SOU A FAVOR DA ESCRAVIDÃO

MAURÍCIO ZÁGARI

Você é a favor da escravidão? Pode parecer estranho e até ofensivo eu te perguntar isso, afinal, nenhum ser humano civilizado considera a escravidão humana algo correto, não é mesmo? Bem, na verdade, até pouco mais de um século, aqui mesmo no Brasil, milhões de pessoas civilizadas e cultas acreditavam que ter escravos humanos era algo totalmente normal e cabível. Como pode? Como pode tantos indivíduos bons e até mesmo cristãos terem visto essa prática abominável como aceitável? Eu estava vendo fotos do acervo do Instituto Moreira Salles que mostram escravos no Brasil há apenas cerca de 130 anos. As imagens me impactaram e comecei a refletir sobre a escravidão. Meu primeiro impulso foi o de condenar aquela sociedade, que abraçava como natural a ideia de que pessoas podem ser donas de outras e fazer com elas o que quiserem. Mas, pensando mais um pouco, acabei chegando à conclusão de que, se eu vivesse no Brasil daquela época, também não teria problemas com a escravidão. Possivelmente, eu mesmo teria alguns escravos. Por quê? Porque estaria tão inserido naquela realidade que nem gastaria muito tempo pensando sobre a validade daquilo. Na verdade, estaria tão acostumado com aquela situação que minha mentalidade seria: sempre foi assim, sempre será; é como é, não há o que questionar. E essa constatação me conduziu a uma percepção espiritual: eu sou a favor da escravidão. Permita-me explicar.

Você já assistiu ao filme “O show de Truman”? Se não, recomendo que o faça, é um dos longa-metragens mais interessantes a que já assisti. Narra a história de um homem que viveu toda sua vida num gigantesco estúdio de televisão. Todas as pessoas com quem convive são atores, num grande reality show. Sua vida não passa de uma enorme mentira, mas ele vive anos nessa loucura sem perceber. Em certo momento do filme, um repórter pergunta para o diretor e idealizador do show: “Por que o senhor acredita que Truman nunca percebeu que está num programa de televisão?”. A resposta dele é muito significativa: “Nós aceitamos a realidade do mundo conforme nos é apresentada”. Isso explica com clareza por que milhões de pessoas boas acatavam a escravidão como normal: elas nasceram numa realidade em que aquilo era natural, cresceram aprendendo que não havia nada de mais na escravidão e, por isso, nunca questionaram aquela barbárie.

escravo0Nascemos escravos do pecado. Crescemos escravos do pecado. No mundo, enxergamos a escravidão ao pecado como algo aceitável. Enquanto as correntes da transgressão prendem nossos pés, não questionamos essa situação. Vemos como algo natural a desobediência a Deus, afinal, a realidade que nos foi apresentada pela sociedade ao nosso redor é a da escravidão ao pecado – e a temos como normal. Até que, um dia, uma alternativa se descortina diante de nossos olhos: Jesus nos dá carta de alforria. Percebemos, então, que é viável uma vida que se desagrada do pecado. É impossível nos livrarmos totalmente das algemas que nos prendem à transgressão, mas o Espírito Santo nos mostra que podemos não nos conformar a ela. “Porque, se fomos unidos com ele [Jesus] na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos [...] Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça” (Rm 6.5-6, 17-18).

Até aqui nenhuma novidade. Tenho certeza de que você já sabia que a salvação em Cristo no torna livres da escravidão do pecado. Você é chamado pela graça de Deus e, com isso, torna-se absolutamente, totalmente, inquestionavelmente livre, certo?

Errado.

Eis o ponto fundamental: na verdade, a salvação não vem para nos tornar livres da escravidão. Ela vem apenas para mudar o nosso dono. Continuamos escravos, mas não mais do pecado: de Cristo. “O que foi chamado no Senhor, sendo escravo, é liberto do Senhor; semelhantemente, o que foi chamado, sendo livre, é escravo de Cristo” (1Co 7.22). Ou seja: deixamos de ser escravos do pecado para nos tornarmos escravos de Jesus. Nesse sentido, sou, sim, totalmente a favor da escravidão e me contento com essa realidade, apresentada não mais pelo mundo, mas pelas Escrituras sagradas. “Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna” (Rm 6.22).

A grande diferença entre esses dois tipos de escravidão é que o pecado nos torna apenas escravos – seres abatidos, sem vontade própria, destituídos de liberdade. Porém, ao nos tornarmos escravos de Cristo, recebemos também outros títulos: somos feitos filhos de Deus, amigos de Jesus, herdeiros da eternidade, verdadeiramente livres! “Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.34-36). Ser escravo de Cristo significa receber alforria não para ser um indivíduo autônomo e independente, mas totalmente acorrentado à liberdade que a vida eterna nos concede. Portanto, aceite a escravidão, ela é uma realidade inevitável.

escravo2Infelizmente, mesmo ao nos tornarmos escravos de Cristo algumas correntes de nosso antigo senhor continuam atadas aos nossos membros. Por isso, embora tenhamos sido chamados pela graça à servidão a Deus, continuamos sendo puxados de volta à senzala do pecado. É o que Paulo escreveu: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado. Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado” (Rm 7.14-25).

Não tem jeito, meu irmão, minha irmã, você é e será sempre escravo. A questão é: de quem? Se Cristo te chamou pela graça, você pertence ao Senhor, mas saiba que o pecado não ficou feliz com essa mudança. O pecado quer você de volta. Não permita que isso aconteça, lute pela sua servidão ao único amo que oferece a paz, Jesus Cristo. A cruz te libertou, mas o Diabo quer manter você acorrentado. O que te manterá longe da senzala da transgressão é a sua santidade. Muitas vezes fraquejamos, caímos, perdemos a batalha, nos arrastamos como cães ao antigo vômito da escravidão ao pecado. Mas Jesus não se conforma com isso, pois você pertence a ele. Então ele te chama constantemente ao arrependimento e, se você rende sua vontade a ele, o perdão sempre está ao seu alcance.

Você é cristão mas tem cedido ao pecado? As correntes da desobediência o têm arrastado de volta ao lugar de onde saiu? Você tem praticado novamente aquilo de que Jesus já te libertou? Então a hora é esta: ouça a voz do Bom Pastor chamando-o de volta. Peça perdão. Abandone essa prática. Você pertence a Cristo e foi chamado para habitar não mais nas imundas senzalas do pecado, mas nas puras mansões celestiais. Você é escravo da liberdade. Não abra mão disso.



O EVANGELHO PROFANADO - Parte 2

A Casa de Deus

 Marcos Alexandre Damazio

“Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: O céu é o meu trono, e a terra o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis? diz o Senhor, Ou qual é o lugar do meu repouso?” Atos 7:48,49.

Quando falamos de casa de Deus, logo nos vem em mente aquelas pessoas que passam em frente a uma igreja e fazem o sinal da cruz em reverência à casa de Deus, mesmo que seja um templo dedicado a São Mateus, Maria ou outro ‘santo’ qualquer.

