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É FÁCIL ENGANAR AS PESSOAS


Maurício Zagari 

Quando você cria um blog, seu nível de exposição torna-se bem maior do que se possa imaginar. É uma quantidade significativa de internautas que leem os textos e interagem comigo. Isso me gerou muitas percepções. Mas, de todas as percepções que blogar me proporcionou, uma das mais visíveis é como é fácil as pessoas se enganarem a seu respeito. 
Calma. Não estou dizendo que deliberadamente engano você, meu irmão, minha irmã. Não é isso. Mas como escrevo sobre a fé cristã a partir daquilo em que acredito, a imagem que muitos dos leitores acabam construindo sobre o autor dos textos é de uma grande santidade, de uma monstruosa intimidade com Deus, de muita devoção. Isso fica claro quando leio os comentários de diversos irmãos que, por uma enorme bondade em seus corações, tecem elogios a mim. São irmãos e irmãs que não me conhecem pessoalmente, não enxergam as profundezas do meu coração e, assim, formam uma imagem a meu respeito baseado no que escrevo. E confesso que por vezes sou tratado como um homem de Deus tão santo que quase acredito. 
Isso é um enorme problema. Pois é exatamente assim que começam a se formar celebridades gospel. Que pastores começam a ser idolatrados. Que cantores evangélicos ganham fãs. Que teólogos e palestrantes passam a ser vistos como inerrantes aos olhos de muitos. Que pastores hereges ou gananciosos são amados por cristãos sinceros apesar de suas heresias e de seus intere$$e$. Tudo porque, sem se conhecer a fundo os indivíduos e suas mazelas, começamos a olhar para eles por sua aparência de santidade e piedade, por suas palavras eloquentes ou bonitas, por seu jeito aparentemente espiritual de entoar louvores… e criamos imagens em nossas mentes sobre como essas pessoas são a partir de suas máscaras. Mas por baixo dessas máscaras muitas vezes a coisa é bem diferente. E eu vou provar com o meu exemplo. Para não falar dos outros, vou me pôr na berlinda. A você que me elogia pelo que eu escrevo, deixe-me confessar algumas coisas a meu respeito. 
Sou uma pessoa absolutamente normal. Como você, tenho minhas muitas deficiências. Como você, luto constantemente contra minha carne e contra zilhões de defeitos. Me iro, sinto ódio, brigo com minha esposa, perco minha paciência, falo o que não devia, faço o que não devia, sinto inveja, mágoa, ciúmes. Cobiço o bem do próximo. Como você, luto a cada dia para viver em intimidade com Deus, embora tenha dias em que fique com preguiça de ler a Bíblia e sinta sono para orar. Como diz o clichê, tem dias em que “só a graça”! Como você, nem sempre amo a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo. Chego a ser egoísta, em muitas ocasiões. Perco a cabeça. Como você, tenho pensamentos impuros. Como você, tenho vontade de matar certas pessoas – depois de enche-las de sopapos, claro. Já cometi pecados após a minha conversão que me enchem de culpa e, embora eu esteja sinceramente arrependido e saiba que Deus me perdoou, eu mesmo não me perdoei. Em resumo, meu irmão, minha irmã, sou exatamente como você: decepcionante, um pecador de marca maior, numa luta constante contra minha natureza humana e numa perene busca desesperada por Deus e pela santidade. Que parece sempre um alvo inatingível. 
Mas há um porém: apesar de eu ser todo esse amontoado de pecados, escrevo sobre aquilo em que creio. Aquilo de que não tenho a menor dúvida que seja verdade. Creio no Evangelho. Creio na Bíblia como a inerrante revelação de Cristo. Creio em Jesus. Creio na graça sem a qual eu e você iríamos para o inferno. Creio que há perdão para o pecador arrependido. Creio na santidade e a vejo como uma meta essencial. Creio que devemos combater as heresias e os hereges. Creio na pureza de coração. Creio que devemos ser como o cristão que Jesus descreve no Sermão do Monte. Se eu fosse perfeito é como eu gostaria de ser. Difícil, para não dizer impossível. Mas lutar para chegar lá é totalmente possível. 
Vivo, portanto, uma contradição. Escrevo e prego sobre o que creio, mas vivo com milhões de erros e cometo bilhões de pecados. Isso faz de mim um hipócrita? Ou… um humano? Não sei. Só cabe ao Espírito Santo de Deus me julgar. Mas sei de uma coisa, como já pus em outro post: a Bíblia diz que os anjos pediram ao Senhor para proclamar o Evangelho, só que, estranhamente, Ele decidiu dar essa tarefa aos homens. Que bizarro, que escolha aparentemente contraditória e sem sentido. Porque, se você parar para pensar, ao longo dos últimos 2 mil anos, as boas-novas de salvação só têm sido pregadas por… pecadores carentes de salvação. A santidade tem sido estimulada somente por homens com falhas graves na sua própria santidade. O arrependimento dos pecados tem sido apregoado por homens e mulheres desesperadamente necessitados do arrependimento de seus pecados. Todos os humanos que pregaram o Evangelho até hoje compõem uma grande multidão de “mascarados”, pessoas que anunciaram o Caminho para o Céu enquanto dentro de seus peitos pecados horrendos vicejavam e os poluíam. 
Somos desgraças ambulantes pregando a graça. 
Eu me enquadro nesse grupo. Todos os cristãos que caminharam sobre a terra nos últimos 20 séculos se enquadram nesse grupo. Mesmo assim, Deus nos mandou divulgar o maravilhoso Jesus e as coisas que Ele ensinou. Fascinante. Se Cristo aparecesse para mim hoje eu teria vergonha de olha-lo nos olhos. Pois o peso da minha pecaminosidade e falibilidade me esmagaria. Mesmo assim o amo. E nunca cessarei, enquanto Ele me permitir, de proclamar que Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Nunca cessarei de pregar a mensagem da Cruz. Trinta segundos após pecar subirei num púlpito e pregarei que não devemos pecar. Simplesmente porque é o que devemos fazer. Porque é o certo. 
Sejamos honestos: se eu e você fossemos esperar sermos santíssimos para anunciar que devemos ser santíssimos jamais ninguém abriria a boca. 
Se eu e você fossemos esperar que nossos pecados cessassem ou que nossa máscara de bons homens e mulheres caíssem para que fossemos sentar e escrever sobre como devemos nos despir das máscaras de santidade, assumir nossa natureza pecaminosa e afirmar que precisamos terrivelmente nos santificar…você não estaria lendo essas linhas agora. Sim, eu uso máscaras de santidade, negar sim seria hipocrisia e mentira. Oculto dos outros meus muitos pecados e os trato com Deus, entre as quatro paredes do meu quarto. Exatamente como você faz. Ele me conhece. Ele conhece você. E sabe que quem se esconde atrás de cada máscara  é uma pessoa real: pecadora, errada, miserável em suas transgressões. Se cada um saísse pelas ruas alardeando seus próprios pecados não haveria espaço para caminhar em meio à multidão. Mas a questão é que absolutamente todo cristão que pisa numa igreja é um tremendo pecador vestindo máscaras de santidade mas com o rosto desfigurado pelo pecado. Todo. Sem exceção. Eu. E, se você tiver coragem de admitir, você também. 
O que nunca deve nos impedir de proclamar Cristo, o Evangelho, a salvação, o arrependimento dos pecados, o juízo, o perdão… e a maravilhosa graça. 
Em 1 João 1.8-10 disse o apóstolo amado: “Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós“. Não, eu jamais faria de Deus um mentiroso, assumo minha natureza pecadora, confesso a Ele meus pecados e creio que Ele é fiel e justo para ter me purificado de todo o mal que pratiquei. E, assim, sigo escrevendo sobre a fé. 
Então sim, eu escrevo sobre o que tem que ser escrito. Escrevo porque é a verdade. Escrevo para edificar, embora eu mesmo prejudique pessoas. Escrevo para consolar, embora eu mesmo tenha minhas dores, que precisam de consolo. Escrevo para exortar, embora eu, me conhecendo como me conheço, saiba que ninguém mais do que eu precisa ser exortado. Mas mesmo assim o faço. Escrevo neste blog. Escrevo em livros. E Deus, por sua graça incompreensível, por seu amor imensurável, por sua compaixão e misericórdia impossíveis de se alcançar racionalmente em toda sua extensão… ainda assim usa as palavras que saem deste pecador incorrigível que sou para tocar corações, amparar necessitados, aconselhar pessoas em dor e até evitar suicídios, como já contei aqui. Eis o porquê de eu continuar escrevendo sobre santidade; combatendo os inimigos de Cristo; denunciando as heresias e os hereges; trazendo reflexões sobre as coisas de Deus; buscando não esmagar quem peca, mas ajudá-lo a se pôr novamente de pé. 
Meu irmão, minha irmã, eu sou pó e cinza escondidos por trás de uma máscara de piedade. Como todo pastor-celebridade. Como todo artista gospel. Como todo blogueiro. Como todo tuiteiro. Como todo teólogo. Como todo cristão. Por isso, não seja fã nem idolatre ninguém. Nenhum de nós tem a capacidade de ser exemplo: só Jesus. Só Jesus. 
Não me idealize, querido, querida. Meus prêmios, livros e textos não fazem de mim alguém louvável. Sou exatamente igual a você: um pecador que carece diariamente da graça do Cordeiro de Deus que veio tirar o pecado do mundo. Não pense que sou melhor do que ninguém, não sou. Eu poderia ser muito melhor. Mas não é por isso que deixarei de estimular meu próximo a ser o melhor que ele puder. E não é por isso que não creio piamente no que escrevo: creio na graça, na glória de Deus, na remissão da humanidade pelo sangue derramado na Cruz, na luta desesperada pela santidade. E já escrevi sobre pecados enquanto lágrimas desciam por meu rosto sabendo que eu estava sendo o primeiro a ser alcançado pela minha própria exortação. 
Então, querido, não me elogie nos seus comentários no blog. Em vez disso faça uma oração por mim – e por todos aqueles que você considera exemplos de santidade. Isso será muito mais proveitoso para minha vida espiritual, tão carente por trás das máscaras que uso. Tenha certeza absoluta ao ler meus textos e livros: foram escritos por um homem que peca, que sabe que peca, que odeia pecar e ainda assim peca, mas que proclama o Evangelho acreditando com toda sua alma naquilo que escreve e que deseja edificar o Corpo de Cristo. Que ama Jesus, a Bíblia, a Igreja, o Evangelho. E que luta diariamente para aproximar aquilo que vive daquilo que prega – embora nem sempre consiga. Mesmo assim, se for o caso não deixe de abrir seu coração para aquilo que escrevo, pois Deus pode usar até uma mula falha como eu para falar a você. É o que Ele tem feito por 2 mil anos por meio de cada pecador que proclamou o Evangelho da graça e é o que continuará fazendo até a gloriosa volta de Jesus. 
Paz a todos vocês que estão em Cristo. 

