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O PAI É MAIOR DO QUE EU


Oséias Graça Tavares

"O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação." Colossenses 1:15

Jesus disse que é um com o Pai (João 10:30) e que quem vê o Filho vê também o Pai porque Jesus é a imagem exata do Pai (Hebreus 1:3). No entanto, Jesus disse: “Meu Pai é maior do que eu.” (João 14:28 - João 10:29).

Levando em conta também que Jesus disse que o enviado é menor do que aquele que o enviou (João 13:16) e Jesus, por diversas vezes, afirmou que Ele foi enviado pelo Pai (João 17:8,18,21,23,25).

Mesmo Jesus tendo a mesma natureza com os mesmos atributos do Pai, ainda assim o Pai, funcionalmente, é maior do que Jesus, e a o próprio Senhor diz que o Pai é sobre todos (João 10:29).

Paulo diz: “Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas. (1 Coríntios 15:27).

Cristo é a imagem exata do Pai, contudo, funcionalmente, é menor do que o Pai. E isto se dá por causa de um virtude de Cristo que é a submissão obediente.

O Pai predestinou os seus eleitos para serem conformes à imagem de seu Filho (Romanos 8:29), e a imagem do Filho de Deus é essa:

“De sorte que haja em vós o MESMO SENTIMENTO que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em FORMA DE DEUS, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a FORMA DE SERVO, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na FORMA DE HOMEM, humilhou-se a si mesmo, SENDO OBEDIENTE até à morte, e morte de cruz.
De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor.” (Filipenses 2:5-8,12)

Se não houver em nós esse mesmo sentimento que também houve em Cristo, não seremos a imagem de Cristo, e nem predestinados a ser essa imagem e nem mesmo fazemos parte dos eleitos de Deus. Pois, a nossa salvação é operada com temor e tremor. Ou seja, com submissão e obediência, sem as quais não podemos dizer que somos a imagem do Filho de Deus.

Por isso o Evangelho nos admoesta a sermos submissos a Deus, à Lei de Cristo e ao seu Evangelho, aos nossos pais, aos maridos, aos patrões e chefes, às autoridades civis, às leis civis, e aos pastores.

O Pai é Deus sobre todos. O Filho mesmo subsistindo em forma de Deus como o Pai, ele foi submisso se tornando homem, e mais do que um homem, se humilhou a forma de um servo, um servo obediente ao Pai até a morte.

Aquele que não é submisso também não é obediente, e também não se humilha e não reconhece leis e autoridades por Deus constituídas, e também não é a imagem do Filho de Deus.


