"UMA VEZ SALVO, PARA SEMPRE SALVO!"


VERDADE OU MENTIRA?

Quando ouvimos estas palavras, deveríamos entender o que elas significam. Nem todo o mundo as entende da mesma maneira. Há muitas pessoas que afirmam ser salvas ou que pensam que são salvas mas realmente elas têm somente algum tipo de experiência religiosa ao invés de regeneração dada por Deus. Alguns morrerão e irão para o julgamento ainda convencidos de que eles são filhos de Deus, mas nunca foram salvos. Jesus disse em Mateus 7:21-23: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade." Paulo queria que os Coríntios se fizessem assegurados da salvação deles, pois ele temia que alguns fossem reprovados. "Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados." II Coríntios 13:5. Há a possibilidade de que alguns, que chamam a si mesmos de cristãos, sejam, realmente, meros reprovados. Eles têm estado enganados.
Quando eu uso estas palavras, quero dizer que se uma pessoa é verdadeiramente um filho de Deus pela fé em Jesus Cristo, ela tem vida eterna e nunca será julgada novamente para determinar se ela é salva ou perdida. O que eu quero dizer é que quando um pecador perdido é regenerado pelo poder e obra do Espírito Santo, ele é colocado em um novo relacionamento com Deus. Ele tem sido tornado uma nova criatura. Agora, ele é um filho de Deus.
1. Ele estava morto em seus pecados mas, agora, está vivo em Cristo Jesus. Efésios 2:1 "E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados".
2. Ele nasceu de novo e recebeu a natureza divina, I Pedro 1:23 "Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre."
3. Ele não mais está sob condenação mas passou da morte para a vida. João 5:24.
4. Ele não mais está sob a lei mas sob a graça. Romanos 6:14-15 "Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. Pois que? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum."
5. Agora, ele tem duas naturezas; a natureza velha que nunca pode ser boa enquanto ele viver e a nova que nunca pode ser manchada porque é de Deus. Romanos 7:22-25 "Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado."
6. Ele não mais é um inimigo de Deus mas um filho de Deus. I João 3:2-3 "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro."
7. Ele não mais está perdido. Lucas 19:9-10 "E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido." Os filhos d e Abraão são aqueles "da fé". Gálatas 3:7 "Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão." Se ele é salvo, não é perdido. Se ele é salvo, tem sido encontrado. Se ele é salvo, não está em posição de perigo em relação ao seu estado eterno.
8. Seus pecados são perdoados quando ele é salvo pela fé. Lucas 7:48-50 "E disse-lhe a ela: Os teus pecados te são perdoados. E os que estavam à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este, que até perdoa pecados? E disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz."
9. Ele está nas mãos de Deus, o Pai, e de Deus, o Filho, Jesus Cristo, e ninguém pode arrebatá-lo das mãos deles. Col 3:1-4 "Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra;  Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória."
10. A pessoa salva é considerada como crucificada e ressuscitada de entre os mortos com Cristo o qual, agora, está no céu para interceder por ela. Gálatas 2:19-21 "Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde." Gálatas 5:24 "E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências."
SEGURANÇA NÃO É DESCULPA PARA PECAR
Estas palavras não devem ser destorcidas para significar que uma pessoa salva possa cometer pecado e ficar por isso mesmo. A segurança eterna de uma alma, verdadeiramente, regenerada não dá a ela a permissão para pecar , nem uma desculpa para pecar. Deus diz que nós não transformemos Sua graça em uma desculpa para fazer o mal. "Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.", Judas 1:4. Se alguém usa a doutrina da segurança para justificar seus pecados, ele, provavelmente, não é uma alma, verdadeiramente, regenerada. Se ele é, na verdade, salvo, então ele se tornou um filho de Deus e será castigado por seu Pai do céu. "Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos.", Hebreus 12:6-8. Alguns pensam que se salvação fosse uma coisa segura, os crentes tornar-se-iam descuidados em seus deveres e tornar-se-iam mundanos. Não seja assim, disse Paulo. "Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente, Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo; O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.", Tito 2:11-14. João disse que "E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro.", I João 3:3. Jesus disse à mulher que foi pegada em adultério mas que se arrependeu: "E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais." João 8:11.
SALVO PARA AS BOAS OBRAS
Nós somos salvos pela graça, através da fé, e isto não vem de [nossas] obras. "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;", Efésios 2:8-9. Mas o versículo seguinte nos diz que somos salvos para as boas obras e para fazer o que Deus, de antemão, preparou para nós. "Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.", Efésios 2:10. Deus não somente "conhece" aqueles que são, verdadeiramente, Seus mas eles devem viver uma vida santa. "Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade.", II Timóteo 2:19.
É aquele que não faz as obras mas crê que será salvo. Ele não confia no que ele pode fazer mas no que Jesus Cristo fez por ele. Então, a justiça de Cristo é imputada ou creditada em sua conta. Romanos 4:4-8 diz: "Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça. Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo: Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, E cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado."
Salvação não é uma mistura de fé e de nossas obras. Tem que ser uma coisa ou outra. Romanos 11:6: "Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra."
Agora, aquele que é salvo pela graça é que faz a obra e fará a obra de acordo com a Palavra. Fé verdadeira traz obras reais.
FÉ É ENTREGA DE SI MESMO A DEUS
A fé salvadora (fé viva) não é só o reconhecimento dos fatos bíblicos sobre pecado e salvação. Até mesmo os demônios crêem e estremecem. "Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?", Tiago 2:19-20. Este versículo não diz que fé mais obras trarão salvação; ele diz que a fé sem obra é fé morta, não uma fé viva ou salvadora. Este tipo de fé não é suficiente. [Fé salvadora] é mais do que assentimento mental ou sentimento; é confiança. A verdadeira fé é uma rendição à vontade de Deus, uma entrega total a Deus. Então a pergunta é esta: "Pode Deus guardar o que entregamos a Seu cuidado?" Paulo confiou que Deus cuidaria de seu depósito. "Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu tenho sabido em quem tenho crido, e tenho sido persuadido de que é poderoso para guardar o meu depósito que lhe confiei, até aquele dia.", II Timóteo 1:12 [tradução literal]. Nós não conservamos a nós mesmos salvos, mas nós entregamos o problema inteiro de nossa salvação para nosso justo juiz que aceitou o sangue de Jesus como pagamento completo de nossos pecados. Nós somos aceitos no Amado, Jesus Cristo, pois Ele morreu em nosso lugar. "Para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado," Efésios 1:6.
A POSIÇÃO JUDICIAL DO CRENTE PARA COM DEUS
Um aspecto básico e significante de nossa salvação eterna é chamado de justificação. Esta é nossa posição com Deus. Ela significa que no tribunal de Deus, nós fomos declarados inocentes, isto é, sem culpa. Fomos inocentados de todas as acusações. Não há ninguém que nos condene. "Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.", Romanos 8:31-34. Como pôde Deus nos considerar inocentes quando, na realidade, nós todos somos culpados diante de Deus? "Jesus pagou por tudo", é a resposta. Jesus foi feito uma oferta de pecado, em nosso benefício e em nosso lugar, para que pudéssemos ser declarados justos. "Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fóssemos feitos justiça de Deus.", II Coríntios 5:21.
Justificação não é o que pensamos sobre salvação. Não é um sentimento que temos, nem é a interna habitação do Espírito de Deus em nós para nos guiar. É o que Deus tem determinado sobre nosso pecado. Não é o mesmo que perdão mas, muito mais, é a remoção da sentença de culpa.
Nós somos justificados pela fé salvadora. Veja estes versículos:
1. Romanos 3:30 "Visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão." Isto diz que Deus justifica judeus e gentios da mesma maneira: pela fé.
2. Romanos 3:28 "Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.". O judeu estava sob a lei, mas a lei não o salvava; ela o condenava.
3. Gálatas 2:16 "Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada."
4. Gálatas 3:11 "E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé." Guardar a lei não salvará, pois ninguém pode guardá-la!
5. Atos 13:39 "E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê." A lei não salva mas os verdadeiros crentes em Cristo são eternamente justificados ou salvos de todas as suas exigências.
6. Romanos 3:24 "Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus." A graça dá, gratuitamente, genuína salvação para o verdadeiro crente.
7. Lucas 18:14 "Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado." O fariseu exaltava ele mesmo e tentava ser justificado pelo que ele fazia, mas não era aceito. O publicano que confessava que ele era um pecador e lançou-se sob as misericórdias de Deus, foi para casa justificado.
8. Romanos 8:28-30 "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou." Se alguém é justificado, ele será glorificado. O resultado final é sermos glorificados e sermos à semelhança de Cristo. Todas as coisas juntamente cooperam para este fim.
9. Romanos 4:24-25 "Mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor; O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação." Jesus morreu (foi entregue) por nossos pecados e isto trouxe reconciliação entre Deus e nós. Mas se ele não tivesse sido ressuscitado dentre os mortos, nossos pecados não teriam sido pagos e não teriam justificação.
VIDA ETERNA
João 10:27-29 "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai." Observe o seguinte:
1. Antes da criação do mundo, Deus determinou dar vida eterna a Seu povo. II Timóteo 1:8-9 "Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes participa das aflições do evangelho segundo o poder de Deus, Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos;"
2. Deus [nos] prometeu o que Ele determinou, isto é, a vida eterna. I João 2:25 "E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna." Tito 1:1-2 "Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade, Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos;" Esta promessa é para aqueles que crêem n'Ele.
3. Deus [nos] dá exatamente o que Ele determinou e prometeu. Isto é, a vida eterna. João 10:27-28 "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão." I João 5:10-11" Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu. E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho.". Romanos 6:23 "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.".
4. Crentes recebem e têm exatamente o que Deus determinou e prometeu e dá. Isto é, a vida eterna. João 5:24 "Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.". Isto NÃO diz que o crente receberá vida eterna no futuro; ele [já] a tem, agora. E ele nunca entrará em julgamento a respeito da penalidade do pecado, no futuro. Ele, verdadeiramente, passou do estado de "morto" para o estado de "vivo". Ele nunca morrerá. Jesus disse a Marta que o crente nunca morrerá. João 11:26 "E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?".
Vida eterna não é de curta duração; é para sempre. Ela começa no momento do arrependimento e fé, e é um presente de Deus. Não é ganha por merecimento. Nunca se acabará.
DEUS CUMPRIRÁ SUA OBRA NO VERDADEIRO CRENTE
O crente não é somente justificado, ou declarado judicialmente inocente de todas as culpas, ele é também afetado no interior. Deus realiza uma obra nele.
1. Isto é chamado de regeneração. É o novo nascimento. I Pedro 1:23 "Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre.". João 3:6-7 "O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo." .
2. É o recebimento de uma nova natureza. II Pedro 1:4 "Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo."
3. Este é o trabalho do Espírito Santo que se comunica com o espírito da pessoa salva para fazê-la saber que ela é salva. Romanos 8:16 "O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.". I João 5:10 "Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.".
4. Satanás não pode tocar o interior do verdadeiro crente. I João 5:18 "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca.".
5. O Espírito Santo dentro do crente é maior do que Satanás. I João 4:4 "Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo.".
6. Este trabalho que é começado no verdadeiro crente será completado. Filipenses 1:6 "Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;". Filipenses 2:13 "Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.". Hebreus 13:20-21 "Ora, o Deus de paz, que pelo sangue da aliança eterna tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande pastor das ovelhas, Vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém.".
CRENTES VERDADEIROS NUNCA PERECERÃO
1. João 10:28 "E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão.".
2. João 3:15-16 "15 Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.". Se nossa vida espiritual é eterna, então ela não é capaz de perecer. Nós estamos nas mãos de Deus e NINGUÉM pode nos arrebatar de Suas mãos.
DEUS É TANTO O AUTOR COMO O CONSUMADOR DE NOSSA FÉ
1. Hebreus 12:2 "Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.". Ele planejou nossa salvação. Ele a começa e completa.
2. Filipenses 1:6 "Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;". O trabalho final de Deus será perfeito.
3. Hebreus 5:9 "E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem;".
4. Paulo disse que estamos "... esperando a manifestação de n osso Senhor Jesus Cristo, O qual vos confirmará também até ao fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo."                   I Coríntios 1:7-8. Nós não somos impecáveis, agora, mas o seremos quando Cristo voltar.
NÓS NÃO PODEMOS NOS CONSERVAR SALVOS
Em João 10:27-29, o povo de Deus é chamado de ovelhas. Jesus, o Grande Pastor de nossas almas, disse muitas coisas nestes poucos versículos.
1. Suas ovelhas ouvem a sua voz e o seguem.
2. A elas são dadas vida eterna (não temporária).
3. Elas estão nas mãos do Senhor, isto é, sob seu cuidado. Por esta razão, a incumbência de nos guardar salvos é Seu trabalho divino em nós.
Em I Pedro 1:3-6, nós aprendemos que nascemos de novo e temos uma esperança viva por causa da misericórdia de Deus.
1. Nossa herança é incorruptível e incontaminável. É reservada para nós. É segura.
2. Nós somos guardados pelo poder de Deus, não pelo nosso.
3. Agora, nós podemos ter motivo para ter aflições por causa de muitos sofrimentos, mas podemos regozijar [nelas].
NADA E NINGUÉM PODE NOS SEPARAR DO AMOR DE DEUS
Romanos 8:35-39 é enfático e claro sobre este assunto: "Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.". NADA, absolutamente nada, pode nos separar do amor que Deus tem por nós.
CRENTES SÃO SELADOS PARA A REDENÇÃO PELO ESPÍRITO SANTO
Efésios 4:30 "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.". Uma boa pergunta para se fazer é: "Quando aconteceu este selamento?" Paulo responde à pergunta em Efésios 1:12-14 "Com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo; Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória.".
Aqueles que "primeiramente esperamos" são, aparentemente, os judeus que creram em Cristo; e aqueles que, posteriormente, ouviram a palavra e confiaram, foram os crentes gentios. A Versão Autorizada pode deixar a idéia para alguns que o selamento é uma coisa separada que acontece após a salvação, mas é claro na linguagem original que, "em tendo nele também crido", [neste mesmo momento] eles eram selados. O crer coloca-os em uma condição ou posição selada. A idéia é que tão logo a pessoa creia, ela é selada para sempre. Este selamento é penhor da nossa herança. Nós receberemos nossa possessão adquirida, somente, na nossa ressurreição, na nossa glorificação. O selo é para nos dar segurança de que o que Deus começou em nós, Ele concluirá.
Este selamento é a prova de que receberemos todas as demais coisas da herança uma vez que somos filhos e herdeiros de Deus. Paulo disse em II Coríntios 1:22: "O qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações." . Ele também ensinou que o Espírito Santo testifica com nosso próprio espírito para nos fazer saber que somos filhos de Deus. Romanos 8:16 "O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.". E João disse: "Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu. E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho." I João 5:10-11.. "E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai." Gálatas 4:6
Nós somos filhos de Deus e portanto Seus herdeiros. Nós somos chamados de "co-herdeiros com Cristo." Romanos 8:17 "E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.". Se nós tivéssemos sido admitidos na família de Deus por algum mérito de nós mesmos, nós poderíamos dizer que poderíamos perder nossa salvação, pois ela dependeria de nós. Mas desde que ela é um presente e eu não mereço coisa nenhuma que Deus tenha me dado, eu tenho certeza de que Deus me guardará como Sua criança, Seu filho e Seu herdeiro.




