Camilla Ferraz
“E, sem dúvida alguma, grande é o
mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito,
visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na
glória.’’ 1 Timóteo 3.16
O texto
do Apóstolo Paulo escrevendo ao seu filho na Fé Timóteo expressa uma das
maiores verdades do cristianismo, bem como também um dos maiores paradoxos das
Sagradas Escrituras: Deus se fez carne! Esse evento é tão sublime, que o
próprio apóstolo se refere a ele como ‘’um mistério’’. Estamos diante de um
texto que retrata o milagre da Encarnação: O Verbo de Deus, a Segunda Pessoa da
Trindade se fez Homem! (João 1.1).
1-
JESUS TEM DUAS NATUREZAS
As duas naturezas de Jesus, humana
e divina, são inseparáveis. Jesus vai ser para sempre Deus-homem, 100% Deus e
100% homem, duas naturezas distintas em uma Pessoa. A humanidade de Jesus e a
Sua divindade não se misturam, mas se unem sem perderem suas identidades
separadas. Jesus às vezes vivia com as limitações de humanidade (João 4:6;
19:28) e outras vezes com o poder de Sua divindade (João 11:43; Mateus
14:18-21). Nos dois casos, as ações de Jesus foram de Sua única Pessoa. Jesus
tinha duas naturezas, mas só uma personalidade.
União hipostática é o termo usado
para descrever como Deus Filho, Jesus Cristo, tomou para Si a natureza humana,
ao mesmo tempo permanecendo 100% Deus. Jesus sempre foi Deus (João 8:58;
10:30), mas na encarnação Jesus se fez carne – Ele tornou-se um ser humano
(João 1:14). A adição da natureza humana à natureza divina resulta em Jesus, o
Deus-homem. Essa é a união hipostática, Jesus Cristo, uma Pessoa, 100% Deus e
100% homem.
Jesus é Deus e homem. Jesus sempre
foi Deus, mas Ele não se tornou um ser humano até ser concebido em Maria. Jesus
se tornou um ser humano para poder se identificar conosco em nossas
dificuldades (Hebreus 2:17) e, mais importante do que isso, para poder morrer
na cruz para pagar pela penalidade de nossos pecados (Filipenses 2:5-11). Em
resumo, a união hipostática ensina que Jesus é 100% humano e 100% divino, que
não há nenhuma mistura ou enfraquecimento de nenhuma das naturezas, e que Ele é
uma só pessoa, para sempre.
É importante dizer que, quando
afirmamos que Jesus é verdadeiro Homem, não queremos dizer que Ele seja
parcialmente Homem, mas que Ele é totalmente Homem. Tudo que pertence à
essência da verdadeira humanidade é verdadeiro nEle. Ele é tão exatamente Homem
como cada um de nós. O fato de que Jesus é verdadeira e totalmente Homem está
claro pelo fato de que Ele tem um corpo humano (Lucas 24:39), uma mente humana
(Lucas 2:52) e uma alma humana (Mateus 26:38). Jesus Se assemelha a um homem,
tem todos os aspectos do que seja essencial à humanidade. Ele possui completa
humanidade.
Para a maior parte das pessoas, é
óbvio que Jesus é e continuará sendo Deus, eternamente. Mas, para alguns de
nós, tem escapado que Jesus também será eternamente Homem. Ele continua sendo
Homem e o será para sempre.
A verdade sobre as duas naturezas
distintas de Cristo de Sua perfeita humanidade e divindade é conhecida e bem
compreendida pelos cristãos. Mas, para uma perfeita compreensão da Encarnação,
precisamos ir mais longe. Devemos entender que as duas naturezas de Cristo
permanecem distintas, retendo suas exatas propriedades. Mas, o que significa
isto? Duas coisas: 1) - Elas não alteram as propriedades essenciais uma da
outra; 2) - nem se fundem num misterioso tipo de natureza.
Por exemplo, a natureza humana de
Jesus não se tornou totalmente onisciente através de Sua união com Deus, o
Filho; nem Sua natureza divina se tornou ignorante de coisa alguma. Se qualquer
uma das naturezas tivesse sofrido uma mudança em sua essência natural, então
Cristo já não seria verdadeira e totalmente Homem, nem verdadeira e totalmente
Deus.
Não podemos dividir Cristo em
humano e divino. O Deus ETERNO encarnou no ventre de Maria, e nasceu como um
menino. O Verbo se fez carne, mas também continuou sendo o Verbo. Portanto, em
Cristo há duas naturezas, cada uma mantendo as suas próprias propriedades, e
juntas unidas numa substância e, em uma única pessoa.
