21:23).
Jesus
disse que as meretrizes entram adiante dos principais sacerdotes e
os anciãos do povo
no reino de
Deus. O reino de Deus é o céu? Não. Por quê?
Jesus
disse que o reino de Deus é algo que seria tirado dos principais
sacerdotes e seria dado a outro povo (Mt 21:43);
Jesus
disse que o reino de Deus é algo que chegaria com poder (Mc 9:1);
Jesus
disse a um escriba que ele não estava longe do reino de Deus (Mc
12:34);
Jesus
disse que o reino de Deus não vem com aparência exterior, pois o
reino de Deus está dentro do verdadeiro crente (Lc 17:20,21);
O
que eu posso afirmar é que tanto padre quanto o frei não conhecem o
caminho e nem o reino de Deus. Não sabem que o reino de Deus
consiste na justiça, na paz, e na alegria no Espírito Santo. Este
reino não consiste em palavras, mas em poder (Rm 14:17; 1ª Co
4:20).
Tanto
o frei quanto o padre nunca nasceram de novo, embora sejam teólogos.
Já
o padre Jaldemir Vitório, historiador do Centro de Estudos
Superiores da Companhia de Jesus, em Belo Horizonte, afirmou:
“Há quase um consenso entre os historiadores de que Jesus nasceu
em Nazaré”.
Meu
caro padre, os sabichões já afirmaram um dia que a Terra era plana,
embora a Palavra de Deus asseverasse que a Terra é redonda (Is
40:22).
A
Palavra de Deus diz que Jesus nasceu em Belém: “Tendo,
pois, nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei
Herodes...”. (Mt
2:1).
Os
teólogos católicos se gabam de estudarem muitos anos. Na verdade
eles sempre aprenderam tolices em seus seminários cada vez mais
distantes da verdade da Palavra de Deus. A igreja Católica já
acreditou na existência de vampiros.
No final da
Idade Média, os vampiros foram listados no “Malleus Maleficarum”,
uma publicação oficial da Igreja Católica de 1486. Durante muito
tempo, este tratado foi o manual dos caçadores de bruxas, divulgando
os ensinamentos necessários para evitar vampiros e outras criaturas
do mal. Tempos depois, Dom Augustin Calmet (1672-1757), monge da
Ordem de São Benedito, publicou “Dissertações sobre a aparição
de anjos, demônios, espíritos, e dos vampiros da Hungria, Boêmia,
Moravia e Silésia”, em 1746. Neste trabalho, Dom Calmet descreveu
os vampiros como corpos mortos que ressuscitavam em busca de
sangue...
Isto
é um absurdo, pois mesmo as características mitológicas dos
vampiros são oriundas dos sintomas de doenças. Muitos doentes de
Raiva mordem outras pessoas, sofrem de insônia, hipersensibilidade a
estímulos como a luz, reflexos no espelho, água ou odores fortes
(como o do alho). Além disso, o sangue de mortos por Raiva leva
muito mais tempo para coagular, e pode escorrer da boca após dias de
sepultamento. Será que uma pessoa que faz uma declaração dessa
teve um encontro com o Senhor Jesus?
“Enquanto
um teólogo conservador ressalta a dimensão espiritual de Jesus, um
católico, teólogo da libertação, vai buscar nele sua atuação
como revolucionário político”,
diz André Chevitarese, professor de História Antiga da Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
No
entanto, muitos teólogos evangélicos não ficam muito longe dos
católicos, e cada vez mais vão se distanciando da verdade da
Palavra de Deus.
Philip
Yancey, um dos teólogos evangélicos mais renomados da atualidade
afirmou: “Teólogos
católicos como Thomas Merton e Henri Nouwen enriquecem a minha fé”.
Philip
Yancey afirma ainda que não vê nada de mais em católicos ensinarem
teologia em faculdades de teologia evangélicas sob a alegação de
que os evangélicos não devem estar preocupados com a mente dos
outros (no caso os católicos).
Se
seguirmos a linha deste teólogo, em breve teremos professores
ensinando aos nossos seminaristas a se tornarem idólatras.
Creio
que alguns católicos serão salvos, pois há católicos como Rui
Barbosa, que era católico, mas sua teologia era totalmente
protestante. No entanto, a maioria dos católicos está cada vez mais
se distanciando da verdade da Palavra de Deus.
Quando
digo que muitos teólogos evangélicos estão se distanciando da
verdade da Palavra de Deus, refiro-me aos professores de teologia,
como nos exemplos a seguir:
“Jesus
deve ter nascido numa casa de camponeses extremamente pobres, cercada
de animais”,
diz Gabriele Cornelli, professor de Teologia e Filosofia da
Universidade Metodista de São Paulo.
O professor não deve saber que Jesus não nasceu numa casa, mas sim em uma
manjedoura, pois não havia lugar na estalagem.
“E
teve a seu filho primogênito; envolveu-o em faixas e o deitou em uma
manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem”. (Lc
2:7).
Outros
teólogos tentam minimizar a obra grandiosa e vitoriosa de Cristo na
cruz: “Se
existisse um grande jornal em Israel no tempo de Jesus, sua morte
provavelmente seria noticiada no caderno de polícia, e não na
primeira página”,
afirma John Dominic Crossan,
professor de Estudos Religiosos da Universidade De Paulo, em Chicago,
Estados Unidos.
A
teóloga inglesa Karen Armstrong, autora do livro ‘Uma História de
Deus’ não crê num Deus pessoal que ama, perdoa e salva os homens,
e historicamente é adorado pelos seus filhos. A ex-freira anglicana
Karen Armstrong revela porque deixou de crer em Deus: “Aqueles
de nós que tiveram problemas com a religião consideraram um alívio
quando se libertaram de um Deus que lhes aterrorizou a infância. É
maravilhoso não ter de se acovardar diante de uma divindade
vingativa que nos ameaça com a danação eterna se não seguirmos
suas regras”.
A
teóloga inglesa e ex-freira anglicana Karen Armstrong se enquadra em
tudo o que eu escrevi neste tópico sobre apostasia.
Na
verdade, a teóloga Karen Armstrong se intitula ex-crente só por ter
sido criada desde a infância dentro de uma “igreja evangélica”
e por ter sido batizada ainda criança.
Não
importa se a mãe é cristã e se o pai é pastor. Ninguém nasce
cristão. O fato de ter nascido em um lar cristão não faz de
ninguém um cristão. A Bíblia não diz nenhuma palavra sobre nascer
cristão. Pelo contrário, Jesus disse: “Necessário
vos é nascer de novo”. (Jo
3:7).
Infelizmente,
o que a teóloga Karen Armstrong não entende é que para ser um
cristão é necessário confessar a Jesus como Senhor, crer, se
arrepender e passar pela experiência do novo nascimento. Ela não é
uma ex-crente. Ela nunca foi uma crente.