SOU A FAVOR DA ESCRAVIDÃO

MAURÍCIO ZÁGARI

Você é a favor da escravidão? Pode parecer estranho e até ofensivo eu te perguntar isso, afinal, nenhum ser humano civilizado considera a escravidão humana algo correto, não é mesmo? Bem, na verdade, até pouco mais de um século, aqui mesmo no Brasil, milhões de pessoas civilizadas e cultas acreditavam que ter escravos humanos era algo totalmente normal e cabível. Como pode? Como pode tantos indivíduos bons e até mesmo cristãos terem visto essa prática abominável como aceitável? Eu estava vendo fotos do acervo do Instituto Moreira Salles que mostram escravos no Brasil há apenas cerca de 130 anos. As imagens me impactaram e comecei a refletir sobre a escravidão. Meu primeiro impulso foi o de condenar aquela sociedade, que abraçava como natural a ideia de que pessoas podem ser donas de outras e fazer com elas o que quiserem. Mas, pensando mais um pouco, acabei chegando à conclusão de que, se eu vivesse no Brasil daquela época, também não teria problemas com a escravidão. Possivelmente, eu mesmo teria alguns escravos. Por quê? Porque estaria tão inserido naquela realidade que nem gastaria muito tempo pensando sobre a validade daquilo. Na verdade, estaria tão acostumado com aquela situação que minha mentalidade seria: sempre foi assim, sempre será; é como é, não há o que questionar. E essa constatação me conduziu a uma percepção espiritual: eu sou a favor da escravidão. Permita-me explicar.

Você já assistiu ao filme “O show de Truman”? Se não, recomendo que o faça, é um dos longa-metragens mais interessantes a que já assisti. Narra a história de um homem que viveu toda sua vida num gigantesco estúdio de televisão. Todas as pessoas com quem convive são atores, num grande reality show. Sua vida não passa de uma enorme mentira, mas ele vive anos nessa loucura sem perceber. Em certo momento do filme, um repórter pergunta para o diretor e idealizador do show: “Por que o senhor acredita que Truman nunca percebeu que está num programa de televisão?”. A resposta dele é muito significativa: “Nós aceitamos a realidade do mundo conforme nos é apresentada”. Isso explica com clareza por que milhões de pessoas boas acatavam a escravidão como normal: elas nasceram numa realidade em que aquilo era natural, cresceram aprendendo que não havia nada de mais na escravidão e, por isso, nunca questionaram aquela barbárie.

escravo0Nascemos escravos do pecado. Crescemos escravos do pecado. No mundo, enxergamos a escravidão ao pecado como algo aceitável. Enquanto as correntes da transgressão prendem nossos pés, não questionamos essa situação. Vemos como algo natural a desobediência a Deus, afinal, a realidade que nos foi apresentada pela sociedade ao nosso redor é a da escravidão ao pecado – e a temos como normal. Até que, um dia, uma alternativa se descortina diante de nossos olhos: Jesus nos dá carta de alforria. Percebemos, então, que é viável uma vida que se desagrada do pecado. É impossível nos livrarmos totalmente das algemas que nos prendem à transgressão, mas o Espírito Santo nos mostra que podemos não nos conformar a ela. “Porque, se fomos unidos com ele [Jesus] na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos [...] Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça” (Rm 6.5-6, 17-18).

Até aqui nenhuma novidade. Tenho certeza de que você já sabia que a salvação em Cristo no torna livres da escravidão do pecado. Você é chamado pela graça de Deus e, com isso, torna-se absolutamente, totalmente, inquestionavelmente livre, certo?

Errado.

Eis o ponto fundamental: na verdade, a salvação não vem para nos tornar livres da escravidão. Ela vem apenas para mudar o nosso dono. Continuamos escravos, mas não mais do pecado: de Cristo. “O que foi chamado no Senhor, sendo escravo, é liberto do Senhor; semelhantemente, o que foi chamado, sendo livre, é escravo de Cristo” (1Co 7.22). Ou seja: deixamos de ser escravos do pecado para nos tornarmos escravos de Jesus. Nesse sentido, sou, sim, totalmente a favor da escravidão e me contento com essa realidade, apresentada não mais pelo mundo, mas pelas Escrituras sagradas. “Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna” (Rm 6.22).

A grande diferença entre esses dois tipos de escravidão é que o pecado nos torna apenas escravos – seres abatidos, sem vontade própria, destituídos de liberdade. Porém, ao nos tornarmos escravos de Cristo, recebemos também outros títulos: somos feitos filhos de Deus, amigos de Jesus, herdeiros da eternidade, verdadeiramente livres! “Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.34-36). Ser escravo de Cristo significa receber alforria não para ser um indivíduo autônomo e independente, mas totalmente acorrentado à liberdade que a vida eterna nos concede. Portanto, aceite a escravidão, ela é uma realidade inevitável.

escravo2Infelizmente, mesmo ao nos tornarmos escravos de Cristo algumas correntes de nosso antigo senhor continuam atadas aos nossos membros. Por isso, embora tenhamos sido chamados pela graça à servidão a Deus, continuamos sendo puxados de volta à senzala do pecado. É o que Paulo escreveu: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado. Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado” (Rm 7.14-25).

Não tem jeito, meu irmão, minha irmã, você é e será sempre escravo. A questão é: de quem? Se Cristo te chamou pela graça, você pertence ao Senhor, mas saiba que o pecado não ficou feliz com essa mudança. O pecado quer você de volta. Não permita que isso aconteça, lute pela sua servidão ao único amo que oferece a paz, Jesus Cristo. A cruz te libertou, mas o Diabo quer manter você acorrentado. O que te manterá longe da senzala da transgressão é a sua santidade. Muitas vezes fraquejamos, caímos, perdemos a batalha, nos arrastamos como cães ao antigo vômito da escravidão ao pecado. Mas Jesus não se conforma com isso, pois você pertence a ele. Então ele te chama constantemente ao arrependimento e, se você rende sua vontade a ele, o perdão sempre está ao seu alcance.

Você é cristão mas tem cedido ao pecado? As correntes da desobediência o têm arrastado de volta ao lugar de onde saiu? Você tem praticado novamente aquilo de que Jesus já te libertou? Então a hora é esta: ouça a voz do Bom Pastor chamando-o de volta. Peça perdão. Abandone essa prática. Você pertence a Cristo e foi chamado para habitar não mais nas imundas senzalas do pecado, mas nas puras mansões celestiais. Você é escravo da liberdade. Não abra mão disso.



NUNCA OUVI FALAR DE JESUS. E AÍ?


 Marcos Alexandre Damazio

“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!” (Rm 11:36)

O apóstolo Paulo disse que os juízos (julgamentos) de Deus são insondáveis. Portanto, todas as vezes que tentamos entrar nos arcanos de Deus, não podemos nos esquecer que nem todas as coisas foram reveladas aos homens e, que Deus é grande, e nós não o conhecemos totalmente (Jó 36:26).

No entanto, uma coisa nos foi revelada, e é inquestionável: Deus é justo e julga os povos com equidade (Sl 9:8; Sl 98:8).

1- A primeira coisa que devemos compreender é que somos salvos pela graça de Deus, mediante a fé. Portanto não devemos inverter e dizer que somos salvos pela fé mediante a graça de Deus. Lembre-se que a graça é de Deus e procede dele, mas a fé é do homem e procede deste.

E esta graça que procede de Deus é multiforme (1ª Pe 4:10). Logo, se somos salvos pela graça, e esta é multiforme, então há múltiplas maneiras de Deus operar a salvação através da sua graça.

Mas, esta multiforme graça somente é possível porque Cristo é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo (1ª Jo 2:2). Sendo assim, as múltiplas maneiras de Deus operar a salvação através da sua graça se tornam possíveis pois Cristo comprou a salvação para todos os homens.

O apóstolo Pedro diz que há pessoas que negam o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição (2ª Pe 2:1). Eles se perdem, mas o sacrifício de Cristo foi eficiente para resgata-los também, mas eles rejeitaram os desígnios de Deus sobre si (Lc 7:30).

Agora vamos ao que interessa:

A salvação é pela graça, mediante a fé, mas a Bíblia diz que os loucos não errarão o caminho, embora não creiam em Cristo (Is 35:8).

A salvação é pela graça, mediante a fé, mas as crianças que morrem na infância não precisam crer em Cristo para serem salvas.

“... bem-aventurado o homem a quem Deus atribui a justiça sem as obras.”  (Rm 4:6).

A salvação é pela graça, mediante a fé, mas Abraão foi TAMBÉM justificado pelas obras:

“Porventura não foi pelas obras que nosso pai Abraão foi justificado quando ofereceu sobre o altar seu filho Isaque? Vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada. E se cumpriu a escritura que diz: E creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça, e foi chamado amigo de Deus. Vedes então que é pelas obras que o homem é justificado, e não somente pela fé. E de igual modo não foi a meretriz Raabe também justificada pelas obras, quando acolheu os espias, e os fez sair por outro caminho?”  (Tg 2:21-25)

Então já vimos casos que fogem a regra da salvação pela graça mediante a fé, e que o homem é justificado também pelas obras (junto com a fé), e não somente pela fé, pois as obras aperfeiçoam a fé.

“Quando, pois vier o Filho do homem na sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e diante dele serão reunidas todas as nações; e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me. Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos? Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te? E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; era forasteiro, e não me acolhestes; estava nu, e não me vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes. Então também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Ao que lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de o fazer a mim. E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna.” (Mt 25:31-46)

Naquele dia o Senhor dirá a todas as nações: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. E por quê ele dirá isto?

Porque teve fome, e lhe deram de comer; teve sede, e lhe deram de beber; foi forasteiro, e lhe acolheram; esteve nu, e lhe vestiram; adoeceu, e lhe visitaram; esteve na prisão e foram vê-lo.

Dar de comer e de beber, acolher, vestir, visitar tudo isso é obra, mas é obra de ovelhas, e o Senhor diz que um reino foi preparado desde a fundação do mundo para as ovelhas de todas as nações que tais obras praticam. Mas aqueles que se negam a praticar tais obras vão para o inferno que não foi preparado para homens, mas sim para o diabo e seus demônios. E com certeza, desde a fundação do mundo, em todas as nações há muitas pessoas que nunca ouviram falar de Jesus, no entanto, será ele quem separará os cabritos das ovelhas.

Eu estou mostrando como a graça de Deus é multiforme, e é por isso que a Bíblia diz: Quão insondáveis são os seus juízos (no plural), pois há diversas formas de Deus julgar, mas todas com equidade.

“Que proveito há, meus irmãos se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura essa fé pode salvá-lo?” (Tg 2:14)

Será que aqueles que morreram sem nunca ouvir o nome de Jesus são inocentes? Se são inocentes por quê morreram, haja vista que o salário do pecado é a morte?

“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.” (Rm 5:12)

De Adão a Moisés não havia lei para ser transgredida, no entanto onde não há lei o pecado não é levado em conta. Mas mesmo assim a morte reinou desde o tempo de Adão até Moisés (Rm 5:13,14).

Jesus disse: “Quem me rejeita, e não recebe as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o julgará no último dia.” (Jo 12:48)

Mas como será julgada a pessoa que nunca ouviu tais palavras?

É aí que entra a multiforme graça de Deus e os seus insondáveis juízos, pois Deus não julgará a todos da mesma forma, mas separará aqueles que ouviram e daqueles que nunca ouviram as palavras do Senhor Jesus.