2-
CRISTO É SOMENTE UMA PESSOA
O que vimos até agora sobre a divindade
e humanidade de Cristo demonstra que Ele tem duas naturezas, a divina e a
humana; que cada natureza é total e completa; que elas permanecem distintas e
não se misturam, para formar uma terceira natureza e que Cristo é tanto Deus
como homem para sempre.
Mas, se Cristo tem duas naturezas,
isto significa que Ele é duas pessoas? Não, Ele não é. Cristo continua sendo
uma só Pessoa. Existe apenas um Cristo. A Bíblia é muito clara em que,
conquanto Jesus tenha duas naturezas, Ele é apenas uma Pessoa.
Em outras palavras, isto significa
que não existem dois Cristos. Mesmo tendo uma dualidade de naturezas, Ele não é
duas pessoas, mas apenas um Jesus Cristo. Conquanto permanecendo distintas, as
duas naturezas são unidas, de tal maneira que Ele é uma só Pessoa.
3-
QUEM MORREU NA CRUZ? O DEUS
UNIGÊNITO OU O FILHO DE MARIA?
A primeira verdade que devemos
entender é que Jesus é uma só Pessoa com duas naturezas - a natureza divina e a
natureza humana. Em outras palavras, Jesus é tanto Deus como Homem.
Na verdade somos incapazes de
compreender totalmente uma pessoa com duas naturezas. É impossível para nós
entendermos totalmente como Deus trabalha. Nós, como seres humanos finitos, não
devemos supor que podemos compreender um Deus infinito. Jesus é o Filho de Deus
por ter sido concebido pelo Espírito Santo (Lucas 1:35). Mas isso não significa
que Ele não já existia antes de ser concebido. Jesus sempre existiu (João 8:58;
10:30). Quando Jesus foi concebido, Ele se tornou um ser humano em adição ao
fato de ser Deus (João 1:1,14).
Embora Cristo tenha duas naturezas
distintas e imutáveis, contudo Ele permanece uma só Pessoa.
Ambas as naturezas são
representadas na Escritura como constituindo “uma só Ser”, isto é, como unidas
em uma só Pessoa. Em João 1:14, lemos:
"E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a
glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade".
Vemos aqui as duas naturezas: o
Verbo (Sua divindade) e a carne (Sua humanidade). Contudo, vemos também que
existe uma só Pessoa, pois lemos que “O Verbo se fez carne”, exigindo que
reconheçamos a unidade das duas naturezas, de modo a ser uma só Pessoa.
Considerando que Cristo tem duas
naturezas numa só Pessoa e, tendo em vista ainda o que está nisso envolvido,
examinemos agora as duas implicações disto, o que nos ajudará a completar o
quadro de nossa compreensão.
Há coisas que são verdadeiras numa
natureza, mas não em outra, mesmo assim são verdadeiras na Pessoa de Cristo.
O fato de Cristo ter duas
naturezas significa que há coisas que são verdadeiras em Sua natureza humana,
mas não são verdadeiras à Sua natureza divina. Por exemplo, Sua natureza humana
foi pendurada na cruz e Sua natureza divina jamais teve fome. Então, quando
Cristo sentiu fome na Terra, foi Sua natureza humana quem sentiu fome e não Sua
natureza divina.
Agora estamos em posição de
entender que, em vista das duas naturezas em uma só Pessoa, as coisas que são
verdadeiras numa natureza não o são noutra, mas tudo que é feito por uma das
duas naturezas em Cristo é, verdadeiramente, feito pela Sua Pessoa. Em outras
palavras, uma coisa que somente uma das duas naturezas faz pode ser considerada
como feita pelo próprio Cristo. Do mesmo modo, as coisas que são verdadeiras de
uma natureza, mas não de outra, são verdadeiras na Pessoa de Cristo como um
todo. Isto significa que, se existe alguma coisa que somente uma das duas
naturezas de Cristo faz, Ele pode perfeitamente dizer “Eu fiz”.
Temos muitos exemplos na Escritura
que o demonstram. Por exemplo, em João 8:58, lemos Jesus dizendo: "Antes que Abraão existisse, eu
sou". Ora, a natureza humana de
Cristo não existia antes de Abraão, mas Sua natureza divina, que existe
eternamente, já existia antes de Abraão. Mas, visto como Cristo é uma só
Pessoa, Ele pôde afirmar: “... Antes que
Abraão existisse, eu sou”.