A teóloga
Karen Armstrong era membro de uma igreja evangélica, mas apenas
praticava rituais religiosos e observava regras. Ela apenas praticava
a religião protestante, e nada além disso. Tal teóloga nunca
entendeu que a salvação é mais do que fazer rituais e seguir
preceitos religiosos. Karen Armstrong não sabe que ser salvo
significa ter a vida de Cristo em si. Ela nunca teve a nova vida em
Cristo Jesus nosso Senhor.
Karen
Armstrong tentou se justificar por praticar o cristianismo, ou por
ser protestante, ou por ser membro de uma igreja evangélica, ou por
participar de rituais religiosos e por seguir preceitos religiosos.
Karen
Armstrong nunca se converteu, e nem se arrependeu de seus pecados,
por isso ela tem medo de Deus e da danação do inferno.
Karen
Armstrong teve problemas com a religião por causa de seu pecado, e
se esforçava para alcançar o favor divino através das obras e dos
sacrifícios, sem alcançar a justificação tão almejada. Então,
Karen Armstrong resolveu largar a igreja e fingir que agora crê em
um Deus impessoal. Assim Karen fingiu estar aliviada.
Quando
Karen Armstrong diz que se libertou de um Deus que lhe aterrorizou a
infância, na verdade, ela está dizendo que vive um conflito desde a
infância, tentando por méritos próprios alcançar a salvação.
Isto fica provado quando ela diz que se sentia ameaçada por Deus com
a danação eterna, caso não conseguisse cumprir as regras de Deus.
Karen
precisava saber que nenhuma condenação há para os que estão em
Cristo Jesus. Mas, Karen Armstrong nunca esteve em Cristo Jesus, por
isso se achava ameaçada pelo inferno, tinha medo de Deus, e se
esforçava tentando agradar a Deus pelas obras, mas sem fé é
impossível agradar a Deus. Karen desconhecia isto.
Karen
Armstrong disse que é maravilhoso não ter de se acovardar diante de
um Deus vingativo que nos ameaça com a danação eterna se não
seguirmos suas regras.
Mas
Jesus disse: “Já
não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu
senhor; mas chamei-vos amigos”. (Jo
15:15).
Jesus nos
confidencia todas as coisas, numa relação de amigo para amigo. Numa
relação de senhor para servo não existem confidências e nem
amizades. Nós já não somos servos, mas Jesus sempre será o Senhor
(Jo 15:14,15).
Jesus
não é amigo do povo de Deus como um todo, e sim amigo de cada um de
nós individualmente e nominalmente (Jo 11:11), pois Cristo deu sua
própria vida em favor dos seus amigos (Jo 15:13). Então por que
teríamos de nos acovardar diante de um amigo?
Karen
Armstrong conhecia e tentava servir a Deus como o Senhor que ordena e
quer ser obedecido. Karen nunca tentou adorar ao Deus dos deuses,
aquele que procura os verdadeiros adoradores para O adorar em
espírito e em verdade. Se Karen tinha medo de Deus, se acovardava
diante dele e se sentia ameaçada por Deus com a danação eterna.
Isto caracteriza que ela jamais conheceu Deus como Pai que ama os
seus filhos. Ela não o conheceu como Pai, pois não nasceu de novo e
nem recebeu o Espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai!
Jamais o Espírito Santo testificou com o espírito de Karen
Armstrong que ela era filha de Deus.
Coitada
de Karen Armstrong servia a um Deus que não conhecia.
Coitada de
Karen Armstrong, nunca se firmou na verdade (Jo 8:44), e nem acolheu
o amor da verdade para ser salva (2ª Ts 2:10).
Coitada
de Karen Armstrong continua perdida em seus pecados gerados pela sua
incredulidade.
Alguns
arminianos podem dizer que Karen Armstrong perdeu a salvação, porém
eu afirmo que Karen Armstrong nunca esteve salva. Talvez ela receba a
salvação, se um dia ela encontrar verdadeiramente com o Senhor
Jesus.
Os
arminianos argumentam que como o crente possui livre-arbítrio, é
evidente que ele poderá usá-lo, e abandonar a sua fé original
fazendo morrer a chama do primeiro amor, e assim perder a salvação.
A
partir da decisão do primeiro casal no Éden, as evidências
escriturísticas provam que em nenhuma circunstância o ser humano
perde o direito à liberdade de escolha dada por Deus. Vejamos alguns
textos que os arminianos apresentam como prova que o crente pode
perder a salvação:
“Porque
é impossível que os que uma vez foram iluminados, e provaram o dom
celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram
a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo vindouro, e depois
caíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; visto que,
quanto a eles, estão crucificando de novo o Filho de Deus, e o
expondo ao vitupério. Pois a terra que embebe a chuva, que cai
muitas vezes sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por
quem é lavrada, recebe a bênção da parte de Deus; mas se produz
espinhos e abrolhos, é rejeitada, e perto está da maldição; o seu
fim é ser queimada. Mas de vós, ó amados, esperamos coisas
melhores, e que acompanham a salvação, ainda que assim falamos.
Porque Deus não é injusto, para se esquecer da vossa obra, e do
amor que para com o seu nome mostrastes, porquanto servistes aos
santos, e ainda os servis. E desejamos que cada um de vós mostre o
mesmo zelo até o fim, para completa certeza da esperança”. (Hb
6:4-11).
Há
basicamente quatro interpretações dessa passagem. Há a posição
dos arminianos que a tomam como referindo-se a crentes que se perdem.
Há a posição dos calvinistas que a tomam como referindo-se a
crentes que não se perdem. Há a posição processual que considera
como referindo-se aos não crentes, e há a posição moderada que
considera que refere-se a crentes judaizantes. Vejamos as quatro
interpretações:
Posição
Processual – Esta
posição defende que todas as características do texto poderiam
ser daqueles que professam meramente o cristianismo, mas que de fato
não possuem o Espírito Santo. Os adeptos da teologia processual
observam que as pessoas referidas no texto não são descritas de
maneira usual como um crente é caracterizado, como, por exemplo:
quem nasceu de novo (Jo 3:3); ou quem está em Cristo (Ef 1:3); ou
quem foi selado no Espírito Santo (Ef 4:30). Apontam para Judas
Iscariotes como o exemplo clássico dessa situação. Ele andou com
o Senhor, foi enviado e comissionado por Jesus em missões, tendo
recebido autoridade sobre espíritos imundos para os expulsar e para
curar toda sorte de doenças (Mt 10:1). Entretanto, em sua oração
sacerdotal, Jesus se referiu a Judas como o filho da perdição (J0
17:12).
Vários
problemas surgem quando se toma este texto como referindo-se a não
crentes. Apesar da descrição de tais pessoas no texto ser um pouco
diferente das formas empregadas em outras partes do Novo Testamento,
algumas das expressões utilizadas muito dificilmente poderiam
aplicar-se a pessoas não crentes. Por exemplo, tais pessoas tinham
experimentado o arrependimento (Hb 6:6), que é condição para a
remissão de pecados (Lc 24:47); o texto refere-se àqueles que uma
vez foram iluminados, e provaram o dom celestial e se fizeram
participantes do Espírito Santo (Hb 6:4); eles provaram a boa
palavra de Deus, e também os poderes do mundo vindouro (Hb 6:5).