Mas, mesmo entre os evangélicos sabemos que há uma vinculação do templo feito por mãos humanas com a casa de Deus. Em algumas denominações evangélicas não se pode entrar no templo de bermuda porque ali é a casa de Deus, segundo estas denominações.

Até hoje eu ouço pessoas afirmando que o templo de igrejas é a casa de Deus. Mas, sabemos que Deus não habita em templos construídos por mãos humanas. 

“Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.” Salmos 122:1

Este é um texto muito famoso, e por causa dele muitas pessoas alegam que o templo é a casa do Senhor.
Jesus nos alertou a não colocar vinho novo em odres velhos (Marcos 2:22). A Antiga Aliança era apenas a sombra do que seria revelado na Nova Aliança, portanto, o bode expiatório era um tipo de Cristo, o véu do templo significava a separação entre Deus e o homem por causa do pecado, e o templo simbolizava o próprio homem (Hebreus 10:1).

Aquele local físico onde santos se reúnem não é a casa de Deus, pois este é um conceito do Antigo Testamento. No Novo Testamento, Deus habita em cada um de nós, fazendo morada em nossos corpos regenerados por Ele mesmo. Então, não existe esse negócio de prestar reverências ao templo, pois o Deus vivo não habita nele. O verdadeiro templo é o corpo do homem salvo, e o altar é o nosso coração.

Veneram o templo e seu altar como se fossem sagrados. Pessoas são consideradas indignas, e por isso impedidas de subirem nos "altares" dos templos. 
Ou não sabeis que as pessoas são maiores do que esses templos e altares feitos por mãos de homens pecadores e também indignos. 
As casas de Deus são os nossos corpos, e os altares são os nossos corações. Por isso Deus diz: "Filho meu, dá-me o seu coração" (Provérbios 23:26).

Uma música evangélica famosa dizia: “Quando eu cheguei aqui meu Senhor já estava”.
Engana-se o autor da música, pois num conceito restrito Deus chegou junto com o autor da música por habitar nele. Já num conceito mais amplo, Deus é onipresente, e assim pode estar em vários lugares ao mesmo tempo.

SE NÃO É A CASA DE DEUS POR QUE EU TENHO QUE IR AO TEMPLO?

Há outra canção evangélica muito famosa que diz:

1- O que vieste fazer aqui? Eu vim para adorar a Deus!

Esta colocação foi feita a Jesus há mais de 2000 anos. Observem a resposta de Jesus:
“Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” João 4:20-24
Jesus disse que Deus é espírito. Portanto, como tal, Ele deve ser adorado em espírito e em verdade, ou seja, interiormente, e isto não requer um lugar específico.

Jesus foi ainda mais objetivo em sua resposta quando disse que nem no monte e nem em Jerusalém (no templo) adorareis o Pai.
Sendo assim, um templo feito por mãos humanas não é o lugar para a adoração ao Deus vivo.

2- O que vieste fazer aqui? Eu vim para buscar a Deus!

“Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.” Romanos 3:11
Não há quem busque a Deus. Nem um sequer.
Ora, muitos alegam que a Bíblia diz para buscar ao Senhor enquanto se pode achar. No entanto, este é mais um conceito do Antigo Testamento, embora o texto citado acima também está reproduzido no Antigo Testamento.
A dificuldade se dá ao negarmos a reconhecer que é Deus quem toma a iniciativa de tudo. Acabamos de ler que Jesus disse que os verdadeiros adoradores são aqueles que adoram em espírito e em verdade. Mas, não são eles que buscam a Deus para adorá-lo. Ao contrário, Jesus disse que é Deus quem os procura.
Quem buscou Abrão? Quem buscou Davi? Deus ainda disse que havia achado a Davi (Atos 13:22). Isto significa que é Deus quem busca.
“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” Lucas 19:9-10.
Quando o homem busca a Deus, ele deve reconhecer que é Deus quem opera no homem tanto o querer buscar a Deus como a própria busca em si.
“Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.” Filipenses 2:13

3- O que vieste fazer aqui? Eu vim para buscar poder!

Sinto muito decepcioná-lo. Mas, o homem não tem poder. Todo poder pertence a Jesus, e nunca foi dito que Ele daria um pouquinho a homem algum.
“E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” Mateus 28:18,19.
Observem que depois de afirmar que havia recebido todo o poder no Céu e na Terra, Jesus usa a conjunção “portanto”. Esta palavra significa que o ide e fazei discípulo seria sob este poder. É neste poder que somos enviados, pregamos, fazemos discípulos e batizamos.
Portanto, você não precisa buscar poder porque todo o poder no Céu e na Terra já está disponível ao homem.

4- O que vieste fazer aqui? Eu vim para orar a Deus!

“Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” Mateus 6:6.

Jesus nos ensinou como devemos orar, e também nos ensinou onde devemos orar. Devemos orar a Deus em nosso quarto ou em nosso aposento com a porta fechada. Assim, o templo construído por mãos humanas não é o lugar adequado para orarmos.
A oração é um momento que passamos a sós com Deus, onde podemos nos desnudar diante dEle, e conversar abertamente com Deus.

Alguns podem argumentar que a Bíblia nos manda orar em todo tempo sem cessar. Mas, orar sem cessar é diferente de entrar no quarto e orar com a porta fechada.


ENTÃO NÃO É NECESSÁRIO IR AO TEMPLO?

"E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum." Atos 2:44

Na verdade, temos várias razões para irmos ao templo. Mas, nenhuma delas por causa de Deus.

1-      Devemos ir ao templo para comungar com os nossos irmãos;
2-      Devemos ir ao templo para ajudar os irmãos mais necessitados;
3-      Devemos ir ao templo para interceder por nossos irmãos;
4-      Devemos ir ao templo compartilhar dons espirituais;
5-      Devemos ir ao templo dar testemunhos;
6-      Devemos ir ao templo ouvir a palavra de Deus;
7-      Devemos ir ao templo estudar a palavra de Deus;
8-      Devemos ir ao templo participar da ceia;
9-      Devemos ir ao templo fortalecer os irmãos fracos na fé.


"E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." Atos 2:42

Resumindo, vamos ao templo apenas para ter comunhão com nossos irmãos em Cristo.


O POVO DE DEUS ESTÁ SENDO DESTRUÍDO POR FALTA DE CONHECIMENTO DE... DEUS


 Marcos Alexandre Damazio

 CONHECENDO O MOTIVO PELO QUAL DEUS CRIOU O HOMEM
“Por amor de mim, por amor de mim o farei, porque, como seria profanado o meu nome? E a minha glória não a darei a outrem.” (Isaias 48:11).
Deus criou o homem e todas as demais coisas apenas para o louvor da sua glória.
Muitos de nós já nos perguntamos por que Deus criou o homem sabendo que o homem iria pecar. A resposta a esta pergunta é que de algum modo Deus viu que seria mais glorificado criando o homem a sua imagem e semelhança, e com livre-arbítrio (onde um ser criado com livre-arbítrio é uma realidade, o pecado é uma possibilidade). Deus viu que seria mais glorificado resgatando o homem do pecado do que criando robôs santos e sem a capacidade de escolher entre o bem e o mal. E, para a sua glória Deus criou a árvore do conhecimento do Bem e do Mal, colocando-a no meio do Jardim do Éden.
Portanto, o objetivo primário de Deus é ser glorificado. E esta premissa Deus não divide com ninguém. Assim, nenhuma glória será dada ao homem ou a anjo algum. Toda glória seja a Deus somente.