Outro exemplo simples é a morte de
Cristo. Deus não pode morrer. Jamais devemos mencionar a morte de Cristo como
tendo sido “a morte de Deus”. Mas, como
os humanos morrem, a natureza humana de Cristo foi a que morreu. Desse modo,
mesmo que a natureza divina de Cristo não tenha morrido, podemos dizer que
“Cristo experimentou a morte por todos os homens”, em vista da perfeita união
das duas naturezas numa só Pessoa. Por isso Grunden[1] diz: “Em virtude da união com a natureza
humana de Jesus, Sua natureza divina, de certo modo, provou algo semelhante a
passar pela morte. Assim, a Pessoa de Cristo experimentou a morte”.
Assim podemos entender as palavras
de Pedro aos judeus: “matastes o Autor
da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos
testemunhas.” - Atos 3:15.
O Autor da vida é o Deus Filho,
pois sem Ele nada do que foi feito se fez. Ora, a natureza humana de Cristo não
existia quando Cristo criou a vida, mas Sua natureza divina, que existe
eternamente, já existia. Mas, visto como Cristo é uma só Pessoa, Pedro pôde
afirmar: “matastes o Autor da vida.”
Da mesma forma, sua natureza
humana foi ressuscitada por sua natureza divina. Não obstante, podemos afirmar
que Jesus ressuscitou a Si mesmo, conforme prometera:
“Destruí
vós este templo, e eu o reerguerei em três dias. Os judeus replicaram: Em
quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu hás de levantá-lo em três
dias? Mas ele falava do templo do seu corpo. Depois que ressurgiu dos mortos,
os seus discípulos lembraram-se destas palavras e creram na Escritura e na
palavra de Jesus.” - João 2:19-22.
4-
CABEÇA FEDERAL DA RAÇA HUMANA
Não podemos entender em todos os
seus aspectos a humanidade de Jesus. Em nossa limitação humana não temos como
avaliar plenamente porque Jesus era a segundo cabeça federal da raça humana. O
que isto significa?
“Portanto, assim como por um só homem entrou o
pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os
homens, porquanto todos pecaram”. – Romanos 5:12.
A palavra “mundo” utilizada pelo
apóstolo Paulo no texto de Romanos 5:12 é a mesma usada pelo apóstolo João no
evangelho de João 3:16. Esta palavra no original grego é cosmos, e se refere à
humanidade.
Cremos que a Bíblia ensina que,
pecando Adão, todo o gênero humano pecou nele. Ele era o cabeça natural e
federal de toda a raça humana. Trazia em si o germe de toda a humanidade.
Hereditariedade e atavismo confirmam plenamente o ensino das Escrituras a este
respeito.
Adão, como primeiro cabeça federal
e natural da espécie humana, ao pecar, contaminou toda a humanidade. A
consequência desta contaminação foi a morte.
Desde Adão até os dias de Moisés,
ninguém foi julgado culpado pelos próprios pecados, pois a lei não tinha ainda
sido promulgada. No entanto, todas as pessoas que viveram no período
compreendido entre a época de Adão e os dias de Moisés, morreram. Portanto,
suas mortes não podem ser atribuídas diretamente aos seus pecados, pois não
havia nenhuma lei para estabelecer esta sentença, porque onde não há lei o
pecado não é levado em conta (Romanos 5:13).
Adão não foi somente o pai da
humanidade ele foi também seu representante e cabeça federal.
Assim, as mortes nesse período
foram causadas pelo pecado de Adão. Toda a humanidade estava potencialmente em
Adão quando ele desobedeceu a Deus, embora não estivesse individualmente, pois
a posteridade ainda não havia surgido. Então, a penalidade daquele pecado de
Adão atingiu toda a humanidade (porque somos membros da raça adâmica,
descendentes de Adão), pois dizia que o homem voltaria ao pó, ou seja, provaria
a morte física.
“Porque
antes da lei já estava o pecado no mundo, mas onde não há lei o pecado não é
levado em conta. No entanto a morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo sobre
aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão... pela ofensa de
um só, a morte veio a reinar... pela desobediência de um só homem muitos foram
constituídos pecadores” (Romanos 5:13,14,17,19).
Por isso a Bíblia diz que em Adão
todos morrem (1ª Coríntios 15:22), porque pelo pecado de Adão toda a sua
posteridade foi atingida. E o pecado veio só por Adão que pecou, mas a sentença
veio, na verdade, do pecado de Adão sobre toda a sua posteridade, pois pelo
pecado de Adão, a morte veio a reinar sobre todos os homens, até mesmo sobre
aqueles que não pecaram a semelhança de Adão. Portanto, pelo pecado de Adão
veio o juízo sobre todos os homens para condenação da morte física, porque
todos se tornaram pecadores (Romanos 5:15-19).