“Deus é justo, e suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são justos; Deus é fiel e sem iniqüidade; justo e reto é ele.”(Dt 32:4).

“Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, eles, embora não tendo lei, para si mesmos são lei. Pois mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os, no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Cristo Jesus.” (Rm 2:14-16)

A palavra de Deus julgará aqueles que morreram sem nunca ouvir o nome de Jesus, por eles serem capazes de apresentar os aspectos morais da lei de Deus gravados em seus corações. E somente o fato de serem julgados já indica a condenação, e isto porque os salvos não entram em juízo (Jo 5:24), e nem sofrem condenação (Rm 8:1)

“Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê, já está julgado; porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.”  (Jo 3:18)

Deus usará a consciência como testemunha de conduta e caráter para julgar o pecador, pois não há inocentes. E se houvesse uma maneira daqueles que morreram sem nunca ouvir o nome de Jesus serem salvos, então os homens já nasceriam salvos e depois de ouvirem o nome de Jesus é que alguns se perderiam. No entanto Jesus disse para irmos por todo o mundo para pregar o evangelho, pois fora de Cristo não há salvação. E o homem já nasce em pecado (Sl 51:5).

“Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão.” (Rm 2:12)

Quais foram os pecados das pessoas contemporâneas de Noé?

Elas comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e os destruiu a todos (Lc 17:27). Mas, o que há de errado nisto?

As pessoas contemporâneas de Noé não buscavam a Deus, mas só queriam festejar e regalar a carne. Tais pessoas também não creram na pregação de Noé. Entretanto, quem acreditaria? Você acreditaria num velho de seiscentos anos que construiu um navio gigantesco e saiu pelas ruas gritando que o mundo acabaria em breve com um dilúvio?

“Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente. Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração. E disse o Senhor: Destruirei da face da terra o homem que criei, tanto o homem como o animal, os répteis e as aves do céu; porque me arrependo de os haver feito. Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor. Estas são as gerações de Noé. Era homem justo e perfeito em suas gerações, e andava com Deus. A terra, porém, estava corrompida diante de Deus, e cheia de violência. Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra.  Então disse Deus a Noé: O fim de toda carne é chegado perante mim; porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os destruirei juntamente com a terra.” (Gn 6:5-9,11-13)

Quais foram os pecados das pessoas contemporâneas de Noé?

Eram pessoas más de coração, violentas e distantes de Deus. Mas, a multiforme graça de Deus alcançou a Noé, que nunca havia escutado nada sobre Jesus, mas era um homem justo e perfeito em suas gerações, e andava com Deus.

Ora, se Noé pôde achar a graça de Deus a ponto de andar com Deus, todos os seus contemporâneos também podiam ser justos, perfeitos e andar com Deus segundo a sua multiforme graça.

Contudo, Deus sempre fornece uma luz ao homem. A todos os homens, Deus fornece a criação como luz para que o homem possa crer no Criador, pois os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos (Sl 19:1).

No caso dos contemporâneos de Noé, a luz de Deus foi a chamada dos animais em dois de cada espécie, um macho e uma fêmea. E mesmo diante de um fenômeno sobrenatural eles se recusaram a crer na pregação de Noé, sendo, portanto, justamente condenados.

Semelhantemente os egípcios viram todos os sinais e prodígios operados por Deus através de Moisés e, além destes, puderam ver as dez pragas. Mas, mesmo diante de fenômenos sobrenaturais eles se recusaram a crer no Senhor, e mesmo diante de um milagre fantástico como o Mar Vermelho aberto eles não adoraram a Deus, mas preferiram perseguir a Israel, sendo justamente condenados.

E se formos adiante podemos citar os amorreus, os filisteus, os amalequitas, os fenícios, os persas, os medos, os assírios, os babilônicos, etc.  

Os que viveram de Adão a Moisés sem lei pecaram, sem lei também perecerão por terem transgredido não uma lei gravada em tabuas de pedra, mas uma lei moral, ou seja, a obra da lei de Deus escrita em seus corações.

A lei moral gravada no coração do homem é tão marcante que todos os homens, rebeldes que são, buscam uma forma de se justificar, e assim uns se autoflagelam, outros praticam boas obras, outros procuram crer nos princípios enganosos da reencarnação, enquanto outros buscam o também enganoso nirvana, e outros o fazem negando a existência do Deus com o qual todos sabem que irão prestar contas. 

A Bíblia jamais disse que alguém será salvo por ter obedecido a sua consciência, pois se isto fosse possível seria desnecessário que Cristo se encarnasse e morresse na Cruz. Salvação somente por Jesus.

Quanto a consciência, ela é apenas uma testemunha que será ouvida por Deus para acusar ou defender os homens. Contudo, ela não determina nem a absolvição e nem a condenação (Rm 2:15,16). Quem crer será salvo; mas quem não crer será condenado.

“E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos.”(At 4:12)

Além disso, aqueles que se perdem sem nunca terem ouvido falar de Cristo são indesculpáveis, pois preferiram adorar o sol ao invés do Deus que criou o sol. Adoram a mata ao invés de seu Criador.

A situação de hoje não é muito diferente, pois aqui no Brasil temos um dia consagrado (feriado) para culto a Maria, outro para São Jorge (no Rio de Janeiro), outro para São Sebastião (no Rio de Janeiro).

Qual é o feriado consagrado ao Pai, a Jesus Cristo, ao Espírito Santo ou a Trindade? As pessoas continuam trocando a verdade de Deus pela mentira, e adorando e servindo às criaturas ao invés do Criador, mesmo conhecendo a Deus, contudo não o glorificam como Deus.

De que adianta fazer boas obras, mas depositar toda a fé nas criaturas ao invés do Criador?

Os católicos e espíritas fazem boas obras, mas são indesculpáveis por servirem e adorarem às criaturas (“santos” e “espíritos”) ao invés do Criador de todas as coisas.

“Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. Pois não são justos diante de Deus os que só ouvem a lei; mas serão justificados os que praticam a lei (porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, eles, embora não tendo lei, para si mesmos são lei, pois mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os), no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Cristo Jesus, segundo o meu evangelho.” (Rm 2:12-16)

Vamos dissecar este texto:

1) Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão. Aqui entra a questão de que de Adão a Moisés não havia lei para ser transgredida, no entanto onde não há lei o pecado não é levado em conta. Mas mesmo assim a morte reinou desde o tempo de Adão até Moisés, porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão.

2) E todos os que sob a lei de Deus pecaram, pela lei serão julgados, independentemente de terem ouvido falar da lei ou não. Porque não são justos diante de Deus os que só ouvem a lei; mas serão justificados os que praticam a lei de Deus.

3) Os que nunca ouviram falar da lei de Deus podem praticá-la em seu aspecto moral. Isto porque, quando aqueles que nunca ouviram falar da lei de Deus, fazem por natureza as coisas da lei de Deus, eles, embora não conhecendo essa lei, para si mesmos são lei, pois mostram a obra da lei de Deus escrita em seus corações.

4) E isto será testificado por suas consciências e os seus pensamentos, que no dia do juízo irão acusá-los ou defendê-los.

Jesus disse: “O servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; mas o que não a soube, e fez coisas que mereciam castigo, com poucos açoites será castigado.” (Lc 12:47,48)

Conhecendo ou não a lei de Deus ou o evangelho de Cristo, quem não seguir a vontade de Deus será castigado, uns mais outros menos.

A Bíblia de Estudo Pentecostal diz em umas de suas notas sobre este assunto: “Assim como haverá diferentes graus de glória no novo céu e na nova terra, também haverá diferentes graus de sofrimento no inferno. Aqueles que estão eternamente perdidos sofrerão diferentes graus de castigo, conforme os privilégios e responsabilidades que aqui tiveram”

Não é necessário um código civil numa tribo de pigmeus para que um pigmeu jovem saiba que o roubo não é uma coisa sadia. Então, para Deus, o saber ou não saber pouco importa quanto ao julgamento, pois os homens são indesculpáveis diante da luz da natureza que indica um poder superior e criador.

2-  A segunda coisa que precisamos saber é que aqueles que viveram antes de Cristo não precisam  absolutamente conhecer a Jesus como SALVADOR para serem salvos. A fé no Deus CRIADOR (Jesus - todas as coisas foram feitas por ele - João 1:3) também salva, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia, no mínimo, que ele existe (Hb 11:6).

No entanto, é necessário que tal pessoa apresente os frutos da conversão com uma mudança moral de mente, coração, postura e vida, segundo a determinação da lei moral de Deus gravada em seu coração.

E como um pigmeu, um xavante ou um asteca poderia crer em Deus sem nunca ter ouvido falar que ele existe?

Tal argumento é desprezar a inteligência de povos que tinham conhecimentos brilhantes de engenharia, matemática e até mesmo astronomia. E será que um desses povos não poderia imaginar como foi criada ou inventada a banana, a água ou o sol? Veja a resposta da Bíblia:

“Porquanto, o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são indesculpáveis” (Rm 1:19,20)

Ora, a natureza revela o Deus criador. O sol, os mares, a fauna e a flora tudo isso revela a grandeza do Senhor, e, no entanto o homem moderno do século XXI prefere acreditar que o universo se formou sozinho e por acaso. Ora, crer nisto requer fé maior do que crer que Deus existe e criou o mundo, ou seja, é mais fácil crer que existe um Deus criador do que crer que o universo se formou sozinho e por acaso.

Logo, tanto os cientistas modernos como os filisteus, os maias e os incas são indesculpáveis quanto ao fato de não crerem em Deus.

3- A terceira coisa que precisamos saber é que Deus é justo e ao mesmo tempo misericordioso. E é um desejo de Deus que todos os homens sejam salvos (1ª Tm 2:4), ou seja, Deus, mais do eu e você, deseja a salvação de todos os homens (não confundir desejo com vontade, pois a vontade de Deus sempre é realizada).

Nenhum juiz tem o direito de condenar o inocente ou de inocentar o culpado, pois, para que a justiça seja exercida, o julgamento deve ser baseado nos princípios da lei. Deus, para nos justificar, usou os princípios da lei através de Cristo Jesus (Mt 5:17).

A filosofia clássica dizia que a misericórdia era um defeito de caráter, e a considerava contrária a justiça, por conferir perdão sem que algum preço tivesse sido pago. No entanto, Cristo já pagou o preço do resgate por todos.

Então devemos fixar o seguinte pensamento bíblico: “Porque o juízo será sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia; a misericórdia triunfa sobre o juízo.” (Tg 2:13)

4- Quanto à religião, nenhuma delas salva, nem mesmo o Cristianismo. Só Jesus salva. Agora, não venham me dizer que um budista que adora aquele gordo barrigudo vai ser salvo por não conhecer a Cristo. Aliás vai ser difícil alguém me convencer que exista um budista que nunca ouviu falar de Cristo.

Que desculpa daremos para os hindus que adoram às vacas? Ora, todo mundo sabe que vaca não é o Deus Criador, e se fosse seriam vários deuses que viram ‘churrascos’ no Ocidente.