CONHECENDO QUE DEUS É PERFEITO
“Por isso, querendo Deus mostrar mais abundantemente a imutabilidade do seu conselho aos herdeiros da promessa, se interpôs com juramento;
Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta” (Hebreus 6:17,18).
Quantos de nós quando cometemos algum pecado pensamos que Deus deixará de nos amar ou nos amará menos? Igualmente, quantos de nós nos enchemos de jactância ao pensarmos que seremos mais amados por Deus pela nossa obediência, santidade ou por ganhar muitas vidas para Jesus?
Bem, Deus é perfeito (Mateus 5:48), e um Ser perfeito ao amar ama com amor perfeito, amor máximo. Então, por ser perfeito, Deus é também imutável, ou seja, Ele não varia. Em Deus não existe amar menos ou amar mais, pois neste caso seria possível Deus variar para pior (amar menos) ou para melhor (amar mais), e em Deus não existe nem mesmo sombra de variação.
Deus não faz acepção de pessoas, assim Deus ama Adolf Hitler e Madre Teresa de Calcutá como o mesmo amor intenso (Romanos 2:11).
Jesus Cristo, um espírito eterno, se tornou um embrião no ventre de Maria, nasceu como um bebê humano, se tornou um homem e depois voltou ao Céu para ser o único ser teantrópico. Mas, acerca deste Ser Divino a Bíblia diz: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente” (Hebreus 13:8).
“Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” (Tiago 1:17).

CONHECENDO QUE DEUS É ONISCIENTE E PRESCIENTE
“E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor dos corações de todos, mostra qual destes dois tens escolhido” (Atos 1:24)
Deus conhece todas as coisas. Ele sabe quem crê em Jesus e quem não crê, independente de frequentar igrejas ou não, Deus sabe aqueles que creem conforme as Escrituras (João 7:38). Então, todo o plano da redenção foi erguido sobre a eleição, e o alicerce da eleição é a presciência de Deus (1ª Pedro 1:2). Deus não está sujeito ao tempo, e para ele não existe passado e futuro, pois tudo está como um eterno presente diante dos seus olhos pela sua onisciência e pela sua presciência. E Deus, pela sua capacidade de conhecer previamente os fatos, ou seja, presciência, elegeu aos que de antemão conheceu (Romanos 8:29,30). 

CONHECENDO QUE DEUS NOS ESCOLHEU
“Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”. (Efésios 1:4).
A eleição é a escolha que Deus fez para separar os salvos dentre os perdidos. Deus fez esta escolha porque quis fazer, foi um ato de sua soberania. Contudo esta escolha não foi um ato arbitrário ou de tirania, e nem tampouco há injustiça da parte de Deus.
Esta escolha não é dizer que Deus se baseia nas nossas obras, na nossa obediência ou santidade para nos eleger, pois não é por obras (2ª Timóteo 1:9), e sim por fé, somente fé (Romanos 1:17).
“Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú. Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.” (Romanos 9:11-16).
Devemos nos lembrar que não somente a nossa salvação, mas também a nossa vida depende da misericórdia de Deus, que é a causa de não sermos consumidos. É só estamos vivos e salvos porque Deus tem PENA de nós.
Sendo assim, o propósito de Deus não é por causa das obras, e sim por fé, pois a Bíblia diz que Deus nos elegeu para a salvação pela santificação do Espírito e pela nossa fé na verdade (2ª Tessalonicenses 2:13), para a nossa obediência (1ª Pedro 1:2).
Dessa maneira a fé é a única condição para a nossa salvação. Quanto à chamada ela não é apresentada como a base da eleição, pois Jesus disse que muitos são chamados, porém destes chamados poucos são escolhidos, portanto, Deus chama muitos, porém destes muitos chamados poucos são escolhidos. Isto é, Deus também chama os não eleitos.
“Vós não me escolhestes a mim, mas eu vos escolhi a vós” (João 15:16).

CONHECENDO QUE DEUS NUNCA SE ENGANA
Deus sabe que todos os homens são carnais e estão vendidos sob o pecado (Romanos 7:14), e sabe também que o homem carnal não obedece à lei de Deus e, de fato, não pode obedecer a ela (Romanos 8:7).
O que eu quero dizer com isso é que aqueles que Deus escolheu já estão salvos. Mas, estão salvos não por causa de sua obediência ou santidade (isto é consequência da escolha de Deus, e não a causa), porém esta salvação vem do Senhor que a garante nem que para isso seja preciso reduzir os dias difíceis da grande tribulação.
A presciência de Deus nunca se engana, e assim sendo, Deus sabe de antemão que os eleitos não se enganarão e se salvarão se os dias de tribulação forem abreviados.
“Porque hão de surgir falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios; de modo que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”. (Mateus 24:24).
Damos graças ao nosso bom Deus por ter abreviado os dias de tribulação, pois sem esta intervenção de Deus ninguém se salvaria, e ainda seríamos enganados. Mas graças ao nosso Senhor isto não é possível.


“Ouvi a palavra do SENHOR, vós filhos de Israel, porque o SENHOR tem uma contenda com os habitantes da terra; porque na terra não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus.” Oséias 4:1


“O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.” Oséias 4:6


“Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.” Oséias 6:6


“Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”. Mateus 22:29


“Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor” Oséias 6:3



O EVANGELHO PROFANADO - Parte 1

 Marcos Alexandre Damazio

 O JEJUM 


“Vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus.”  João 16:2 

Paulo fala de outro evangelho, um falso evangelho. Mas, Jesus diz que muitos profanariam o verdadeiro evangelho pensando estar prestando um culto a Deus. 

Quando lemos este texto, torna-se impossível não nos lembrarmos da inquisição, onde os cristãos eram jogados aos leões ou nas fogueiras por gozarem da liberdade para a qual Cristo nos libertou.

Foi para a liberdade que Cristo nos libertou, então devemos viver esta liberdade, e não nos colocar debaixo do jugo da servidão (Gálatas 5:1). Por que o jugo da religião é pesado, mas o jugo de Cristo é suave (Mateus 11:30).

O amor ao próximo é algo tão sério, que se essa liberdade para a qual Cristo nos libertou escandalizar o seu irmão que vive debaixo do jugo da religião, então devemos abrir mão desta liberdade e nos enclausurar por amor ao próximo (1ª Coríntios 8:11-13). 

Pessoas que trocam a liberdade para a qual Cristo nos libertou pelo jugo da servidão são aqueles que estão sendo destruídos por falta de conhecimento da Graça de Deus (Oséias 4:6). São aqueles que dizem que Jesus salva, mas não sabem de que Jesus salva. São os que servem à religião. 