Teorias da conspiração: O homem foi mesmo à Lua?


Morreu a astronauta Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua. 'Como assim ele pisou na Lua?' Para muita gente - especialmente os mais idosos - o homem nunca esteve no satélite natural da Terra. Na web ainda pipocam várias teorias da conspiração, acreditam que tudo não passou de uma farsa americana em um momento crítica da Guerra Fria.

Abaixo, alguns argumentos apresentados pelos incrédulos:

1 - Quando os astronautas estão colocando a bandeira dos EUA, ela ondula. Mas não há vento na Lua.

2 - Nenhuma estrela é visível nas fotos tiradas pelos astronautas da Apollo da superfície da Lua.

3 - Nenhuma cratera causada por impacto é vista nas fotos tiradas do módulo de aterrissagem lunar.

4 - O módulo de aterrissagem pesa 17 toneladas e mesmo assim pousa sobre areia sem deixar marcas. Perto dele, as pegadas dos astronautas podem ser vistas na areia.

5 - As pegadas na fina camada de poeira lunar, sem umidade ou atmosfera ou forte gravidade, são inesperadamente bem preservadas, como se feitas em areia molhada.

6 - Quando o módulo de aterrissagem decola da superfície da Lua, não há uma chama visível saindo do foguete.

7 - Se for acelerado o filme dos astronautas andando na superfície da Lua, os americanos parecem ter sido filmados na Terra e então colocados em câmera lenta.

8 - Os astronautas não poderiam ter sobrevivido à viagem por causa da exposição à radiação do Cinto de Radiação de Van Allen.

9 - As rochas trazidas da Lua são idênticas às rochas coletadas por cientistas em expedições para a Antártida.

10 - Todas as seis aterrissagens na Lua aconteceram durante a administração Nixon. Nenhum outro líder nacional afirmou ter levado astronautas à Lua, apesar dos 40 anos de rápido desenvolvimento tecnológico.

11 - Com tantos avanços tecnológicos, por que o homem não voltou à Lua mais de 40 anos depois da primeira aterrissagem?

12 - Os astronautas com o traje espacial (só o traje pesa cerca 80Kg - informação da Nasa) andam em pulinhos quase flutuando, mas a areia que eles chutam caem de volta ao chão como em qualquer praia na terra.

(contribuição de Claudio Lagrange)

OS 16 APÓSTOLOS

 Marcos Alexandre Damazio

Se você procurar na sua Bíblia achará citações a 16 pessoas como apóstolos de Cristo. Observe que o texto abaixo encontra-se acompanhado de citações bíblicas com a palavra APÓSTOLO em destaque.

"Ora, os nomes dos DOZE APÓSTOLOS são estes: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Felipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão Cananeu, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu." (Mateus 10:2-4).

"Então deitaram sortes a respeito deles e caiu a sorte sobre MATIAS, e por voto comum foi ele contado com os ONZE APÓSTOLOS." (Atos 1:26).

"Mas não vi a nenhum outro dos APÓSTOLOS, senão a TIAGO, irmão do Senhor." (Gálatas 1:19)

"Quando, porém, os APÓSTOLOS BARNABÉ e PAULO ouviram isto, rasgaram as suas vestes e saltaram para o meio da multidão, clamando" (Atos 14:14).

Agora vamos somar: os doze + Matias + Tiago + Barnabé + Paulo = 16 apóstolos - Judas Iscariotes = 15 apóstolos.

Porém, Paulo, Tiago e Barnabé são apóstolos de fato, e pois não possuiam os requisitos básicos para o apostolado, a saber:

Para ser apóstolo era necessário ter convivido com Jesus durante todo o tempo de seu ministério terreno, começando desde o batismo de João até o dia em que Cristo foi assunto aos céus.

E somente Matias se enquadrava nesta condição. Porém, não foi uma escolha de Cristo, pois o que importa mesmo é ter o chamado de Cristo.

Destes quatro extras, somente Matias era apóstolo de direito, pois era o único que cumpria todos exigências para o apostolado, vejamos: “É necessário, pois, que dos varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus andou entre nós, começando desde o batismo de João até o dia em que dentre nós foi levado para cima, um deles se torne testemunha conosco da sua ressurreição.” (Atos 1:21,22).

Até Jesus é descrito como apóstolo:

"Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão" (Hebreus 3.1)


O fato de Paulo ter estado com Cristo após a sua assunção não o habilita a assumir o lugar deixado por Judas Iscariotes. E isto porque Jesus após a sua ascensão esteve particularmente primeiro com Tiago (seu irmão) para depois estar com Paulo. Veja o texto:

"depois apareceu a Tiago, então a todos os apóstolos; e por derradeiro de todos apareceu também a mim, como a um abortivo. Pois eu sou o menor dos apóstolos, que nem sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus. (1ª Corintios 15:7-9)

Paulo reconhecia que não era digno de ser chamado apóstolo, embora admitisse que havia visto o Senhor Jesus (1ª Coríntios 9:1).

Outra razão se dá no fato de Tiago ter posição proeminente em relação a Paulo na hierarquia da igreja primitiva. (Gl 2:9).

O fato de ninguém jamais ter ouvido falar de Matias não invalida o seu apostolado, pois em que parte da Bíblia após a ascensão de Jesus ouvimos falar de André, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Tadeu, Simão. E nem por isso eles tiveram os seus ministérios anulados.
Devemos entender que Atos dos Apóstolos é centrado nos lideres como Pedro, Tiago, João e Paulo.



ANJOS OU HOMENS?

 Marcos Alexandre Damazio  

Cada período em que Deus se relaciona e se revela ao homem, sempre termina com juízo de Deus. Vimos isso no primeiro período, quando após o pecado e queda do homem, o período chamado de inocência, terminou com o juízo da saída do homem do jardim do Éden.
Estamos estudando o segundo período, no qual o homem foi deixado para ser guiado pela sua própria consciência, e vimos que o homem se afastou mais ainda de Deus e veremos que esse afastamento culminará com o juízo do dilúvio. Sabemos da existência do dilúvio, mas qual o motivo real que levou Deus a executar o juízo do dilúvio? Como explicar a existência de gigantes no passado, como a Bíblia claramente relata?
Em Gênesis 3:15, após a queda do homem, que Deus deu ao homem a primeira profecia da vinda do Salvador, daquele que viria esmagar a cabeça de serpente; da vinda daquele que seria a “semente da mulher”, o qual nasceria de uma mulher virgem. E satanás, a serpente, sempre visando atrapalhar o plano de Deus de salvação do homem, iria atacar com seu plano de contaminar a raça humana e tentar impedir o nascimento da “semente da mulher”.

Gênesis 6:1-12
Gênesis 6:8 “Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor
Deus reserva sempre um remanescente para que a “semente da mulher” nasça. E, satanás fez de tudo para tentar impedir o nascimento do Salvador, mas Deus reservou um homem. Noé era justo e íntegro porque a graça de Deus o atingiu e ele foi preservado. A graça de Deus o atingiu.

Filhos de Deus e Filhas dos Homens
Qual a primeira coisa que precisamos fazer para entendermos este capítulo? É definir na Bíblia quem são filhos de Deus e que quer dizer filhas dos homens; filhos de Deus e filhas dos homens.
Sabemos que Caim saiu da presença do Senhor, se afastou definitivamente de Deus, bem como sua descendência. Vimos também que à Adão e Eva nasceu Sete em lugar de Abel, o qual gerou Enos e então os homens, a partir de Enos, sua descendência, começaram a invocar o nome do Senhor.
Se dissermos que os filhos de Deus são aqueles que creem em Deus, que são salvos, vamos dizer para aquela época, os descendentes de Sete, e que as filhas dos homens são da descendência de Caim, vocês acham apoio bíblico para isso no texto que lemos? A resposta é não, pois não há nenhum indício. Porque não pode ser a descendência boa e a descendência ruim, olhando para o texto? Não pode ser, pois temos que “forçar” muito essa interpretação. Estamos dizendo isso, pois é uma interpretação ensinada oficialmente em muitas igrejas.
Gênesis 6:1 –; “Sucedeu que, quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a terra, e lhes nasceram filhas”; isso quer dizer o que está aí.
Gênesis 6:2 – “viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas”; será que Caim só teve filhas mulheres? Outra interpretação é que os filhos de Deus eram todos os salvos, os que acreditavam em Deus, e as filhas dos homens os perdidos; isso também é ensinado.
Para interpretarmos assim, temos que sair da “literalidade” da Bíblia, teríamos que ter outra base para sustentar essas interpretações. Aí é dito nas igrejas: “isso também não tem importância, não é necessário estudar”. Mas nessa época temos que prestar muita atenção, pois, Jesus compara os dias de Noé com o que estamos vendo acontecer nos dias de hoje.
Então o que vemos aqui é que as mulheres eram mulheres. Agora, se os filhos de Deus eram os “mocinhos” da história (descendentes de Sete), porque Deus ficou tão irritado, bravo, com isso que eles fizeram?
Gênesis 6:3 – O meu Espírito não permanecerá para sempre no homem, porque ele é carne.
Gênesis 6:6 – Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração.
Gênesis 6:7 – Destruirei da face da terra o homem que criei, tanto o homem como o animal, os répteis e as aves do céu; porque me arrependo de os haver feito.
Se eram os filhos de Deus, os bons, eles fizeram algo que Deus ficou profundamente aborrecido.
Só porque o assunto é difícil, vamos começar a inventar? ou então, vamos deixá-lo de lado e não estudarmos? Vamos, sim, ficar na simplicidade da Palavra de Deus.
O texto de 2ª Timóteo 3:16-17 diz que toda a Escritura é para nosso ensino. O texto de Gênesis 6 diz que eram mulheres, que eram formosas, que os filhos de Deus tomaram para si mulheres de todas que escolheram, ou seja, as mulheres eram as mulheres da raça humana.
Agora vamos ver o que a Bíblia chama de “os filhos de Deus”. O Antigo Testamento chama de filhos de Deus, somente a uma classe de seres, os anjos.
Jó 1:6 – aqui engloba os anjos caídos e anjos eleitos
Jó 2:1– a frase é repetida
Jó 38:7– aqui, as estrelas são anjos, já estudamos; Deus está questionando Jó, quando Deus criava o mundo antes da criação do homem.
Lucas 3:38 – Adão também é chamado de filho de Deus, mas lá no Novo Testamento.
Os anjos, mesmo os caídos, e Adão são chamados filhos de Deus, porque há um princípio de Deus aqui, um padrão bíblico. Filhos de Deus, na linguagem de Deus, portanto na linguagem da Bíblia, está sempre designando aqueles que são criação direta de Deus; alguém que é formado diretamente por Deus, isso vale na Bíblia inteira. Cada anjo foi formado por Deus, anjo por anjo, já estudamos isso anteriormente, por isso são chamados filhos de Deus. Adão foi formado diretamente por Deus, por isso na genealogia de Jesus, Adão é chamado filho de Deus (Lc 3:38).
E nós hoje? Somos chamados filhos de Deus? Porque? O princípio não muda; os que aceitam Jesus, os salvos, são chamados filhos de Deus. No momento em que você aceitou a Jesus como Salvador, Deus faz um novo espírito em você, e aí você é chamado filho de Deus, criação direta de Deus.
Coríntios 5:17 Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criação é; criação é a palavra correta aqui.
João 1:12 deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; não eram e passaram a ser.
João 1:13 os quais (a todos quantos receberam a Jesus), não nasceram da vontade do homem (sangue e carne) mas de Deus, diretamente de Deus.
Então o princípio não muda; cada um de nós que aceitamos a Jesus, Deus faz individualmente, diretamente, uma nova criação. E no velho testamento somente os anjos e Adão seguiam esse princípio. Adão foi criado à semelhança de Deus, e deveria gerar filhos conforme essa semelhança; mas, com a entrada do pecado, o homem caiu e perdeu aquela semelhança de Deus, o seu espírito morreu, se desligou de Deus. O homem passou a ter a sua própria semelhança, carnal, caída, separado de Deus, e Adão passou a gerar filhos e filhas conforme essa sua semelhança, sem o espírito ligado à Deus, sem a semelhança de Deus no espírito.