Que diremos dos mulçumanos? Ora Maomé é o profeta polígamo, e, além disso, tanto Maomé como o Alcorão falaram de Jesus que é anterior ao falso profeta Maomé cujos discípulos são, alguns deles, homens-bombas.

Que diremos dos espíritas que invocam e idolatram a vários espíritos que, ainda que fossem de luz, não são deuses por natureza (Gl 4:8)?

Os pseudos cristãos como os mórmons, os testemunhas de Jeová e os católicos são os piores de todos. Pois, eles têm a Bíblia, que é o oráculo do Senhor.

O padroeiro da França é o santo católico Saint Denis cujo o maior milagre foi carregar nas mãos a própria cabeça por 2 Km após ser decapitado. Fala sério! O que os papas fizeram com o Evangelho de Cristo?

Que diremos dos ‘macumbeiros’? Outro dia eu vi uma moça ajoelhada, “rezando”, diante da imagem do diabo com chifre e tridente em uma loja de umbanda. Será que ela estava pensando que ele era Deus, o Criador do Universo ou seria ele o Cristo, Filho do Deus Vivo?

Tais pessoas são indesculpáveis diante de Deus. Podem fazer o bem e ajudar ao próximo, mas isto não pode lhes trazer a salvação. Há pessoas “evangélicas” que podem  ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma. Pense nisso!

“Como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo” (2ª Ts 1:8).

Deus condenará não somente aqueles que conhecem a Deus e não obedecem ao evangelho de Cristo, mas também aqueles que não conhecem a Deus.

Portanto, se crentes desvirtuados e os pastores que pregam outro evangelho diferente do Evangelho do Reino de Deus vão para o inferno o que farão os idólatras?

Pedro faz a mesma pergunta: “E se o justo dificilmente se salva, onde comparecerá o ímpio pecador?” (1ª Pe 4:18)

5- Um grave erro de exegese é atribuir ao pecado a condenação da morte eterna, pois a sentença dada por Deus ao homem por causa do pecado referia-se apenas à morte física. O Senhor Deus deu um mandamento ao homem, e a pena por desobedecer este mandamento era a morte: “certamente morrerás” (Gn 2:17).

Contudo, o homem quebrou o mandamento, e Deus lhe deu a sentença da morte física: “porquanto és pó, e ao pó tornarás”.  (Gn 3:19).

Se Cristo morreu pelos pecados do mundo inteiro, fazendo a propiciação e levando-os sobre si, como podemos ser condenados ao inferno por pecados dos quais já fomos julgados, condenados a morte de cruz e cumprimos a pena na pessoa de Cristo Jesus, ou seja, ele fez tudo isso em nosso lugar, o justo pelos injustos.

A morte eterna não é causada pelo pecado, e sim pela incredulidade. Jesus disse que quem não crê já está julgado e será condenado à morte eterna (Jo 3:18; Mc 16:16). Jesus disse ainda que quem crê tem a vida eterna e não entra em juízo (Jo 5:24). Portanto, é evidente que quem não crê entra em juízo e é condenado à morte eterna, pois a incredulidade é a única coisa capaz de nos apartar eternamente do Deus vivo (Hb 3:12,19).

E como o homem pode fugir da fonte de pecados que é a incredulidade e passar a crer em Deus e em Cristo  (Jo 17:3)? 

De graça Deus oferece a salvação com a condição que o homem pós Cristo creia no sacrifício vicário de Cristo. Esta salvação sai de graça para nós, mas custou para Deus o seu Filho amado, e para Cristo custou a sua vida.

“Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue? Logo a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo. Mas pergunto: Porventura não ouviram? Sim, por certo: Por toda a terra saiu a voz deles, e as suas palavras até os confins do mundo.” (Rm 10:14,17,18)

O evangelho é conhecido em quase todo o mundo, pois temos missionários nos quatro cantos do mundo, mas ainda há muita gente que nunca ouviu falar de Cristo. E como crerão naquele de quem nunca ouviram falar se a fé é pelo ouvir?  É por isso que a graça é multiforme e Deus é justo.

Muitos são evangelizados por católicos, testemunhas de Jeová, mórmons, universais e mundiais da vida, e recebem um evangelho espúrio, mas Deus sabe que foi aquilo que chegou até eles, e no decorrer do tempo Deus dá luz para que, aqueles que quiserem, possam fugir do engano, como fez Martinho Lutero.

Na Austrália, a multiforme graça de Deus alcançou os aborígines que fundaram até uma igreja.  

CONCLUSÃO:

Quando eu falo de pessoas que nunca ouviram o nome de Jesus, eu me refiro a pessoas que vivem em lugares remotos, ou a povos com hábitos e cultura primitivos como os aborígines, os indígenas, os esquimós, os maias, os incas, os astecas, os pigmeus e diversas tribos africanas e asiáticas.

Entretanto, o Espírito Santo convence o MUNDO do seu pecado, da justiça de Deus e de que haverá um juízo.

“Depois destas coisas olhei, e eis uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, que estavam em pé diante do trono e na presença do Cordeiro, trajando compridas vestes brancas, e com palmas nas mãos.” (Ap 7:9)

A Assembléia Universal dos Santos, a Igreja do Deus Vivo, vai muito além das fronteiras das igrejas, pois é formada por pessoas de todas as nações, de todas as tribos, de todas os povos e de todas as línguas.

Abel, Enos, Abraão, Isaque, Jacó, José, Enoque, Noé e Jó são pessoas que viveram no período sem Lei. Eles pecaram e morreram, e nenhum deles conhecia o evangelho de Jesus. No entanto, todos foram salvos pela graça, mediante a fé em Deus, e para obras de justiça.

De Moisés até a morte de Cristo todos serão julgados pela Lei, independentemente de conhece-la ou não. Os que não conheceram a lei terão o testemunho de suas consciências para acusa-los ou defende-los no dia do juízo.

Da morte de Cristo até ao milênio seremos salvos pela multiforme graça, mediante a fé. Em todos os tempos a salvação sempre foi pela graça e nunca pela lei (At 15:10,11). Como exemplo temos o ladrão da cruz que foi salvo, sem obedecer a lei, antes da morte de Cristo.

PREGUE A TEMPO E FORA DE TEMPO PARA QUE POSSA GANHAR ALGUNS (2ª Tm 4:2).

“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste.”  (Jo 17:3)

ALIANÇAS

 Marcos Alexandre Damazio

Semelhantemente, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto em meu sangue, que é derramado por vós”. (Lc 22:20).
Uma aliança1 é um acordo em que duas partes juram cumprir certas promessas ou condições.
Uma aliança condicional é uma promessa feita por uma parte, e que só será honrada se a outra parte cumprir certas condições. “Eu farei isto, se você fizer aquilo”.
Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra”. (Dt 28:1).
Uma aliança incondicional é uma promessa feita por uma parte sem impor condições à outra parte. “Eu farei isto, não importa o que você faça, ou deixe de fazer”.
Este é o pacto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, e as escreverei em seu entendimento; acrescenta: E não me lembrarei mais de seus pecados e de suas iniqüidades”. (Hb 10:16,17).

O ANTIGO PACTO
Disse mais o Senhor a Moisés: Escreve estas palavras; porque conforme o teor destas palavras tenho feito pacto contigo e com Israel”. (Ex 34:27).
Deus tinha servos fiéis que o adoravam isoladamente como Enos, Enoque, Noé, Jó, etc. Porém, Deus não tinha um povo exclusivamente seu, um povo para o adorar como Deus. Em Abraão Deus formou um povo para si, o povo de Israel. O Senhor Deus viu que precisava fazer um pacto (testamento) com seu povo, e levantou o seu servo Moisés para através dele estabelecer um pacto com Israel. E a lei é este pacto (aliança). Deus fez este pacto somente com o povo de Israel, e não com os outros povos existentes na época, que obviamente não eram obrigados a guardar a lei, que era um pacto entre Deus e Israel somente (Ex 6:4; Ex 19:5), e a lei não justificou ninguém (Gl 3:11).
Deus prometeu fazer de Israel um reino de sacerdotes, uma nação santa e um povo especial, se Israel guardasse as suas leis e obedecessem aos seus mandamentos. Então por que Deus estabeleceu a lei em Israel?
A lei veio para mostrar ao homem o quanto ele é pecador e o quanto Deus é santo. O homem adulterava e “não sabia” que estava pecando, pois não havia lei que dissesse: “Não adulterarás”. Porém, todo homem tem consciência para discernir entre o bem e o mal. Deus firmou o pacto da lei para evidenciar que o pecado é uma ofensa a sua santa pessoa (Rm 5:20).
Sendo a lei um pacto condicional entre Deus e Israel deveria ser cumprido por ambas as partes. Deus sempre foi fiel ao pacto da lei cumprindo a sua parte na integra, abençoando, guardando, alimentando, curando e estando o tempo todo com o povo de Israel. Este povo nunca foi fiel ao pacto da lei e jamais cumpriu a sua parte, que era guardar as ordenanças da lei do Senhor (Dt 28:1,2).
O povo de Israel tinha um grande obstáculo para cumprir o severíssimo pacto da lei: “Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos”. (Tg 2:10,11).

O PROPÓSITO DA ANTIGA ALIANÇA – Êxodo 20:1-26
Depois disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e espera ali; e dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para lhes ensinares”. (Ex 24:12).
Aqueles que buscam a justificação pelas obras da lei logo descobrem que estão tentando realizar um feito impossível. Nunca foi dito que a benção viria por meio da lei, mas sim pela fé em graça. A lei é oposta à fé (Hc 2:4).
O homem não pode ser justificado diante de Deus pelo que faz, mas somente pela fé.
A lei foi dada a Israel, através dos mandamentos, expressando a vontade justa de Deus. Os juízos e as ordenanças para governar a vida social e religiosa de Israel formavam um todo completo e inseparável. A lei também é a dispensação que foi do Sinai até o Calvário.
Podemos classificar os preceitos da lei de Israel em:
  1. Lei Moral – Regulamentos estabelecidos para um santo viver.
  2. Lei Civil – Leis para a nação israelita quanto à vida social e jurídica.
  3. Lei Cerimonial – Leis que abordavam as cerimônias e os ritos que deviam ser praticados na adoração a Jeová.
O Antigo Testamento não está em contradição com o Novo, pois tanto no Antigo como no Novo Testamento a vida eterna é oferecida à humanidade por Cristo, que é o único mediador entre Deus e os homens, sendo ele mesmo Deus e Homem; portanto, não se deve dar ouvidos àqueles que dizem que os patriarcas tinham em vista somente promessas transitórias. Embora a lei dada por Deus a Moisés, quanto às cerimônias e ritos, não se aplique aos cristãos, e nem tão pouco os seus preceitos civis devam ser necessariamente aceitos por qualquer governo. No entanto, nenhum cristão está isento de obedecer aos mandamentos morais do Antigo Testamento que são ratificados na graça.
Todos os preceitos da lei mosaica foram revogados. Mas é evidente que muitos preceitos morais e civis da lei são repetidos na graça. Entretanto, tais preceitos não são mais da lei, e sim da graça, pois, o fim da lei é Cristo (Rm 10:4).
A lei não tornou os homens santos. Ela era uma lista de “faça isto e não faça aquilo”.
Na verdade o propósito da lei não era fazer os homens santos, mas sim revelar o quanto são pecadores. A santidade da lei não tem a ver com sua capacidade salvífica, visto que não a possui. O lado positivo da lei é que ela nos ajuda a ver o quanto somos pecadores e o quanto necessitamos da graça de Deus.
A lei foi dada para regulamentar os critérios estabelecidos por Deus, provando que nenhum ser humano é capaz de cumprir tais critérios, estando todos em perdição (Rm 3:23). A lei nunca justificou a ninguém, pois em todos os tempos o Salvador é Jesus, o Cristo (Rm 3:20; Gl 2:16).
A lei deu ao pecado o caráter de transgressão e de culpa pessoal. A lei foi o aio que nos conduziu a Cristo para que fossemos justificados pela fé. O aio era um escravo especialmente escolhido, cuja função era tomar a criança romana pela mão e conduzi-la até à escola em sua menoridade. Ao terminar a fase escolar daquela criança, ela não precisava mais de seu “tutor” (Gl 3:24,25).