A seguir começaremos a ver como uma profanação do Evangelho do Reino passa a ser aceita pela religião como um culto a Deus. 

O JEJUM  
“Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.” Oséias 6:6 

O jejum é uma prática sacrificial de abster-se de alimentos e dedicar-se à oração por algum período por motivos de tristeza, perigo da pátria ou um sacrifício para alcançar alguma bênção da parte de Deus. 

Jesus, que era judeu (João 4:9), e veio para cumprir a lei judaica (Mateus 5:17), jejuou por 40 dias (Mateus 4;2), e ensinou aos judeus a jejuar sem parecerem tristes, porque os fariseus assim procediam para se mostrarem mais santos do que os seus próximos (Mateus 6:16-18). 

Como o jejum é uma prática religiosa e sacrificial ele não pode ter lugar na nova aliança garantida pelo sangue imaculado do Filho de Deus (Hebreus 8:13). 

Alguns tentam relacionar a eficiência do jejum no combate aos demônios com a tentação sofrida por Cristo no deserto. Já ouvi de muitos pregadores que Jesus foi para o deserto para se preparar para enfrentar o Diabo. Ele teria de jejuar quarenta dias para estar suficientemente forte para enfrentar o tentador. Jesus não foi para o deserto para jejuar coisa nenhuma. O texto diz que Ele foi levado para o deserto para ser tentado (Mateus 4:1). E sabe por que Ele teve de jejuar? Não era pra ficar mais forte, e sim, pra ficar mais fraco. Isso mesmo. O texto não diz que depois de jejuar por quarenta dias Jesus ficou mais forte espiritualmente. Em vez disso, diz que “depois de jejuar por quarenta dias e quarenta noites, teve fome”. Fome é sinal de fraqueza, e não de força. E sabe por que Ele tinha de ficar fraco e com fome? Para que a tentação do Diabo fosse legítima. Se Ele não estivesse com fome, de nada adiantaria Satanás Lhe sugerir que transformasse as pedras em pães. O que nos capacita a enfrentar as tentações e os laços do Diabo não é estarmos de estômago vazio, e sim, estarmos com o coração cheio, fortalecido na graça e no conhecimento da Palavra de Cristo (Hebreus 13:9; Colossenses 3:16).

“E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna. Porque onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador. Porque um testamento tem força onde houve morte; ou terá ele algum valor enquanto o testador vive?” (Hebreus 9:15-18) 

Neste texto ficamos sabendo que Cristo é o Mediador de um NOVO TESTAMENTO. Então, se somos filhos de Deus e temos a mente de Cristo, então sabemos que um testamento somente passa a vigorar com a morte do testador. Assim, o Novo Testamento, a Nova Aliança da Graça, entrou em vigor com a morte de Cristo. 

Com isso eu quero dizer que das narrativas de Mateus, Marcos, Lucas e João, fazem parte do Novo Testamento apenas os fatos que ocorreram após a morte de Jesus.

“Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.” (Mateus 26:28) 

Jesus evidencia que o Novo Testamento é iniciado com o seu sangue. 

Deixo claro que muitas pessoas no mundo inteiro não jejuam, por entenderem que Jesus está com elas, e que o jejum não é ensinado no Novo Testamento. Eu vou além, e digo que não é nem mesmo praticado pelos apóstolos.

“Ora, os discípulos de João e os fariseus jejuavam; e foram e disseram-lhe: Por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, e não jejuam os teus discípulos? 
E Jesus disse-lhes: Podem porventura os filhos das bodas jejuar enquanto está com eles o esposo? Enquanto têm consigo o esposo, não podem jejuar; 
Mas dias virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão naqueles dias. 
Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha; doutra sorte o mesmo remendo novo rompe o velho, e a rotura fica maior. 
E ninguém deita vinho novo em odres velhos; doutra sorte, o vinho novo rompe os odres e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; o vinho novo deve ser deitado em odres novos.” Marcos 2:18-22 

Se o jejum era tão importante assim, a ponto de ser imprescindível, então, por que os discípulos de Jesus não jejuavam? Nesta passagem, Jesus deixa bem claro que o jejum está relacionado ao luto, à tristeza. Não havia motivo algum para que os discípulos estivessem tristes. Afinal, o Noivo estava com eles. 

Os religiosos jejuavam, mas os discípulos de Jesus não jejuavam porque Jesus estava com eles. Mas quando esteve morto por 3 dias, Jesus foi ao inferno pregar aos espíritos presos (1ª Pedro 3:19), e foi ao santuário celestial oferecer o ÚNICO sacrifício perfeito a Deus, isto é, o seu sangue puro (Hebreus 9:12). 

Apenas nestes 3 dias de morte, e também depois da ressurreição eles ficaram tristes porque Cristo não estava mais com eles (Lucas 24:17-21). Por um total de 40 dias Jesus os visitava, mas não estava com eles permanentemente como antes da sua morte, durante o seu ministério terreno (Atos 1:3).

“E eis que eu ESTOU convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” Mateus 28:20 

Jesus, antes de sua ascensão, disse suas últimas palavras aos discípulos: “Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém”. 

Observem que Ele não disse estarei, mas disse: “ESTOU”. 

Se cremos nestas palavras, então porque jejuamos se Jesus disse que os seus discípulos não podem jejuar enquanto Jesus estiver conosco? (Marcos 2:19). 

Muitos alegam que os discípulos não jejuavam porque Jesus estava presente fisicamente com eles. Mas, depois de ascender aos Céus Jesus está presente espiritualmente, e por isso devemos jejuar. 

Pelo contrário, Ele está mais presente em nós, do que estava com os discípulos. Para eles, Jesus era Emanuel, isto é, “Deus conosco”; agora Ele não mais está conosco, isto é, ao nosso lado. Agora, Ele está em nós. Se isso não é verdade, então Ele não cumpriu Sua promessa, e deixou-nos órfãos (João 14:17-18; Mateus 28:20; Colossenses 1:27). Nas palavras do próprio Cristo, somos mais bem-aventurados do que aqueles que conviveram com Ele nos dias da Sua carne (João 20:29; 2ª Coríntios 5:16). 

Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Deus não muda (Hebreus 13:8). 

Bem, o Jesus que esteve presente fisicamente estava esvaziado de sua glória e de muitos de seus atributos (Filipenses 2:7). 

Já o Jesus, a quem Paulo se refere como o ressuscitado (2ª Coríntios 5:16), é o mesmo que reassumiu toda a sua glória e todo o poder lhe foi dado nos Céus e na Terra (Mateus 28:18). 

Se pudéssemos comparar a presença física do Deus esvaziado com a presença espiritual do Deus Todo-Poderoso, eu diria que se com a presença do Esvaziado eles  não jejuavam, imaginem com a presença do Todo-Poderoso. 

“O bem-aventurado, e único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores; 
Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém.”  Timóteo 6:15-16 

Este Jesus está conosco todos os dias, e, por isso, não podemos jejuar. 