É FÁCIL ENGANAR AS PESSOAS


Maurício Zagari 

Quando você cria um blog, seu nível de exposição torna-se bem maior do que se possa imaginar. É uma quantidade significativa de internautas que leem os textos e interagem comigo. Isso me gerou muitas percepções. Mas, de todas as percepções que blogar me proporcionou, uma das mais visíveis é como é fácil as pessoas se enganarem a seu respeito. 
Calma. Não estou dizendo que deliberadamente engano você, meu irmão, minha irmã. Não é isso. Mas como escrevo sobre a fé cristã a partir daquilo em que acredito, a imagem que muitos dos leitores acabam construindo sobre o autor dos textos é de uma grande santidade, de uma monstruosa intimidade com Deus, de muita devoção. Isso fica claro quando leio os comentários de diversos irmãos que, por uma enorme bondade em seus corações, tecem elogios a mim. São irmãos e irmãs que não me conhecem pessoalmente, não enxergam as profundezas do meu coração e, assim, formam uma imagem a meu respeito baseado no que escrevo. E confesso que por vezes sou tratado como um homem de Deus tão santo que quase acredito. 
Isso é um enorme problema. Pois é exatamente assim que começam a se formar celebridades gospel. Que pastores começam a ser idolatrados. Que cantores evangélicos ganham fãs. Que teólogos e palestrantes passam a ser vistos como inerrantes aos olhos de muitos. Que pastores hereges ou gananciosos são amados por cristãos sinceros apesar de suas heresias e de seus intere$$e$. Tudo porque, sem se conhecer a fundo os indivíduos e suas mazelas, começamos a olhar para eles por sua aparência de santidade e piedade, por suas palavras eloquentes ou bonitas, por seu jeito aparentemente espiritual de entoar louvores… e criamos imagens em nossas mentes sobre como essas pessoas são a partir de suas máscaras. Mas por baixo dessas máscaras muitas vezes a coisa é bem diferente. E eu vou provar com o meu exemplo. Para não falar dos outros, vou me pôr na berlinda. A você que me elogia pelo que eu escrevo, deixe-me confessar algumas coisas a meu respeito. 
Sou uma pessoa absolutamente normal. Como você, tenho minhas muitas deficiências. Como você, luto constantemente contra minha carne e contra zilhões de defeitos. Me iro, sinto ódio, brigo com minha esposa, perco minha paciência, falo o que não devia, faço o que não devia, sinto inveja, mágoa, ciúmes. Cobiço o bem do próximo. Como você, luto a cada dia para viver em intimidade com Deus, embora tenha dias em que fique com preguiça de ler a Bíblia e sinta sono para orar. Como diz o clichê, tem dias em que “só a graça”! Como você, nem sempre amo a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo. Chego a ser egoísta, em muitas ocasiões. Perco a cabeça. Como você, tenho pensamentos impuros. Como você, tenho vontade de matar certas pessoas – depois de enche-las de sopapos, claro. Já cometi pecados após a minha conversão que me enchem de culpa e, embora eu esteja sinceramente arrependido e saiba que Deus me perdoou, eu mesmo não me perdoei. Em resumo, meu irmão, minha irmã, sou exatamente como você: decepcionante, um pecador de marca maior, numa luta constante contra minha natureza humana e numa perene busca desesperada por Deus e pela santidade. Que parece sempre um alvo inatingível. 
Mas há um porém: apesar de eu ser todo esse amontoado de pecados, escrevo sobre aquilo em que creio. Aquilo de que não tenho a menor dúvida que seja verdade. Creio no Evangelho. Creio na Bíblia como a inerrante revelação de Cristo. Creio em Jesus. Creio na graça sem a qual eu e você iríamos para o inferno. Creio que há perdão para o pecador arrependido. Creio na santidade e a vejo como uma meta essencial. Creio que devemos combater as heresias e os hereges. Creio na pureza de coração. Creio que devemos ser como o cristão que Jesus descreve no Sermão do Monte. Se eu fosse perfeito é como eu gostaria de ser. Difícil, para não dizer impossível. Mas lutar para chegar lá é totalmente possível. 
Vivo, portanto, uma contradição. Escrevo e prego sobre o que creio, mas vivo com milhões de erros e cometo bilhões de pecados. Isso faz de mim um hipócrita? Ou… um humano? Não sei. Só cabe ao Espírito Santo de Deus me julgar. Mas sei de uma coisa, como já pus em outro post: a Bíblia diz que os anjos pediram ao Senhor para proclamar o Evangelho, só que, estranhamente, Ele decidiu dar essa tarefa aos homens. Que bizarro, que escolha aparentemente contraditória e sem sentido. Porque, se você parar para pensar, ao longo dos últimos 2 mil anos, as boas-novas de salvação só têm sido pregadas por… pecadores carentes de salvação. A santidade tem sido estimulada somente por homens com falhas graves na sua própria santidade. O arrependimento dos pecados tem sido apregoado por homens e mulheres desesperadamente necessitados do arrependimento de seus pecados. Todos os humanos que pregaram o Evangelho até hoje compõem uma grande multidão de “mascarados”, pessoas que anunciaram o Caminho para o Céu enquanto dentro de seus peitos pecados horrendos vicejavam e os poluíam. 
Somos desgraças ambulantes pregando a graça. 
Eu me enquadro nesse grupo. Todos os cristãos que caminharam sobre a terra nos últimos 20 séculos se enquadram nesse grupo. Mesmo assim, Deus nos mandou divulgar o maravilhoso Jesus e as coisas que Ele ensinou. Fascinante. Se Cristo aparecesse para mim hoje eu teria vergonha de olha-lo nos olhos. Pois o peso da minha pecaminosidade e falibilidade me esmagaria. Mesmo assim o amo. E nunca cessarei, enquanto Ele me permitir, de proclamar que Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Nunca cessarei de pregar a mensagem da Cruz. Trinta segundos após pecar subirei num púlpito e pregarei que não devemos pecar. Simplesmente porque é o que devemos fazer. Porque é o certo. 
Sejamos honestos: se eu e você fossemos esperar sermos santíssimos para anunciar que devemos ser santíssimos jamais ninguém abriria a boca. 
Se eu e você fossemos esperar que nossos pecados cessassem ou que nossa máscara de bons homens e mulheres caíssem para que fossemos sentar e escrever sobre como devemos nos despir das máscaras de santidade, assumir nossa natureza pecaminosa e afirmar que precisamos terrivelmente nos santificar…você não estaria lendo essas linhas agora. Sim, eu uso máscaras de santidade, negar sim seria hipocrisia e mentira. Oculto dos outros meus muitos pecados e os trato com Deus, entre as quatro paredes do meu quarto. Exatamente como você faz. Ele me conhece. Ele conhece você. E sabe que quem se esconde atrás de cada máscara  é uma pessoa real: pecadora, errada, miserável em suas transgressões. Se cada um saísse pelas ruas alardeando seus próprios pecados não haveria espaço para caminhar em meio à multidão. Mas a questão é que absolutamente todo cristão que pisa numa igreja é um tremendo pecador vestindo máscaras de santidade mas com o rosto desfigurado pelo pecado. Todo. Sem exceção. Eu. E, se você tiver coragem de admitir, você também. 
O que nunca deve nos impedir de proclamar Cristo, o Evangelho, a salvação, o arrependimento dos pecados, o juízo, o perdão… e a maravilhosa graça. 
Em 1 João 1.8-10 disse o apóstolo amado: “Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós“. Não, eu jamais faria de Deus um mentiroso, assumo minha natureza pecadora, confesso a Ele meus pecados e creio que Ele é fiel e justo para ter me purificado de todo o mal que pratiquei. E, assim, sigo escrevendo sobre a fé. 
Então sim, eu escrevo sobre o que tem que ser escrito. Escrevo porque é a verdade. Escrevo para edificar, embora eu mesmo prejudique pessoas. Escrevo para consolar, embora eu mesmo tenha minhas dores, que precisam de consolo. Escrevo para exortar, embora eu, me conhecendo como me conheço, saiba que ninguém mais do que eu precisa ser exortado. Mas mesmo assim o faço. Escrevo neste blog. Escrevo em livros. E Deus, por sua graça incompreensível, por seu amor imensurável, por sua compaixão e misericórdia impossíveis de se alcançar racionalmente em toda sua extensão… ainda assim usa as palavras que saem deste pecador incorrigível que sou para tocar corações, amparar necessitados, aconselhar pessoas em dor e até evitar suicídios, como já contei aqui. Eis o porquê de eu continuar escrevendo sobre santidade; combatendo os inimigos de Cristo; denunciando as heresias e os hereges; trazendo reflexões sobre as coisas de Deus; buscando não esmagar quem peca, mas ajudá-lo a se pôr novamente de pé. 
Meu irmão, minha irmã, eu sou pó e cinza escondidos por trás de uma máscara de piedade. Como todo pastor-celebridade. Como todo artista gospel. Como todo blogueiro. Como todo tuiteiro. Como todo teólogo. Como todo cristão. Por isso, não seja fã nem idolatre ninguém. Nenhum de nós tem a capacidade de ser exemplo: só Jesus. Só Jesus. 
Não me idealize, querido, querida. Meus prêmios, livros e textos não fazem de mim alguém louvável. Sou exatamente igual a você: um pecador que carece diariamente da graça do Cordeiro de Deus que veio tirar o pecado do mundo. Não pense que sou melhor do que ninguém, não sou. Eu poderia ser muito melhor. Mas não é por isso que deixarei de estimular meu próximo a ser o melhor que ele puder. E não é por isso que não creio piamente no que escrevo: creio na graça, na glória de Deus, na remissão da humanidade pelo sangue derramado na Cruz, na luta desesperada pela santidade. E já escrevi sobre pecados enquanto lágrimas desciam por meu rosto sabendo que eu estava sendo o primeiro a ser alcançado pela minha própria exortação. 
Então, querido, não me elogie nos seus comentários no blog. Em vez disso faça uma oração por mim – e por todos aqueles que você considera exemplos de santidade. Isso será muito mais proveitoso para minha vida espiritual, tão carente por trás das máscaras que uso. Tenha certeza absoluta ao ler meus textos e livros: foram escritos por um homem que peca, que sabe que peca, que odeia pecar e ainda assim peca, mas que proclama o Evangelho acreditando com toda sua alma naquilo que escreve e que deseja edificar o Corpo de Cristo. Que ama Jesus, a Bíblia, a Igreja, o Evangelho. E que luta diariamente para aproximar aquilo que vive daquilo que prega – embora nem sempre consiga. Mesmo assim, se for o caso não deixe de abrir seu coração para aquilo que escrevo, pois Deus pode usar até uma mula falha como eu para falar a você. É o que Ele tem feito por 2 mil anos por meio de cada pecador que proclamou o Evangelho da graça e é o que continuará fazendo até a gloriosa volta de Jesus. 
Paz a todos vocês que estão em Cristo. 