O NOVO PACTO
Próximo de terminar seu ministério terreno Jesus disse: “Isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que por muitos é derramado”. (Mc 14:24).
O pacto da lei (Antigo Testamento) era um pacto entre Deus e Israel somente, por este motivo Jesus veio para salvar:
  • Povo de Israel – Mt 1:21; Mt 2:6
  • As ovelhas perdidas da Casa de Israel – Mt 10:6
  • Povo que já era seu povo – Jo 1:11
Deus planejou um pacto melhor, mais abrangente, que fosse perfeito, e então estabeleceu o pacto da graça, que é glorioso (2ª Co 3:7-11). Deus fez com que o povo de Israel rejeitasse o seu Filho, e então Deus deu as costas para Israel e se voltou para os gentios (Rm 11:11), ou seja, as demais pessoas da Terra (Jo 1:11,12). Assim Deus formou para si um novo povo, a Igreja.
Neste pacto da graça tudo é novo, até o povo de Deus. Nós não éramos povo de Deus (Rm 9:25,26) e nem buscávamos a Deus, mas seu Filho Jesus nos conduziu ao Pai (Rm 10:20), e nos fez o povo de propriedade exclusiva de Deus Pai (1ª Pe 2:9,10).
Qual a posição de Israel no pacto da graça?
O pacto da graça é universal, isto é, firmado entre Deus e toda a humanidade, de todos os povos, raças, línguas, tribos e nações (Ap 7:9).
Deus endureceu o povo de Israel para que não vissem a superioridade da graça sobre a lei (Jo 12:37-40). Para entrar neste Testamento da graça Israel precisa crer que Jesus é o Cristo.
Deus endureceu todo o povo de Israel para sempre?
Não, o endurecimento foi parcial (Rm 11:5-8) e permanecerá até que o ultimo gentio seja salvo (Rm 11:25,26).
Este pacto foi firmado entre Deus e todos os homens, tendo Jesus Cristo como mediador (1ª Tm 2:4,5), não escrito em tábuas de pedras, mas de carne, isto é, em nossos corações (2ª Co 3:3).
Coube a Deus todas as tarefas do pacto da lei, e mais: nos tornar o seu templo; habitar em nossos corpos através do seu Espírito; dar gratuitamente a salvação àquele que crê; etc.
Coube ao homem: crer que Cristo nos livrou da lei; crer que estamos debaixo da graça; crer em Jesus como diz as Escrituras (Jo 7:38); etc.
Coube a Cristo como fiador deixar sua glória; tornar-se homem; morrer em nosso lugar, levar nossos pecados, doenças e maldições sobre si; vencer todos os nossos inimigos; nos dar livre acesso ao Pai; nos comprar para Deus; nos libertar de prisões; nos dar vida eterna; nos tornar filhos de Deus; etc.
Coube ao Espírito Santo como penhor convencer mundo do pecado, da justiça e do juízo; regenerar e santificar o crente, selar os salvos, etc.
Por que Cristo firmou um Novo Testamento, o pacto da graça?
Na Antiga Aliança estávamos debaixo de maldição, pois ninguém jamais conseguiu cumprir a lei na íntegra.
...Maldito é todo aquele que não permanece em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”. (Gl 3:10).
Gênesis
A primeira lei implantada
Gn 2:16,17
Êxodo
A formação do pacto da lei
Ex 20:1-17
Levítico
Os mandamentos gerais
Lv 27:34
Números
Os mandamentos e os juízos
Nm 36:13
Deuteronômio
O livro da lei
Dt 31:24-26
O livro da lei é o Pentateuco. Na lei não havia comunhão direta com Deus, tudo era feito através dos sacerdotes (Hb 10:19,20); na graça temos livre acesso ao Pai (Ef 2:18), e nós mesmos somos sacerdotes (1ª Pe 2:9).
A graça é um pacto de superiores promessas, sem defeitos. A lei era defeituosa (Hb 8:6-9), estava doente e não venceu o pecado (Rm 8:3), mas Cristo venceu. O fim da lei é Cristo (Rm 10:4), pois quando o Senhor Jesus Cristo disse Nova Aliança (Mc 14:24), ele anulou a Velha Aliança (Hb 8:13). Pois, a lei não passa de ordenanças da carne, baseadas somente em comidas, bebidas e diversas abluções, impostas até ao tempo oportuno de reforma (Hb 9:10-12; Hb 7:16). Lembre-se, o fim da lei é Cristo. Na lei, ano após ano o povo oferecia sacrifícios a Deus com sangue de animais, mas é impossível que o sangue de animais remova pecado. Cristo com um só sacrifício nos aperfeiçoou para sempre. Deus não se agrada de sacrifícios de animais, e é por isso que Cristo diz: “Remova o primeiro (pacto da lei) para estabelecer o segundo (pacto da graça)”. (Hb 10:9).
Deus escreveu os mandamentos da lei em tábuas de pedra. A lei era santa (Rm 7:12), mas fria, difícil e pesada para suportar. Ela estava sempre no exterior de cada israelita, fazendo exigências que o homem interior não podia cumprir.
A graça, ao contrário da lei, é uma obra do Espírito Santo que escreve a sua vontade em nossos corações e mentes.

O PROPÓSITO DA NOVA ALIANÇA
Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus”. (Rm 3:24).
A graça é a essência da salvação. A graça é a maneira de Deus tratar com o homem independente deste merecer ou não. Na Cruz Cristo pagou toda a pena do pecado, pois levou consigo os certificados contendo todos os pecados de toda a humanidade (Cl 2:14), e de uma vez por todas resolveu o problema do pecado, eliminando a barreira por ele levantada nas relações entre o homem e Deus (Cl 1:20). E o Pai diz: “E não me lembrarei mais de seus pecados e de suas iniqüidades.” (Hb 10:17). O profeta Isaías registrou estas palavras do Senhor, que têm o mesmo significado: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro”. (Is 43:25). Esta verdade é o sólido alicerce sobre o qual o crente constrói sua vida espiritual, de modo a experimentar a realidade da justificação e do perdão de Deus em sua vida diária. Pois, nenhum homem foi, e jamais será, condenado a morte eterna por causa do pecado (1ª Jo 2:2).
A lei era uma manifestação externa, uma ordenança que vem de fora. Porém, a lei não pôde dar-nos o poder para cumprirmos seus mandamentos. A lei nos dissera o que devíamos realizar, mas não nos deu nenhum poder para fazê-lo. Ela nos mostrou o quanto somos fracos e pecadores, mas não nos proveu de nenhum talento para obedecermos os seus mandamentos.
Na graça, Deus diz ao seu povo: “Eu farei por vocês o que vocês não podem fazer por si mesmos. Eu cumprirei a lei, que tem sido externa, e a escreverei em seu interior, em seus corações e suas mentes”.
Na graça, Deus nos leva a cumprir fielmente a sua vontade e a andar nos seus caminhos. Além disso, a graça não impõe nenhuma condição senão a fé. A única coisa que é preciso é crer e receber o evangelho da graça. Este é o presente de Deus.

O NOVO PACTO SUBSTITUI O ANTIGO PACTO
Para entender a salvação é preciso compreender a grande diferença que existe entre a antiga aliança e a nova aliança.
Davi foi um dos primeiros homens a compreender a diferença entre a lei e a graça: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito inabalável”. (Sl 51:10).
Davi entendeu que a lei era boa; mas seu coração, mau. Ele não podia estabelecer uma coexistência pacífica entre os dois. O apóstolo Paulo também entendeu este problema: “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7:24).
Com relação a este problema, nunca encontramos alivio nas tabuas de pedra da lei. Na verdade, a lei é santa, justa e boa (Rm 7:12), contudo nossa carne é pecaminosa.
Há aproximadamente 400 anos depois de Davi, o profeta Jeremias abordou o mesmo tema: “Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá, não conforme o pacto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, esse meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor. Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinarão mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o Senhor; pois lhes perdoarei a sua iniqüidade, e não me lembrarei mais dos seus pecados”. (Jr 31:31-34).
Deus disse através de Jeremias que quando trouxe o povo de Israel do Egito para o monte Sinai, ele fez uma aliança (a lei) com Israel. Deus disse que faria um Novo Pacto com a casa de Israel e com a casa de Judá, não conforme o pacto que ele fez com seus pais quando os tirou da terra do Egito.
Também vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as observeis”. (Ez 36:26,27).
Esta promessa do Senhor através do profeta Ezequiel, vai de encontro com a oração de Davi, que pediu a Deus coração e espírito novos. Assim, Deus tirou da nossa carne o coração de pedra, ou seja, as tábuas de pedra da lei, e nos deu um coração de carne. Assim Deus nos deu um coração novo, e colocou dentro de nós o seu Espírito Santo para nos fazer andar nos seus estatutos, e guardar as suas ordenanças.
Durante séculos a lei tinha estado gravada em pedra. Agora, pela primeira vez, Deus prometera escrever a lei no coração do homem, através de uma nova aliança.
Em suma, a graça liberta enquanto a lei escraviza. A graça provém do âmago do coração de Deus. A lei apesar de ser boa, é algo que Deus instituiu para nós reconhecermos a nossa necessidade da graça devido a nossa condição de pecador perdido.

JESUS CUMPRIU A LEI
Sabendo Deus que o povo de Israel jamais cumpriria toda a lei, enviou seu Filho, que se tornou homem e judeu, para cumpri-la pelo povo. Jesus ao iniciar seu ministério terreno disse: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim revogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido”. (Mt 5:17,18).
Jesus disse que não veio revogar ou destruir a lei, mas sim cumprir a parte que o povo de Israel jamais conseguiu cumprir, e que por este motivo já havia se tornado uma maldição para os judeus (Gl 3:13). Se Jesus veio para cumprir a lei, então devemos crer que Cristo já cumpriu a lei. Pensar diferente é dizer que Cristo falhou na sua missão, pois ele mesmo disse: “Eu não vim para revogar, vim para cumprir”. (Mt 5:17).
Jesus disse que o pacto da lei não seria revogado sem que fosse cumprido, sendo Jesus o único capacitado e encarregado para esta missão impossível ao homem: cumprir a lei.
Após ser cumprida, a lei foi revogada por causa de sua fraqueza e inutilidade (Hb 7:18,19). Jesus é vencedor, levou até ao fim sua missão, cumpriu a lei, revogou-a e ainda estabeleceu um Novo Testamento, ou seja, o pacto da graça. O fim da lei é Cristo (Rm 10:4).