Então fica claro que se trata de pessoas crentes, pois o autor de
Hebreus chama de amados aqueles a quem ele está levando essa
advertência, termo este que dificilmente poderia ser considerado
apropriado para descrentes.
Posição
Calvinista – Esta
posição defende que todas as características do texto referem-se
a pessoas crentes que perseveram na fé para a salvação. A palavra
grega parapesontas
(parapesontas)
correspondente ao
verbo cair que aparece no texto (Hb 6:6), não indica uma ação sem
retorno. É, sim, uma palavra para desviar-se do rumo, indicando que
a situação daquelas pessoas não é desesperadora.
Entretanto,
o texto declara enfaticamente que se a pessoa produz espinhos e
abrolhos, é rejeitada, e perto está da maldição; o seu fim é ser
queimada. (Hb 6:8). Mas a maioria dos calvinistas rejeita a idéia de
que uma vez tendo alguém recebido a salvação, lhe seja possível
ser rejeitada, perder a salvação e ser queimada no inferno.
Os
calvinistas afirmam que o fato de ser impossível que tais pessoas de
novo se arrependam indica a natureza do arrependimento, ou seja, que
é uma vez para sempre. Em outras palavras, essas pessoas não
precisam se arrepender novamente, já que isso foi feito uma vez e é
suficiente para eterna redenção. Entretanto, Judas Iscariotes uma
vez foi iluminado, pois andou com o Senhor, sendo enviado e
comissionado por Jesus em missões, e provou a boa palavra de Deus, e
os poderes do mundo vindouro tendo recebido autoridade sobre
espíritos imundos para os expulsar e para curar toda sorte de
doenças e enfermidades. Entretanto, depois caiu, mas não encontrou
lugar para o arrependimento. Esaú, mesmo querendo, foi rejeitado,
porque não achou lugar de arrependimento, ainda que o buscou
diligentemente com lágrimas. Porém, a Bíblia se refere a Judas
como perdido (Jo 17:12), e a Esaú como devasso e profano (Hb
12:16,17).
Os
calvinistas afirmam ainda que o texto parece indicar que não há
necessidade de que os que se desviaram se arrependam de novo para
serem salvos, assim como não é mais necessário que Cristo morra de
novo na cruz. Entretanto, é exatamente o contrário que o texto
declara enfaticamente que é impossível que tais apóstatas sejam
outra vez renovados para arrependimento; visto que, quanto a eles,
estão crucificando de novo o Filho de Deus, e o expondo ao vitupério
(Hb 6:4,6).
Posição
Arminiana – Esta
posição defende que todas as características do texto referem-se
a pessoas crentes que perderam de fato a salvação.
Entretanto,
o texto declara enfaticamente que é impossível que tais pessoas
sejam outra vez renovadas para arrependimento (Hb 6:4,6). Mas, a
maioria dos arminianos rejeita que, uma vez tendo alguém apostatado,
lhe seja impossível ser salvo de novo.
Posição
Moderada –
Esta posição
defende que todas as características do texto referem-se a pessoas
crentes que se converteram do judaísmo, os chamados judaizantes. E
várias características favorecem esta posição:
A
epistola aos Hebreus foi
escrita e destinada aos hebreus, e conta a história do povo hebreu;
o tema do livro é a superioridade da graça sobre a lei judaica, de
Cristo sobre Moisés, do sacerdócio de Cristo sobre o sacerdócio de
Arão, da ordem sacerdotal de Melquisedeque sobre a ordem sacerdotal
de Arão.
É impossível
que os judeus que uma vez foram iluminados pelo evangelho de Cristo,
e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito
Santo, e provaram a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo
vindouro, e depois caíram, sejam outra vez renovados para
arrependimento; visto que, quanto a eles, estão crucificando de novo
o Filho de Deus, e o expondo ao vitupério. Observe que foram os
judeus juntamente com os romanos quem crucificaram o Filho de Deus.
Jesus também
identificou os judeus aqueles que o condenaram a morte entregando-o
aos romanos: “Eis
que subimos a Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos
principais sacerdotes e aos escribas; e eles o condenarão à morte,
e o entregarão aos gentios”. (Mc
10:33).
O apóstolo
Pedro também responsabilizou os judeus como aqueles que crucificaram
Jesus através dos romanos:
“Varões
israelitas, escutai estas palavras: A Jesus, o nazareno,... vós
matastes, crucificando-o pelas mãos de iníquos”. (At
2:22, 23).
O apóstolo
Paulo responsabilizou os judeus:
“os
quais mataram ao Senhor Jesus..”. (1ª
Ts 2:15).
Estêvão
também acusou os judeus a respeito da morte de Jesus: “...
agora vos tornastes traidores e homicidas”.
(At
7:52).
E por isso o
texto declara enfaticamente que é impossível que tais pessoas sejam
outra vez renovadas para arrependimento, visto que, quanto a eles,
estão crucificando
de novo o Filho de
Deus, e o expondo ao vitupério. Somente os judeus poderiam estar
crucificando de novo o
Filho de Deus. E o texto identifica os destinatários da carta aos
Hebreus como sendo os descendentes de Abraão (Hb 6:15, 17).
“Porque
se voluntariamente continuarmos no pecado, depois de termos recebido
o pleno conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício
pelos pecados, mas uma expectação terrível de juízo, e um ardor
de fogo que há de devorar os adversários. Havendo alguém
rejeitado a lei de Moisés, morre sem misericórdia, pela palavra de
duas ou três testemunhas; de quanto maior castigo cuidais vós será
julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por
profano o sangue do pacto, com que foi santificado, e ultrajar ao
Espírito da graça? Pois conhecemos aquele que disse: Minha é a
vingança, eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo.
Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo. Lembrai-vos, porém,
dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes
grande combate de aflições.”
(Hb
10:26-32).
Então
fica claro que se trata de judaizantes, pois o autor de Hebreus chama
de amados aqueles a quem ele está levando essa advertência, termo
este que demonstra intimidade, e pelo conhecimento apurado que o
autor apresenta sobre o judaísmo, ele dificilmente não seria um
hebreu que estava escrevendo aos hebreus.
Os
hebreus eram o povo semita da Antigüidade, do qual descendem os
atuais judeus. Os semitas são chamados hebreus, que são chamados de
judeus, que quando se convertem ao Senhor Jesus são chamados de
judaizantes.
Vejamos
outros textos que os arminianos apresentam como prova que o crente
pode perder a salvação:
Jesus
disse: “Mas
aquele que perseverar até o fim será salvo”
(Mt.24:13).