SOU A FAVOR DA ESCRAVIDÃO

MAURÍCIO ZÁGARI

Você é a favor da escravidão? Pode parecer estranho e até ofensivo eu te perguntar isso, afinal, nenhum ser humano civilizado considera a escravidão humana algo correto, não é mesmo? Bem, na verdade, até pouco mais de um século, aqui mesmo no Brasil, milhões de pessoas civilizadas e cultas acreditavam que ter escravos humanos era algo totalmente normal e cabível. Como pode? Como pode tantos indivíduos bons e até mesmo cristãos terem visto essa prática abominável como aceitável? Eu estava vendo fotos do acervo do Instituto Moreira Salles que mostram escravos no Brasil há apenas cerca de 130 anos. As imagens me impactaram e comecei a refletir sobre a escravidão. Meu primeiro impulso foi o de condenar aquela sociedade, que abraçava como natural a ideia de que pessoas podem ser donas de outras e fazer com elas o que quiserem. Mas, pensando mais um pouco, acabei chegando à conclusão de que, se eu vivesse no Brasil daquela época, também não teria problemas com a escravidão. Possivelmente, eu mesmo teria alguns escravos. Por quê? Porque estaria tão inserido naquela realidade que nem gastaria muito tempo pensando sobre a validade daquilo. Na verdade, estaria tão acostumado com aquela situação que minha mentalidade seria: sempre foi assim, sempre será; é como é, não há o que questionar. E essa constatação me conduziu a uma percepção espiritual: eu sou a favor da escravidão. Permita-me explicar.

Você já assistiu ao filme “O show de Truman”? Se não, recomendo que o faça, é um dos longa-metragens mais interessantes a que já assisti. Narra a história de um homem que viveu toda sua vida num gigantesco estúdio de televisão. Todas as pessoas com quem convive são atores, num grande reality show. Sua vida não passa de uma enorme mentira, mas ele vive anos nessa loucura sem perceber. Em certo momento do filme, um repórter pergunta para o diretor e idealizador do show: “Por que o senhor acredita que Truman nunca percebeu que está num programa de televisão?”. A resposta dele é muito significativa: “Nós aceitamos a realidade do mundo conforme nos é apresentada”. Isso explica com clareza por que milhões de pessoas boas acatavam a escravidão como normal: elas nasceram numa realidade em que aquilo era natural, cresceram aprendendo que não havia nada de mais na escravidão e, por isso, nunca questionaram aquela barbárie.

escravo0Nascemos escravos do pecado. Crescemos escravos do pecado. No mundo, enxergamos a escravidão ao pecado como algo aceitável. Enquanto as correntes da transgressão prendem nossos pés, não questionamos essa situação. Vemos como algo natural a desobediência a Deus, afinal, a realidade que nos foi apresentada pela sociedade ao nosso redor é a da escravidão ao pecado – e a temos como normal. Até que, um dia, uma alternativa se descortina diante de nossos olhos: Jesus nos dá carta de alforria. Percebemos, então, que é viável uma vida que se desagrada do pecado. É impossível nos livrarmos totalmente das algemas que nos prendem à transgressão, mas o Espírito Santo nos mostra que podemos não nos conformar a ela. “Porque, se fomos unidos com ele [Jesus] na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos [...] Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça” (Rm 6.5-6, 17-18).

Até aqui nenhuma novidade. Tenho certeza de que você já sabia que a salvação em Cristo no torna livres da escravidão do pecado. Você é chamado pela graça de Deus e, com isso, torna-se absolutamente, totalmente, inquestionavelmente livre, certo?

Errado.

Eis o ponto fundamental: na verdade, a salvação não vem para nos tornar livres da escravidão. Ela vem apenas para mudar o nosso dono. Continuamos escravos, mas não mais do pecado: de Cristo. “O que foi chamado no Senhor, sendo escravo, é liberto do Senhor; semelhantemente, o que foi chamado, sendo livre, é escravo de Cristo” (1Co 7.22). Ou seja: deixamos de ser escravos do pecado para nos tornarmos escravos de Jesus. Nesse sentido, sou, sim, totalmente a favor da escravidão e me contento com essa realidade, apresentada não mais pelo mundo, mas pelas Escrituras sagradas. “Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna” (Rm 6.22).