Todos os homens nascem já
pecadores por causa do pecado de Adão. Independentemente de qualquer ato de
pecado. A humanidade não herdou o pecado de Adão, assim como sua natureza pecaminosa.
Toda humanidade pecou por meio de Adão, por isso em Adão todos morrem, e a
morte é consequência deste pecado.
“Por
um homem veio a morte... em Adão todos morrem” (1ª Coríntios 15:21,22).
Mesmo que nunca tivéssemos
cometido pecado, ainda assim seríamos pecadores, pois pelo pecado de Adão, o
juízo veio sobre todos os homens.
“Pela
desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores” (Romanos 5:19). Já vimos que quando Adão pecou,
toda a sua posteridade estava substancialmente em sua carne.
A semente da humanidade da qual
viemos estava substancialmente em Adão desde o começo. Assim, quando Adão pecou
todos os homens se tornaram pecadores.
“Eis
que eu nasci em iniquidade, e em pecado me concedeu minha mãe”. (Salmos 51:5).
Os homens nascem pecadores porque
estavam em Adão, o cabeça federal.
Até mesmo as crianças de colo e os
natimortos provam a morte física porque pecaram em Adão, pois ele era o cabeça natural
da humanidade como seu progenitor, mas também era o cabeça federal da
humanidade porque a representava, e enfrentou a tentação tanto por si mesmo
como pelos seus descendentes, mas caiu, levando à queda toda a sua posteridade.
A humanidade caiu em Adão porque
estava substancialmente nele. Este mesmo conceito se encontra registrado em
Hebreus 7:9,10, onde se diz que Levi, por meio de Abraão, pagou o dizimo a
Melquisedeque, porquanto Levi estava ainda nos lombos de seu pai quando
Melquisedeque saiu ao encontro deste. Ou seja, Levi ainda nem existia
individualmente como pessoa, mas estava substancialmente em Abraão, quando este
pagou o dizimo a Melquisedeque. Levi é descendente do patriarca Abraão, que é o
cabeça federal de Israel.
A humanidade caiu em Adão porque
estava substancialmente nele, embora não estivesse individualmente, pois a
posteridade ainda não havia surgido. Portanto, assim como Levi pagou o dízimo a
Melquisedeque por meio de Abraão, toda a humanidade pecou por meio de Adão e
caiu com ele em seu primeiro pecado.
Paulo declarou que Adão é a figura
daquele que havia de vir, Cristo (Romanos 5:14). Adão é uma figura de Cristo
por que ambos são os únicos cabeças federais da raça humana.
O termo "cabeça federal"
tem desaparecido quase que completamente da literatura cristã atual. Embora não
seja uma expressão escriturística, ela é muito importante na exposição
doutrinária. O principio que se deseja passar com o termo "cabeça federal"
é o da representação. Só houve dois cabeças federais, os quais Deus entrou em
aliança Adão e Cristo. Cada um representou legalmente diante de Deus muitas
pessoas. Adão representou a totalidade da raça humana, pecou e caiu; Cristo
representou a totalidade da raça humana para a expiação de pecados, e especialmente
Cristo representou apenas os que lhe foram dados pelo Pai desde os tempos
eternos para a justificação do pecador.
Quando Adão foi estabelecido no
Éden como um ser responsável diante de Deus, ele estava ali como cabeça
federal, como representante legal de sua posteridade. Portanto, quando Adão
pecou todos os seres humanos pecaram. Quando Adão morreu todos os seres humanos
morreram (em Adão todos morrem).
O fato que todos comem do suor das
suas faces; sofrem doenças e tristezas; e voltem ao pó do que são feitos é
suficiente deduzir que Adão é nosso cabeça federal (Gênesis 3.17-19; Romanos
5.12, 19). Todos foram incluídos na primeira condição de não comer o fruto como
todos são participantes da maldição que veio pelo ato de Adão comê-lo. A
humanidade era tão unida a Adão que todos ficaram retos enquanto ele continuou
assim, e caíram nele quando ele caiu.
Adão não pecou meramente por nós; mas
nós pecamos nele.
Assim também foi com Cristo quanto
à justificação, quando ele veio a esta terra ele também sustentaria uma posição
federal. Quando Cristo cumpriu a lei e se fez obediente até a morte de cruz,
todos aqueles que o Pai lhe deu, a quem Jesus representava foram considerados
justos; quando ele se levantou dos mortos, todos passaram a ter vida; e quando
ele ascendeu às alturas todos ascenderam com Ele.