Quanto ao vinho e ao odre, Jesus estava respondendo a indagação dos discípulos de João Batista. O vinho novo significa o Evangelho da Graça, o Novo Testamento. Enquanto que os odres velhos apontam para o sistema judaico com os seus ritos religiosos, dentre os quais estava o jejum, ou seja, o Antigo Testamento. Tentar adaptar a mensagem pura do Evangelho com os hábitos religiosos dos judeus equivaleria a costurar remendo novo em vestido velho. 

Durante os primeiros anos da Igreja, os apóstolos viviam como os judeus. Mantinham a mesma dieta alimentar, praticavam a circuncisão, faziam votos judaicos, e até frequentavam o Templo e as sinagogas (Atos 10:14; 13:15; 14:23; 15:1,5; 16:3; 21:21-26). Aquele era um momento de transição. Não foi em vão que Paulo afirmou que, quando menino, fazia as coisas de menino, mas ao chegar à maturidade, abandonou de vez as coisas de menino. O livro de Atos não pode ser tomado como um livro normativo para a Igreja. Trata-se do relato histórico honesto dos primeiros anos da Igreja.

Podemos perceber claramente nos Atos dos Apóstolos, como a igreja em seus primórdios insistiu em derramar o vinho novo do Evangelho nos odres velhos do sistema religioso da lei judaica. Não poderia ter outra consequência senão a que Jesus advertiu que haveria: Os odres se romperam, como podemos conferir no relato do último encontro entre Paulo e os judeus, registrado em Atos 28:23-31. 
Os apóstolos ainda jejuaram em Atos, porque ainda não haviam se desligado totalmente do judaísmo. Mas, depois do concílio de Jerusalém (Atos 15), isso não aconteceu novamente. 

Lembro novamente que o livro de Atos não é um livro doutrinário, mas sim um livro histórico. E, nessa transição da Lei para a Graça, os apóstolos ainda mantiveram alguns costumes da Lei por algum tempo. Eles jejuavam (Atos 13:3), eles iam ao templo (Atos 3:1), eles faziam votos e raspavam a cabeça (Atos 18:18).  

Contudo, o Evangelho da Incircuncisão não aceita nada da Lei (Gálatas 5:4), e estas coisas não são praticadas ou ensinadas nas epístolas do Novo Testamento. Paulo chama os rudimentos do Antigo Testamento de fracos e pobres (Gálatas 4:9). 

Os apóstolos jamais recomendaram o jejum em parte alguma do Novo Testamento, e nem praticaram ou ensinaram algo acerca de jejum. 

Jesus antes da cruz, diante de um público formado exclusivamente de judeus, falou acerca do jejum, porque tal prática já era comum aos religiosos da época. Ele não disse: “Jejuai!” E sim: “Quando jejuardes...”

“Respondeu-lhes: Esta casta só pode sair por meio de oração [e jejum]” Marcos 9:29 

Estes colchetes não foram colocados por mim. Qualquer Bíblia revisada e corrigida traz estes colchetes na expressão “e jejum”. E sabem por quê? Porque tal expressão não consta dos melhores manuscritos. Os textos mais antigos já encontrados do Evangelho de Marcos não trazem a palavra “jejum” neste versículo. O que comprova que provavelmente Jesus não tenha falado isso. Trata-se, possivelmente, de um acréscimo feito entre o segundo e o quarto século, visando respaldar algumas práticas da igreja daquele tempo. Ademais, que diferença faria para algum demônio se estivéssemos de barriga cheia ou vazia. Se admitirmos que Jesus disse que há casta de demônios que só sai a poder de jejum, estaremos dizendo que há casos em que o Nome de Jesus não funciona.

E se de fato Jesus houvesse falado isso, temos que nos lembrar que isso teria sido antes da Cruz, e que, portanto, os principados e potestades ainda não haviam sido despojados (Colossenses 2:15).

Mesmo assim, tenho dificuldade em relacionar a expulsão de demônios com o fato de estarmos ou não em jejum. O Nome de Jesus, nosso Imperador, é suficientemente poderoso para expulsar qualquer casta, e não precisa de qualquer tipo de acessório para tornar-se mais eficiente. Não aceitar tal fato é desprezar e subestimar o poder de nosso Rei, e a autoridade do Seu Nome. 

Portanto, antes que alguém diga que há demônios que só saem com jejum, saiba que a palavra jejum, nestes textos bíblicos, foi introduzida indevidamente por copistas religiosos. 

De qualquer maneira, ninguém tem o direito de julgar o outro pelo fato de jejuar ou não.

Devemos dar ouvidos à recomendação das Escrituras: “O que come não despreze o que não come, e o que não come não julgue o que come, pois Deus o recebeu por seu. E quem come, para o Senhor come, pois dá graças a Deus; e o que não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus. Se por causa da comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor. Não faças perecer por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu” (Romanos 14:3,6b,15).

Eu iniciei este artigo dizendo que o amor ao próximo é algo tão sério que suplanta o jejum e até mesmo a liberdade que temos em Cristo Jesus, nosso Senhor. 

O jejum somente se torna uma profanação do Evangelho da Graça quando é feito como um poder para mortificar a carne, ou um poder que santifica, ou uma moeda de barganha com Deus, ou um amuleto, ou mesmo uma arma auxiliar de combate ao inimigo. Para tudo isso, basta o precioso Nome de Jesus. 

Fora das motivações acima, o jejum é apenas uma dieta. 


NUNCA OUVI FALAR DE JESUS. E AÍ?


 Marcos Alexandre Damazio

“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!” (Rm 11:36)

O apóstolo Paulo disse que os juízos (julgamentos) de Deus são insondáveis. Portanto, todas as vezes que tentamos entrar nos arcanos de Deus, não podemos nos esquecer que nem todas as coisas foram reveladas aos homens e, que Deus é grande, e nós não o conhecemos totalmente (Jó 36:26).

No entanto, uma coisa nos foi revelada, e é inquestionável: Deus é justo e julga os povos com equidade (Sl 9:8; Sl 98:8).

1- A primeira coisa que devemos compreender é que somos salvos pela graça de Deus, mediante a fé. Portanto não devemos inverter e dizer que somos salvos pela fé mediante a graça de Deus. Lembre-se que a graça é de Deus e procede dele, mas a fé é do homem e procede deste.

E esta graça que procede de Deus é multiforme (1ª Pe 4:10). Logo, se somos salvos pela graça, e esta é multiforme, então há múltiplas maneiras de Deus operar a salvação através da sua graça.

Mas, esta multiforme graça somente é possível porque Cristo é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo (1ª Jo 2:2). Sendo assim, as múltiplas maneiras de Deus operar a salvação através da sua graça se tornam possíveis pois Cristo comprou a salvação para todos os homens.

O apóstolo Pedro diz que há pessoas que negam o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição (2ª Pe 2:1). Eles se perdem, mas o sacrifício de Cristo foi eficiente para resgata-los também, mas eles rejeitaram os desígnios de Deus sobre si (Lc 7:30).