A grande diferença entre esses dois tipos de escravidão é que o pecado nos torna apenas escravos – seres abatidos, sem vontade própria, destituídos de liberdade. Porém, ao nos tornarmos escravos de Cristo, recebemos também outros títulos: somos feitos filhos de Deus, amigos de Jesus, herdeiros da eternidade, verdadeiramente livres! “Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.34-36). Ser escravo de Cristo significa receber alforria não para ser um indivíduo autônomo e independente, mas totalmente acorrentado à liberdade que a vida eterna nos concede. Portanto, aceite a escravidão, ela é uma realidade inevitável.

escravo2Infelizmente, mesmo ao nos tornarmos escravos de Cristo algumas correntes de nosso antigo senhor continuam atadas aos nossos membros. Por isso, embora tenhamos sido chamados pela graça à servidão a Deus, continuamos sendo puxados de volta à senzala do pecado. É o que Paulo escreveu: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado. Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado” (Rm 7.14-25).

Não tem jeito, meu irmão, minha irmã, você é e será sempre escravo. A questão é: de quem? Se Cristo te chamou pela graça, você pertence ao Senhor, mas saiba que o pecado não ficou feliz com essa mudança. O pecado quer você de volta. Não permita que isso aconteça, lute pela sua servidão ao único amo que oferece a paz, Jesus Cristo. A cruz te libertou, mas o Diabo quer manter você acorrentado. O que te manterá longe da senzala da transgressão é a sua santidade. Muitas vezes fraquejamos, caímos, perdemos a batalha, nos arrastamos como cães ao antigo vômito da escravidão ao pecado. Mas Jesus não se conforma com isso, pois você pertence a ele. Então ele te chama constantemente ao arrependimento e, se você rende sua vontade a ele, o perdão sempre está ao seu alcance.

Você é cristão mas tem cedido ao pecado? As correntes da desobediência o têm arrastado de volta ao lugar de onde saiu? Você tem praticado novamente aquilo de que Jesus já te libertou? Então a hora é esta: ouça a voz do Bom Pastor chamando-o de volta. Peça perdão. Abandone essa prática. Você pertence a Cristo e foi chamado para habitar não mais nas imundas senzalas do pecado, mas nas puras mansões celestiais. Você é escravo da liberdade. Não abra mão disso.



O POVO DE DEUS ESTÁ SENDO DESTRUÍDO POR FALTA DE CONHECIMENTO DE... DEUS


 Marcos Alexandre Damazio

 CONHECENDO O MOTIVO PELO QUAL DEUS CRIOU O HOMEM
“Por amor de mim, por amor de mim o farei, porque, como seria profanado o meu nome? E a minha glória não a darei a outrem.” (Isaias 48:11).
Deus criou o homem e todas as demais coisas apenas para o louvor da sua glória.
Muitos de nós já nos perguntamos por que Deus criou o homem sabendo que o homem iria pecar. A resposta a esta pergunta é que de algum modo Deus viu que seria mais glorificado criando o homem a sua imagem e semelhança, e com livre-arbítrio (onde um ser criado com livre-arbítrio é uma realidade, o pecado é uma possibilidade). Deus viu que seria mais glorificado resgatando o homem do pecado do que criando robôs santos e sem a capacidade de escolher entre o bem e o mal. E, para a sua glória Deus criou a árvore do conhecimento do Bem e do Mal, colocando-a no meio do Jardim do Éden.
Portanto, o objetivo primário de Deus é ser glorificado. E esta premissa Deus não divide com ninguém. Assim, nenhuma glória será dada ao homem ou a anjo algum. Toda glória seja a Deus somente.

CONHECENDO QUE DEUS É PERFEITO
“Por isso, querendo Deus mostrar mais abundantemente a imutabilidade do seu conselho aos herdeiros da promessa, se interpôs com juramento;
Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta” (Hebreus 6:17,18).
Quantos de nós quando cometemos algum pecado pensamos que Deus deixará de nos amar ou nos amará menos? Igualmente, quantos de nós nos enchemos de jactância ao pensarmos que seremos mais amados por Deus pela nossa obediência, santidade ou por ganhar muitas vidas para Jesus?
Bem, Deus é perfeito (Mateus 5:48), e um Ser perfeito ao amar ama com amor perfeito, amor máximo. Então, por ser perfeito, Deus é também imutável, ou seja, Ele não varia. Em Deus não existe amar menos ou amar mais, pois neste caso seria possível Deus variar para pior (amar menos) ou para melhor (amar mais), e em Deus não existe nem mesmo sombra de variação.
Deus não faz acepção de pessoas, assim Deus ama Adolf Hitler e Madre Teresa de Calcutá como o mesmo amor intenso (Romanos 2:11).
Jesus Cristo, um espírito eterno, se tornou um embrião no ventre de Maria, nasceu como um bebê humano, se tornou um homem e depois voltou ao Céu para ser o único ser teantrópico. Mas, acerca deste Ser Divino a Bíblia diz: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente” (Hebreus 13:8).
“Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” (Tiago 1:17).

CONHECENDO QUE DEUS É ONISCIENTE E PRESCIENTE
“E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor dos corações de todos, mostra qual destes dois tens escolhido” (Atos 1:24)
Deus conhece todas as coisas. Ele sabe quem crê em Jesus e quem não crê, independente de frequentar igrejas ou não, Deus sabe aqueles que creem conforme as Escrituras (João 7:38). Então, todo o plano da redenção foi erguido sobre a eleição, e o alicerce da eleição é a presciência de Deus (1ª Pedro 1:2). Deus não está sujeito ao tempo, e para ele não existe passado e futuro, pois tudo está como um eterno presente diante dos seus olhos pela sua onisciência e pela sua presciência. E Deus, pela sua capacidade de conhecer previamente os fatos, ou seja, presciência, elegeu aos que de antemão conheceu (Romanos 8:29,30). 