Porque assim como a morte veio por
um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim
como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. - 1
Coríntios 15:21,22
Contudo, há um sentido em que
Cristo fez algo pela raça humana inteira, a expiação dos pecados. É verdade que
por um só pecado de Adão veio sobre todos os homens a condenação, mas também
por um só ato de justiça de Cristo veio a expiação dos pecados a todos os
homens. - Romanos 5:18.
Por isso a Bíblia afirma a
expiação universal dos pecados porque Ele tornou possível a nossa relação com
Deus, pois que por ele foram expiados não só os nossos pecados, mas os de todo
o mundo, até mesmo daqueles que O negam cujo fim é a perdição eterna (1 João
2:2 – 2 Pedro 2:1).
Assim temos posto a nossa
esperança no Deus vivo, que expiou os pecados de todos os homens, e justificou
os homens que nEle creem (1 Timóteo 4:10). A expiação é universal, e atua sobre
os pecados. A justificação é limitada aos eleitos, e atua sobre as pessoas
mediante a fé.
A diferença entre Adão e Jesus é
que Adão, embora feito reto como o homem de Nazaré, possuía apenas a natureza
humana, mas Cristo possui duas naturezas.
No entanto, embora sua natureza
humana seja uma criação especial do Espírito Santo, é a pessoa de Cristo que é o
cabeça federal, e não a natureza humana. Contudo, diferente de Adão, Cristo não
é o cabeça natural da raça humana porque Cristo não teve descendentes.
Assim como Adão antes da queda,
Cristo não tinha uma alma humana depravada porque Adão não foi o cabeça federal
de Cristo. O nascimento de Cristo foi milagroso e não foi submetido à regra
universal imposta a todos os outros nascimentos. Adão é o primeiro homem,
Cristo é o segundo homem. Apenas eles eram a imagem e semelhança de Deus.
O
primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente (Gênesis 2:7); o segundo homem,
Jesus, é espírito vivificante. Mas não é o espiritual que vem primeiro, e sim o
animal; o espiritual vem depois. O primeiro homem, tirado da terra, é terreno;
o segundo veio do céu. Qual o homem terreno, tais os homens terrenos; e qual o
homem celestial, tais os homens celestiais. - 1 Coríntios 15:45-48.
5-
O MEDO É INERENTE AO HOMEM CAÍDO -
JESUS ERA UM HOMEM RETO
Adão foi constituído governante da
terra por ordem do próprio Deus (Gn 1:27,28; Jó 34:13), mas, foi derrotado e
caiu. Após a queda, a primeira característica que Adão, cabeça federal da
humanidade, apresentou foi o medo.
Mas
chamou o Senhor Deus a Adão, e perguntou-lhe: Onde estás? Respondeu-lhe Adão:
Ouvi a tua voz no jardim e TIVE MEDO, porque estava nu; e escondi-me. - Gênesis
3:9,10.
Aquele a quem foi dado o governo
da Terra, e que falava com Deus diariamente, estava agora com medo de Deus.
Caim, o primeiro homem nascido
após a queda, após matar seu irmão passou a esconder-se vivendo como fugitivo errante
pela terra com medo de ser morto. - Gênesis 4:13-14.
Portanto, o medo é uma
característica do homem caído, e não do homem reto criado por Deus à sua imagem
e semelhança (Gênesis 1:26,27) para dominar sobre a Terra.
Deus criou o homem reto para que o
buscasse (Atos 17:26,27). Porém, o homem se meteu em muitas confusões, caiu e
se perdeu (Eclesiastes 7:29).
Após cair Adão gerou filhos e
filhas à sua semelhança, conforme a sua imagem caída. (Gênesis 5:3,4).
Jesus é totalmente Deus e
totalmente homem, e a sua encarnação é de extrema importância. Ele viveu uma
vida humana, mas não possuía uma natureza pecaminosa como nós. Portanto, as
características humanas de Jesus eram as mesmas características de Adão antes
da queda, o homem original feito à imagem e semelhança de Deus.
Após a queda Adão e seus
descendentes tiveram suas características mudadas para o mal, onde o egoísmo é
o próprio mal, e o primeiro homem gerado à imagem caída de Adão foi capaz de
matar o seu irmão apenas por inveja. E logo apresentou o medo.
Cristo possuía características que
nenhum ser humano possuía, como por exemplo, Ele se santificava (João 17:19).
Assim como Adão, Jesus foi
tentado, mas nunca pecou (Hebreus 2:14-18; 4:15). O pecado entrou no mundo
através de Adão, e a natureza pecaminosa de Adão foi transferida para cada bebê
nascido no mundo (Romanos 5:12) - exceto para Jesus. Porque Jesus não teve pais
humanos, Ele não herdou uma natureza pecaminosa de José e Maria, pois o que em Maria foi gerado procede do Espírito
Santo (Mateus 1:20). Jesus foi gerado em Maria, mas não foi gerado de Maria.