Agora vamos ao que interessa:

A salvação é pela graça, mediante a fé, mas a Bíblia diz que os loucos não errarão o caminho, embora não creiam em Cristo (Is 35:8).

A salvação é pela graça, mediante a fé, mas as crianças que morrem na infância não precisam crer em Cristo para serem salvas.

“... bem-aventurado o homem a quem Deus atribui a justiça sem as obras.”  (Rm 4:6).

A salvação é pela graça, mediante a fé, mas Abraão foi TAMBÉM justificado pelas obras:

“Porventura não foi pelas obras que nosso pai Abraão foi justificado quando ofereceu sobre o altar seu filho Isaque? Vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada. E se cumpriu a escritura que diz: E creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça, e foi chamado amigo de Deus. Vedes então que é pelas obras que o homem é justificado, e não somente pela fé. E de igual modo não foi a meretriz Raabe também justificada pelas obras, quando acolheu os espias, e os fez sair por outro caminho?”  (Tg 2:21-25)

Então já vimos casos que fogem a regra da salvação pela graça mediante a fé, e que o homem é justificado também pelas obras (junto com a fé), e não somente pela fé, pois as obras aperfeiçoam a fé.

“Quando, pois vier o Filho do homem na sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e diante dele serão reunidas todas as nações; e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me. Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos? Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te? E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; era forasteiro, e não me acolhestes; estava nu, e não me vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes. Então também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Ao que lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de o fazer a mim. E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna.” (Mt 25:31-46)

Naquele dia o Senhor dirá a todas as nações: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. E por quê ele dirá isto?

Porque teve fome, e lhe deram de comer; teve sede, e lhe deram de beber; foi forasteiro, e lhe acolheram; esteve nu, e lhe vestiram; adoeceu, e lhe visitaram; esteve na prisão e foram vê-lo.

Dar de comer e de beber, acolher, vestir, visitar tudo isso é obra, mas é obra de ovelhas, e o Senhor diz que um reino foi preparado desde a fundação do mundo para as ovelhas de todas as nações que tais obras praticam. Mas aqueles que se negam a praticar tais obras vão para o inferno que não foi preparado para homens, mas sim para o diabo e seus demônios. E com certeza, desde a fundação do mundo, em todas as nações há muitas pessoas que nunca ouviram falar de Jesus, no entanto, será ele quem separará os cabritos das ovelhas.

Eu estou mostrando como a graça de Deus é multiforme, e é por isso que a Bíblia diz: Quão insondáveis são os seus juízos (no plural), pois há diversas formas de Deus julgar, mas todas com equidade.

“Que proveito há, meus irmãos se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura essa fé pode salvá-lo?” (Tg 2:14)

Será que aqueles que morreram sem nunca ouvir o nome de Jesus são inocentes? Se são inocentes por quê morreram, haja vista que o salário do pecado é a morte?

“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.” (Rm 5:12)

De Adão a Moisés não havia lei para ser transgredida, no entanto onde não há lei o pecado não é levado em conta. Mas mesmo assim a morte reinou desde o tempo de Adão até Moisés (Rm 5:13,14).

Jesus disse: “Quem me rejeita, e não recebe as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o julgará no último dia.” (Jo 12:48)

Mas como será julgada a pessoa que nunca ouviu tais palavras?

É aí que entra a multiforme graça de Deus e os seus insondáveis juízos, pois Deus não julgará a todos da mesma forma, mas separará aqueles que ouviram e daqueles que nunca ouviram as palavras do Senhor Jesus.

“Deus é justo, e suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são justos; Deus é fiel e sem iniqüidade; justo e reto é ele.”(Dt 32:4).

“Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, eles, embora não tendo lei, para si mesmos são lei. Pois mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os, no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Cristo Jesus.” (Rm 2:14-16)

A palavra de Deus julgará aqueles que morreram sem nunca ouvir o nome de Jesus, por eles serem capazes de apresentar os aspectos morais da lei de Deus gravados em seus corações. E somente o fato de serem julgados já indica a condenação, e isto porque os salvos não entram em juízo (Jo 5:24), e nem sofrem condenação (Rm 8:1)

“Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê, já está julgado; porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.”  (Jo 3:18)

Deus usará a consciência como testemunha de conduta e caráter para julgar o pecador, pois não há inocentes. E se houvesse uma maneira daqueles que morreram sem nunca ouvir o nome de Jesus serem salvos, então os homens já nasceriam salvos e depois de ouvirem o nome de Jesus é que alguns se perderiam. No entanto Jesus disse para irmos por todo o mundo para pregar o evangelho, pois fora de Cristo não há salvação. E o homem já nasce em pecado (Sl 51:5).

“Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão.” (Rm 2:12)

Quais foram os pecados das pessoas contemporâneas de Noé?

Elas comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e os destruiu a todos (Lc 17:27). Mas, o que há de errado nisto?

As pessoas contemporâneas de Noé não buscavam a Deus, mas só queriam festejar e regalar a carne. Tais pessoas também não creram na pregação de Noé. Entretanto, quem acreditaria? Você acreditaria num velho de seiscentos anos que construiu um navio gigantesco e saiu pelas ruas gritando que o mundo acabaria em breve com um dilúvio?

“Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente. Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração. E disse o Senhor: Destruirei da face da terra o homem que criei, tanto o homem como o animal, os répteis e as aves do céu; porque me arrependo de os haver feito. Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor. Estas são as gerações de Noé. Era homem justo e perfeito em suas gerações, e andava com Deus. A terra, porém, estava corrompida diante de Deus, e cheia de violência. Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra.  Então disse Deus a Noé: O fim de toda carne é chegado perante mim; porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os destruirei juntamente com a terra.” (Gn 6:5-9,11-13)

Quais foram os pecados das pessoas contemporâneas de Noé?

Eram pessoas más de coração, violentas e distantes de Deus. Mas, a multiforme graça de Deus alcançou a Noé, que nunca havia escutado nada sobre Jesus, mas era um homem justo e perfeito em suas gerações, e andava com Deus.

Ora, se Noé pôde achar a graça de Deus a ponto de andar com Deus, todos os seus contemporâneos também podiam ser justos, perfeitos e andar com Deus segundo a sua multiforme graça.

Contudo, Deus sempre fornece uma luz ao homem. A todos os homens, Deus fornece a criação como luz para que o homem possa crer no Criador, pois os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos (Sl 19:1).

No caso dos contemporâneos de Noé, a luz de Deus foi a chamada dos animais em dois de cada espécie, um macho e uma fêmea. E mesmo diante de um fenômeno sobrenatural eles se recusaram a crer na pregação de Noé, sendo, portanto, justamente condenados.

Semelhantemente os egípcios viram todos os sinais e prodígios operados por Deus através de Moisés e, além destes, puderam ver as dez pragas. Mas, mesmo diante de fenômenos sobrenaturais eles se recusaram a crer no Senhor, e mesmo diante de um milagre fantástico como o Mar Vermelho aberto eles não adoraram a Deus, mas preferiram perseguir a Israel, sendo justamente condenados.