CONHECENDO QUE DEUS NOS ESCOLHEU
“Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”. (Efésios 1:4).
A eleição é a escolha que Deus fez para separar os salvos dentre os perdidos. Deus fez esta escolha porque quis fazer, foi um ato de sua soberania. Contudo esta escolha não foi um ato arbitrário ou de tirania, e nem tampouco há injustiça da parte de Deus.
Esta escolha não é dizer que Deus se baseia nas nossas obras, na nossa obediência ou santidade para nos eleger, pois não é por obras (2ª Timóteo 1:9), e sim por fé, somente fé (Romanos 1:17).
“Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú. Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.” (Romanos 9:11-16).
Devemos nos lembrar que não somente a nossa salvação, mas também a nossa vida depende da misericórdia de Deus, que é a causa de não sermos consumidos. É só estamos vivos e salvos porque Deus tem PENA de nós.
Sendo assim, o propósito de Deus não é por causa das obras, e sim por fé, pois a Bíblia diz que Deus nos elegeu para a salvação pela santificação do Espírito e pela nossa fé na verdade (2ª Tessalonicenses 2:13), para a nossa obediência (1ª Pedro 1:2).
Dessa maneira a fé é a única condição para a nossa salvação. Quanto à chamada ela não é apresentada como a base da eleição, pois Jesus disse que muitos são chamados, porém destes chamados poucos são escolhidos, portanto, Deus chama muitos, porém destes muitos chamados poucos são escolhidos. Isto é, Deus também chama os não eleitos.
“Vós não me escolhestes a mim, mas eu vos escolhi a vós” (João 15:16).

CONHECENDO QUE DEUS NUNCA SE ENGANA
Deus sabe que todos os homens são carnais e estão vendidos sob o pecado (Romanos 7:14), e sabe também que o homem carnal não obedece à lei de Deus e, de fato, não pode obedecer a ela (Romanos 8:7).
O que eu quero dizer com isso é que aqueles que Deus escolheu já estão salvos. Mas, estão salvos não por causa de sua obediência ou santidade (isto é consequência da escolha de Deus, e não a causa), porém esta salvação vem do Senhor que a garante nem que para isso seja preciso reduzir os dias difíceis da grande tribulação.
A presciência de Deus nunca se engana, e assim sendo, Deus sabe de antemão que os eleitos não se enganarão e se salvarão se os dias de tribulação forem abreviados.
“Porque hão de surgir falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios; de modo que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”. (Mateus 24:24).
Damos graças ao nosso bom Deus por ter abreviado os dias de tribulação, pois sem esta intervenção de Deus ninguém se salvaria, e ainda seríamos enganados. Mas graças ao nosso Senhor isto não é possível.


“Ouvi a palavra do SENHOR, vós filhos de Israel, porque o SENHOR tem uma contenda com os habitantes da terra; porque na terra não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus.” Oséias 4:1


“O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.” Oséias 4:6


“Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.” Oséias 6:6


“Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”. Mateus 22:29


“Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor” Oséias 6:3



CO-HERDEIROS

 Marcos Alexandre Damazio 

Toda doutrina antibíblica ou extrabíblica é uma heresia. E toda doutrina, conceito e princípio baseado na Bíblia, porém interpretado erroneamente, ou interpretado forçosamente a bel-prazer, ou ainda interpretação de um texto fora de seu contexto literário, geográfico e histórico, ou a interpretação de um texto isolado criando um pretexto doutrinário, é uma heresia  bíblica.
 ABRA A BIBLIA E CONFIRA TODOS OS TEXTOS BÍBLICOS, esvazie-se de todo conceito doutrinário e dogmático já formado, assim como de todo espírito crítico, ore a Deus, peça unção (1ª João 2:27) e peça sabedoria (Tiago 1:5), leia as referências, e veja o verdadeiro evangelho que foi pregado à Igreja primitiva pelo apóstolo Paulo (Romanos 2:16).  NÃO LEIA SEM CONSULTAR A BÍBLIA.
Veremos nos próximos tópicos algumas verdades bíblicas que não são propagadas nos púlpitos das igrejas. E como tema do nosso estudo leremos o texto de Gálatas 4:7 que diz:
“De sorte que já não és servo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus.”
Em todos os reinos, os súditos sempre quiseram ser servos do rei. No Reino de Deus não é diferente, pois todos querem ser súditos e servos do Rei. Mas o Rei quer que tudo seja diferente no seu Reino. No Reino de Deus não há súditos, pois todos os participantes deste Reino são irmãos do Rei. Os servos já não são mais servos, e sim filhos do dono do Reino e irmãos do Rei.
Nós somos filhos de Deus, e mesmo sendo Deus um Ser imortal, foi da sua vontade deixar todos os seus bens como herança para o seu único Filho gerado, e também para os seus filhos adotados que recebem a herança como co-herdeiros de seu filho unigênito.
“Ora, se somos filhos, somos também herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo. se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.”  (Romanos 8:17)
Em todos os casos de herança, os herdeiros recebem a herança por nomeação registrada em testamento, ou, na ausência deste, por grau de parentesco. A nossa herança foi prometida por Deus no Novo Testamento (Tito 3:7) e assim como Deus nos adotou como filhos, nos escolheu para sermos seus herdeiros, para de fato nos mostrar o quanto nos ama e o quanto quer que desfrutemos da sua riqueza (Tiago 2:5).