Outra diferença entre Adão e
Cristo é que enquanto Adão foi criado por Deus, Jesus foi gerado por Deus.
Cada ser gera conforme a sua
espécie. Mas quando se trata de Deus não é assim, pois Deus só gerou um Filho,
que é o Senhor Jesus segundo a carne (1ª João 4:9). Os humanos fomos gerados
por nossos pais segundo a carne, e herdamos deles a pecaminosidade original (Salmos
51:5), a natureza humana, suas características físicas e genéticas através do
DNA, enfim herdamos a imagem e semelhança de nossos pais (Gênesis 5:3).
Aqueles que foram regenerados por
Deus segundo o Espírito Santo, herdaram de Deus a natureza divina, sua imagem e
semelhança, e suas características espirituais através do ‘DNA’ espiritual de
Deus (Colossenses 3:10). E assim o Senhor Jesus deixou de ser o Filho Unigênito
(João 1:18) para ser o Filho Primogênito de Deus (Romanos 8:29).
“Segundo
a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos
como que primícias das suas criaturas”. (Tiago 1:18).
Desde a queda do homem (Gênesis
3:21-23), a única maneira de sermos justificados diante de Deus é o derramamento
de sangue do sacrifício de um inocente (Levítico 9: 2; Números 28:19;
Deuteronômio 15:21; Hebreus 9:22). Jesus foi o último e perfeito sacrifício que
satisfez de uma vez por todas a ira de Deus contra o pecado (Hebreus 10:14).
Sua natureza divina tornou-o apto para o trabalho de Redentor; o seu corpo
humano forneceu o sangue necessário para redimir. Nenhum ser humano com uma
natureza pecaminosa poderia pagar tal dívida. Ninguém mais poderia satisfazer
os requisitos para se tornar o sacrifício pelos pecados de todo o mundo (Mateus
26:28; 1 João 2:2). Se Jesus fosse meramente um homem bom como alguns afirmam,
então Ele tinha uma natureza pecaminosa e não era perfeito. Nesse caso, a sua
morte e ressurreição não teriam poder para salvar ninguém.
6-
JESUS SE ENTREGOU VOLUNTARIAMENTE
Os
evangelhos dizem: “Minha alma está agora
conturbada. Que direi? Pai, salva-me desta hora? Mas foi precisamente para esta
ora que eu vim.” (João 12,27). Lemos ainda em Hebreus 5,7-8: “É ele que, nos dias da sua vida
terrestre, apresentou pedidos e súplicas, com veemente clamor e lágrimas,
àquele que o podia salvar da morte; e foi atendido por causa da sua submissão”.
Agora
consideremos de perto o texto de Marcos:
E tomou consigo a Pedro, e a
Tiago, e a João, e começou a ter pavor, e a angustiar-se. E disse-lhes: A minha
alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui, e vigiai. E, tendo ido
um pouco mais adiante, prostrou-se em terra; e orou para que, se fosse
possível, passasse dele aquela hora. E disse: Aba, Pai, todas as coisas te são
possíveis; afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas o
que tu queres. - Marcos 14:34-36.
Jesus
começou ter pavor e a angustiar-se. E depois afirma estar triste até a morte.
Marcos faz uma narrativa indireta da oração de Jesus: “prostrou-se em terra; e orou para que, se fosse possível, passasse
dele aquela hora.” Depois Marcos coloca as palavras diretamente na boca de
Jesus: ” Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice;
não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres.”
Observando
a narrativa de Marcos e a outra colocada na boca do próprio Cristo, vemos
claramente que “cálice” está em relação à “hora”, e não à morte em si.
O que nos
perturba nesta passagem é o fato de que aparentemente Jesus queria “afastar” de
si a morte. Porém poderíamos ler em outra perspectiva. As palavras de Jesus não
visam escapar da sua missão, mas é um pedido para atrasar aquilo que estava
para acontecer, a separação do Pai.
7-
JESUS NÃO TEVE MEDO DE MORRER
A Bíblia se cala, e não diz que
Jesus teve medo, e nem que não Ele não teve medo. Porém, é fato que, alguns
textos bíblicos jogam luz aludindo a este assunto, e fazem-nos ver o que não
vemos no texto do Getsêmani.
Devemos
lembrar que uma das instruções mais repetidas por toda a Bíblia, em ambos os
testamentos, é a ordem dada ao povo de Deus por cerca de 265 vezes: “NÃO
TEMAS”. Isto para fortalecer a Fé do povo de Deus em momentos de tribulações.