E se formos adiante podemos citar os amorreus, os filisteus, os amalequitas, os fenícios, os persas, os medos, os assírios, os babilônicos, etc.  

Os que viveram de Adão a Moisés sem lei pecaram, sem lei também perecerão por terem transgredido não uma lei gravada em tabuas de pedra, mas uma lei moral, ou seja, a obra da lei de Deus escrita em seus corações.

A lei moral gravada no coração do homem é tão marcante que todos os homens, rebeldes que são, buscam uma forma de se justificar, e assim uns se autoflagelam, outros praticam boas obras, outros procuram crer nos princípios enganosos da reencarnação, enquanto outros buscam o também enganoso nirvana, e outros o fazem negando a existência do Deus com o qual todos sabem que irão prestar contas. 

A Bíblia jamais disse que alguém será salvo por ter obedecido a sua consciência, pois se isto fosse possível seria desnecessário que Cristo se encarnasse e morresse na Cruz. Salvação somente por Jesus.

Quanto a consciência, ela é apenas uma testemunha que será ouvida por Deus para acusar ou defender os homens. Contudo, ela não determina nem a absolvição e nem a condenação (Rm 2:15,16). Quem crer será salvo; mas quem não crer será condenado.

“E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos.”(At 4:12)

Além disso, aqueles que se perdem sem nunca terem ouvido falar de Cristo são indesculpáveis, pois preferiram adorar o sol ao invés do Deus que criou o sol. Adoram a mata ao invés de seu Criador.

A situação de hoje não é muito diferente, pois aqui no Brasil temos um dia consagrado (feriado) para culto a Maria, outro para São Jorge (no Rio de Janeiro), outro para São Sebastião (no Rio de Janeiro).

Qual é o feriado consagrado ao Pai, a Jesus Cristo, ao Espírito Santo ou a Trindade? As pessoas continuam trocando a verdade de Deus pela mentira, e adorando e servindo às criaturas ao invés do Criador, mesmo conhecendo a Deus, contudo não o glorificam como Deus.

De que adianta fazer boas obras, mas depositar toda a fé nas criaturas ao invés do Criador?

Os católicos e espíritas fazem boas obras, mas são indesculpáveis por servirem e adorarem às criaturas (“santos” e “espíritos”) ao invés do Criador de todas as coisas.

“Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. Pois não são justos diante de Deus os que só ouvem a lei; mas serão justificados os que praticam a lei (porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, eles, embora não tendo lei, para si mesmos são lei, pois mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os), no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Cristo Jesus, segundo o meu evangelho.” (Rm 2:12-16)

Vamos dissecar este texto:

1) Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão. Aqui entra a questão de que de Adão a Moisés não havia lei para ser transgredida, no entanto onde não há lei o pecado não é levado em conta. Mas mesmo assim a morte reinou desde o tempo de Adão até Moisés, porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão.

2) E todos os que sob a lei de Deus pecaram, pela lei serão julgados, independentemente de terem ouvido falar da lei ou não. Porque não são justos diante de Deus os que só ouvem a lei; mas serão justificados os que praticam a lei de Deus.

3) Os que nunca ouviram falar da lei de Deus podem praticá-la em seu aspecto moral. Isto porque, quando aqueles que nunca ouviram falar da lei de Deus, fazem por natureza as coisas da lei de Deus, eles, embora não conhecendo essa lei, para si mesmos são lei, pois mostram a obra da lei de Deus escrita em seus corações.

4) E isto será testificado por suas consciências e os seus pensamentos, que no dia do juízo irão acusá-los ou defendê-los.

Jesus disse: “O servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; mas o que não a soube, e fez coisas que mereciam castigo, com poucos açoites será castigado.” (Lc 12:47,48)

Conhecendo ou não a lei de Deus ou o evangelho de Cristo, quem não seguir a vontade de Deus será castigado, uns mais outros menos.

A Bíblia de Estudo Pentecostal diz em umas de suas notas sobre este assunto: “Assim como haverá diferentes graus de glória no novo céu e na nova terra, também haverá diferentes graus de sofrimento no inferno. Aqueles que estão eternamente perdidos sofrerão diferentes graus de castigo, conforme os privilégios e responsabilidades que aqui tiveram”

Não é necessário um código civil numa tribo de pigmeus para que um pigmeu jovem saiba que o roubo não é uma coisa sadia. Então, para Deus, o saber ou não saber pouco importa quanto ao julgamento, pois os homens são indesculpáveis diante da luz da natureza que indica um poder superior e criador.

2-  A segunda coisa que precisamos saber é que aqueles que viveram antes de Cristo não precisam  absolutamente conhecer a Jesus como SALVADOR para serem salvos. A fé no Deus CRIADOR (Jesus - todas as coisas foram feitas por ele - João 1:3) também salva, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia, no mínimo, que ele existe (Hb 11:6).

No entanto, é necessário que tal pessoa apresente os frutos da conversão com uma mudança moral de mente, coração, postura e vida, segundo a determinação da lei moral de Deus gravada em seu coração.

E como um pigmeu, um xavante ou um asteca poderia crer em Deus sem nunca ter ouvido falar que ele existe?

Tal argumento é desprezar a inteligência de povos que tinham conhecimentos brilhantes de engenharia, matemática e até mesmo astronomia. E será que um desses povos não poderia imaginar como foi criada ou inventada a banana, a água ou o sol? Veja a resposta da Bíblia:

“Porquanto, o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são indesculpáveis” (Rm 1:19,20)

Ora, a natureza revela o Deus criador. O sol, os mares, a fauna e a flora tudo isso revela a grandeza do Senhor, e, no entanto o homem moderno do século XXI prefere acreditar que o universo se formou sozinho e por acaso. Ora, crer nisto requer fé maior do que crer que Deus existe e criou o mundo, ou seja, é mais fácil crer que existe um Deus criador do que crer que o universo se formou sozinho e por acaso.

Logo, tanto os cientistas modernos como os filisteus, os maias e os incas são indesculpáveis quanto ao fato de não crerem em Deus.

3- A terceira coisa que precisamos saber é que Deus é justo e ao mesmo tempo misericordioso. E é um desejo de Deus que todos os homens sejam salvos (1ª Tm 2:4), ou seja, Deus, mais do eu e você, deseja a salvação de todos os homens (não confundir desejo com vontade, pois a vontade de Deus sempre é realizada).

Nenhum juiz tem o direito de condenar o inocente ou de inocentar o culpado, pois, para que a justiça seja exercida, o julgamento deve ser baseado nos princípios da lei. Deus, para nos justificar, usou os princípios da lei através de Cristo Jesus (Mt 5:17).

A filosofia clássica dizia que a misericórdia era um defeito de caráter, e a considerava contrária a justiça, por conferir perdão sem que algum preço tivesse sido pago. No entanto, Cristo já pagou o preço do resgate por todos.