1.      IRMÃOS DE JESUS
O motivo pelo qual Deus nos fez co-herdeiros com Cristo está no fato de sermos irmãos de Jesus. Deus criou o homem a sua imagem e conforme a sua semelhança (Gênesis 1:26; 5:1), porém o homem pecou e depois passou a gerar filhos a sua semelhança e conforme a sua imagem. A partir de Sete os homens já não eram a imagem de Deus (Gênesis 5:3), e Deus queria que homem fosse a imagem de Jesus, e por isso a todos que O receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus (João 1:11) conforme a imagem de seu Filho Jesus para que Ele fosse o primogênito entre muitos irmãos, e nós somos estes muitos irmãos (Romanos 8:29). Para muitos isto é uma blasfêmia, mas para Jesus é motivo de muito louvor e glória, e é por isso que Ele não se envergonha de nos chamar de irmãos (Hebreus 2:11,12).

2.      AMIGOS DE JESUS
Se para muitos o fato de sermos irmãos de Jesus é uma ofensa, imagine o tamanho da blasfêmia se dissermos que somos amigos de Cristo. Mas para a surpresa de alguns, foi o próprio Senhor quem tomou a iniciativa de nos chamar de seus amigos (Lucas 12:4). Jesus não é amigo do povo de Deus como um todo, e sim amigo de cada um de nós individualmente e nominalmente (João 11:11), pois Cristo deu sua própria vida em favor dos seus amigos (João 15:13).
Jesus é o Senhor, logo nós deveríamos ser seus servos. Porém, Jesus diz que quem lhe obedece são seus amigos, e não seus servos. Jesus nos confidencia todas as coisas, numa relação de amigo para amigo. Numa relação de senhor para servo não existem confidências e nem amizades. Nós já não somos servos, mas Jesus é e sempre será o Senhor (João 15:14,15).

3.      JUIZES
Além de herdarmos o direito de sermos irmãos e amigos de Jesus, nós herdamos o direito de julgarmos o mundo, e não somente o mundo, mas também os anjos caídos. Nós não somos do mundo, e por isso nós julgaremos o mundo, e por este motivo o  mundo nos  odeia  (João 17:14) .
A grande fúria de satanás e seus demônios contra a Igreja se dá pelo fato de que nós julgá-los-emos e condená-los-emos, culminando em sua derrota final. Esta é a autoridade dos amigos de Jesus que julgaremos o mundo e os anjos caídos (1ª Coríntios 6:2,3).

4.      LUZ DO MUNDO
O Senhor Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo.” (João 8:12)
Baseado nesta declaração, muitos pregam mundo afora que Jesus é a luz do mundo, e vivem esperando a luz de Jesus brilhar sobre o mundo. Porém, o próprio Jesus disse que só seria a luz do mundo enquanto estivesse no mundo, período este que durou cerca de 33 anos.
“Enquanto estou no mundo sou a luz do mundo” (João 9:5).
Para toda esta questão o próprio Senhor Jesus tem a resposta:
“Vós sois a luz do mundo...” (Mateus 5:14).
Nós somos a luz do mundo, portanto, não precisamos de luz para sermos iluminados. Nós temos de brilhar sobre o mundo, pois até a luz nós co-herdamos com Cristo.

5.      PARTICIPANTES DA NATUREZA DIVINA
Tem um ditado popular que diz: “Filho de peixe peixinho é”
E filho de Deus?  deusinho é?
Cada ser gera conforme a sua espécie. Mas quando se trata de filho de Deus não é assim, pois Deus só gerou um Filho, que é o Senhor Jesus. Porém, nós fomos gerados por nossos pais segundo a carne, e regenerados por Deus. Quando Deus nos regenera, Ele nos torna participantes da sua natureza divina (2ª Pedro 1:3,4). Para que você possa entender, o homem é participante da natureza humana, os anjos são participantes da natureza angélica e a Trindade é participante da natureza divina.  Então o que Deus nos faz é nos trazer para a sua natureza nos regenerando como seus filhos.
Vemos que Deus nos doa todas as coisas que conduzem a vida e a piedade e nos chama para a sua própria glória e virtude (2ª Pedro 1:3,4).
“Eu e o Pai somos um” (João 10:30).
Esta declaração de Jesus Cristo despertou a ira dos judeus, que tentaram matá-lo, pois para os judeus Jesus tinha blasfemado ao dizer que era um com o Pai (João 10:31-33). Jesus defendeu-se da seguinte maneira:
“Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses? Se ele chamou deuses àqueles a quem foi dirigida a palavra de Deus, e a Escritura não pode falhar, então daquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, dizeis: Tu blasfemas, porque declarei: Sou Filho de Deus?”
(João 10:34-36)
Jesus cita um texto do Antigo Testamento no qual Deus chama homens de deuses (Salmos 82:1,6,7). Baseado neste texto Jesus indaga aos judeus:
Se Deus no Antigo Testamento chamou homens de deuses, vocês querem me matar por eu ter dito que sou Filho de Deus?
A resposta de Jesus é de tamanha sabedoria, pois Deus, no Antigo Testamento diz:
“Eu disse: Sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo. Todavia, como homens,  morrereis e, como qualquer dos príncipes, havereis de sucumbir.” (Salmos 82:6,7).
Nós somos filhos do Altíssimo, logo somos deuses, isto é, participantes da natureza divina. Sendo participantes da natureza divina podemos praticar a justiça e sermos justos assim como Deus é justo (1ª João 3:7). Deus, através da disciplina, nos faz participantes da sua santidade (Hebreus 12:10), pois, segundo Deus é, também nós somos neste mundo (1ª João 4:17).
Veja nesta planilha o que significa sermos co-herdeiros com Cristo:

Participantes da Natureza de Deus
2ª Pedro 1:3,4
Participantes da Santidade de Deus
Hebreus 12:10
Justo Como Deus é Justo
1ª João 3:7
Assim Como Deus é Nós Somos Neste Mundo
1ª João 4:17