Temos motivos para crer que Jesus não estava falando sobre a
salvação eterna, mas sobre salvar-se do juízo que cairia sobre
aquela geração (Mt 23:36). Jesus havia profetizado que aquela
geração seria alvo do juízo divino, mas que os que perseverassem
em seus ensinamentos seriam poupados daquele juízo. Por isso, em seu
primeiro discurso pós-pentecostes, Pedro exortou aos seus ouvintes:
“Salvai-vos desta geração perversa”. E o resultado de sua
pregação foi que quase três mil judeus se converteram e foram
batizados naquele mesmo dia, e “perseveravam na doutrina dos
apóstolos” (At 2:40,42). Quanto a nós, não perseveraremos para
sermos salvos, mas porque somos salvos. Por fim, a nossa perseverança
vai confirmar a nossa eleição. É isso que Pedro garante, ao
admoestar: “Portanto,
irmãos, procurai mais diligentemente fazer firme a vossa vocação e
eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.” (2ª
Pe 1:10).
Portanto,
cabe-nos tão somente conservarmos firmes até o fim a nossa
confiança e a glória da esperança (Hb 3:6). E o escritor sagrado
ainda complementa: “E
desejamos que cada um de vós mostre o mesmo zelo até o fim, para
completa certeza da esperança”
(Hb
6:11).
Nossa perseverança vem apenas confirmar a nossa eleição.
“Mas
o meu justo viverá da fé; e se ele recuar, a minha alma não tem
prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que recuam para a
perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma.”
(Hb
10:38,39).
Conclui-se,
então, que, se o justo recuar, perderá a sua salvação. Afinal,
diriam alguns, como Deus pode manter a salvo alguém em quem não tem
prazer?” Respondemos que Deus pode aborrecer-se com algum dos Seus
filhos, e discipliná-lo severamente, sem com isso tirar-lhe a
salvação. Ele mesmo prometeu: “Se
os seus filhos deixarem a minha lei, e não andarem nas minhas
ordenanças, se profanarem os meus preceitos, e não guardarem os
meus mandamentos, então visitarei com vara a sua transgressão, e
com açoites a sua iniqüidade. Mas não lhe retirarei totalmente a
minha benignidade, nem faltarei com a minha fidelidade. Não violarei
o meu pacto, nem alterarei o que saiu dos meus lábios.” (Sl
89:30-34).
Deus
pode até tirar, por alguns instantes, a alegria da salvação, como
fez com Davi, mas jamais retiraria a salvação, e isso, por uma
questão de fidelidade à Sua própria Palavra. Além disso, nós não
somos daqueles que retrocedem para a perdição, mas daqueles que
crêem para a conservação da alma (Hb 10:39).
“Porquanto
se, depois de terem escapado das corrupções do mundo pelo pleno
conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, ficam de novo
envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior que
o primeiro. Porque melhor lhes fora não terem conhecido o caminho da
justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que
lhes fora dado. Deste modo sobreveio-lhes o que diz este provérbio
verdadeiro; Volta o cão ao seu vômito, e a porca lavada volta a
revolver-se no lamaçal.”
(2ª
Pe 2:20-22).
Para
muitos arminianos, esta passagem é a prova de que um salvo pode
perder a sua salvação. Porém, afirmamos com convicção que não;
esta passagem não fala de alguém que realmente se converteu a
Cristo. O conhecimento que eles possuíam era apenas intelectual. Sua
conversão foi ilusória! E a prova disso são os ditados que Pedro
usa para exemplificar a sua real situação. Ora, se a porca voltou
para a lama, é porque em momento algum deixou de ser porca. Não
houve mudança na natureza dessas pessoas. Eram como porcas banhadas,
perfumadas, que na primeira oportunidade que têm, retornam ao
chiqueiro de onde vieram. Isto é o que Jesus se referiu como
sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por
dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia (Mt 23:27).
Os
cães sempre serão cães, da mesma forma que os lobos não podem se
transformar em ovelhas. E é por isto que Jesus disse: “Não
deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas
pérolas, para não acontecer que as calquem aos pés e, voltando-se,
vos despedacem.” (Mt
7:6).
Pedro
retrata a situação dos falsos mestres que aparentemente receberam a
redenção pelo sangue de Jesus, depois voltaram à escravidão do
pecado e apostataram da fé.
“Então
o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas
lâmpadas, saíram ao encontro do noivo. Cinco delas eram insensatas,
e cinco prudentes. Ora, as insensatas, tomando as lâmpadas, não
levaram azeite consigo. As prudentes, porém, levaram azeite em suas
vasilhas, juntamente com as lâmpadas. E tardando o noivo, cochilaram
todas, e dormiram. Mas à meia-noite ouviu-se um grito: Eis o noivo!
Saí-lhe ao encontro! Então todas aquelas virgens se levantaram, e
prepararam as suas lâmpadas. E as insensatas disseram às prudentes:
Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se
apagando. Mas as prudentes responderam: não; pois de certo não
chegaria para nós e para vós; ide antes aos que o vendem, e
comprai-o para vós. E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o noivo; e
as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se
a porta. Depois vieram também as outras virgens, e disseram: Senhor,
Senhor, abre-nos a porta. Ele, porém, respondeu: Em verdade vos digo
que não vos conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem
a hora”.
(Mt
25:1-13).
A
parábola das dez virgens não tem nada a ver com a Igreja; a não
ser que Jesus seja bígamo ou polígamo. Observem que Deus não usa
nenhuma figura na Bíblia, que não seja literal? A parábola das dez
virgens está mostrando justamente a separação dos salvos e
perdidos de Israel e só tem a ver com Israel, pois a Igreja está
fora da Terra.
A
parábola mostra que as virgens eram companheiras da noiva e tomariam
parte do casamento; as insensatas não entraram e as prudentes
entraram. Todas as virgens estavam aguardando a voz do noivo; a
parábola está justamente culminando com aquele: “Vigiai...”
(Mt
24:42).
“Ficai
também vós apercebidos”
(Mt
24:44).
“Quem
é, pois, o servo fiel e prudente?”
(Mt
24:45).
Se
compararmos as duas parábolas do final do capítulo 24 do livro de
Mateus, concluiremos que a parábola das dez virgens é o cumprimento
daqueles alertas que Jesus falou antes.
O
texto de Lucas 12:35-40 mostra o mesmo aviso sobre a segunda vinda de
Jesus, não há nada de arrebatamento aqui; quando os evangelhos
foram escritos, não existia Igreja. Estas exortações são para
Israel; as exortações para a Igreja, às profecias sobre o
arrebatamento, estão nas epístolas. Observem nesta passagem as
correlações com a parábola das dez virgens:
“Estejam...
acesas as vossas candeias” (Lc
12:35).
“Bem-aventurados
aqueles servos aos quais o Senhor, quando vier, achar vigiando!… os
fará reclinar-se à mesa…”
(Lc
12:36).