Gênesis 6:1-3
Por isso, quando aceitamos a Jesus, recebemos um novo espírito, há um novo nascimento (Jo 3:3-5); somos nova criação (2ª Co 5:17); temos o poder de nos tornarmos filhos de Deus (Jo 1:12); nova criação à semelhança de Deus, não nascida da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus (Jo 1:13).
O que aconteceu então?
Então, anjos possuíram mulheres da raça humana e tiveram filhos com elas, e estes filhos eram gigantes. É tão sobrenatural, é tão estranho que o homem ou deixa de lado ou fica dando outras interpretações. Temos que ficar na Bíblia.
Anjo tem sexo? Já ouvimos várias vezes essa pergunta. Dizem que a Bíblia diz que anjo não tem sexo, e que foi Jesus quem falou.
Mateus 22:23-33
Os saduceus eram religiosos racionalistas no tempo de Jesus. Eles não criam no sobrenatural, não criam em anjo nem em ressurreição, e queriam pegar Jesus de alguma forma e foram interrogá-lo sobre uma lei judaica na qual o homem tinha que suscitar descendência, e quando não tinha filhos e morria, seu irmão casava com a viúva para suscitar descendência e o nome do irmão não se apagar.
Mateus 22:24-28 – Questionaram a Jesus.
Mateus 22:29,30 – Resposta de Jesus; de forma alguma Jesus diz que anjo não tem sexo, apenas que não se casam no Céu, ou seja, no Céu não há e nem haverá casamentos.
Os anjos aparecem, são enviados por Deus, quando há uma necessidade (Hb 1:14; Sl 103:20; Sl 91:11).
Hebreus 13:2 – Muitos hospedam anjos
Atos 12:1-11 – Pedro é solto da prisão por um anjo
Deus envia seus anjos quando há uma necessidade, Ele não fica distraindo seu povo com visões de anjos; muitas vezes aparecem tão naturais ao homem, tão normais, que você nem desconfia que é um anjo (Dn 10:5). Mas esses anjos tomaram para si mulheres da raça humana.

Gênesis 6:4
Nefilins; gigantes; sempre que tivermos na Bíblia nomes de povos terminados em “ins”, referem-se a gigantes.
e também depois; guarda esta expressão que será importante.
Os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhe deram filhos; filhos esses que eram gigantes, nefilins.
Neste estudo até Gênesis 6:12, e veremos a Bíblia comprovando que os filhos de Deus, neste texto, eram anjos.
Estamos estudando a primeira tentativa de satanás de impedir o nascimento da “semente da mulher”, com o seu plano de contaminar a raça humana. Dissemos também que este texto de Gênesis, precede o juízo do dilúvio para o 2º período que estamos estudando, no qual o homem foi deixado para ser guiado pela sua própria consciência.
Vimos que, para entendermos este texto, a primeira coisa que precisa ser definida é quem são “filhos de Deus” e “filhas dos homens”. Mostramos, na Bíblia, que filhos de Deus no Antigo Testamento, refere-se aos anjos e a Adão, pois o princípio bíblico para ser chamado de filho de Deus, é o de ser uma criação direta de Deus; e hoje nós os que aceitamos a Jesus como Salvador, passamos a ser filhos de Deus. Filhas dos homens, vimos tratar-se das mulheres da raça humana.
Concluímos que o texto de Gênesis 6:1-12, nos fala que anjos possuíram mulheres da raça humana e tiveram filhos com elas, e estes filhos eram gigantes. Veremos agora outras passagens, agora no Novo Testamento, mostrando que esses “filhos de Deus” eram anjos, e identificando o pecado deles e o juízo de Deus.

Pedro 2:1-5
Pedro, neste texto, está nos advertindo contra o surgimento de falsos mestres, que tentarão corromper o povo de Deus com falsas doutrinas, e vai comparar com o ato daqueles anjos de Gênesis 6.
Pedro 2:1 Mas houve também entre o povo (de Israel) falsos profetas, como entre vós (Igreja) haverá falsos mestres... E Pedro vai falar que há um castigo reservado para estes falsos mestres, comparando com coisas que Deus já havia feito no passado em matéria de disciplina, para aqueles que tentam destruir o seu povo com heresias.  
Pedro 2:3 ... a condenação dos quais já de largo tempo não tarda e a sua destruição não dormita.
Pedro 2:4 ...não poupou a anjos que pecaram, mas lançou-os no inferno e os entregou aos abismos da escuridão.” Aqui vem o nosso assunto, pois Pedro está citando o que estamos estudando em Gênesis 6. Esses anjos foram presos num lugar chamado Tártaros, no grego, o mais profundo do abismo. Também podemos concluir que o texto não está falando do pecado de lúcifer (satanás) no começo, pois ele está solto. Os anjos que citados em Gênesis 6 estão presos, e estarão lá até o juízo da tribulação, quando serão soltos, pois o texto diz: “reservando-os para o juízo.”
Pedro 2:5 “se não poupou ao mundo antigo, embora preservasse a Noé, pregador da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios”; aqui o texto liga esses anjos presos, ao tempo de Noé; o pecado desses anjos está relacionado com o mundo pré-diluviano. Então Pedro informa isso, que anjos pecaram e, por causa do seu pecado, foram colocados em “abismos” até o dia de outro juízo.

Judas 1:3-8
Judas está falando do mesmo problema que Pedro, falsos mestres que enganarão o povo de Deus, e também vai comparar o juízo para esses falsos mestres, com o juízo daqueles anjos.
Judas 1:6 aos anjos que não guardaram o seu estado original, mas deixaram o seu próprio domicílio, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia. Vocês percebem que Judas está falando dos mesmos anjos que Pedro citou?
Judas 1:7 assim como Sodoma e Gomorra, ..., havendo-se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne, ... Aqui Judas está falando que esses anjos foram presos porque não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, sua própria habitação. No grego, o seu próprio domicílio, habitação, é a palavra oiketerion. Esta palavra é usada somente mais uma vez no Novo Testamento em 2ª Coríntios 5:1-2.
O estado original dos anjos é o estado em que eles foram criados, ou seja, estado espiritual. Os anjos são espíritos. Se deixaram o seu estado original, eles deixaram de ser espíritos, e se tornaram carnais. Pois, o estado original dos homens é o estado carnal.
Estes anjos se materializaram e foram após outra carne. Quanto ao domicílio, podemos afirmar que o domicilio dos anjos é o Céu e não a Terra. Portanto, estes anjos abandonaram os Céus, e vieram para a Terra atrás das filhas dos homens.
A Bíblia de Estudo Pentecostal afirma que os filhos de Deus em Gênesis 6 eram os descendentes de Sete. Porém, ao comentar os textos de 2ª Pedro 2:4 e Judas 1:6 afirma que não pode explicar porque Deus prendeu estes anjos. Errou ao comentar Gênesis 6 não souberam comentar 2ª Pedro 2:4 e Judas 1:6.

Coríntios 5:1-2
- Tabernáculo; Paulo está falando do nosso corpo terrestre
- Habitação (oiketerion); indica o corpo que teremos na eternidade, corpo espiritual
Percebem o que aqueles anjos fizeram?; V.6; ... aos anjos que não guardaram o seu estado original mas deixaram a sua própria habitação, no grego, deixaram o seu “oiketerion”, o seu corpo espiritual, o seu estado inicial como foram criados.
... ido após outra carne, ...; aqui Judas compara o pecado desses anjos com o que ocorreu com Sodoma e Gomorra; foram após algo que não era permitido. Os homens de Sodoma e Gomorra, procuravam homens para se relacionarem ao invés de mulheres, estavam seguindo outra carne. Os anjos podem se materializar, eles foram criados com essa possibilidade. Já vimos que os anjos são enviados por Deus, tem a permissão de Deus para um determinado serviço. Os anjos de Gênesis 6, fizeram isso em total rebeldia a Deus, abandonaram o seu próprio domicílio, e como juízo foram “reservados em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia.”
Gênesis 18:1-8 – três anjos aparecem a Abraão, e um deles era o próprio Jesus.
Gênesis 19:1-8 – os anjos que foram destruir Sodoma e Gomorra.
Em Gênesis 6 aconteceu o que estudamos, e com isso veio o juízo do dilúvio; ainda hoje pode acontecer, mas não pode haver mais procriação, pois Deus deu um basta. Os anjos que fizeram isso foram presos para exemplo de outros anjos.
Gênesis 6:4 “... e também depois,...”
Quando depois? O dilúvio veio para destruir esta raça contaminada por esse relacionamento completamente fora dos planos de Deus, era uma “aberração”. satanás tentou contaminar a raça humana; como Jesus, a “semente da mulher”, iria nascer de uma raça que não era mais humana? Estava tudo contaminado pois todo o mundo, a exceção de Noé e sua família, pereceu no dilúvio.
O que aconteceu aqui em Gênesis 6, Moisés, relata de uma só vez as duas vezes que isso ocorreu. O resultado desse relacionamento ilícito, gerou gigantes, que não eram nem da raça humana pura e nem anjos, eram seres estranhos. Do dilúvio sobraram apenas 8 pessoas, os quais não tinham essa contaminação.
Mas quando o povo de Deus chegou a terra prometida, encontraram gigantes lá (Nm 13:25-33; Dt 3:11); leito com 9 côvados = 4,5 m de comprimento e 4 côvados = 2 m de largura.
Agora, aqueles não tinham morrido no dilúvio? isto passou-se séculos após o dilúvio, quando o povo de Deus estava entrando na terra prometida. Interessante, justo na terra prometida! Golias, foi em dos últimos descendentes dos gigantes; os filisteus eram povos daquela região. Vemos com isso que de novo satanás tentou corromper a raça e justamente naquela região onde Deus estava preparando para o nascimento de Jesus, a “semente da mulher”, o Salvador prometido desde o início.
Quando os filhos de Israel chegaram a terra prometida, encontraram gigantes, por isso da frase em Gênesis 6:4: ... e também depois...
Quando tentaram pela segunda vez, Deus colocou esses anjos no abismo e decretou quem assim procedesse iria para lá. Por isso quando Jesus expulsou os demônios do homem gadareno, aquela legião, eles pediram para não serem mandados para o abismo (Lc 8:26-31).
Na primeira vez o dilúvio veio e exterminou todo a raça contaminada. Na segunda vez, os israelitas, o povo de Deus, destruíram com suas espadas aquele povo de gigantes; por isso Deus mandou assolar aquela terra, por isso podemos compreender porque Deus mandava matar aqueles povos.
Gênesis 6:6“então se arrependeu o Senhor...”
E Deus olhou para tudo aquilo e veio essa expressão difícil de entendermos. Será que Deus se arrependeu de ter feito o homem? Será que Deus planejou errado? Não deu certo? Ficou arrependido?
Números 23:19 “... nem filho do homem para que se arrependa.”
Deus não se arrepende assim. O escritor, Moisés, escreveu na sua própria experiência o que se passou no coração de Deus, quando viu aquela abominação. Moisés descreveu de acordo com os recursos humanos, com a experiência que conhecia. Trouxe à nossa experiência humana, conforme nosso entendimento, o que se passou com Deus. Isso se chama “antropomorfismo”; antropos = homem, morfismo = a forma. Para nós entendermos tem que ser na forma que conhecemos; várias vezes na Bíblia usa esse recurso para descrever o que se passa com Deus. A palavra arrepender, literalmente significa mudar de mente; e todas as vezes que a Bíblia diz que o Senhor se arrependeu, está anunciando “o Senhor vai mudar o rumo da história”, e aqui Ele mudou. Sempre tem essa conotação.