A LEI AINDA VIGORA?
A lei e os profetas vigoraram até João; desde então é anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem forceja por entrar nele.” (Lc 16:16).
Não, de maneira alguma, pois Cristo já aboliu a lei e já firmou outro pacto com a raça humana (2ª Co 3:14). Quando Jesus morreu na cruz, o véu do templo se rasgou de alto a baixo. Isto significou o fim da lei, pois a partir daquele momento o templo de Deus passou a ser os nossos corpos, onde Deus habita através do seu Espírito. O véu que foi rasgado é a lei que terminava (Rm 10:4), pois quando alguém se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado (2ª Co 3:13-17). Vejamos porque lei na graça é inaceitável pelo Senhor:
Estamos em novidade de espírito, e não na caducidade da letra.
Romanos 7:6
Nós somos guiados pelo Espírito, logo, somos filhos de Deus.
Romanos 8:14
Somos guiados pelo Espírito, e não estamos debaixo da lei.
Gálatas 5:18
O fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê
Romanos 10:4
Cristo já foi condenado pelas nossas transgressões
Gálatas 3:19
A lei não pode vivificar e nem justificar
Gálatas 3:21
Nós não estamos no pacto da lei.
Romanos 6:14
Nós estamos mortos para a lei
Romanos 7:4
A lei forma homens débeis
Hebreus 7:28
Cristo é Senhor do Sábado
João 5:18
Nós não estamos na carne
Romanos 7:5
Cristo já cumpriu a lei
Mateus 5:17-20
Estamos livres da lei
Romanos 7:6
A lei mata
Romanos 7:9
A lei mata
2ªCoríntios 3:6
Diante de a lei todo ser humano é culpado, sendo a lei um ministério de condenação, morte e maldição (2ª Co 3:7,9;Gl 3:10).
... Tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz; para que toda a boca esteja fechada e todo mundo seja condenável diante de Deus”. (Rm 3:19).
A lei não justifica o pecador, nem santifica o crente (Gl 3:11,12). A lei condena o melhor homem, e a graça justifica o pior homem. Não há um justo que possa ficar de pé diante da lei. Aquilo que deveria servir como o caminho da salvação do homem veio a ser uma maldição: “E o mandamento que era para vida achei eu que era para morte”. (Rm 7:10). A graça é mais excelente, é superior e tem melhores promessas: “Porque se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para a segunda (graça)”. (Hb 8:7).

Quando ele (Jesus) diz Nova (graça), torna antiquada a primeira (lei). Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido, está prestes a desaparecer”. (Hb 8:13).
Muitas vezes o povo de Deus confundimos costumes tradicionais com doutrinas bíblicas; misturamos a lei e a graça; e muitas vezes vemos em nosso Pai um grande ditador. O primeiro pecado do homem foi a transgressão de Adão. E o que Adão transgrediu?
Uma lei que dizia: “Não comerás da arvore do conhecimento do bem e do mal”. (Gn 2:17). Pare e pense: e se não houvesse essa lei. Adão não teria nada para transgredir, e assim não teria cometido aquele pecado. Pense novamente: se sem lei não há transgressão, então porque Deus criou aquela lei para Adão?
Deus quando cria uma lei ou nos dá uma ordem, ele não está pensando em si mesmo, pois não é um ditador. Quando Deus criou aquela lei para Adão para provar o livre-arbítrio de Adão, ele estava pensando em proteger Adão de algo terrível: “... porque no dia em que daquela árvore comeres, certamente morrerás”. (Gn 2:17).
Esta lei foi promulgada somente para Adão, pois Eva ainda não havia sido criada por Deus. Eva comeu o fruto primeiro e depois deu a Adão e este comeu (Gn 3:6). Eva, porém, não pecou, pois a lei foi dada a Adão e não a Eva. Contudo, Eva era conhecedora da lei e se deixou enganar por satanás (1ª Tm 2:14).
Porque antes da lei já estava o pecado no mundo, mas onde não há lei o pecado não é levado em conta. No entanto a morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão o qual é figura daquele que havia de vir”. (Rm 5:13,14).
Depois de ter dado uma lei a Adão, Deus só voltou a dar leis a Moisés. Neste longo período entre Adão e Moisés o povo viveu sem lei, portanto, não havia transgressão, pois não havia lei para ser transgredida (Rm 5:13,14).
Pode haver pecado sem lei que antes o defina como pecado?
Neste longo período de Adão até Moisés as pessoas que roubavam não transgrediam nenhuma lei, pois não havia lei que dissesse: “Não roubarás” (Rm 7:7).
Como Deus julgará as pessoas que viveram de Adão a Moisés?
Estas pessoas pecaram, porém não transgrediram nenhuma lei, e o pecado não é levado em conta quando não há lei que o defina anteriormente como pecado. Deus julgará tais pessoas pelos pecados que cometeram, pois, apesar de não haver lei, tais pessoas foram dotadas de consciência que as acusa ou as defende (Rm 2:14,15).
As pessoas que viveram no mundo no período que vai de Adão até Moisés, serão julgadas por terem transgredido suas próprias consciências (Rm 2:12), e por isso receberam o salário do pecado: a morte física (Rm 6:23).
Quanto as demais pessoas, os que já ouviram o Evangelho são responsáveis por todos os seus pecados, inclusive o de rejeitar a Cristo; os que nunca ouviram o Evangelho são livres do pecado de rejeitar a Cristo, apesar de serem responsáveis pelos outros pecados pelos quais serão considerados culpados. Os gentios que nunca ouviram o Evangelho serão julgados de acordo de suas consciências diante da luz natural e da graça comum.
Muitas vezes ouvimos em nossas igrejas preletores dizerem que é necessário guardar pontos da lei para sermos justificados. A Bíblia nos diz que não há um justo sequer sobre a terra, porém nós fomos e somos justificados pelo sangue de Jesus. Sabedores que somos justificados, mediante a fé, pelo sangue de Jesus (Rm 5:1,9), cremos então que nunca poderemos ser justificados pela lei, pois esta não justifica a ninguém (Gl 2:16; Gl 3:11). O que muitas vezes os pregadores ignoram é que quem olha para a lei dá as costas para Cristo e está desligado de Cristo (Gl 5:4). A lei era inútil e nunca aperfeiçoou coisa alguma, mas pela graça chegamos a Deus (Hb 7:18,19).
Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”. (Ef 2:8).
Devemos crer que somos justificados inteiramente pela graça do Senhor Jesus, pois a graça não é apenas uma dispensação, mas principalmente, um favor imerecido de Deus por nós, pois fomos salvos quando éramos ainda ímpios (Rm 5:6-8).
  • Tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para os transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros, e para tudo o que se opõe à sã doutrina”. (1ª Tm 1:9,10).
  • Nós éramos tudo isso, porém nós fomos lavados, purificados, santificados e justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus (1ª Co 6:9-11).
A LEI NA GRAÇA
Infelizmente, muitos cristãos sinceros são tentados a voltar para o domínio da lei. Mas veja o que o apóstolo Paulo disse sobre isto: “Ou ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que ele vive? Porque a mulher casada está ligada pela lei a seu marido enquanto ele viver; mas, se ele morrer, ela está livre da lei do marido. De sorte que, enquanto viver o marido, será chamada adúltera, se for de outro homem; mas, se ele morrer, ela está livre da lei, e assim não será adúltera se for de outro marido. Assim também vós, meus irmãos, fostes mortos quanto à lei mediante o corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, àquele que ressurgiu dentre os mortos a fim de que demos fruto para Deus. Pois, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, suscitadas pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. Mas agora fomos libertos da lei, havendo morrido para aquilo em que estávamos retidos, para servirmos em novidade de espírito, e não na velhice da letra”. (1ª Co 7:1-6).
O apóstolo Paulo usa as leis matrimoniais para ilustrar o nosso relacionamento com Cristo sob o Novo Testamento (Nova Aliança).
Como pecadores, éramos “casados” com a lei e presos às suas exigências. Quando recebemos a Cristo como Salvador, fomos colocados em seu Corpo (1ª Co 12:13). Assim fomos identificados com ele na sua morte e ressurreição.2
Quando Cristo morreu na cruz, nós estávamos potencialmente “nele”. Quando ele ascendeu aos céus nós também ascendemos potencialmente “nele” e estamos assentados com ele nos céus (Ef 2:1-6).
O apóstolo Paulo afirma que fomos libertos da lei, pois, quando Cristo ressuscitou, nós também revivemos “nele”. Quando Jesus ressurgiu, ele se tornou o nosso marido divino, e nós nos tornamos a noiva de Cristo. Portanto, nós não estamos mais debaixo das exigências da lei, o nosso antigo e falecido esposo.
Muitos cristãos sinceros são tentados a voltar para o domínio da lei. Eles ainda parecem atraídos a voltar a ter um relacionamento amigável com o ex-marido (a lei). Sem perceberem o que estão fazendo, esses cristãos estão de paquera com a lei, e isso pode conduzi-los ao adultério espiritual.
Eles não estão confiando totalmente na consumação da obra de Cristo na cruz, e nem estão crendo que Cristo cumpriu a lei por nós. Então, sentem que precisam acrescentar algo para satisfazer completamente as exigências da lei. Tais cristãos não entendem que, quando olham para a lei, eles estão sendo infiéis ao novo marido, o Senhor Jesus Cristo. Nós não podemos confiar na lei e na graça ao mesmo tempo.
Pela nossa morte na cruz (em Cristo), nós não apenas fomos feitos livres do domínio do pecado, mas também livres de nossa “escravidão matrimonial” para com a lei. Agora somos livres para casarmos com “outro”, a saber, Jesus Cristo.
O apóstolo Paulo teve grandes problemas ao ver duas igrejas se desviarem da verdade e seguirem “heresias bíblicas”3:

A igreja de Jerusalém – Atos 15:1-35
Nessa igreja, como em muitas de nossos dias, havia pessoas que achavam que deveríamos crer em Jesus e guardar a lei, sem terem ciência de que quem crê em Jesus não pode guardar a lei, e quem guarda a lei está desligado de Jesus (Gl 5:4). Houve grande contenda de Paulo e Barnabé contra os hereges que afirmavam ser necessário guardar a lei. Os apóstolos e presbíteros convocaram um concílio para examinar a questão (At 15:1-5). Durante o concílio houve grande debate, então o apóstolo Pedro que era um dos pastores daquela igreja, saiu em defesa da verdade dizendo: “Porque tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo (lei) que nem nossos pais puderam suportar, nem nós? Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram”. (At 15:10,11).
Podemos ver que guardar a lei na graça é tentar a Deus. Pedro vai além ao dizer que todos os que foram salvos no regime da lei foram salvos pela graça, pois a lei não justifica ninguém (Gl 4:4,5), pois Cristo em graça resgatou também os que viveram na lei antes que viesse a graça. Se Cristo descesse da cruz, Moisés, Enoque, Elias e todos os profetas do Antigo Testamento desceriam do Céu direto para o Inferno. Tiago, o principal pastor da igreja de Jerusalém toma a palavra e diz: “Pelo que julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os gentios se convertem a Deus”. (At 15:19,24).
Tiago diz que a lei de Moisés é pregada até hoje nas sinagogas dos judeus e não nas igrejas do Senhor Jesus Cristo, pois a lei na graça não passa de perturbação (At 15:21).
O concílio de Jerusalém chegou a seguinte conclusão: “Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardardes”. (At 15:28,29).