Que
mesa é essa? Mesa da ceia das bodas do Cordeiro.
“Quer
venha na segunda vigília, quer na terceira, bem-aventurados serão
eles, se assim os achar”. (Lc
12:38).
Então,
as dez virgens representam o Israel salvo e o Israel perdido: “Porque
nem todos os que são de Israel são israelitas” (Rm
9:6-33)
“Naquele
tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a
favor dos filhos do teu povo; e haverá um tempo de tribulação,
qual nunca houve, desde que existiu nação até aquele tempo; mas
naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado
escrito no livro”. (Dn
12:1).
“Naquele
tempo”. Que tempo? Se lermos o capítulo 11 do livro de Daniel,
veremos que o mesmo termina falando da destruição do anticristo.
Portanto, o capítulo 12 do livro de Daniel refere-se ao tempo do
final da Tribulação.
Quem
era o povo de Daniel? Israel. Miguel se levantará a favor de todo o
Israel? Não, observem o final do versículo: “mas
naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado
escrito no livro”. (Dn
12:1).
Portanto,
Jesus no final da tribulação, estará separando o povo de Israel
que permaneceu vivo fisicamente na Terra, em duas partes: salvos e
perdidos. No capítulo 24 do livro de Mateus, as duas parábolas
finais, são exortações para Israel devido a este julgamento que
ocorrerá.
Analisando
o que Deus diz em capítulo 9 da carta aos Romanos, acerca de que nem
todos os que são de Israel são israelitas, então como se cumprirá
a profecia de Romanos 11:26? Observem que Deus considera Israel o
conjunto daqueles que realmente crêem Nele e no Messias, assim como
Deus considera Igreja, somente aqueles que crêem em Jesus e nasceram
de novo (e não aquelas pessoas que dizem ser da Igreja, mas que não
nasceram de novo). Para ser Israel de Deus, tem que ser de fato
israelita, e não apenas israelense, e Deus considera israelita
aqueles que reconhecem o Messias; é a mesma base para ser Israel e
para ser Igreja.
Então
todo o Israel será salvo; todo o Israel aos olhos de Deus, aqueles
que aceitaram esse Libertador (Rm 11:26, 27).
Quem
Jesus estará julgando após destruir os exércitos do anticristo, e
aonde? Primeiro Israel e aqui na terra. Quais israelitas serão
julgados? Aqueles que ficaram vivos fisicamente; muitos morreram e
fazem parte de outro grupo. Estamos falando dos dois julgamentos que
ocorrerão para as pessoas que ficaram vivas na Terra, da nação de
Israel e das demais nações; por um milagre ficaram pessoas vivas na
Terra após o final da tribulação, nem o anticristo e nem os juízos
de Deus as mataram.
Então
Jesus estará separando primeiramente o israelense incrédulo do
israelita que crê. Imaginem, no final da tribulação, tudo estará
um caos na Terra, tudo estará destruído neste planeta, porém
haverá pessoas vivas. Jesus extermina todos os exércitos do
anticristo, nenhuma pessoa desses exércitos permanece viva, morrem
todos, pisados no lagar, porém haverá muitos civis que permanecerão
vivos. Agora, entre os que ficarem vivos, como nós estamos na Terra
hoje, haverá aqueles que deram ouvido a pregação, e creram no
evangelho e aqueles que não creram. Jesus então, separa nesse
julgamento, primeiro os de Israel; os incrédulos dos que crêem. Os
incrédulos serão mortos e os que crêem ficam na Terra para entrar
no reino; ficam em corpos naturais como somos hoje, não receberão
corpos glorificados.
Jesus,
depois de fazer esse julgamento com os vivos de Israel, fará o mesmo
julgamento com as pessoas que permanecerem vivas dentre as demais
nações da Terra. Em cada nação da Terra haverá pessoas vivas, os
civis que não fizeram parte dos exércitos do anticristo.
“Quando,
pois vier o Filho do homem na sua glória, e todos os anjos com ele,
então se assentará no trono da sua glória; e diante dele serão
reunidas todas as nações; e ele separará uns dos outros, como o
pastor separa as ovelhas dos cabritos; e porá as ovelhas à sua
direita, mas os cabritos à esquerda”. (Mt
25:31-33).
As
pessoas vivas dentre as nações da Terra. Jesus as separará uns dos
outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, e porá as
ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda.
“Quando,
pois, virdes estar no lugar santo a abominação de desolação,
predita pelo profeta Daniel (quem lê, entenda)”. (Mt
24:15).
Jesus,
no capítulo 24 do livro de Mateus, faz uma narrativa resumida do
período da Tribulação; vimos que este capítulo tem a ver somente
com Israel: do versículo 1 ao 30, Jesus descreve a Tribulação e
termina com a descrição da sua vinda; já do versículo 31 ao 41,
vemos o julgamento de Israel, julgamento dos vivos da nação após o
término da Tribulação. Nesse ponto Jesus irá separar as pessoas
vivas de Israel na Terra, os salvos dos perdidos.
Os
perdidos serão levados para fora da Terra e os salvos permanecerão
na Terra, como nos dias de Noé; é exatamente o oposto do
arrebatamento (Mt 24:40,41).
Após
a descrição do julgamento de Israel, Jesus conta duas parábolas
como advertência a Israel sobre tudo o que Ele descreveu e mais do
que nunca a Igreja não está neste contexto. A Igreja terá sido
arrebatada antes que aconteça tudo que Jesus contou no capítulo 24
do livro de Mateus, e aqui Jesus está explicando como será a
tribulação, a sua segunda vinda e o que acontecerá após a sua
volta.
A
parábola das dez virgens é uma ilustração de Israel no final da
Tribulação, quando Jesus (o noivo) estiver para voltar. Porque a
parábola fala do noivo encontrando-se com as virgens, muitos
cristãos concluíram que se trata do encontro de Cristo com a
Igreja, porém de maneira nenhuma é o que está acontecendo aqui;
dizem ainda que as prudentes representam a parte da Igreja que será
arrebatada e as néscias à parte que não será arrebatada,
justificando assim erroneamente a perda da salvação para os que são
da Igreja.
Observem
que a parábola começa com o conectivo “então”, que liga o que
será narrado com o que foi descrito no capítulo anterior. Sendo
assim, o período a que se refere esta parábola é a Tribulação e,
portanto, é impossível de se referir à Igreja. Observem mais uma
vez que na parábola a “noiva” nem é mencionada. Na tradução
da Vulgata Latina e nas versões siríacas, diz: “dez
virgens, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo e da
noiva”. (Mt
25:1).
O
mais provável é que as virgens são as mesmas citadas,
profeticamente, no Antigo Testamento: “Em
vestidos de cores brilhantes será conduzida ao rei; as virgens, suas
companheiras que a seguem, serão trazidas à tua presença”.
(Sl
45:14).