DONS E MINISTÉRIOS

 Marcos Alexandre Damazio

Este estudo da Palavra de Deus é um desafio. Convida-nos a rever a prática de nossos dons e ministérios.
Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. (Tg 1:17).
Operações, Ministérios e Dons têm detalhes particulares que os distinguem. Cada qual atua em tempo próprio, de modo diferente, com fim específico, respeitando-se mutuamente. Veremos neste estudo como descobrir ministérios e como receber dons.

OPERAÇÕES
E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus quem opera tudo em todos. ” ( 1ª Co 12:6).
Operações são obras específicas de Deus Pai. São intervenções de Deus sobre a natureza para sustentar sua criação. Edificam o mundo inteiro, os justos e os injustos (Mt 6:25-34).
para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos. ” (Mt 5:45) .

MINISTÉRIOS
E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.”( 1ª Co 12:5).
São serviços específicos do Senhor Jesus Cristo para a Igreja. São chamadas vocacionais para promover a edificação e o aperfeiçoamento do Corpo de Cristo, a Igreja. São também conhecidos como dons ministeriais.
Mas a cada um de nós foi dada a graça conforme a medida do dom de Cristo. Por isso foi dito: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens.” (Ef 4:7,8) .

DONS ESPIRITUAIS
Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.” (1ª Co 12:4) .
São ferramentas especiais específicas do Espírito Santo para uso do crente. Visam realizar o seu ministério de forma mais eficaz e abrangente. Os dons têm como finalidade a edificação pessoal de cada cristão.
A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando a um fim proveitoso.” (1ª Co 12:7) .
OBRAS
GESTOR
ATUAÇÃO
Operações
Deus Pai
Universo
Ministérios
Jesus Cristo
Igreja
Dons
Espírito Santo
Cristão
CHAMADA MINISTERIAL
O ministério é duplamente vocacional, pois consiste em uma escolha por parte de Cristo, geralmente fundamentada em um talento ou tendência natural de nossa parte. Jeremias foi escolhido para ser profeta desde o ventre de sua mãe, portanto, antes de nascer (Jr 1:5), mas seus talentos naturais já eram conhecidos por Deus. Quando Cristo designa alguém para um ministério é porque considera tal pessoa fiel (1ª Tm 1:12). E na verdade, nós fomos chamados para servir à Igreja e o mundo em um ou mais ministérios desde antes da fundação do mundo (2ª Tm 1:9).
Muitas pessoas se escondem atrás de outras em ministérios coletivos, como um departamento de Mocidade, por exemplo, e não tomam parte nestes ministérios efetivamente. Deus, porém, tem várias pessoas vocacionadas para preencher um mesmo ministério.
Por isso, guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.” ( Ap 3:10).

Tome outro o seu ministério.” (At 1:17,20,24,25).
Devemos evitar qualquer falha para que o nosso ministério não seja censurado (2ª Co 6:3), por isso devemos atentar para o ministério que recebemos do Senhor para que possamos cumpri-lo perante o Senhor e a Igreja (Cl 4:17).

A vocação ministerial é irrevogável. Ou seja, uma vez que a pessoa recebe a chamada para exercer um ministério, nunca mais o perderá. Portanto, uma vez pastor, sempre pastor. Pois Deus não retira o seu chamado ministerial ainda que a pessoa depois abandone o corpo de Cristo (Rm 11:29). Lembre-se, Deus não se arrepende (Nm 23:19).

QUAL O MEU MINISTÉRIO?
Todos nós temos um ou mais ministérios. Pode acontecer de Cristo chamar alguém para um ministério, e usá-lo poderosamente em algo em que não tenha um talento natural. Mas, geralmente Cristo aproveita a potencialidade e um talento natural da pessoa. Muitas pessoas que vêm do mundo, adaptam para um ministério cristão seus talentos naturais, até então usados para o mundo, principalmente os cantores. Porém, três coisas se destacam na escolha de um ministério: a chamada vocacional irrevogável de Cristo, o convite de um líder, e uma vocação natural. Um ministério requer que o cristão esteja apto e habilitado. Ninguém pode ser o motorista da igreja sem estar apto e habilitado para dirigir automóvel. A vocação natural é um talento (muitas vezes oculto) e não um desejo. Não basta querer cantar na equipe de Louvor, é preciso ter talento para cantar e ministrar o louvor, e, obrigatoriamente, tem de ser chamado pelo Senhor Jesus Cristo.
Somente ande cada um como o Senhor lhe repartiu, cada um como Deus o chamou. E é isso o que ordeno em todas as igrejas.” (1ª Co 7:17).
A chamada ministerial tem como finalidade o aperfeiçoamento dos santos para edificação da Igreja; a unidade da fé e o conhecimento pleno de Cristo; a varonilidade perfeita à medida da estatura da plenitude de Cristo.
E ele deu uns como apóstolos outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres.” (Ef 4:11-16).
Embora uma pessoa possa ter vários ministérios, ela não pode fazer tudo, pois há uma necessidade de dividir as tarefas, como houve na instituição dos diáconos (At 6:1-4).

MINISTÉRIOS
  1. Ministério de Evangelismo – Consiste na pregação do Evangelho visando a salvação da humanidade.  Conhecido como ministério das Missões. “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura.” (Mc 16:15 – 2ª Tm 4:5 – At 21:8).
  1. Ministério da Reconciliação – Igual ao Evangelismo (2ª Co 5:18), porém, com ênfase nas ovelhas fracas na fé ou desviadas da igreja, para cobrir seus pecados. (Tg 5:19,20 – Mt 10:6).
  1. Ministério de Profecia – Consiste em apresentar e pregar a Palavra de Deus no culto para exortar, edificar e consolar a igreja. Não confundir com o dom espiritual de profecia (Rm 12:6).
  1. Ministério de Apostolado – Consistia em lançar o fundamento doutrinário do evangelho, e visava a abertura de igrejas (Ef 4:11). Este ministério cumpriu a sua missão, e encontra-se extinto. 
  1. Ministério de Ensino – Consiste em ensinar as verdades do Evangelho. Também conhecido como ministério do Discipulado (Rm 12:7) e ministério da Palavra (At 6:4).
  1. Ministério de Episcopado – Consiste em apascentar o rebanho de ovelhas do Senhor. Também conhecido como Pastorado, Bispado e Presbitério (1ª Tm 3:1-7). Exercido apenas por homens.
  1. Ministério de Diaconato – Consiste em servir às mesas, visando o lado social dos domésticos da fé (At 6:1-7 – 1ª Tm 3:8-13).
  1. Ministério de Ministração – Consiste em servir a Igreja, visando levar a igreja a participar do culto a Deus, ceia, batismo, ofertas, louvor e demais serviços sagrados (Rm 12:7).
  1. Ministério de Exortação – Consiste em estimular, encorajar, persuadir. Também chamado de Ministério de Aconselhamento (Rm 12:8).
  1. Ministério de Contribuição – Consiste em cooperar, colaborar, repartir, fornecer e dar com liberalidade (Rm 12:8).
  1. Ministério de Presidência – Consiste em liderar, administrar, advogar e arrecadar (Rm 12:8). Também chamado de Governo (1ª Co 12:28).
  1. Ministério de Misericórdia – Consiste em perdoar e compadecer das necessidades alheias (Rm 12:8). Também chamado de Ministério de Socorro e equivale ao Ministério de intercessão.
O CORPO DE CRISTO
Pois assim como em um só corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma função, assim nós, embora muitos, somos um só corpo em Cristo, e membros uns dos outros.”(Rm 12:4,5)
O Corpo de Cristo é formado por muitos membros, sendo Cristo a cabeça, e o conjunto desta multiplicidade e variedade forma a unidade do Corpo. A Igreja é um organismo vivo. Cada crente é vinculado ao seu irmão. Cada membro tem a sua função específica no Corpo. Todos são importantes, uns para com os outros e, para o Corpo. Nenhum membro vive fora do Corpo e, nem o Corpo funciona sem os membros. Há muitos ministérios em uma igreja, como libertação, hospitalidade, visitas, cantina, manutenção, organização de eventos, introdução, equipe de som, etc. (1ª Co 12:12-31). Ministério é a divisão de tarefas entre os órgãos do Corpo de Cristo.

mas em nada tenho a minha vida como preciosa para mim, contando que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.” (At 20:24).

DONS ESPIRITUAIS
Os dons espirituais são presentes de Deus concedidos à Igreja do Senhor Jesus Cristo pelo Espírito Santo.
Ora, a respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.” (1ª Co 12:1)
Devemos ter o cuidado de não mistificar os dons espirituais, e nem nos exaltarmos por sua causa (Mt 7:21-23). Em uma igreja é importante a presença de todos os dons (1ª Co 1:7), para que cada um tenha de Deus os dons necessários ao seu ministério (1ª Co 7:7). Porém, devemos reavivar o dom de Deus que há em nós (2ª Tm 1:6), e jamais devemos negligenciar o dom que nos foi concedido (1ª Tm 4:14). Para adquirir um dom espiritual é necessário ter um coração reto (At 8:20,21), e procurar com zelo os melhores dons visando a melhor utilização do ministério perante a igreja (1ªCo 12:31), ou ainda pedir para alguém repartir um dom espiritual através da imposição de mãos (Rm 1:11). Mas é o Espírito Santo quem distribui os dons como lhe apraz (1ª Co 12:11). 
Assim como a chamada ministerial de Deus, os dons são irrevogáveis, ou seja, Deus nunca nos toma e nós jamais perdemos (Rm 11:29). 
O dom de Interpretação de Línguas, quando usado junto com o dom de Variedades de Línguas, é equivalente ao dom de Profecia. A interpretação não é uma tradução (palavra por palavra), mas uma interpretação espiritual, independente do sentido das palavras em línguas estranhas, expressando amplamente os propósitos de Deus.
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.” (1ª Co 13:1,2).

DONS ESPIRITUAIS – 1ª Co 12:7-11

Dons Espirituais do Intelecto
  1. Palavra da Sabedoria – Consiste no aumento da capacidade de raciocinar, planejar e julgar. É útil em todos os ministérios, e é concedido àquele que pede (Tg 1:5).
  1. Palavra do Conhecimento – Consiste no conhecimento de Deus e de sua Palavra, como também de coisas não aprendidas. É ter a mente de Cristo e conhecer os mistérios do Reino de Deus (1ª Co 2:12,16). É útil em todos os ministérios e é concedido através da unção (1ª Jo 2:20,27).
  1. Discernimento de Espíritos – Consiste em saber a procedência dos espíritos, perscrutar o interior espiritual das pessoas, distinguir o verdadeiro do falso, e examinar todas as coisas. É útil em todos os ministérios, e é concedido àquele que procura (1ª Co 2:15 – 1ª Jo 4:1).
Dons Espirituais de Poder
  1. – Consiste em crer no incrível e possibilitar o impossível (Mt 17:20). Com este dom pode-se realizar obras que só seria possível com outros dons espirituais (Tg 5:13-16 – Mc 16:17,18 – Rm 12:3,6) É útil em todos os ministérios, e é concedido àquele que procura.
  1. Dons de Curar – Consiste na autoridade sobre doenças físicas, psicológicas e demoníacas que desafiam a medicina, (At 3:1-10). É útil em todos os ministérios, e é concedido àquele que procura.
  1. Operações de Milagres – Consiste na autoridade sobre a natureza e suas leis, para realização de algo sobrenatural (At 5:15,16–At 19:11,12). É útil em todos os ministérios, e é concedido àquele que procura.
Dons Espirituais da Palavra
  1. Profecia – Consiste no recebimento e transmissão de uma mensagem de Deus à igreja. Engloba a visão e a revelação (1ª Co 14:1-6). É útil em todos os ministérios, e é concedido àquele que procura.
  1. Variedade de Línguas – Consiste em falar línguas sobre-humanas nunca estudadas e desconhecidas. Requer interpretação (1ª Co 14:5). É útil em todos os ministérios, e é concedido àquele que procura.
  1. Interpretação de Línguas – Consiste em interpretar línguas estranhas. Eqüivale ao dom de Profecia. Requer línguas estranhas. É útil em todos os ministérios, e é concedido àquele que procura (1ª Co 14:13).