As igrejas da Galácia – Toda a carta aos Gálatas
O apóstolo Paulo pregou o evangelho genuíno na Galácia, porém os hereges se infiltraram na igreja pregando que a igreja deveria guardar a lei de Moisés. Paulo diz aos Gálatas que qualquer pessoa, e até mesmo um anjo do céu que fosse pregar outro evangelho diferente do que ele (Paulo) havia pregado, que tal pessoa fosse anátema (Gl 1:6-9).
Paulo diz que a lei na graça é segundo os homens, mas ele foi chamado pela graça (Gl 1:10-12). Pois, a lei espreita a liberdade e conduz a escravidão, e quem prega a lei na graça são os falsos irmãos (Gl 2:4; Gl 4:9-11). Introduzir a lei na graça é nos obrigar a viver como os judeus, e nós não somos judeus (Rm 2:17; Gl 2:14). Além disso, a lei não justifica o crente, pois nós estamos mortos para a lei, portanto não podemos anular a graça de Deus; pois se a justiça é mediante a lei, segue-se que Cristo morreu em vão (Gl 2:11-21). Qualquer pessoa que crê que devemos guardar uma letra da lei, está crendo que Cristo morreu em vão. Tudo o que Jesus conquistou na cruz nós recebemos pela graça, mediante a fé e não pela lei (Gl 3:1-5). A lei é uma maldição e todos os que guardam os seus preceitos estão debaixo de maldição. No pacto da lei, Israel tinha que guardar todos os preceitos da lei, e se um só preceito fosse quebrado, todos os outros também seriam quebrados (Tg 2:10,11). Dessa forma ninguém nunca poderia cumprir a lei, e esta nunca pôde justificar ninguém, e não havia nem um justo sequer. Na graça somos justificados mediante a fé (Rm 3:10-12; Rm 5:1) e Cristo nos resgatou da maldição da lei e nos colocou na sua maravilhosa graça (Gl 3:10-13) que é anterior a lei, pois Deus prometeu a graça a Abraão e ao seu descendente (Jesus) 430 anos antes de dar a lei a Moisés. A lei não pode anular a graça, pois esta é anterior àquela (Gl 3:15-17).
  • De Adão até Cristo o povo de Deus foi justificado pela fé na promessa de que Deus enviaria o Salvador.
  • De Cristo até hoje o povo de Deus é justificado pela fé no cumprimento dessa promessa.
O pacto da lei foi o nosso tutor antes que se cumprisse a promessa da graça em Cristo Jesus, nosso Senhor (Gl 3:23-25; Gl 4:1-5).
Paulo pergunta aos gálatas se eles querem estar sob a lei, pois os que estão sob a lei não são guiados pelo Espírito Santo (Rm 8:14), e também não são filhos de Deus (Gl 5:18). Por este motivo devemos lançar fora a lei e ficarmos na graça somente (Gl 4:21-31). Paulo nos diz que as pessoas que pregam a lei na graça adulteram a palavra de Deus, pois o verdadeiro evangelho está encoberto para os que se perdem, pois o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos (2ª Co 4:2-4).

OU A LEI OU CRISTO – Gálatas 5:1-12
Muitas de nossas igrejas crêem que devemos guardar preceitos doutrinários da lei mesmo estando na graça. Crêem que devemos guardar o sábado ou guardar preceitos da lei que falam sobre vestes (Dt 22:5). Mas a Bíblia nos diz:
Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais de novo a jugo de escravidão”. (Gl 5:1).
Devemos permanecer na graça onde nós somos livres e não devemos nos colocar debaixo da lei (Gl 4:21-31).
Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará”. (Gl 5:2).
Vemos aqui que Cristo só salva os que estão debaixo da graça, e que qualquer pessoa que cumpre qualquer preceito da lei (a circuncisão é um preceito da lei) está fora da salvação de Cristo.
De novo testifico a todo homem que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei”. (Gl 5:3).
Este texto deixa claro a todo homem que pensa em guardar o sábado, que para guardar um preceito tem que guardar todos os demais preceitos da lei, ou seja, milhares de preceitos que não podem salvar ninguém.
De Cristo vos desligastes vós que procurais justificar-vos na lei, da graça decaístes”. (Gl 5:4).
O cristão sincero, que não entende a base de sua salvação, pode ser facilmente enganado. Ele quer verdadeiramente agradar a Deus e ter a sua aprovação. Tentar cumprir as exigências da lei parece-lhe um bom caminho. Pode parecer certo, mas está errado!
Qualquer pessoa que crê que a lei ainda vigora na graça está totalmente desligada de Cristo, já decaiu da graça, e não tem a menor noção de quem é Jesus Cristo e o que ele fez por nós, qual a posição do cristão na graça de Deus, desconhece por completo o que é ser filho de Deus, desconhece o Deus vivo e as bases do seu pacto com a Igreja e não tem nem uma vaga noção do que é justificação pela fé em Cristo Jesus nosso Senhor.

O PESO DA GRAÇA
A graça de Jesus se caracteriza pela grande liberdade dos cristãos (Gl 5:1), todavia esta liberdade, não é libertinagem como querem alguns (Jd 1:4), pois a liberdade em Cristo não é licença para continuar pecando. Jesus disse que o pacto da graça tinha em seu fiador um jugo suave e um fardo leve (Mt 11:30). Ao contrário da graça, a lei tem um jugo insuportável que nem o povo de Israel conseguiu levar e nunca ninguém suportará este fardo na integra sobre seus ombros (At 15:10). Hoje vemos em muitas de nossas igrejas homens falando de si mesmos e atando fardos pesados da lei sobre os seus membros, e dizendo que temos que pagar o preço da salvação, e dessa maneira eles não entram no reino e nem deixam entrar aqueles que de coração, mais sem conhecimento, querem se achegar a Deus através de Cristo (Mt 23:4,13). O povo de Israel nega que Jesus é o Cristo, e assim negam a graça e a verdade que são por Jesus e preferem ficar com a lei de Moisés sobre suas costas encurvadas pelo peso insuportável do pacto da lei (Jo 1:17; Rm 11:10).
O pacto da lei consistia de muitas ordenanças que não podiam justificar ninguém, e eram prejudiciais ao homem ao passo que este nunca poderia cumpri-las plenamente, porém Cristo cancelou a nossa dívida pagando o preço de sangue e de morte, e se fazendo maldito em nosso lugar, removeu por completo a maldição da lei (Cl 2:14; Gl 3:13).

A LEI DE CRISTO - 1ª Coríntios 9:21
Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de cristo”. (Gl 6:2).
Jesus cumpriu a lei mosaica por nós e levou o jugo insuportável e fardo pesado da lei mosaica em nosso lugar, e nos deixou o seu jugo suave e o seu fardo leve. Este jugo suave e este fardo leve formam a lei de Cristo que é o fundamento da liberdade do cristão. A lei de Cristo é conhecida como lei da liberdade (Tg 2:12,13) e lei perfeita (Tg 1:25). A lei de Moisés é conhecida como lei da condenação e da morte (2ª Co 3:7,9). Vejamos porque:
Na lei de Moisés
Não é licito trabalhar no sábado
Lucas 6:2
Na lei de Cristo
Todas as coisas me são lícitas
1ª Coríntios 10:23
Na lei de Moisés
Não toqueis em coisas impuras
Levítico 5:2
Na lei de Cristo
Todas as coisas são puras
Romanos 14:14
Por ser uma aliança superior à lei, a graça é mais severa exatamente por ter o testador morrido pela humanidade para confirmar o Testamento (Hb 9:16,17), sendo assim quem profanar a graça não levando o seu fardo leve e o seu jugo suave por querer levar o pesado fardo que Cristo já levou por nós, o Senhor punirá rigidamente. Querer introduzir os ritos e o fardo pesado da lei na graça é uma profanação do sangue da graça derramado por Cristo na Cruz, e é também um ultraje ao Espírito Santo (Hb 10:26-31).
Na lei os filhos rebeldes e as pessoas adúlteras eram apedrejados até a morte por homens pecadores (Lv 20:10; Dt 21:18-21). Na graça não há distinção de pecados, pois todos ofendem a Deus (Rm 5:17), é por isso que Jesus diz aos homens pecadores que queriam condenar uma mulher adúltera: “Quem não tiver pecado seja o primeiro a atirar a pedra”. E ninguém atirou, pois todos eram pecadores também e não podiam condená-la, embora todos quisessem, mas todos são iguais perante o Senhor. E Jesus diz a mulher adúltera: “Nem eu tão pouco te condeno; vai, e não peques mais”. (Jo 8:1-11). Esta é a lei de Cristo, onde a misericórdia triunfa sobre o juízo, ou seja, a graça triunfa sobre a lei, o perdão triunfa sobre a condenação. E é por esta lei da liberdade que os homens são julgados (Tg 2:12,13). A lei de Cristo é a lei da fé e do amor e da liberdade (Rm 3:27,28; Gl 6:1-5), e não visa o interesse próprio, e sim o interesse de outrem (1ª Co 10:23), por isso a lei régia é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Tg 2:8).
A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros: pois quem ama ao próximo, tem cumprido a lei. Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor”. (Rm 13:8-10).

A LEI E O PECADO – Romanos 7:7-9
... Porque sem lei está morto o pecado”. (Rm 7:8).
A Bíblia nos mostra que a lei é santa, boa, justa e espiritual se for cumprida total e legitimamente (1ª Tm 1:8; Rm 7:12). Todavia, como cumprir toda a lei é impossível aos homens, a lei se tornou enferma, maldição, inútil e carnal (Rm 8:3; Hb 7:16). As nossas igrejas que têm costumes mais rígidos fundamentados sobre a lei de Moisés, se consideram mais santas do que as igrejas mais liberais (não libertinas) que têm seus costumes baseados na graça. Vejamos o que a Bíblia nos diz da relação da lei com o pecado:
Porque a lei suscita ira; mas onde não há lei, também não há transgressão”. (Rm 4:15).
Quanto mais a lei invade a graça por nossas igrejas legalistas, o pecado a acompanha. Sendo assim, as igrejas mais rígidas têm mais ira e mais transgressões, pois há muitos preceitos para serem quebrados. Portanto, quanto mais rígidos forem os costumes, mais pecadora a igreja será.
Mas afinal, de que Jesus nos salvou?
Dentre muitas coisas Jesus nos livrou do pecado (transgressão da lei), da maldição e da ira da lei (Gl 3:13; Rm 5:9). Deus sempre pensa em tudo. Sabedor de que a lei suscita ira, Deus fez um plano para nos salvar da ira da lei, pois éramos filhos da ira (Ef 2:3).
Como sem a lei está morto o pecado, alguns acham que podem pecar a vontade por estarem debaixo da graça. O pecado é senhor de todo aquele que o pratica. E o cristão não pode servir a dois senhores (Rm 6:15,16).
A lei veio para avultar o pecado, mas onde abundou o pecado, superabundou a graça (Rm 5:20,21). Nós morremos para a lei para pertencermos a Cristo, o Senhor, pelo qual obtemos a salvação (Rm 7:4).
Hoje vemos em nossas igrejas pessoas querendo ressuscitar-nos para o pecado ao impor a lei na graça, pois o pecado tem domínio sobre os que estão na lei (Rm 6:14). Vejamos o que o Espírito Santo diz através do apóstolo Paulo:
O pecado é realçado pela lei
Romanos 7:5
Não estamos subordinados a lei
Gálatas 3:23-26
Nós estamos libertos da lei
Romanos 7:6
Nós estamos mortos para o pecado
Romanos 6:11
O pecado vem por meio da lei
Romanos 7:7
O pecado está morto sem a lei
Romanos 7:8
A lei traz a morte através do pecado
Romanos 7:9-11
Pela lei vem o pleno conhecimento do pecado
Romanos 3:20
... eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás”. (Rm 7:7).