A
noiva (Igreja) em vestidos de cores brilhantes será conduzida ao rei
Jesus; as virgens prudentes (israelitas), companheiras da noiva,
serão trazidas à presença da noiva (Igreja).
Lembrem-se
que João Batista afirmou que era amigo do noivo (Jo 3:29); e Jesus
identificou os judeus como sendo os convidados às núpcias do noivo
(Mt 22:3).
“Virgens”,
fala de pureza moral e “lâmpadas” fala de testemunho. Na
verdade, Israel é um testemunho vivo da fidelidade e soberania de
Deus. Porém, dentro da nação, há os que realmente são salvos e
os que são perdidos.
As
virgens prudentes simbolizaram o Israel salvo após o término da
Tribulação; elas têm azeite em suas lâmpadas. O azeite é símbolo
do Espírito Santo (Zc 4:1-6).
Já
as virgens néscias simbolizam o Israel “religioso” do final da
Tribulação, porém perdido; elas não têm o Espírito, e se alguém
não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. (Rm 8:9).
Na
descrição do arrebatamento (1ª Co 15:51-56; 1ª Ts 4:13-18), não
existem dois grupos como estes desta parábola. Aliás, há sim dois
grupos também no arrebatamento, porém diferentes: “os que
morreram em Cristo” e “os que ficaram vivos” e ambos tem o
azeite, o Espírito Santo.
“Porque
Deus não é injusto, para se esquecer da vossa obra, e do amor que
para com o seu nome mostrastes, porquanto servistes aos santos, e
ainda os servis. E desejamos que cada um de vós mostre o mesmo zelo
até o fim, para completa certeza da esperança”
(Hb 6:10,11).
Àqueles
que revelam sua fé pelas suas obras e pelo amor para com o nome do
Senhor, Deus não permiti que percam essa fé (Sl
37:27,28). A própria
idéia da justiça de Deus implica que o uso desta graça, assim
evidenciado, será recompensado, não somente pela continuação na
graça, mas pela sua final perseverança e recompensa.
“Combati
o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa
da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará
naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem
a sua vinda”. (2ª
Tm 4:8).
O
justo juiz não permitirá que o servo fiel fique sem recompensa. Ele
não é como os juizes injustos, pois sempre somos recompensados, e a
justiça de Deus é a garantia de que o crente não perde a sua
salvação.
Vejamos
outros textos que os arminianos apresentam como prova que o crente
pode perder a salvação:
“Eu
sou a videira; vós sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele,
esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Quem não
permanece em mim é lançado fora, como a vara, e seca; tais varas
são recolhidas, lançadas no fogo e queimadas”. (Jo
15:5,6).
Nessa
alegoria Jesus diz da possibilidade de um crente apostatar da fé e
perder a salvação? Mas será que Jesus está se referindo a um
crente genuíno ou a um crente nominal?
Ser
cristão é permanecer em Cristo. Permanecer em Cristo é manter-se
em estado de comunhão e obediência ao Senhor. E somente os crentes
genuínos permanecem em Cristo. Já os crentes nominais são aqueles
que não permanecem em Cristo
para ficar evidente que eles não eram genuínos, conforme observou
um crente genuíno, o apóstolo João: “Saíram
dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos nossos,
teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se
manifestasse que não são dos nossos.” (1ª
Jo 2:19).
Observe
que Jesus disse que aquele que não permanece é lançado fora. A
causa dele ser lançado fora é o fato dele não permanecer em
Cristo. Ou seja, Cristo somente lança fora aquele crente nominal que
não permanece nele, pois o próprio Jesus disse que aquele crente
genuíno que vem até ele de maneira nenhuma será lançado fora.
“Todo
o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma
o lançarei fora.” (Jo
6:37).
Mas
e se o crente genuíno não permanecer em Cristo? Ele também será
lançado fora?
Veja
a resposta brilhante dentro de outra pergunta: “Que
vos parece? Se alguém tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar,
não deixará as noventa e nove nos montes para ir buscar a que se
extraviou?”
(Mt
18:12).
Observe
que o crente genuíno que não permanece em Cristo não perde o
status de ovelha do Senhor. Portanto, continua sendo propriedade do
Senhor Jesus.
Jesus
disse que todos aqueles que vão até ele de maneira nenhuma serão
lançados fora. Contudo, Jesus inicia este discurso dizendo que todos
aqueles que o Pai lhe dá virão a Ele (Jo 6:37). No entanto, Jesus
nos ensinou algo sobre a vontade do Pai: “E
a vontade do que me enviou é esta: Que eu não perca nenhum de todos
aqueles que me deu, mas que eu o ressuscite no último dia.” (Jo
6:39).
Os
lobos e os cabritos são lançados fora, mas as ovelhas o Bom Pastor
vai buscá-las.
Os
arminianos podem questionar se aquele crente que não permaneceu em
Cristo e foi lançado fora, também não veio a Cristo um dia.
Com
certeza este crente também veio a Cristo, mas não permaneceu e por
isso foi lançado fora.
Novamente
os arminianos podem argumentar que Cristo disse que aquele crente que
vem até ele de maneira nenhuma será lançado fora. No entanto,
aqueles que não permanecem em Cristo são lançados fora. Sendo
assim não basta vir à Cristo, mas é necessário permanecer em
Cristo para obter a salvação.
O
argumento arminiano parece perfeito, porém tem uma falha: Jesus
prometeu que de maneira nenhuma lançaria fora todos aqueles que o
Pai lhe desse, e estes viriam a ele.
“Ninguém
pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o
ressuscitarei no último dia.” (Jo
6:44).
Mas
os arminianos podem argumentar que Cristo disse que ninguém pode vir
até ele se o Pai não o trouxer. Então como aqueles que não
permanecem em Cristo e são lançados fora puderam vir até Cristo?
Sendo que Cristo disse que ninguém pode vir até ele se o Pai não o
trouxer, e que ele os ressuscitaria no último dia.
O
argumento arminiano parece mais que perfeito, porém vemos nas
Escrituras pessoas que vieram a Cristo trazidas pelo Pai apenas para
que se cumprisse a Escritura (Jo 17:12). Outras pessoas vêm até
Cristo sem terem a veste nupcial. Além disso, é da vontade soberana
de Deus Pai que o convite seja feito a todos (Mt 22:10-12). Na
verdade Jesus chama a todos para dar-lhes alívio.
“Vinde
a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”.
(Mt
11:28).
Ninguém
vai ao Pai a não ser por Jesus (Jo 14:6 – Mt 11:27). Porém, só
vai a Jesus aqueles que o Pai traz. Os demais vão atrás do alivio e
das bênçãos, e não do Senhor das bênçãos. Por isso Jesus disse
que nem todos os que vêm a ele podem ser seus discípulos (Lc
14:27), pois alguns colocam a mão no arado e olham para trás, e não
são aptos para o Reino (Lc 9:61). E Jesus vai além e diz que só
vem até Cristo para serem salvos aqueles que foram trazidos pelo Pai
que pela presciência elegeu (1ª Pe 1:2).