6.      ARMAS ESPIRITUAIS
Todos os cristãos querem que seus parentes e amigos sejam salvos. Os ímpios que estão no  inferno também querem que seus parentes e amigos sejam salvos para não irem para aquele lugar de grande sofrimento e tormentos (Lucas 16:27,28). Deus, porém, deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade através das Escrituras (1ª Timóteo 2:3,4). Todos fazem orações a Deus, pedindo para Deus salvar seus parentes e amigos. Diante destas orações nos vemos num questionamento: Qual será a resposta de Deus?
A resposta é que o desejo de Deus em salvar todos os homens é infinitamente superior ao desejo que os homens têm de serem salvos. Deus, mais do que eu, deseja ver meus parentes e amigos salvos. Diante desta declaração surge outra indagação: Se Deus deseja salvar a todos. Então por que Deus não realiza o seu desejo, visto que Ele é onipotente?
Isto é apenas um desejo de Deus, e não sua soberana vontade. Além disso o homem é salvo pela sua fé em Jesus, esta fé vem quando o homem ouve o evangelho e crê em Jesus Cristo (Romanos 10:13-17).
E nem Deus, nem os anjos estão encarregados da pregação do evangelho. Esta missão pertence ao homem, embora os anjos quisessem realizar tal missão (1ª Pedro1:12).
Diante das orações pedindo pela salvação dos nossos parentes e amigos, Deus diz: “Eu quero    salvá-los, mas para isso é necessário que vocês preguem o evangelho aos seus parentes e amigos para que eles ouçam o evangelho e creiam nele, pois a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo.”
“Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue? Logo a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo.” (Romanos 10:13,14,17).
Não adianta pedir a Deus para salvar os nossos amigos e parentes, pois Deus não irá pregar o evangelho para eles, pois a salvação vem pela fé, e a fé vem pela pregação do evangelho, e não pela oração. Se quisermos ver os nossos parentes e amigos salvos, teremos de pregar o evangelho para eles para que possam crer. O Senhor Jesus disse: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” (Marcos 16:15).
Surge outra questão: E se os parentes e amigos não crerem no evangelho após ouvirem a pregação?
A primeira arma é a pregação do evangelho. A segunda arma só é usada se a primeira falhar, ou seja, se a pessoa não crer no evangelho após ouvir a pregação.
“Porque as armas de nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus, para destruir fortalezas; anulando sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo; e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa submissão.”  (1ª Coríntios 10:4-6).
Uma mulher argentina, espírita, casada e mãe  de três filhos havia destruído seu lar, já não cuidava dos filhos, pois era viciada em bebidas alcoólicas e seu marido já não agüentando mais, resolveu deixá-la, e levar os filhos do casal. Mas havia alguém sofrendo, que por dois anos e meio orava pedindo a Deus para libertar e salvar sua irmã. Desiludida por não ter suas orações respondidas, e ver a vida de sua irmã afundar cada vez mais, ela resolveu conversar com o seu pastor, e lhe disse que há dois anos e meio orava pela libertação e salvação de sua irmã e Deus não lhe respondia. O pastor lhe aconselhou a usar a segunda arma para destruir a fortaleza, que neste caso era o vício do álcool.  O pastor lhe ensinou a usar a segunda arma, e até que o vício fosse vencido ela deveria repetir esta frase“Vício maligno tu não tens domínio sobre a vida de minha irmã.”.
Depois de duas semanas sua irmã estava livre do vício, e não bebia mais. Ao saber desta vitória o pastor mandou que ela usasse a primeira arma em sua irmã, pois quando embriagada não podia ouvir o evangelho. Mas liberta do vício, recusou-se a crer no evangelho pregado por sua irmã, alegando ser espírita e crer em “outro evangelho”. O pastor lhe disse para partir para a segunda etapa para anular os sofismas e toda altivez levantada contra o conhecimento de Deus, que neste caso era o espiritismo. E lhe disse para repetir esta frase: “Eu e minha casa serviremos ao senhor, pois todo argumento está quebrado.” Após duas semanas a espírita surpreendeu sua irmã ao lhe pedir para levá-la a sua igreja, pois inexplicavelmente não mais se identificava com a doutrina espírita. Visando levar cativo todo pensamento da espírita à obediência de Cristo, o seu pastor lhe pediu para repetir esta outra frase: “Você crerá no Senhor Jesus e será salva tu e a tua casa.”
Após seis semanas sua irmã havia reconstruído o seu lar, havia se reconciliado com seu marido, e  toda família se converteu  ao Senhor Jesus.
Uma mulher orou por dois anos e meio pedindo a Deus para libertar e salvar sua irmã alcoólatra. Após conhecer armas poderosas em Deus, ela conseguiu a libertação e salvação de sua irmã e sua família em apenas dois meses e meio.
A primeira arma é a pregação do evangelho. A segunda arma é a palavra de poder que, pela autoridade que nos foi dada, podemos determinar. Assim Deus criou o mundo (Salmos 148:5), e assim o Senhor Jesus Cristo sustenta o Universo (Hebreus 1:3). A palavra de poder nos capacita a converter pessoas ao evangelho. Jesus disse a Pedro: “e tu, quando te converteres, converta teus irmãos.” (Lucas 22:32)

 “Meus irmãos, se algum entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter, sabei que aquele que converter o pecador do seu caminho errado, salvará da morte a alma dele, e cobrirá multidão de pecados.” (Tiago 5:19,20)