A LIBERDADE NO ESPÍRITO SANTO
E não somos como Moisés, que trazia um véu sobre o rosto, para que os filhos de Israel não atentassem na terminação do que se desvanecia; mas o entendimento lhes ficou endurecido. Pois até o dia de hoje, à leitura do velho pacto, permanece o mesmo véu, não lhes sendo revelado que em Cristo é ele abolido; sim, até o dia de hoje, sempre que Moisés é lido, um véu está posto sobre o coração deles. Contudo, convertendo-se um deles ao Senhor, é-lhe tirado o véu”. (2ª Co 3:13-16).
O Espírito Santo nos liberta das exigências da lei para que possamos viver com liberdade. Ele nos fez livres da lei escrita em pedras, para obedecermos à lei escrita em nosso coração.
Esta liberdade não nos autoriza a seguir os nossos desejos carnais. Se assim agirmos, seremos convencidos e disciplinados pelo Espírito Santo.
Após sujeitarmos o nosso espírito ao Espírito Santo, e a nossa mente à Palavra de Deus, com certeza, não precisamos ter medo. Cometemos alguns erros, mas Deus é fiel em operar junto a eles para o nosso bem e para a sua glória. O Espírito de Deus nos ensinará com amor e mansidão, e nos disciplinará no nosso cotidiano.
O Espírito Santo não veio substituir a Bíblia como ensinam algumas pessoas. Ele veio explicar a Bíblia e aplica-la em nossa vida. Portanto, a obra do Espírito Santo em nossa vida sempre estará de acordo com a Palavra de Deus. Ele transforma a Palavra escrita em Palavra viva em nosso coração.
Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. (2ª Co 3:17,18).

O TESTADOR
Pois onde há testamento, necessário é que intervenha a morte do testador. Porque um testamento não tem força senão pela morte, visto que nunca tem valor enquanto o testador vive”. (Hb 9:16,17).
Para que uma aliança tenha efeito, ela deve ser ratificada. Somente a morte do testador poderia ratificar a nova aliança.
Quando um homem faz um testamento, registrando sua ultima vontade, as leis da maioria dos países determinam que este testamento só pode ser executado quando este homem morrer.
Deus também estabeleceu a sua vontade em forma de um Novo Testamento (Aliança ou Pacto). Este Novo Testamento não poderia entrar em vigor até que aquele que o estabelecera tivesse morrido.
Por isso Deus, o Filho, veio a esta Terra como homem. Cristo, o testador, veio morrer para que o seu Novo Testamento tivesse efeito.
Semelhantemente, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto em meu sangue, que é derramado por vós”. (Lc 22:20).

O TESTAMENTEIRO
E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre”. (Jo 14:16).
Quando o testador morre é necessário que alguém tome as medidas relacionadas ao testamento para cumprir a vontade do testador. A pessoa nomeada para tal atividade é o testamenteiro.
Cristo poderia se tornar, legalmente no céu, o testamenteiro de seu próprio testamento, pois morreu, porém, ressuscitou.
Uma vez que o sacrifício de Cristo foi aceito pelo Pai no céu, a nova aliança estava estabelecida no céu. Agora faltava coloca-la em vigor aqui na Terra. Por isso, do céu, Deus enviou o Espírito Santo no dia de Pentecostes para ser o testamenteiro do testamento de Cristo. Assim, fica mais fácil compreendermos as palavras de Cristo acerca do ministério terreno do Espírito Santo:
Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso eu vos disse que ele, recebendo do que é meu, vo-lo anunciará”. (Jo 16:13-15).
Jesus disse que o Espírito Santo receberia algo que lhe pertencia, e nos anunciaria. Jesus estava se referindo ao Novo Testamento que o Espírito Santo como testamenteiro iria nos anunciar toda vontade do testador.
E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre”. (Jo 14:16).
O termo ‘outro’, no grego allos (allos), significa outro da mesma classe, similar. Já o termo ‘Consolador’, no grego parakletos (parakletos), tem um significado mais amplo do que consolador ou ajudador. Esta palavra vem da combinação de duas palavras gregas: para, que significa “ao lado de”, e kaleo, cujo sentido é “chamar”. Juntas essas palavras querem dizer “chamado para o lado da pessoa”. Esta palavra, parakletos, significa muitas coisas no Novo Testamento. É traduzida como intercessor, consolador, ajudante, defensor, conselheiro. Ela conceitua um advogado que representa um dos lados num tribunal: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”. (1ª Jo 2:1).
Um advogado é um conselheiro legal ou um defensor. Ele pleiteia a causa de seu cliente no tribunal de justiça. Portanto, o advogado fica ao lado de seu cliente, providenciando-lhe acesso a todos os benefícios da lei.
Nós temos dois advogados. Um deles está à mão direita de Deus Pai, e é o próprio Senhor Jesus. Desta forma, se nós pecarmos temos um advogado que atua no céu para pleitear a nossa causa. Embora Deus, o justo juiz, está totalmente ao nosso lado. Deus é por nós (Rm 8:31). No entanto, Deus tem de satisfazer sua perfeita justiça, exigindo a penalidade pelo pecado cometido. Mas Deus satisfez a sua justiça quando nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós (Rm 8:32).
O outro advogado está dentro de nós, e é o Espírito Santo, desta forma, temos um advogado que atua na Terra para pleitear a nossa causa, ou seja, nos fazer andar nos estatutos do Senhor (Ez 36:27).
Deus colocou a sua lei em nossos corações através da presença4 do Espírito Santo que habita em nós. Assim, o Espírito Santo nos ensinará todas as coisas (Jo 14:26) e nos guiará a toda a verdade (Jo 16:13).
O Espírito santo não só nos revelará a vontade do testador, mas também nos capacitará a cumpri-la.
Na verdade, a lei do Espírito da vida, gravada no coração de carne, é mais exigente até do que a lei de Moisés, gravada nas tábuas de pedra. Porém, a lei do Espírito Santo não exige nenhuma sujeição severa, mas sim, uma obediência amorosa.
Na antiga aliança, a lei estava fora de nós, escritas em tábuas de pedra. Na nova aliança, a lei está dentro de nós, escrita em nosso coração e mente.
Na antiga aliança, a lei poderia forçar uma conformidade externa que teria duração temporária. Na nova aliança, o Espírito Santo que habita em nós pode transformar o nosso interior permanentemente.
O Espírito Santo é o testamenteiro, o executor da vontade de Cristo e do seu testamento. Ele é quem executa a nova aliança com suas bênçãos e benefícios.
Diante desta revelação se cumpre a profecia de Deus: “Porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as observeis”. (Ez 36:27).


A ALIANÇA ETERNA
“Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá.” (Jr 31:31).
A graça é chamada nova aliança. Isso contrasta com a aliança anterior que o Senhor fez com Israel quando o trouxe para fora do Egito. É nova no que diz respeito ao principio em que se norteia. o Senhor tinha dito aos seus que se guardassem as seus mandamentos e andassem nos seus estatutos, Ele os abençoaria. Ele colocou diante deles uma lista de ricas bênçãos; todas elas seriam suas se obedecessem à lei do Senhor. Mas nos dias presentes o Senhor, em Cristo Jesus, tem feito uma nova aliança com a verdadeira descendência de Abraão, com todos os crentes verdadeiros, não segundo o teor da antiga, nem condicional e finita como aquela.
Muitos não atentam para a verdadeira natureza da aliança da graça. Falam sobre da graça, mas pensam que ela depende de mérito humano. Falam sobre a misericórdia de Deus, porém a condicionam, fazendo com que seja mais justiça do que graça. Se a salvação é por graça, não é por obras, senão, a graça já não seria graça. (Rm 11:6).
“Farei com eles aliança eterna segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.” (Jr 32:40).
No entanto, a nova aliança é uma aliança eterna. A velha aliança foi de duração finita; mas esta é uma aliança eterna. Ao contrário de alguns eruditos modernos da teologia processual, eu creio que a palavra eterna significa que dura para sempre.
Creio que o primeiro motivo pelo qual a graça é uma aliança eterna é que foi feita conosco em Jesus Cristo. O primeiro Adão era falho, e fracassou; ele não conseguiu suportar a tensão da sua responsabilidade. Mas o fiador da nova aliança é Jesus Cristo, e ele não tem falhas, é perfeito. Creio que o segundo motivo pelo qual a nova aliança não pode falhar é devido o lado humano dela ter sido cumprido. O lado humano poderia ser considerado o lado fraco; no entanto quando Jesus se tornou homem, esse lado ficou firme até este momento Ele tem cumprido integralmente a nova aliança da qual Ele é o Fiador. Visto, portanto, que foi cumprida aquela parte da aliança que pertence ao homem, só falta ser cumprida a parte de Deus, que consiste em promessas ncondicionais. Porventura Deus não cumprirá o que prometeu? Sim, certamente.
“Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias, e de todos os vossos ídolos, vos purificarei. Também vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as observeis.” (Ez 36:25-27).
Além disso, a nova aliança é eterna, porque é fundamentada na livre graça de Deus. A primeira aliança dependia da condição da obediência dos homens. Se guardassem a lei, Deus os abençoaria; mas fracassaram pela desobediência, e herdaram a maldição.

1Aliança é sinônimo de pacto, acordo, concerto, e em certo sentido é sinônimo de testamento.
2Leia o capítulo 6 da carta de Paulo aos Romanos.
3Toda doutrina antibíblica ou extrabíblica é uma heresia. E toda doutrina, conceito ou princípio baseado na Bíblia, porém interpretado erroneamente, ou interpretado forçosamente a bel-prazer, ou interpretação de um texto fora de seu contexto literário, geográfico e histórico, ou ainda a interpretação de um texto isolado criando um pretexto doutrinário, é uma heresia bíblica.
4A presença do Espírito Santo não substitui a Palavra de Deus. O Espírito Santo veio para explicar a Palavra de Deus e aplica-la em nossas vidas.