Na
verdade a pergunta dos arminianos é antiga: “Senhor,
não semeaste no teu campo boa semente? Donde, pois, vem o joio?”
(Mt
13:27).
Deus
semeia apenas a boa semente no seu campo. É o diabo quem semeia joio
no meio do trigo, mas é da vontade soberana do Pai que ambos cresçam
juntos até a ceifa (Mt
13:24-30). Na explicação
da parábola do joio
e do trigo, Jesus disse que na ceifa os seus anjos ajuntarão do
seu reino todos os
que servem de tropeço, e os que praticam a iniquidade. Ou seja, os
crentes nominais.
“A
vós também, que outrora éreis estranhos, e inimigos no
entendimento pelas vossas obras más, agora, contudo vos reconciliou
no corpo da sua carne, pela morte, a fim de perante ele vos
apresentar santos, sem defeito e irrepreensíveis, se é que
permaneceis na fé, fundados e firmes, não vos deixando apartar da
esperança do evangelho que ouvistes, e que foi pregado a toda
criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, fui
constituído ministro”. (Cl
1:21-23).
Paulo
fala aos salvos em Cristo que a reconciliação em Cristo depende da
perseverança na fé. No entanto, Deus, pela sua presciência,
conheceu todos aqueles que perseverarão até o fim, e a estes elegeu
e predestinou desde antes da fundação do mundo. Logo, estes
permanecerão fundados e firmes na fé.
“Irmãos,
se algum de entre vós se tem desviado da verdade, e alguém o
converter, saiba que aquele que fizer converter do erro do seu
caminho um pecador salvará da morte uma alma e cobrirá uma multidão
de pecados”.
(Tg
5:19,20).
A
epístola de Tiago, dentre outros objetivos, destinou-se a encorajar
crentes judeus, exortando-os a se manterem na verdade que lhes foi
revelada. Como se vê, Tiago admite ser possível alguém, ‘dentre
os irmãos’, abandonar a fé. Entretanto, este alguém que se
desvia apenas estava entre os irmãos, mas não era um irmão, pois
se saiu dentre os irmãos, não era um irmão; porque, se fosse um
irmão, teria permanecido com os outros; mas ele saiu para que se
manifestasse que não era um dos irmãos (1ª Jo 2:19).
Observe
que Tiago se refere ao desviado como pecador, e o crente justificado
não é mais um pecador. Vejamos alguns textos bíblicos sobre
posição do crente genuíno:
“Não
sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos
enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem
os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos,
nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o
reino de Deus. E tais fostes alguns de vós; mas fostes lavados, mas
fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus
Cristo e no Espírito do nosso Deus.”
(1ª
Co 6:9-11).
Os
crentes genuínos éramos pecadores, mas hoje nós somos lavados,
santificados, e justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no
Espírito do nosso Deus.
“Mas
Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda
pecadores, Cristo morreu por nós.”
(Rm
5:8).
Paulo
afirma que Cristo morreu por nós quando éramos
ainda pecadores. Hoje
nós somos lavados,
santificados, e justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no
Espírito do nosso Deus, exatamente porque Cristo morreu por nós.
Em
outra ocasião Paulo declara ainda que outrora era blasfemador,
perseguidor, e injuriador; mas alcançou misericórdia, porque o fez
por ignorância, na incredulidade; Mas a graça de nosso Senhor
superabundou com a fé e o amor que há em Cristo Jesus (1ª Tm
1:13,14).
“Se
dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e
a verdade não está em nós.”
(1ª
Jo 1:8).
Eu
estou afirmando que o crente genuíno não é um pecador (ímpio).
Contudo, ele eventualmente
comete um ou outro pecado. Mas isto não o faz um pecador.
Esta
verdade fica clara nas palavras do apóstolo João: “Meus
filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se,
todavia, alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus
Cristo, o justo.”
(1ª
Jo 2:1).
O
apóstolo João nos manda não pecar, mas admite que eventualmente
cometemos um ou outro pecado. Veja que o apóstolo João enfatiza
essa eventualidade ao dizer a frase “mas,
se, todavia, alguém pecar”.
Outra
coisa que deve ser observado é que os crentes genuínos têm um
Advogado para com o Pai,
Jesus Cristo, o justo. Será que os pecadores (ímpios) também têm
este Advogado junto ao Pai? Com certeza a resposta é negativa.
“Se
dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a
sua palavra não está em nós.”
(1ª
Jo 1:10).
Embora
não sejamos mais pecadores, porém, eventualmente, ainda cometemos
pecados. Todavia, não os cometemos como os pecadores: “Todo
aquele que vive habitualmente no pecado também vive na rebeldia,
pois o pecado é rebeldia. Todo o que permanece nele (Cristo) não
vive pecando; todo o que vive pecando não o viu nem o conhece.”
(1ªJo
3:4,6).
O
apóstolo João explica que os pecadores cometem pecados de maneira
habitual, isto é, o pecado é para eles um hábito, que somente será
cortado com o novo nascimento em Cristo Jesus nosso Senhor.
Veja
que o apóstolo João muda a ênfase da intensidade de uma
eventualidade na vida do crente representada na frase “mas,
se, todavia, alguém pecar”
para um hábito na vida do pecador representado na frase “aquele
que vive habitualmente no pecado”.
“Aquele
que é nascido de Deus não peca habitualmente; porque a semente de
Deus permanece nele, e não pode continuar no pecado, porque é
nascido de Deus.”
(1ª
Jo 3:9).
O
apóstolo João explica que o pecador peca habitualmente porque não
tem a semente divina, mas o crente genuíno depois do novo nascimento
não pode continuar
pecando habitualmente, porque a semente de Deus permanece nele.
Eu
estou usando o termo “crente
genuíno” para diferenciar dos crentes nominais, que são aqueles
que são membros de alguma igreja, batizados, cantam no coral, pregam
o evangelho, e pecam habitualmente porque
a semente de Deus não permanece neles, e não se tornaram novas
criaturas porque não são nascidos de Deus. Crente nominal é aquele
que pode ganhar o mundo inteiro para Jesus, mas ele mesmo se perder
(Lc 9:25).
“Nisto
são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do Diabo: quem não
pratica a justiça não é de Deus, nem o que não ama a seu irmão.”
(1ª
Jo 3:10).
Quando
um crente nominal mostra a sua natureza de lobo, e apostata da fé
que dizia ter, muitos pensam que ele perdeu a salvação. Na verdade
os crentes nominais nunca foram salvos porque nunca nasceram de novo.
Logo, ninguém pode perder aquilo que nunca teve.
O
apóstolo João explica que não importa se pastor, diácono ou um
membro do último banco. Quem peca habitualmente é do diabo.
“Quem
comete pecado é do Diabo; porque o Diabo peca desde o princípio.
Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do
Diabo.”
(1ª
Jo 3:8).