Devemos
nos lembrar do que Paulo nos ensinou: “Porque
Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de
moderação.” - Timóteo 1:7. - Então... Se Jesus teve medo da morte, Ele não
teria recebido este Espírito?
Lembremo-nos
também que Deus não aceitou os medrosos no exército de Gideão, e dispensou
mandando embora todos os medrosos, 22 mil homens que tinham medo de morrer -
Juízes.7:3.
Se Deus
não aceitou os medrosos no exército de Gideão, enviaria o seu próprio Filho
para consumar a redenção sabendo que Ele teria medo da morte?
Devemos
ainda recordar que os medrosos encabeçam a lista daqueles que não entrarão no
Reino do Céu. - Apocalipse 21:8. Os medrosos serão lançados no lago que arde
com fogo e enxofre. Se Jesus teve medo da morte estaria incluído nesta lista?
Lembremos
também que a morte em si, não pegou a Jesus de surpresa causando-lhe pavor. Ao
contrário, Jesus mesmo deu a Sua vida por amor das suas ovelhas. Ninguém tirou
a sua vida, Ele mesmo a deu, para depois tornar a tomá-la – João 10:17,18.
Recordemos
que Jesus não teve medo de morrer, pois por sua morte aniquilou aquele que
tinha o império da morte, isto é, o diabo. E livrou todos os que, com medo da
morte, estavam por toda a vida sujeitos ao medo. - Hebreus 2:14,15.
Lembremos
também das palavras de Jesus: “Não temam
os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes, Aquele que pode
fazer perecer no inferno a alma e o corpo.” - Mateus.10:28.
Logo, se Jesus
ensinou aos homens, simples mortais, a não temerem a morte, a serem fortes nos
dias de angústias e tribulações, sendo Ele mesmo Deus e homem simultaneamente,
teria Ele temido a morte?
Se Jesus
temeu a morte como dizem alguns, Ele não praticou o que Ele mesmo ensinava.
Quando Jesus foi ao jardim do Getsêmani para orar na
quinta-feira antes de ser traído por Judas Iscariotes e entregue ao julgamento
dos homens ímpios, Ele disse aos Seus discípulos que Sua alma estava
profundamente triste, numa tristeza mortal (Marcos 14:34). Ele estava tão
angustiado que chegou a suar sangue (Lucas 22:44). Ele também orou, dizendo: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice;
contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22:42).
Quando lemos isso, alguns de nós pensam que Jesus estava com
medo da morte até o ponto de o Seu lado humano “falar mais alto”, ou então que
Ele não queria se entregar pelos nossos pecados. Mas por que, exatamente, o
Senhor ficou tão entristecido e angustiado?
Primeiramente, não devemos considerar que Jesus estivesse
com medo da morte, haja vista que Ele próprio instruiu os Seus discípulos a não
temer a morte física. Ele sabia que Sua alma iria para o Paraíso, pois prometeu
ao ladrão da cruz que estaria com ele no Paraíso naquele mesmo dia (Lucas
23:43). Além disso, antes de morrer, Jesus entregou o seu espírito ao Pai
(Lucas 23:46). Desse modo, é impossível que a angústia do Salvador se baseasse
em medo da morte física.
Ademais, não podemos nem ao menos pensar que Jesus não
quisesse se entregar por nós, pois, em João 12:27, Ele disse: “Agora meu
coração está perturbado, e o que direi? Pai, salva-me desta hora? Não; eu vim
exatamente para isto, para esta hora”. Ele não pediu que o Pai o livrasse da
morte física para expiar os nossos pecados. E essas palavras não podem entrar
em conflito com Lucas 22:42, pois a Escritura não contém nenhuma contradição.
Assim, a única explicação é que, em Lucas 22:42, Jesus
estava pedindo livramento de outra coisa: da separação do Pai. Ele sabia que,
ao assumir os pecados da humanidade, seria separado do Pai. Na cruz, Jesus
gritou: “Meu Deus, meu Deus, por que me
abandonaste?” (Mateus 27:46; Marcos 15:34). Esse brado de Jesus é o
cumprimento da profecia messiânica registrada no Salmo 22:1: “Meu Deus! Meu
Deus! Por que me abandonaste?”.
Deus determinou que a morte seria a penalidade adequada e
justa pelo pecado (Gênesis 2:16-17). De fato, “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). Uma vez que “todos pecaram e destituídos estão da
glória de Deus” (Romanos 3:23), todos estão sentenciados à morte.