7.       AUTORIDADE E  PODER
Um pastor e escritor, não me lembro se americano ou israelense, sonhou que estava num quarto conversando com Jesus, quando, subitamente, surgiu no quarto um demônio, e começou a espalhar uma névoa que rapidamente encheu o local, e impediu o pastor de continuar a ver o Senhor Jesus. Contudo, o pastor continuou a ouvir a voz de Jesus. Porém, o demônio passou a gritar, tentando impedir que o pastor ouvisse a voz de Cristo. O pastor, desesperado, passou a gritar: “Jesus faça alguma coisa.”
Então o Senhor lhe respondeu: “Eu não farei nada, pois lhe dei autoridade para expulsar demônios. Faça uso dela.”
Muitas pessoas acham que esse fato é fictício. Eu li este fato num livro, e não me recordo bem se foi sonho ou visão, mas acredito que talvez isso possa ter realmente ocorrido. Minha opinião se fundamenta em alguns fatos bíblicos. Já na cruz Jesus disse sua última frase: “Está consumado” (João 19:30). Esta frase mostra que a missão de Jesus estava cumprida, e que as demais coisas podem ser desenvolvidas pelos filhos de Deus. Eu já mostrei que só Jesus salva, mas os co-herdeiros podem converter. Só Jesus perdoa e apaga pecados, mas os co-herdeiros podem cobrir multidões de pecados. Diante de tudo isso vemos que nós temos muita autoridade, mas quando nos é apresentado um enfermo, oramos pedindo a Deus para curar o enfermo, quando o certo seria exercer a autoridade que nos foi outorgada, e declarar a cura do enfermo. Assim agia a Igreja Primitiva no primeiro século. Os apóstolos Pedro e João foram abordados por um homem coxo que lhes pedia esmola (Atos 3:1-10). “Disse-lhe Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho, isso te dou; em nome de Jesus Cristo, o nazareno, anda.” (Atos 3:6). Pedro deu o que tinha, ou seja, a autoridade que tinha para curar. Veja que Pedro não fez nenhuma oração pedindo a Deus para curar o coxo. Foi o Próprio Pedro quem curou o coxo usando a autoridade que o Senhor Jesus lhe deu para curar.
Em outra ocasião Pedro encontrou Enéias, que estava paralítico há oito anos (Atos 9:32-35). Logo de cara Pedro lhe diz:“Enéias, Jesus Cristo te cura; levanta e faz a tua cama.” (Atos 9:34). Vemos que Pedro, novamente, não faz nenhuma oração, jejum ou corrente pedindo a Deus para curar o enfermo. Em outra ocasião o apóstolo Paulo usa a autoridade que lhe foi dada para cegar um filho do diabo. (Atos 13:4-12).
É comum ouvirmos em nossas igrejas pessoas dizendo que é Deus quem cura, e nós não podemos fazer nada, somente orar pedindo para Deus fazer a obra. Esta não é a opinião de Jesus, pois sabe que fomos investidos de grande autoridade. Jesus prometeu que com autoridade nós faremos obras maiores que as suas: “Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que crê em mim, esse também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas; porque eu vou para o Pai” (João 14:12). O que Jesus disse é que nós faremos obras maiores que as dele porque Ele foi para o Pai, isto é, nós assumimos a sua função. E é por isso que Jesus disse na cruz: “Está consumado” (João 19:30). É comum ouvirmos em nossas igrejas pessoas dizendo que para Deus não há impossíveis, mas para o homem nem tudo é possível. Esta não é a opinião de Jesus, pois sabe que fomos investidos de grande autoridade. Jesus disse que nada é impossível para os  co-herdeiros:
“Por causa da vossa pouca fé; pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar; e nada vos será impossível.” (Mateus 17:20)
O poder faz crescer o número de crentes e também os milagres. Na Igreja Primitiva até a sombra de Pedro e as roupas de Paulo tinham poder para curar enfermos e expulsar demônios. E até veneno de cobra não lhes causava dano algum (Atos 28:3-6).
“E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos de comum acordo no pórtico de Salomão. Dos outros, porém, nenhum ousava ajuntar-se a eles; mas o povo os tinha em grande estima; e cada vez mais se agregavam crentes ao Senhor em grande número tanto de homens como de mulheres; a ponto de transportarem os enfermos para as ruas, e os porem em leitos e macas, para que ao passar Pedro, ao menos sua sombra cobrisse alguns deles. Também das cidades circunvizinhas afluía muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos, os quais eram todos curados.” (Atos 5:12-16)

“E Deus pelas mãos de Paulo fazia milagres extraordinários, de sorte que lenços e aventais eram levados do seu corpo aos enfermos, e as doenças os deixavam e saíam deles os espíritos malignos.” (Atos 19:11,12)

8.      A ORAÇÃO
Eu falei desde o início que devemos usar a nossa autoridade, porém a nossa maior arma é o dialogo com Deus, que chamamos de oração. Quando falei da autoridade, estava mostrando uma outra forma de alcançar a libertação e a cura. A oração acaba com o sofrimento, vence a doença e perdoa os pecados. O poder da oração é muito grande, por ser ela a mais eficaz forma de mantermos comunhão diária com Deus Pai, com o Espírito Santo e com o Senhor Jesus. Leia com atenção este texto:
“Está aflito alguém entre vós? Ore.  Está alguém contente? Cante louvores. Está doente algum de vós? Chame os presbíteros da igreja, e estes orem sobre ele, ungido-o com óleo em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai, portanto, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. A súplica de um justo pode muito na sua atuação. Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós, e orou com fervor para que não chovesse, e por três anos e seis meses não choveu sobre a terra. E orou outra vez e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto.” (Tiago 5:13-18)

9.       CONCLUSÃO
A maior herança que recebemos é o evangelho, e a nossa maior missão é propagá-lo mundo afora. Milagres, curas, poder não têm sentido se o objetivo não for a salvação de uma alma. Tome posse da autoridade que o Senhor Jesus te deu, ore muito, leia muito a Palavra de Deus e pregue o evangelho de Cristo, insta a tempo e fora de tempo. (2ª Timóteo 4:2)
Por último, então, apareceu Jesus aos onze, estando eles reclinados à mesa, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem dado crédito aos que o tinham visto já ressurgido. E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura.  Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados. (Marcos 16:14-18)

E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.
(Mateus 28:18-20)