O
crente genuíno tem o seu
eventual pecado perdoado devido aos benefícios obtidos por Cristo,
pelo qual obtemos o perdão de nossos pecados.
“Filhinhos,
eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados por amor do
seu nome.”
(1ª
Jo 2:12).
O
crente genuíno tem o seu
eventual pecado perdoado porque anda na Luz e reconhece que o sangue
de Jesus nos purifica de todo pecado.
“Mas,
se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os
outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado.”
(1ª
Jo 1:7).
O
crente genuíno tem o seu
eventual pecado perdoado porque tem livre acesso a Deus para
confessar o seu eventual pecado. Este livre acesso (Hb 10:20; Ef
2:18) foi garantido por Jesus a todo aquele que o receber (Jo 1:12).
“Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar
os pecados e nos purificar de toda injustiça.”
(1ª
Jo 1:9).
“Ora,
estava ali certo homem chamado Simão, que vinha exercendo naquela
cidade a arte mágica, fazendo pasmar o povo da Samária, e dizendo
ser ele uma grande personagem; ao qual todos atendiam, desde o menor
até o maior, dizendo: Este é o Poder de Deus que se chama Grande.”
(At
8:9,10).
A
Palavra de Deus fala de um homem chamado Simão, que era considerado
importante no cenário religioso de Samaria. Ele se considerava um
“grande homem”, e enganava as pessoas com a sua mágica. A cidade
inteira vinha assisti-lo. Quando Filipe chegou àquela cidade
anunciando o Evangelho do Reino, as pessoas logo deixaram o engano de
Simão, e passaram a ouvir o que Filipe anunciava. Simão, percebendo
que perdia terreno, juntou-se
a Filipe, e foi batizado. Quando viu que os apóstolos de Jesus
possuíam um poder que ele desconhecia, ofereceu-lhes dinheiro para
que compartilhassem com ele o mesmo poder. Em resposta àquele
pedido, Pedro lhe disse: “O
teu dinheiro seja contigo para perdição, porque pensaste que o dom
de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte neste
ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus”
(At
8:20,21).
Assim
como Simão, muitas pessoas estão se aproximando do Evangelho apenas
para obter prestígio, satisfação pessoal e prosperidade
financeira. Porém, isto não lhes garante a salvação. Mais
importante do que querer conhecer a Deus, é ser conhecido por Ele
(Gl 4:9). “Eu
conheço os que escolhi”
afirmou Jesus (Jo.13:18). E mais: “Eu
conheço as minhas ovelhas, e as minhas ovelhas me conhecem”
(Jo
10:14). Não
adianta o lobo travestir-se de ovelha; Cristo conhece e chama as suas
ovelhas pelo nome (Jo 10:3; Is 43:1). A prova disso é que Ele já
registrou no Livro da Vida o nome de todos aqueles que serão salvos
(Ap.17:8; Ap 21:27). E Ele garante: “De
maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida” (Ap.3:5).
Há
dois bilhões de cristãos no mundo (1/3 da população mundial).
Será que todos são realmente salvos?
“Da
suntuosa Basílica de São Pedro, no Vaticano, à pequena igrejinha
da Assembléia de Deus, encravada no interior da Floresta Amazônica,
a cruz se tornou o símbolo de fé para mais de dois bilhões de
pessoas. A morte de Jesus dividiu, literalmente, a história em antes
e depois dele”. Afirma
Richard Horsley, professor de Ciências da Religião na Universidade
de Massachusetts e autor do livro “Bandidos, Profetas e Messias –
Movimentos Populares no Tempo de Jesus”.
As
religiões no mundo estão distribuídas da seguinte maneira:
Cristãos
– 2 bilhões (1,3 bilhão de católicos e 700 milhões de
evangélicos);
Muçulmanos
– 1,1 bilhão;
Hindus
– 890 milhões;
Budistas
– 340 milhões;
Animistas
– 220 milhões;
Judeus
– 17 milhões;
Ateus
e sem religião – 875 milhões.
O
censo de 1989 distribuiu a população dos Estados Unidos da seguinte
maneira: Protestantes 56%, Católicos Romanos 28%, Judeus 2%, outras
4%, sem religião 10%.
Em 2000,
pesquisas revelaram que 90% da população dos EUA e do Brasil
declara acreditar em Deus. Os Estados Unidos são a exceção entre
os países industrializados.
Entre
os americanos 84% acreditam em milagres e, continuam a rejeitar o
darwismo quase 200 anos depois da apresentação da teoria da
evolução; 44% acreditam que o homem foi criado por Deus conforme
relata a Bíblia.
Observem
que 90% dos americanos crêem em Deus, mas somente 84% crêem em
milagres, ou seja, 6% dos americanos que dizem crer em Deus, na
verdade crêem num deus que não pode fazer milagres. E só 44% crêem
fielmente no relato bíblico da criação. Pergunto novamente: Será
que todos são realmente salvos?
O
censo de 1987 distribuiu a população da Suécia da seguinte
maneira: Protestantes (Luteranos) 94%, Católicos Romanos 1,5%,
Protestantes (Pentecostais) 1%, outras
3,5%.
Em
2000, pesquisas revelaram que na Suécia, o número de crentes é o
mais baixo do mundo desenvolvido: 36% da população crê em Deus.
Como
pode um país com 95% de evangélicos em treze anos perder a fé?
Pergunto novamente: Será que todos eram realmente salvos?
Em
2000, pesquisas revelaram que na Alemanha, 53% da população crê em
um Criador. A religião dominante é a Igreja Luterana.
O
concílio geral da Igreja Evangélica Luterana dos Estados Unidos
(ELCA – sigla em inglês) se reuniu de 8 a 14 de agosto de 2001
para delinear estratégias de evangelização.
O
concílio aprovou o convênio com a Igreja Evangélica de Confissão
Luterana do Brasil (IECLB) e debateu temas controversos, como o
casamento de pessoas do mesmo sexo e a abertura do ministério
pastoral a gays e lésbicas.
Diante
disto fica fácil entender como a Suécia e os Estados Unidos
perderam a fé que diziam ter, mas na verdade nunca tiveram.
Na
Inglaterra, mais
de setecentos sacerdotes e sete bispos anglicanos reconheceram, no
início do mês de março de 1993, a autoridade do Papa, dando, dessa
forma, um primeiro passo em sua aproximação com a igreja Católica
Romana, dois dias depois da Igreja da Inglaterra aceitar
definitivamente o sacerdócio de mulheres.
A
primeira ordenação feminina ocorreu no dia 12 de março de 1993, em
Bristol (noroeste de Londres). Um ano depois, 150 dos 10.000 padres
da igreja Anglicana ameaçaram aderir a igreja Católica Romana.
Pergunto
novamente: Será que todos eram realmente salvos? A resposta é que
eles nunca foram salvos, por isso eles não perderam a salvação,
pois nunca a tiveram.