ALIANÇAS

 Marcos Alexandre Damazio

Semelhantemente, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto em meu sangue, que é derramado por vós”. (Lc 22:20).
Uma aliança1 é um acordo em que duas partes juram cumprir certas promessas ou condições.
Uma aliança condicional é uma promessa feita por uma parte, e que só será honrada se a outra parte cumprir certas condições. “Eu farei isto, se você fizer aquilo”.
Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra”. (Dt 28:1).
Uma aliança incondicional é uma promessa feita por uma parte sem impor condições à outra parte. “Eu farei isto, não importa o que você faça, ou deixe de fazer”.
Este é o pacto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, e as escreverei em seu entendimento; acrescenta: E não me lembrarei mais de seus pecados e de suas iniqüidades”. (Hb 10:16,17).

O ANTIGO PACTO
Disse mais o Senhor a Moisés: Escreve estas palavras; porque conforme o teor destas palavras tenho feito pacto contigo e com Israel”. (Ex 34:27).
Deus tinha servos fiéis que o adoravam isoladamente como Enos, Enoque, Noé, Jó, etc. Porém, Deus não tinha um povo exclusivamente seu, um povo para o adorar como Deus. Em Abraão Deus formou um povo para si, o povo de Israel. O Senhor Deus viu que precisava fazer um pacto (testamento) com seu povo, e levantou o seu servo Moisés para através dele estabelecer um pacto com Israel. E a lei é este pacto (aliança). Deus fez este pacto somente com o povo de Israel, e não com os outros povos existentes na época, que obviamente não eram obrigados a guardar a lei, que era um pacto entre Deus e Israel somente (Ex 6:4; Ex 19:5), e a lei não justificou ninguém (Gl 3:11).
Deus prometeu fazer de Israel um reino de sacerdotes, uma nação santa e um povo especial, se Israel guardasse as suas leis e obedecessem aos seus mandamentos. Então por que Deus estabeleceu a lei em Israel?
A lei veio para mostrar ao homem o quanto ele é pecador e o quanto Deus é santo. O homem adulterava e “não sabia” que estava pecando, pois não havia lei que dissesse: “Não adulterarás”. Porém, todo homem tem consciência para discernir entre o bem e o mal. Deus firmou o pacto da lei para evidenciar que o pecado é uma ofensa a sua santa pessoa (Rm 5:20).
Sendo a lei um pacto condicional entre Deus e Israel deveria ser cumprido por ambas as partes. Deus sempre foi fiel ao pacto da lei cumprindo a sua parte na integra, abençoando, guardando, alimentando, curando e estando o tempo todo com o povo de Israel. Este povo nunca foi fiel ao pacto da lei e jamais cumpriu a sua parte, que era guardar as ordenanças da lei do Senhor (Dt 28:1,2).
O povo de Israel tinha um grande obstáculo para cumprir o severíssimo pacto da lei: “Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos”. (Tg 2:10,11).

O PROPÓSITO DA ANTIGA ALIANÇA – Êxodo 20:1-26
Depois disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e espera ali; e dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para lhes ensinares”. (Ex 24:12).
Aqueles que buscam a justificação pelas obras da lei logo descobrem que estão tentando realizar um feito impossível. Nunca foi dito que a benção viria por meio da lei, mas sim pela fé em graça. A lei é oposta à fé (Hc 2:4).
O homem não pode ser justificado diante de Deus pelo que faz, mas somente pela fé.
A lei foi dada a Israel, através dos mandamentos, expressando a vontade justa de Deus. Os juízos e as ordenanças para governar a vida social e religiosa de Israel formavam um todo completo e inseparável. A lei também é a dispensação que foi do Sinai até o Calvário.
Podemos classificar os preceitos da lei de Israel em:
  1. Lei Moral – Regulamentos estabelecidos para um santo viver.
  2. Lei Civil – Leis para a nação israelita quanto à vida social e jurídica.
  3. Lei Cerimonial – Leis que abordavam as cerimônias e os ritos que deviam ser praticados na adoração a Jeová.
O Antigo Testamento não está em contradição com o Novo, pois tanto no Antigo como no Novo Testamento a vida eterna é oferecida à humanidade por Cristo, que é o único mediador entre Deus e os homens, sendo ele mesmo Deus e Homem; portanto, não se deve dar ouvidos àqueles que dizem que os patriarcas tinham em vista somente promessas transitórias. Embora a lei dada por Deus a Moisés, quanto às cerimônias e ritos, não se aplique aos cristãos, e nem tão pouco os seus preceitos civis devam ser necessariamente aceitos por qualquer governo. No entanto, nenhum cristão está isento de obedecer aos mandamentos morais do Antigo Testamento que são ratificados na graça.
Todos os preceitos da lei mosaica foram revogados. Mas é evidente que muitos preceitos morais e civis da lei são repetidos na graça. Entretanto, tais preceitos não são mais da lei, e sim da graça, pois, o fim da lei é Cristo (Rm 10:4).
A lei não tornou os homens santos. Ela era uma lista de “faça isto e não faça aquilo”.
Na verdade o propósito da lei não era fazer os homens santos, mas sim revelar o quanto são pecadores. A santidade da lei não tem a ver com sua capacidade salvífica, visto que não a possui. O lado positivo da lei é que ela nos ajuda a ver o quanto somos pecadores e o quanto necessitamos da graça de Deus.
A lei foi dada para regulamentar os critérios estabelecidos por Deus, provando que nenhum ser humano é capaz de cumprir tais critérios, estando todos em perdição (Rm 3:23). A lei nunca justificou a ninguém, pois em todos os tempos o Salvador é Jesus, o Cristo (Rm 3:20; Gl 2:16).
A lei deu ao pecado o caráter de transgressão e de culpa pessoal. A lei foi o aio que nos conduziu a Cristo para que fossemos justificados pela fé. O aio era um escravo especialmente escolhido, cuja função era tomar a criança romana pela mão e conduzi-la até à escola em sua menoridade. Ao terminar a fase escolar daquela criança, ela não precisava mais de seu “tutor” (Gl 3:24,25).

O NOVO PACTO
Próximo de terminar seu ministério terreno Jesus disse: “Isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que por muitos é derramado”. (Mc 14:24).
O pacto da lei (Antigo Testamento) era um pacto entre Deus e Israel somente, por este motivo Jesus veio para salvar:
  • Povo de Israel – Mt 1:21; Mt 2:6
  • As ovelhas perdidas da Casa de Israel – Mt 10:6
  • Povo que já era seu povo – Jo 1:11
Deus planejou um pacto melhor, mais abrangente, que fosse perfeito, e então estabeleceu o pacto da graça, que é glorioso (2ª Co 3:7-11). Deus fez com que o povo de Israel rejeitasse o seu Filho, e então Deus deu as costas para Israel e se voltou para os gentios (Rm 11:11), ou seja, as demais pessoas da Terra (Jo 1:11,12). Assim Deus formou para si um novo povo, a Igreja.
Neste pacto da graça tudo é novo, até o povo de Deus. Nós não éramos povo de Deus (Rm 9:25,26) e nem buscávamos a Deus, mas seu Filho Jesus nos conduziu ao Pai (Rm 10:20), e nos fez o povo de propriedade exclusiva de Deus Pai (1ª Pe 2:9,10).
Qual a posição de Israel no pacto da graça?
O pacto da graça é universal, isto é, firmado entre Deus e toda a humanidade, de todos os povos, raças, línguas, tribos e nações (Ap 7:9).
Deus endureceu o povo de Israel para que não vissem a superioridade da graça sobre a lei (Jo 12:37-40). Para entrar neste Testamento da graça Israel precisa crer que Jesus é o Cristo.
Deus endureceu todo o povo de Israel para sempre?
Não, o endurecimento foi parcial (Rm 11:5-8) e permanecerá até que o ultimo gentio seja salvo (Rm 11:25,26).
Este pacto foi firmado entre Deus e todos os homens, tendo Jesus Cristo como mediador (1ª Tm 2:4,5), não escrito em tábuas de pedras, mas de carne, isto é, em nossos corações (2ª Co 3:3).
Coube a Deus todas as tarefas do pacto da lei, e mais: nos tornar o seu templo; habitar em nossos corpos através do seu Espírito; dar gratuitamente a salvação àquele que crê; etc.
Coube ao homem: crer que Cristo nos livrou da lei; crer que estamos debaixo da graça; crer em Jesus como diz as Escrituras (Jo 7:38); etc.
Coube a Cristo como fiador deixar sua glória; tornar-se homem; morrer em nosso lugar, levar nossos pecados, doenças e maldições sobre si; vencer todos os nossos inimigos; nos dar livre acesso ao Pai; nos comprar para Deus; nos libertar de prisões; nos dar vida eterna; nos tornar filhos de Deus; etc.
Coube ao Espírito Santo como penhor convencer mundo do pecado, da justiça e do juízo; regenerar e santificar o crente, selar os salvos, etc.
Por que Cristo firmou um Novo Testamento, o pacto da graça?
Na Antiga Aliança estávamos debaixo de maldição, pois ninguém jamais conseguiu cumprir a lei na íntegra.
...Maldito é todo aquele que não permanece em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”. (Gl 3:10).
Gênesis
A primeira lei implantada
Gn 2:16,17
Êxodo
A formação do pacto da lei
Ex 20:1-17
Levítico
Os mandamentos gerais
Lv 27:34
Números
Os mandamentos e os juízos
Nm 36:13
Deuteronômio
O livro da lei
Dt 31:24-26
O livro da lei é o Pentateuco. Na lei não havia comunhão direta com Deus, tudo era feito através dos sacerdotes (Hb 10:19,20); na graça temos livre acesso ao Pai (Ef 2:18), e nós mesmos somos sacerdotes (1ª Pe 2:9).
A graça é um pacto de superiores promessas, sem defeitos. A lei era defeituosa (Hb 8:6-9), estava doente e não venceu o pecado (Rm 8:3), mas Cristo venceu. O fim da lei é Cristo (Rm 10:4), pois quando o Senhor Jesus Cristo disse Nova Aliança (Mc 14:24), ele anulou a Velha Aliança (Hb 8:13). Pois, a lei não passa de ordenanças da carne, baseadas somente em comidas, bebidas e diversas abluções, impostas até ao tempo oportuno de reforma (Hb 9:10-12; Hb 7:16). Lembre-se, o fim da lei é Cristo. Na lei, ano após ano o povo oferecia sacrifícios a Deus com sangue de animais, mas é impossível que o sangue de animais remova pecado. Cristo com um só sacrifício nos aperfeiçoou para sempre. Deus não se agrada de sacrifícios de animais, e é por isso que Cristo diz: “Remova o primeiro (pacto da lei) para estabelecer o segundo (pacto da graça)”. (Hb 10:9).
Deus escreveu os mandamentos da lei em tábuas de pedra. A lei era santa (Rm 7:12), mas fria, difícil e pesada para suportar. Ela estava sempre no exterior de cada israelita, fazendo exigências que o homem interior não podia cumprir.
A graça, ao contrário da lei, é uma obra do Espírito Santo que escreve a sua vontade em nossos corações e mentes.