Então devemos fixar o seguinte pensamento bíblico: “Porque o juízo será sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia; a misericórdia triunfa sobre o juízo.” (Tg 2:13)

4- Quanto à religião, nenhuma delas salva, nem mesmo o Cristianismo. Só Jesus salva. Agora, não venham me dizer que um budista que adora aquele gordo barrigudo vai ser salvo por não conhecer a Cristo. Aliás vai ser difícil alguém me convencer que exista um budista que nunca ouviu falar de Cristo.

Que desculpa daremos para os hindus que adoram às vacas? Ora, todo mundo sabe que vaca não é o Deus Criador, e se fosse seriam vários deuses que viram ‘churrascos’ no Ocidente.

Que diremos dos mulçumanos? Ora Maomé é o profeta polígamo, e, além disso, tanto Maomé como o Alcorão falaram de Jesus que é anterior ao falso profeta Maomé cujos discípulos são, alguns deles, homens-bombas.

Que diremos dos espíritas que invocam e idolatram a vários espíritos que, ainda que fossem de luz, não são deuses por natureza (Gl 4:8)?

Os pseudos cristãos como os mórmons, os testemunhas de Jeová e os católicos são os piores de todos. Pois, eles têm a Bíblia, que é o oráculo do Senhor.

O padroeiro da França é o santo católico Saint Denis cujo o maior milagre foi carregar nas mãos a própria cabeça por 2 Km após ser decapitado. Fala sério! O que os papas fizeram com o Evangelho de Cristo?

Que diremos dos ‘macumbeiros’? Outro dia eu vi uma moça ajoelhada, “rezando”, diante da imagem do diabo com chifre e tridente em uma loja de umbanda. Será que ela estava pensando que ele era Deus, o Criador do Universo ou seria ele o Cristo, Filho do Deus Vivo?

Tais pessoas são indesculpáveis diante de Deus. Podem fazer o bem e ajudar ao próximo, mas isto não pode lhes trazer a salvação. Há pessoas “evangélicas” que podem  ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma. Pense nisso!

“Como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo” (2ª Ts 1:8).

Deus condenará não somente aqueles que conhecem a Deus e não obedecem ao evangelho de Cristo, mas também aqueles que não conhecem a Deus.

Portanto, se crentes desvirtuados e os pastores que pregam outro evangelho diferente do Evangelho do Reino de Deus vão para o inferno o que farão os idólatras?

Pedro faz a mesma pergunta: “E se o justo dificilmente se salva, onde comparecerá o ímpio pecador?” (1ª Pe 4:18)

5- Um grave erro de exegese é atribuir ao pecado a condenação da morte eterna, pois a sentença dada por Deus ao homem por causa do pecado referia-se apenas à morte física. O Senhor Deus deu um mandamento ao homem, e a pena por desobedecer este mandamento era a morte: “certamente morrerás” (Gn 2:17).

Contudo, o homem quebrou o mandamento, e Deus lhe deu a sentença da morte física: “porquanto és pó, e ao pó tornarás”.  (Gn 3:19).

Se Cristo morreu pelos pecados do mundo inteiro, fazendo a propiciação e levando-os sobre si, como podemos ser condenados ao inferno por pecados dos quais já fomos julgados, condenados a morte de cruz e cumprimos a pena na pessoa de Cristo Jesus, ou seja, ele fez tudo isso em nosso lugar, o justo pelos injustos.

A morte eterna não é causada pelo pecado, e sim pela incredulidade. Jesus disse que quem não crê já está julgado e será condenado à morte eterna (Jo 3:18; Mc 16:16). Jesus disse ainda que quem crê tem a vida eterna e não entra em juízo (Jo 5:24). Portanto, é evidente que quem não crê entra em juízo e é condenado à morte eterna, pois a incredulidade é a única coisa capaz de nos apartar eternamente do Deus vivo (Hb 3:12,19).

E como o homem pode fugir da fonte de pecados que é a incredulidade e passar a crer em Deus e em Cristo  (Jo 17:3)? 

De graça Deus oferece a salvação com a condição que o homem pós Cristo creia no sacrifício vicário de Cristo. Esta salvação sai de graça para nós, mas custou para Deus o seu Filho amado, e para Cristo custou a sua vida.

“Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue? Logo a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo. Mas pergunto: Porventura não ouviram? Sim, por certo: Por toda a terra saiu a voz deles, e as suas palavras até os confins do mundo.” (Rm 10:14,17,18)

O evangelho é conhecido em quase todo o mundo, pois temos missionários nos quatro cantos do mundo, mas ainda há muita gente que nunca ouviu falar de Cristo. E como crerão naquele de quem nunca ouviram falar se a fé é pelo ouvir?  É por isso que a graça é multiforme e Deus é justo.

Muitos são evangelizados por católicos, testemunhas de Jeová, mórmons, universais e mundiais da vida, e recebem um evangelho espúrio, mas Deus sabe que foi aquilo que chegou até eles, e no decorrer do tempo Deus dá luz para que, aqueles que quiserem, possam fugir do engano, como fez Martinho Lutero.

Na Austrália, a multiforme graça de Deus alcançou os aborígines que fundaram até uma igreja.  

CONCLUSÃO:

Quando eu falo de pessoas que nunca ouviram o nome de Jesus, eu me refiro a pessoas que vivem em lugares remotos, ou a povos com hábitos e cultura primitivos como os aborígines, os indígenas, os esquimós, os maias, os incas, os astecas, os pigmeus e diversas tribos africanas e asiáticas.

Entretanto, o Espírito Santo convence o MUNDO do seu pecado, da justiça de Deus e de que haverá um juízo.

“Depois destas coisas olhei, e eis uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, que estavam em pé diante do trono e na presença do Cordeiro, trajando compridas vestes brancas, e com palmas nas mãos.” (Ap 7:9)

A Assembléia Universal dos Santos, a Igreja do Deus Vivo, vai muito além das fronteiras das igrejas, pois é formada por pessoas de todas as nações, de todas as tribos, de todas os povos e de todas as línguas.

Abel, Enos, Abraão, Isaque, Jacó, José, Enoque, Noé e Jó são pessoas que viveram no período sem Lei. Eles pecaram e morreram, e nenhum deles conhecia o evangelho de Jesus. No entanto, todos foram salvos pela graça, mediante a fé em Deus, e para obras de justiça.

De Moisés até a morte de Cristo todos serão julgados pela Lei, independentemente de conhece-la ou não. Os que não conheceram a lei terão o testemunho de suas consciências para acusa-los ou defende-los no dia do juízo.

Da morte de Cristo até ao milênio seremos salvos pela multiforme graça, mediante a fé. Em todos os tempos a salvação sempre foi pela graça e nunca pela lei (At 15:10,11). Como exemplo temos o ladrão da cruz que foi salvo, sem obedecer a lei, antes da morte de Cristo.

PREGUE A TEMPO E FORA DE TEMPO PARA QUE POSSA GANHAR ALGUNS (2ª Tm 4:2).

“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste.”  (Jo 17:3)