Mas Jesus, na Cruz, pagou o preço pelos pecados de todo o
mundo. Naquele momento de agonia na cruz, Cristo representava toda a humanidade
pecadora. “Deus tornou pecado por nós
Aquele [Jesus] que não tinha pecado, para que nEle nos tornássemos justiça de
Deus” (2 Coríntios 5:21).
A Bíblia nos diz que o pecado faz separação entre o pecador
e Deus: “Mas as vossas iniquidades fazem
separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de
vós, para que não vos ouça” (Isaías 59:2). Por causa do pecado da
humanidade, Pai e Filho foram separados na cruz, e pela última vez o pecado
separou o homem de Deus.
Por meio do sacrifício de Cristo, Deus queria nos remir de
nossos pecados e nos conceder a eterna salvação (2 Coríntios 5:18-19). “Ao levar muitos filhos à glória, convinha
que Deus, por causa de quem e por meio de quem tudo existe, tornasse perfeito,
mediante o sofrimento, o autor [Jesus] da salvação deles” (Hebreus 2:10).
Por isso, só Jesus pode nos salvar; “não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum
outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4:12).
Assim, devemos ser infinitamente gratos a Deus por ter nos amado e entregado
Seu Filho para morrer no nosso lugar, oferecendo salvação a todo aquele que crê
(João 3:16). “Pois também Cristo sofreu
pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a
Deus…” (1 Pedro 3:18).
Outrossim, há evidências suficientes nas Escrituras para
acreditarmos que o sacrifício de Cristo foi espontâneo. Deus Pai elaborou, na
eternidade, um plano de redenção para a humanidade, o qual só se cumpriria com
o sacrifício de Cristo na Cruz. Porém, Jesus não foi obrigado a levar esse
projeto à consumação. Ele o fez livremente. É o que vemos em Mateus 26:
Quando Judas traiu
Jesus e o entregou às autoridades, os soldados armados O prenderam. Vendo o que
faziam, Pedro tomou sua espada e feriu um dos homens. Ao ver isso, Jesus o
repreendeu, e mandou-lhe guardar a espada (pois todos os que empunham a espada,
pela espada morrerão), e disse-lhe: “Você acha que eu não posso pedir a meu
Pai, e ele não colocaria imediatamente à minha disposição mais de doze legiões
de anjos? Como então se cumpririam as Escrituras que dizem que as coisas
deveriam acontecer desta forma?” (Mateus 26:53-54).
Jesus poderia pedir ajuda ao Pai, e então Ele lhe mandaria,
imediatamente, mais de doze legiões de anjos para salvá-lo. Isso evidencia que
o Pai, de modo algum, forçou Jesus a sacrificar-se pela humanidade; ao
contrário, foi Jesus que, livremente, decidiu cumprir o plano do Pai, para que
assim as Escrituras se cumprissem. De fato, em outra passagem da Escritura, Ele
disse também: “Por isso é que meu Pai me
ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu a
dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la.
Esta ordem eu recebi de meu Pai.” (João 10:17,18).
No Salmo 40, há uma profecia que evidencia a espontaneidade
do sacrifício de Cristo: “Sacrifício e
oferta não pediste, mas abriste os meus ouvidos; holocaustos e ofertas pelo
pecado, não exigiste. Então eu disse: Aqui estou! No livro está escrito a meu
respeito” (Salmos 40:6-7).
Outra passagem que mostra isso é Efésios 5:2: “… Cristo nos amou e se entregou por nós
como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus.”
8- CONCLUSÃO
Uma vez que Jesus tomou sobre Si os nossos pecados e
enfrentou a pena de morte no nosso lugar (pois o salário do pecado é a morte –
Romanos 6:23), como está escrito em Isaías 53:4-7, Ele enfrentou a consequência
disso também: a separação de Deus, haja vista que o pecado levado sobre Si fez
separação entre o Jesus e Deus (Isaías 59:2). Era isso o que causava tanta
angústia a Cristo: ser separado do Seu amado e íntimo Deus e Pai Celeste, e não
o fato de enfrentar a morte por nós.
O que Ele enfrentou foi inimaginável, e é a dor que os
ímpios impenitentes, que rejeitam o sacrifício de Jesus, sofrerão quando
enfrentarem o Juízo: “Ele punirá os que
não conhecem a Deus e os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus.
Eles sofrerão a pena de destruição eterna, a separação da presença do Senhor e
da majestade do seu poder” (2 Tessalonicenses 1:8,9). No inferno haverá
choro e ranger de dentes!
Glória ao Pai, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, porque
Ele nos amou e providenciou para nós expiação para os pecados, a fim de sermos
salvos por sua infinita graça! (Romanos 3:21-26; 1 João 4:10).