O PROPÓSITO DA NOVA ALIANÇA
Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus”. (Rm 3:24).
A graça é a essência da salvação. A graça é a maneira de Deus tratar com o homem independente deste merecer ou não. Na Cruz Cristo pagou toda a pena do pecado, pois levou consigo os certificados contendo todos os pecados de toda a humanidade (Cl 2:14), e de uma vez por todas resolveu o problema do pecado, eliminando a barreira por ele levantada nas relações entre o homem e Deus (Cl 1:20). E o Pai diz: “E não me lembrarei mais de seus pecados e de suas iniqüidades.” (Hb 10:17). O profeta Isaías registrou estas palavras do Senhor, que têm o mesmo significado: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro”. (Is 43:25). Esta verdade é o sólido alicerce sobre o qual o crente constrói sua vida espiritual, de modo a experimentar a realidade da justificação e do perdão de Deus em sua vida diária. Pois, nenhum homem foi, e jamais será, condenado a morte eterna por causa do pecado (1ª Jo 2:2).
A lei era uma manifestação externa, uma ordenança que vem de fora. Porém, a lei não pôde dar-nos o poder para cumprirmos seus mandamentos. A lei nos dissera o que devíamos realizar, mas não nos deu nenhum poder para fazê-lo. Ela nos mostrou o quanto somos fracos e pecadores, mas não nos proveu de nenhum talento para obedecermos os seus mandamentos.
Na graça, Deus diz ao seu povo: “Eu farei por vocês o que vocês não podem fazer por si mesmos. Eu cumprirei a lei, que tem sido externa, e a escreverei em seu interior, em seus corações e suas mentes”.
Na graça, Deus nos leva a cumprir fielmente a sua vontade e a andar nos seus caminhos. Além disso, a graça não impõe nenhuma condição senão a fé. A única coisa que é preciso é crer e receber o evangelho da graça. Este é o presente de Deus.

O NOVO PACTO SUBSTITUI O ANTIGO PACTO
Para entender a salvação é preciso compreender a grande diferença que existe entre a antiga aliança e a nova aliança.
Davi foi um dos primeiros homens a compreender a diferença entre a lei e a graça: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito inabalável”. (Sl 51:10).
Davi entendeu que a lei era boa; mas seu coração, mau. Ele não podia estabelecer uma coexistência pacífica entre os dois. O apóstolo Paulo também entendeu este problema: “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7:24).
Com relação a este problema, nunca encontramos alivio nas tabuas de pedra da lei. Na verdade, a lei é santa, justa e boa (Rm 7:12), contudo nossa carne é pecaminosa.
Há aproximadamente 400 anos depois de Davi, o profeta Jeremias abordou o mesmo tema: “Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá, não conforme o pacto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, esse meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor. Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinarão mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o Senhor; pois lhes perdoarei a sua iniqüidade, e não me lembrarei mais dos seus pecados”. (Jr 31:31-34).
Deus disse através de Jeremias que quando trouxe o povo de Israel do Egito para o monte Sinai, ele fez uma aliança (a lei) com Israel. Deus disse que faria um Novo Pacto com a casa de Israel e com a casa de Judá, não conforme o pacto que ele fez com seus pais quando os tirou da terra do Egito.
Também vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as observeis”. (Ez 36:26,27).
Esta promessa do Senhor através do profeta Ezequiel, vai de encontro com a oração de Davi, que pediu a Deus coração e espírito novos. Assim, Deus tirou da nossa carne o coração de pedra, ou seja, as tábuas de pedra da lei, e nos deu um coração de carne. Assim Deus nos deu um coração novo, e colocou dentro de nós o seu Espírito Santo para nos fazer andar nos seus estatutos, e guardar as suas ordenanças.
Durante séculos a lei tinha estado gravada em pedra. Agora, pela primeira vez, Deus prometera escrever a lei no coração do homem, através de uma nova aliança.
Em suma, a graça liberta enquanto a lei escraviza. A graça provém do âmago do coração de Deus. A lei apesar de ser boa, é algo que Deus instituiu para nós reconhecermos a nossa necessidade da graça devido a nossa condição de pecador perdido.

JESUS CUMPRIU A LEI
Sabendo Deus que o povo de Israel jamais cumpriria toda a lei, enviou seu Filho, que se tornou homem e judeu, para cumpri-la pelo povo. Jesus ao iniciar seu ministério terreno disse: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim revogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido”. (Mt 5:17,18).
Jesus disse que não veio revogar ou destruir a lei, mas sim cumprir a parte que o povo de Israel jamais conseguiu cumprir, e que por este motivo já havia se tornado uma maldição para os judeus (Gl 3:13). Se Jesus veio para cumprir a lei, então devemos crer que Cristo já cumpriu a lei. Pensar diferente é dizer que Cristo falhou na sua missão, pois ele mesmo disse: “Eu não vim para revogar, vim para cumprir”. (Mt 5:17).
Jesus disse que o pacto da lei não seria revogado sem que fosse cumprido, sendo Jesus o único capacitado e encarregado para esta missão impossível ao homem: cumprir a lei.
Após ser cumprida, a lei foi revogada por causa de sua fraqueza e inutilidade (Hb 7:18,19). Jesus é vencedor, levou até ao fim sua missão, cumpriu a lei, revogou-a e ainda estabeleceu um Novo Testamento, ou seja, o pacto da graça. O fim da lei é Cristo (Rm 10:4).

A LEI AINDA VIGORA?
A lei e os profetas vigoraram até João; desde então é anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem forceja por entrar nele.” (Lc 16:16).
Não, de maneira alguma, pois Cristo já aboliu a lei e já firmou outro pacto com a raça humana (2ª Co 3:14). Quando Jesus morreu na cruz, o véu do templo se rasgou de alto a baixo. Isto significou o fim da lei, pois a partir daquele momento o templo de Deus passou a ser os nossos corpos, onde Deus habita através do seu Espírito. O véu que foi rasgado é a lei que terminava (Rm 10:4), pois quando alguém se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado (2ª Co 3:13-17). Vejamos porque lei na graça é inaceitável pelo Senhor:
Estamos em novidade de espírito, e não na caducidade da letra.
Romanos 7:6
Nós somos guiados pelo Espírito, logo, somos filhos de Deus.
Romanos 8:14
Somos guiados pelo Espírito, e não estamos debaixo da lei.
Gálatas 5:18
O fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê
Romanos 10:4
Cristo já foi condenado pelas nossas transgressões
Gálatas 3:19
A lei não pode vivificar e nem justificar
Gálatas 3:21
Nós não estamos no pacto da lei.
Romanos 6:14
Nós estamos mortos para a lei
Romanos 7:4
A lei forma homens débeis
Hebreus 7:28
Cristo é Senhor do Sábado
João 5:18
Nós não estamos na carne
Romanos 7:5
Cristo já cumpriu a lei
Mateus 5:17-20
Estamos livres da lei
Romanos 7:6
A lei mata
Romanos 7:9
A lei mata
2ªCoríntios 3:6
Diante de a lei todo ser humano é culpado, sendo a lei um ministério de condenação, morte e maldição (2ª Co 3:7,9;Gl 3:10).
... Tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz; para que toda a boca esteja fechada e todo mundo seja condenável diante de Deus”. (Rm 3:19).
A lei não justifica o pecador, nem santifica o crente (Gl 3:11,12). A lei condena o melhor homem, e a graça justifica o pior homem. Não há um justo que possa ficar de pé diante da lei. Aquilo que deveria servir como o caminho da salvação do homem veio a ser uma maldição: “E o mandamento que era para vida achei eu que era para morte”. (Rm 7:10). A graça é mais excelente, é superior e tem melhores promessas: “Porque se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para a segunda (graça)”. (Hb 8:7).

Quando ele (Jesus) diz Nova (graça), torna antiquada a primeira (lei). Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido, está prestes a desaparecer”. (Hb 8:13).
Muitas vezes o povo de Deus confundimos costumes tradicionais com doutrinas bíblicas; misturamos a lei e a graça; e muitas vezes vemos em nosso Pai um grande ditador. O primeiro pecado do homem foi a transgressão de Adão. E o que Adão transgrediu?
Uma lei que dizia: “Não comerás da arvore do conhecimento do bem e do mal”. (Gn 2:17). Pare e pense: e se não houvesse essa lei. Adão não teria nada para transgredir, e assim não teria cometido aquele pecado. Pense novamente: se sem lei não há transgressão, então porque Deus criou aquela lei para Adão?
Deus quando cria uma lei ou nos dá uma ordem, ele não está pensando em si mesmo, pois não é um ditador. Quando Deus criou aquela lei para Adão para provar o livre-arbítrio de Adão, ele estava pensando em proteger Adão de algo terrível: “... porque no dia em que daquela árvore comeres, certamente morrerás”. (Gn 2:17).
Esta lei foi promulgada somente para Adão, pois Eva ainda não havia sido criada por Deus. Eva comeu o fruto primeiro e depois deu a Adão e este comeu (Gn 3:6). Eva, porém, não pecou, pois a lei foi dada a Adão e não a Eva. Contudo, Eva era conhecedora da lei e se deixou enganar por satanás (1ª Tm 2:14).
Porque antes da lei já estava o pecado no mundo, mas onde não há lei o pecado não é levado em conta. No entanto a morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão o qual é figura daquele que havia de vir”. (Rm 5:13,14).
Depois de ter dado uma lei a Adão, Deus só voltou a dar leis a Moisés. Neste longo período entre Adão e Moisés o povo viveu sem lei, portanto, não havia transgressão, pois não havia lei para ser transgredida (Rm 5:13,14).
Pode haver pecado sem lei que antes o defina como pecado?
Neste longo período de Adão até Moisés as pessoas que roubavam não transgrediam nenhuma lei, pois não havia lei que dissesse: “Não roubarás” (Rm 7:7).
Como Deus julgará as pessoas que viveram de Adão a Moisés?
Estas pessoas pecaram, porém não transgrediram nenhuma lei, e o pecado não é levado em conta quando não há lei que o defina anteriormente como pecado. Deus julgará tais pessoas pelos pecados que cometeram, pois, apesar de não haver lei, tais pessoas foram dotadas de consciência que as acusa ou as defende (Rm 2:14,15).
As pessoas que viveram no mundo no período que vai de Adão até Moisés, serão julgadas por terem transgredido suas próprias consciências (Rm 2:12), e por isso receberam o salário do pecado: a morte física (Rm 6:23).
Quanto as demais pessoas, os que já ouviram o Evangelho são responsáveis por todos os seus pecados, inclusive o de rejeitar a Cristo; os que nunca ouviram o Evangelho são livres do pecado de rejeitar a Cristo, apesar de serem responsáveis pelos outros pecados pelos quais serão considerados culpados. Os gentios que nunca ouviram o Evangelho serão julgados de acordo de suas consciências diante da luz natural e da graça comum.
Muitas vezes ouvimos em nossas igrejas preletores dizerem que é necessário guardar pontos da lei para sermos justificados. A Bíblia nos diz que não há um justo sequer sobre a terra, porém nós fomos e somos justificados pelo sangue de Jesus. Sabedores que somos justificados, mediante a fé, pelo sangue de Jesus (Rm 5:1,9), cremos então que nunca poderemos ser justificados pela lei, pois esta não justifica a ninguém (Gl 2:16; Gl 3:11). O que muitas vezes os pregadores ignoram é que quem olha para a lei dá as costas para Cristo e está desligado de Cristo (Gl 5:4). A lei era inútil e nunca aperfeiçoou coisa alguma, mas pela graça chegamos a Deus (Hb 7:18,19).
Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”. (Ef 2:8).
Devemos crer que somos justificados inteiramente pela graça do Senhor Jesus, pois a graça não é apenas uma dispensação, mas principalmente, um favor imerecido de Deus por nós, pois fomos salvos quando éramos ainda ímpios (Rm 5:6-8).
  • Tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para os transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros, e para tudo o que se opõe à sã doutrina”. (1ª Tm 1:9,10).
  • Nós éramos tudo isso, porém nós fomos lavados, purificados, santificados e justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus (1ª Co 6:9-11).
A LEI NA GRAÇA
Infelizmente, muitos cristãos sinceros são tentados a voltar para o domínio da lei. Mas veja o que o apóstolo Paulo disse sobre isto: “Ou ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que ele vive? Porque a mulher casada está ligada pela lei a seu marido enquanto ele viver; mas, se ele morrer, ela está livre da lei do marido. De sorte que, enquanto viver o marido, será chamada adúltera, se for de outro homem; mas, se ele morrer, ela está livre da lei, e assim não será adúltera se for de outro marido. Assim também vós, meus irmãos, fostes mortos quanto à lei mediante o corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, àquele que ressurgiu dentre os mortos a fim de que demos fruto para Deus. Pois, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, suscitadas pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. Mas agora fomos libertos da lei, havendo morrido para aquilo em que estávamos retidos, para servirmos em novidade de espírito, e não na velhice da letra”. (1ª Co 7:1-6).
O apóstolo Paulo usa as leis matrimoniais para ilustrar o nosso relacionamento com Cristo sob o Novo Testamento (Nova Aliança).
Como pecadores, éramos “casados” com a lei e presos às suas exigências. Quando recebemos a Cristo como Salvador, fomos colocados em seu Corpo (1ª Co 12:13). Assim fomos identificados com ele na sua morte e ressurreição.2
Quando Cristo morreu na cruz, nós estávamos potencialmente “nele”. Quando ele ascendeu aos céus nós também ascendemos potencialmente “nele” e estamos assentados com ele nos céus (Ef 2:1-6).
O apóstolo Paulo afirma que fomos libertos da lei, pois, quando Cristo ressuscitou, nós também revivemos “nele”. Quando Jesus ressurgiu, ele se tornou o nosso marido divino, e nós nos tornamos a noiva de Cristo. Portanto, nós não estamos mais debaixo das exigências da lei, o nosso antigo e falecido esposo.
Muitos cristãos sinceros são tentados a voltar para o domínio da lei. Eles ainda parecem atraídos a voltar a ter um relacionamento amigável com o ex-marido (a lei). Sem perceberem o que estão fazendo, esses cristãos estão de paquera com a lei, e isso pode conduzi-los ao adultério espiritual.
Eles não estão confiando totalmente na consumação da obra de Cristo na cruz, e nem estão crendo que Cristo cumpriu a lei por nós. Então, sentem que precisam acrescentar algo para satisfazer completamente as exigências da lei. Tais cristãos não entendem que, quando olham para a lei, eles estão sendo infiéis ao novo marido, o Senhor Jesus Cristo. Nós não podemos confiar na lei e na graça ao mesmo tempo.
Pela nossa morte na cruz (em Cristo), nós não apenas fomos feitos livres do domínio do pecado, mas também livres de nossa “escravidão matrimonial” para com a lei. Agora somos livres para casarmos com “outro”, a saber, Jesus Cristo.
O apóstolo Paulo teve grandes problemas ao ver duas igrejas se desviarem da verdade e seguirem “heresias bíblicas”3:

A igreja de Jerusalém – Atos 15:1-35
Nessa igreja, como em muitas de nossos dias, havia pessoas que achavam que deveríamos crer em Jesus e guardar a lei, sem terem ciência de que quem crê em Jesus não pode guardar a lei, e quem guarda a lei está desligado de Jesus (Gl 5:4). Houve grande contenda de Paulo e Barnabé contra os hereges que afirmavam ser necessário guardar a lei. Os apóstolos e presbíteros convocaram um concílio para examinar a questão (At 15:1-5). Durante o concílio houve grande debate, então o apóstolo Pedro que era um dos pastores daquela igreja, saiu em defesa da verdade dizendo: “Porque tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo (lei) que nem nossos pais puderam suportar, nem nós? Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram”. (At 15:10,11).
Podemos ver que guardar a lei na graça é tentar a Deus. Pedro vai além ao dizer que todos os que foram salvos no regime da lei foram salvos pela graça, pois a lei não justifica ninguém (Gl 4:4,5), pois Cristo em graça resgatou também os que viveram na lei antes que viesse a graça. Se Cristo descesse da cruz, Moisés, Enoque, Elias e todos os profetas do Antigo Testamento desceriam do Céu direto para o Inferno. Tiago, o principal pastor da igreja de Jerusalém toma a palavra e diz: “Pelo que julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os gentios se convertem a Deus”. (At 15:19,24).
Tiago diz que a lei de Moisés é pregada até hoje nas sinagogas dos judeus e não nas igrejas do Senhor Jesus Cristo, pois a lei na graça não passa de perturbação (At 15:21).
O concílio de Jerusalém chegou a seguinte conclusão: “Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardardes”. (At 15:28,29).

As igrejas da Galácia – Toda a carta aos Gálatas
O apóstolo Paulo pregou o evangelho genuíno na Galácia, porém os hereges se infiltraram na igreja pregando que a igreja deveria guardar a lei de Moisés. Paulo diz aos Gálatas que qualquer pessoa, e até mesmo um anjo do céu que fosse pregar outro evangelho diferente do que ele (Paulo) havia pregado, que tal pessoa fosse anátema (Gl 1:6-9).
Paulo diz que a lei na graça é segundo os homens, mas ele foi chamado pela graça (Gl 1:10-12). Pois, a lei espreita a liberdade e conduz a escravidão, e quem prega a lei na graça são os falsos irmãos (Gl 2:4; Gl 4:9-11). Introduzir a lei na graça é nos obrigar a viver como os judeus, e nós não somos judeus (Rm 2:17; Gl 2:14). Além disso, a lei não justifica o crente, pois nós estamos mortos para a lei, portanto não podemos anular a graça de Deus; pois se a justiça é mediante a lei, segue-se que Cristo morreu em vão (Gl 2:11-21). Qualquer pessoa que crê que devemos guardar uma letra da lei, está crendo que Cristo morreu em vão. Tudo o que Jesus conquistou na cruz nós recebemos pela graça, mediante a fé e não pela lei (Gl 3:1-5). A lei é uma maldição e todos os que guardam os seus preceitos estão debaixo de maldição. No pacto da lei, Israel tinha que guardar todos os preceitos da lei, e se um só preceito fosse quebrado, todos os outros também seriam quebrados (Tg 2:10,11). Dessa forma ninguém nunca poderia cumprir a lei, e esta nunca pôde justificar ninguém, e não havia nem um justo sequer. Na graça somos justificados mediante a fé (Rm 3:10-12; Rm 5:1) e Cristo nos resgatou da maldição da lei e nos colocou na sua maravilhosa graça (Gl 3:10-13) que é anterior a lei, pois Deus prometeu a graça a Abraão e ao seu descendente (Jesus) 430 anos antes de dar a lei a Moisés. A lei não pode anular a graça, pois esta é anterior àquela (Gl 3:15-17).
  • De Adão até Cristo o povo de Deus foi justificado pela fé na promessa de que Deus enviaria o Salvador.
  • De Cristo até hoje o povo de Deus é justificado pela fé no cumprimento dessa promessa.
O pacto da lei foi o nosso tutor antes que se cumprisse a promessa da graça em Cristo Jesus, nosso Senhor (Gl 3:23-25; Gl 4:1-5).
Paulo pergunta aos gálatas se eles querem estar sob a lei, pois os que estão sob a lei não são guiados pelo Espírito Santo (Rm 8:14), e também não são filhos de Deus (Gl 5:18). Por este motivo devemos lançar fora a lei e ficarmos na graça somente (Gl 4:21-31). Paulo nos diz que as pessoas que pregam a lei na graça adulteram a palavra de Deus, pois o verdadeiro evangelho está encoberto para os que se perdem, pois o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos (2ª Co 4:2-4).

OU A LEI OU CRISTO – Gálatas 5:1-12
Muitas de nossas igrejas crêem que devemos guardar preceitos doutrinários da lei mesmo estando na graça. Crêem que devemos guardar o sábado ou guardar preceitos da lei que falam sobre vestes (Dt 22:5). Mas a Bíblia nos diz:
Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais de novo a jugo de escravidão”. (Gl 5:1).
Devemos permanecer na graça onde nós somos livres e não devemos nos colocar debaixo da lei (Gl 4:21-31).
Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará”. (Gl 5:2).
Vemos aqui que Cristo só salva os que estão debaixo da graça, e que qualquer pessoa que cumpre qualquer preceito da lei (a circuncisão é um preceito da lei) está fora da salvação de Cristo.
De novo testifico a todo homem que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei”. (Gl 5:3).
Este texto deixa claro a todo homem que pensa em guardar o sábado, que para guardar um preceito tem que guardar todos os demais preceitos da lei, ou seja, milhares de preceitos que não podem salvar ninguém.
De Cristo vos desligastes vós que procurais justificar-vos na lei, da graça decaístes”. (Gl 5:4).
O cristão sincero, que não entende a base de sua salvação, pode ser facilmente enganado. Ele quer verdadeiramente agradar a Deus e ter a sua aprovação. Tentar cumprir as exigências da lei parece-lhe um bom caminho. Pode parecer certo, mas está errado!
Qualquer pessoa que crê que a lei ainda vigora na graça está totalmente desligada de Cristo, já decaiu da graça, e não tem a menor noção de quem é Jesus Cristo e o que ele fez por nós, qual a posição do cristão na graça de Deus, desconhece por completo o que é ser filho de Deus, desconhece o Deus vivo e as bases do seu pacto com a Igreja e não tem nem uma vaga noção do que é justificação pela fé em Cristo Jesus nosso Senhor.

O PESO DA GRAÇA
A graça de Jesus se caracteriza pela grande liberdade dos cristãos (Gl 5:1), todavia esta liberdade, não é libertinagem como querem alguns (Jd 1:4), pois a liberdade em Cristo não é licença para continuar pecando. Jesus disse que o pacto da graça tinha em seu fiador um jugo suave e um fardo leve (Mt 11:30). Ao contrário da graça, a lei tem um jugo insuportável que nem o povo de Israel conseguiu levar e nunca ninguém suportará este fardo na integra sobre seus ombros (At 15:10). Hoje vemos em muitas de nossas igrejas homens falando de si mesmos e atando fardos pesados da lei sobre os seus membros, e dizendo que temos que pagar o preço da salvação, e dessa maneira eles não entram no reino e nem deixam entrar aqueles que de coração, mais sem conhecimento, querem se achegar a Deus através de Cristo (Mt 23:4,13). O povo de Israel nega que Jesus é o Cristo, e assim negam a graça e a verdade que são por Jesus e preferem ficar com a lei de Moisés sobre suas costas encurvadas pelo peso insuportável do pacto da lei (Jo 1:17; Rm 11:10).
O pacto da lei consistia de muitas ordenanças que não podiam justificar ninguém, e eram prejudiciais ao homem ao passo que este nunca poderia cumpri-las plenamente, porém Cristo cancelou a nossa dívida pagando o preço de sangue e de morte, e se fazendo maldito em nosso lugar, removeu por completo a maldição da lei (Cl 2:14; Gl 3:13).

A LEI DE CRISTO - 1ª Coríntios 9:21
Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de cristo”. (Gl 6:2).
Jesus cumpriu a lei mosaica por nós e levou o jugo insuportável e fardo pesado da lei mosaica em nosso lugar, e nos deixou o seu jugo suave e o seu fardo leve. Este jugo suave e este fardo leve formam a lei de Cristo que é o fundamento da liberdade do cristão. A lei de Cristo é conhecida como lei da liberdade (Tg 2:12,13) e lei perfeita (Tg 1:25). A lei de Moisés é conhecida como lei da condenação e da morte (2ª Co 3:7,9). Vejamos porque:
Na lei de Moisés
Não é licito trabalhar no sábado
Lucas 6:2
Na lei de Cristo
Todas as coisas me são lícitas
1ª Coríntios 10:23
Na lei de Moisés
Não toqueis em coisas impuras
Levítico 5:2
Na lei de Cristo
Todas as coisas são puras
Romanos 14:14
Por ser uma aliança superior à lei, a graça é mais severa exatamente por ter o testador morrido pela humanidade para confirmar o Testamento (Hb 9:16,17), sendo assim quem profanar a graça não levando o seu fardo leve e o seu jugo suave por querer levar o pesado fardo que Cristo já levou por nós, o Senhor punirá rigidamente. Querer introduzir os ritos e o fardo pesado da lei na graça é uma profanação do sangue da graça derramado por Cristo na Cruz, e é também um ultraje ao Espírito Santo (Hb 10:26-31).
Na lei os filhos rebeldes e as pessoas adúlteras eram apedrejados até a morte por homens pecadores (Lv 20:10; Dt 21:18-21). Na graça não há distinção de pecados, pois todos ofendem a Deus (Rm 5:17), é por isso que Jesus diz aos homens pecadores que queriam condenar uma mulher adúltera: “Quem não tiver pecado seja o primeiro a atirar a pedra”. E ninguém atirou, pois todos eram pecadores também e não podiam condená-la, embora todos quisessem, mas todos são iguais perante o Senhor. E Jesus diz a mulher adúltera: “Nem eu tão pouco te condeno; vai, e não peques mais”. (Jo 8:1-11). Esta é a lei de Cristo, onde a misericórdia triunfa sobre o juízo, ou seja, a graça triunfa sobre a lei, o perdão triunfa sobre a condenação. E é por esta lei da liberdade que os homens são julgados (Tg 2:12,13). A lei de Cristo é a lei da fé e do amor e da liberdade (Rm 3:27,28; Gl 6:1-5), e não visa o interesse próprio, e sim o interesse de outrem (1ª Co 10:23), por isso a lei régia é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Tg 2:8).
A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros: pois quem ama ao próximo, tem cumprido a lei. Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor”. (Rm 13:8-10).

A LEI E O PECADO – Romanos 7:7-9
... Porque sem lei está morto o pecado”. (Rm 7:8).
A Bíblia nos mostra que a lei é santa, boa, justa e espiritual se for cumprida total e legitimamente (1ª Tm 1:8; Rm 7:12). Todavia, como cumprir toda a lei é impossível aos homens, a lei se tornou enferma, maldição, inútil e carnal (Rm 8:3; Hb 7:16). As nossas igrejas que têm costumes mais rígidos fundamentados sobre a lei de Moisés, se consideram mais santas do que as igrejas mais liberais (não libertinas) que têm seus costumes baseados na graça. Vejamos o que a Bíblia nos diz da relação da lei com o pecado:
Porque a lei suscita ira; mas onde não há lei, também não há transgressão”. (Rm 4:15).
Quanto mais a lei invade a graça por nossas igrejas legalistas, o pecado a acompanha. Sendo assim, as igrejas mais rígidas têm mais ira e mais transgressões, pois há muitos preceitos para serem quebrados. Portanto, quanto mais rígidos forem os costumes, mais pecadora a igreja será.
Mas afinal, de que Jesus nos salvou?
Dentre muitas coisas Jesus nos livrou do pecado (transgressão da lei), da maldição e da ira da lei (Gl 3:13; Rm 5:9). Deus sempre pensa em tudo. Sabedor de que a lei suscita ira, Deus fez um plano para nos salvar da ira da lei, pois éramos filhos da ira (Ef 2:3).
Como sem a lei está morto o pecado, alguns acham que podem pecar a vontade por estarem debaixo da graça. O pecado é senhor de todo aquele que o pratica. E o cristão não pode servir a dois senhores (Rm 6:15,16).
A lei veio para avultar o pecado, mas onde abundou o pecado, superabundou a graça (Rm 5:20,21). Nós morremos para a lei para pertencermos a Cristo, o Senhor, pelo qual obtemos a salvação (Rm 7:4).
Hoje vemos em nossas igrejas pessoas querendo ressuscitar-nos para o pecado ao impor a lei na graça, pois o pecado tem domínio sobre os que estão na lei (Rm 6:14). Vejamos o que o Espírito Santo diz através do apóstolo Paulo:
O pecado é realçado pela lei
Romanos 7:5
Não estamos subordinados a lei
Gálatas 3:23-26
Nós estamos libertos da lei
Romanos 7:6
Nós estamos mortos para o pecado
Romanos 6:11
O pecado vem por meio da lei
Romanos 7:7
O pecado está morto sem a lei
Romanos 7:8
A lei traz a morte através do pecado
Romanos 7:9-11
Pela lei vem o pleno conhecimento do pecado
Romanos 3:20
... eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás”. (Rm 7:7).

A LIBERDADE NO ESPÍRITO SANTO
E não somos como Moisés, que trazia um véu sobre o rosto, para que os filhos de Israel não atentassem na terminação do que se desvanecia; mas o entendimento lhes ficou endurecido. Pois até o dia de hoje, à leitura do velho pacto, permanece o mesmo véu, não lhes sendo revelado que em Cristo é ele abolido; sim, até o dia de hoje, sempre que Moisés é lido, um véu está posto sobre o coração deles. Contudo, convertendo-se um deles ao Senhor, é-lhe tirado o véu”. (2ª Co 3:13-16).
O Espírito Santo nos liberta das exigências da lei para que possamos viver com liberdade. Ele nos fez livres da lei escrita em pedras, para obedecermos à lei escrita em nosso coração.
Esta liberdade não nos autoriza a seguir os nossos desejos carnais. Se assim agirmos, seremos convencidos e disciplinados pelo Espírito Santo.
Após sujeitarmos o nosso espírito ao Espírito Santo, e a nossa mente à Palavra de Deus, com certeza, não precisamos ter medo. Cometemos alguns erros, mas Deus é fiel em operar junto a eles para o nosso bem e para a sua glória. O Espírito de Deus nos ensinará com amor e mansidão, e nos disciplinará no nosso cotidiano.
O Espírito Santo não veio substituir a Bíblia como ensinam algumas pessoas. Ele veio explicar a Bíblia e aplica-la em nossa vida. Portanto, a obra do Espírito Santo em nossa vida sempre estará de acordo com a Palavra de Deus. Ele transforma a Palavra escrita em Palavra viva em nosso coração.
Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. (2ª Co 3:17,18).

O TESTADOR
Pois onde há testamento, necessário é que intervenha a morte do testador. Porque um testamento não tem força senão pela morte, visto que nunca tem valor enquanto o testador vive”. (Hb 9:16,17).
Para que uma aliança tenha efeito, ela deve ser ratificada. Somente a morte do testador poderia ratificar a nova aliança.
Quando um homem faz um testamento, registrando sua ultima vontade, as leis da maioria dos países determinam que este testamento só pode ser executado quando este homem morrer.
Deus também estabeleceu a sua vontade em forma de um Novo Testamento (Aliança ou Pacto). Este Novo Testamento não poderia entrar em vigor até que aquele que o estabelecera tivesse morrido.
Por isso Deus, o Filho, veio a esta Terra como homem. Cristo, o testador, veio morrer para que o seu Novo Testamento tivesse efeito.
Semelhantemente, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto em meu sangue, que é derramado por vós”. (Lc 22:20).

O TESTAMENTEIRO
E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre”. (Jo 14:16).
Quando o testador morre é necessário que alguém tome as medidas relacionadas ao testamento para cumprir a vontade do testador. A pessoa nomeada para tal atividade é o testamenteiro.
Cristo poderia se tornar, legalmente no céu, o testamenteiro de seu próprio testamento, pois morreu, porém, ressuscitou.
Uma vez que o sacrifício de Cristo foi aceito pelo Pai no céu, a nova aliança estava estabelecida no céu. Agora faltava coloca-la em vigor aqui na Terra. Por isso, do céu, Deus enviou o Espírito Santo no dia de Pentecostes para ser o testamenteiro do testamento de Cristo. Assim, fica mais fácil compreendermos as palavras de Cristo acerca do ministério terreno do Espírito Santo:
Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso eu vos disse que ele, recebendo do que é meu, vo-lo anunciará”. (Jo 16:13-15).
Jesus disse que o Espírito Santo receberia algo que lhe pertencia, e nos anunciaria. Jesus estava se referindo ao Novo Testamento que o Espírito Santo como testamenteiro iria nos anunciar toda vontade do testador.
E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre”. (Jo 14:16).
O termo ‘outro’, no grego allos (allos), significa outro da mesma classe, similar. Já o termo ‘Consolador’, no grego parakletos (parakletos), tem um significado mais amplo do que consolador ou ajudador. Esta palavra vem da combinação de duas palavras gregas: para, que significa “ao lado de”, e kaleo, cujo sentido é “chamar”. Juntas essas palavras querem dizer “chamado para o lado da pessoa”. Esta palavra, parakletos, significa muitas coisas no Novo Testamento. É traduzida como intercessor, consolador, ajudante, defensor, conselheiro. Ela conceitua um advogado que representa um dos lados num tribunal: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”. (1ª Jo 2:1).
Um advogado é um conselheiro legal ou um defensor. Ele pleiteia a causa de seu cliente no tribunal de justiça. Portanto, o advogado fica ao lado de seu cliente, providenciando-lhe acesso a todos os benefícios da lei.
Nós temos dois advogados. Um deles está à mão direita de Deus Pai, e é o próprio Senhor Jesus. Desta forma, se nós pecarmos temos um advogado que atua no céu para pleitear a nossa causa. Embora Deus, o justo juiz, está totalmente ao nosso lado. Deus é por nós (Rm 8:31). No entanto, Deus tem de satisfazer sua perfeita justiça, exigindo a penalidade pelo pecado cometido. Mas Deus satisfez a sua justiça quando nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós (Rm 8:32).
O outro advogado está dentro de nós, e é o Espírito Santo, desta forma, temos um advogado que atua na Terra para pleitear a nossa causa, ou seja, nos fazer andar nos estatutos do Senhor (Ez 36:27).
Deus colocou a sua lei em nossos corações através da presença4 do Espírito Santo que habita em nós. Assim, o Espírito Santo nos ensinará todas as coisas (Jo 14:26) e nos guiará a toda a verdade (Jo 16:13).
O Espírito santo não só nos revelará a vontade do testador, mas também nos capacitará a cumpri-la.
Na verdade, a lei do Espírito da vida, gravada no coração de carne, é mais exigente até do que a lei de Moisés, gravada nas tábuas de pedra. Porém, a lei do Espírito Santo não exige nenhuma sujeição severa, mas sim, uma obediência amorosa.
Na antiga aliança, a lei estava fora de nós, escritas em tábuas de pedra. Na nova aliança, a lei está dentro de nós, escrita em nosso coração e mente.
Na antiga aliança, a lei poderia forçar uma conformidade externa que teria duração temporária. Na nova aliança, o Espírito Santo que habita em nós pode transformar o nosso interior permanentemente.
O Espírito Santo é o testamenteiro, o executor da vontade de Cristo e do seu testamento. Ele é quem executa a nova aliança com suas bênçãos e benefícios.
Diante desta revelação se cumpre a profecia de Deus: “Porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as observeis”. (Ez 36:27).


A ALIANÇA ETERNA
“Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá.” (Jr 31:31).
A graça é chamada nova aliança. Isso contrasta com a aliança anterior que o Senhor fez com Israel quando o trouxe para fora do Egito. É nova no que diz respeito ao principio em que se norteia. o Senhor tinha dito aos seus que se guardassem as seus mandamentos e andassem nos seus estatutos, Ele os abençoaria. Ele colocou diante deles uma lista de ricas bênçãos; todas elas seriam suas se obedecessem à lei do Senhor. Mas nos dias presentes o Senhor, em Cristo Jesus, tem feito uma nova aliança com a verdadeira descendência de Abraão, com todos os crentes verdadeiros, não segundo o teor da antiga, nem condicional e finita como aquela.
Muitos não atentam para a verdadeira natureza da aliança da graça. Falam sobre da graça, mas pensam que ela depende de mérito humano. Falam sobre a misericórdia de Deus, porém a condicionam, fazendo com que seja mais justiça do que graça. Se a salvação é por graça, não é por obras, senão, a graça já não seria graça. (Rm 11:6).
“Farei com eles aliança eterna segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.” (Jr 32:40).
No entanto, a nova aliança é uma aliança eterna. A velha aliança foi de duração finita; mas esta é uma aliança eterna. Ao contrário de alguns eruditos modernos da teologia processual, eu creio que a palavra eterna significa que dura para sempre.
Creio que o primeiro motivo pelo qual a graça é uma aliança eterna é que foi feita conosco em Jesus Cristo. O primeiro Adão era falho, e fracassou; ele não conseguiu suportar a tensão da sua responsabilidade. Mas o fiador da nova aliança é Jesus Cristo, e ele não tem falhas, é perfeito. Creio que o segundo motivo pelo qual a nova aliança não pode falhar é devido o lado humano dela ter sido cumprido. O lado humano poderia ser considerado o lado fraco; no entanto quando Jesus se tornou homem, esse lado ficou firme até este momento Ele tem cumprido integralmente a nova aliança da qual Ele é o Fiador. Visto, portanto, que foi cumprida aquela parte da aliança que pertence ao homem, só falta ser cumprida a parte de Deus, que consiste em promessas ncondicionais. Porventura Deus não cumprirá o que prometeu? Sim, certamente.
“Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias, e de todos os vossos ídolos, vos purificarei. Também vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as observeis.” (Ez 36:25-27).
Além disso, a nova aliança é eterna, porque é fundamentada na livre graça de Deus. A primeira aliança dependia da condição da obediência dos homens. Se guardassem a lei, Deus os abençoaria; mas fracassaram pela desobediência, e herdaram a maldição.

1Aliança é sinônimo de pacto, acordo, concerto, e em certo sentido é sinônimo de testamento.
2Leia o capítulo 6 da carta de Paulo aos Romanos.
3Toda doutrina antibíblica ou extrabíblica é uma heresia. E toda doutrina, conceito ou princípio baseado na Bíblia, porém interpretado erroneamente, ou interpretado forçosamente a bel-prazer, ou interpretação de um texto fora de seu contexto literário, geográfico e histórico, ou ainda a interpretação de um texto isolado criando um pretexto doutrinário, é uma heresia bíblica.
4A presença do Espírito Santo não substitui a Palavra de Deus. O Espírito Santo veio para explicar a Palavra de Deus e aplica-la em nossas vidas.